Com o rompimento político entre o presidente reeleito Affonso Della Monica e Mustafá Contursi, diretorias importantes foram remodeladas, como a de futebol e a de planejamento. Depois de muitos anos, o futebol voltou a ser prioridade no Palmeiras.

O vergonhoso final de 2006 deixou terra arrasada e a nova diretoria começou um plano praticamente do zero, o que incluiu uma reformulação intensa no elenco. O treinador escolhido para comandar esse processo foi Caio Júnior, que vinha de um bom trabalho no Paraná Clube.

Junto com o novo treinador, chegou um pacote de reforços, vários de seu próprio clube de origem. Mas diante da escassez de recursos, nenhum atleta de grande projeção foi contratado. Marcos, Paulo Baier e Edmundo seguiam sendo os pilares técnicos do elenco. A consolidação de Valdivia, já adaptado ao país e ao clube, era esperada com alguma ansiedade.

Os desafios do primeiro semestre eram o estadual e a Copa do Brasil. Depois de um bom início, vieram as oscilações. Paulo Baier deixou o clube em fevereiro, aceitando proposta do Goiás – um duro golpe no orgulho palmeirense.

Nada como uma partida de fase preliminar na Copa do Brasil para recolocar a casa em ordem – a goleada de 5 a 0 sobre o Operário de Várzea Grande deu fôlego ao grupo, que retomou a caminhada no estadual. O ponto alto deste trecho foi uma goleada por 4 a 1 sobre o Juventus, num chuvoso Palestra Italia. Nesta partida, confirmando as expectativas sobre si, Valdivia brilhou intensamente.

Na segunda fase da Copa do Brasil, o Palmeiras cruzou com o Ipatinga, e fez uma partida muito fraca em Minas, perdendo por 2 a 0. O jogo da volta no Palestra foi marcado por muita luta; o Palmeiras chegou aos 2 a 0 e por pouco não fez o terceiro, que nos daria a classificação. Com os placares igualados, a decisão foi para os pênaltis. Na quinta cobrança, bastava Edmundo converter e o Palmeiras estaria classificado, mas o camisa 7 falhou. Diego Cavalieri, no entanto, defendeu a última cobrança do Ipatinga, mas a arbitragem mandou voltar de maneira criminosa – os vídeos comprovam que nosso goleiro estava com o pé sobre a linha no momento da cobrança. A disputa teve sequência e o Ipatinga saiu vencedor.

A eliminação pesou no emocional do time, que empatou o jogo seguinte contra o Guaratinguetá e ficou na dependência de uma combinação de resultados para terminar a fase de classificação entre os quatro melhores, e assim disputar as semifinais. O Palmeiras até venceu o São Bento por 3 a 0 na rodada final, mas ficou sem a vaga. Restou apenas o Brasileirão no ano.

O time começou a caminhada com uma bela goleada sobre o Flamengo no Maracanã, em tarde inspirada de Edmundo. Mas o elenco, construído com poucos recursos, tinha suas limitações, mesmo aguerrido e montado certinho por Caio Júnior. Na rodada 21, o Palmeiras estava em quarto lugar, a sete pontos do líder. Mas uma derrota em casa para o SPFC, seguida por uma goleada por 5 a 0 para o Cruzeiro no Mineirão – Pierre foi expulso injustamente no início do jogo – afastaram o time da disputa.

A campanha continuou, discreta. Vencemos o Derby e seguimos com chances de entrar na Libertadores até a última rodada, quando acabamos derrotados pelo Atlético-MG e perdemos a vaga. Mas isso acabou em segundo plano: naquela tarde de dezembro, tudo o que importava era comemorar a confirmação do rebaixamento do SCCP para a segunda divisão.