Após as duas cobranças perdidas contra o SPFC, Raphael Veiga expôs sentimento de chateação e assumiu responsabilidade
Cesar Greco
Pouco mais de uma hora depois do jogo entre Palmeiras e SPFC pela Copa do Brasil ter terminado, o meia Raphael Veiga usou as redes sociais para comentar os dois pênaltis desperdiçados diante do SPFC.
“Não tem ninguém nesse mundo mais chateado do que eu”, escreveu o camisa 23, que também pregou pelo equilíbrio e afirmou que usará as 24 horas seguintes à partida para melhorar. “Amanhã é um novo dia”, disse.
Autor de um dos gols da vitória palmeirense no tempo normal por 2 a 1 sobre o rival, Veiga desperdiçou as três últimas cobranças de pênaltis que bateu – o meia também havia perdido frente ao Santos, na Vila Belmiro. Antes disso, no entanto, o jogador tinha um aproveitamento perfeito de 24 acertos em 24 cobranças.
“O Veiga é profissional do futebol. Ele sabe que tem o apoio dos colegas, sabe que vai errar. Temos a mania de cobrar tudo dos jogadores e treinadores que eles sejam perfeitos nos que fazem, mas as coisas não funcionam assim, erros acontecem. Todos estamos sujeitos a um nível de estresse grande”, disse Abel Ferreira em entrevista coletiva sobre o meio-campista.
Um dos capitães do elenco, o lateral Marcos Rocha falou em trabalhar para trazer de volta a confiança de Raphael Veiga.
“É até difícil de falar neste momento, o Veiga é um jogador experiente, nosso cobrador oficial. Quando tem o pênalti, a gente fica com 90%, 95% de certeza que ele vai acertar. Infelizmente hoje não aconteceu, mas a gente vai trabalhar bem durante a semana a cabeça dele, vamos ajudá-lo a ter confiança novamente”, declarou o camisa 2.
Em entrevista coletiva após o revés nos pênaltis para o SPFC, Abel Ferreira pontuou a superioridade do Palmeiras no duelo e também falou de Gabriel Veron
Para o técnico Abel Ferreira, o Palmeiras merecia ter saído do Allianz Parque, na noite desta quinta-feira, com a classificação às quartas-de-final da Copa do Brasil. Em entrevista coletiva após o revés nos pênaltis para o SPFC, o comandante valorizou o desempenho do Verdão em campo e citou as diversas oportunidades que o time teve para vencer o rival no tempo regulamentar por um placar mais elástico que os 2 a 1.
“Não há muito o que explicar, futebol é isso. Na minha opinião, fomos melhores, tivemos mais oportunidades, fizemos 2 a 0, tivemos um pênalti, poderíamos ter feito o terceiro gol. Ainda tivemos outras oportunidades claras. Em um lance podemos matar o jogo e, na sequência, sofremos o gol. O lance do pênalti vocês podem comparar com o em cima do Dudu que não foi dado e tirar as conclusões”, iniciou o treinador.
“Fizemos um bom jogo, o resultado final foi injusto e penaliza a nossa não-eficiência. Se vocês virem o jogo em ângulo aberto, nos primeiros 15 minutos, os jogadores deles não sabiam o que fazer. Não vou falar de tática, não há tática. Futebol é isso, nem sempre ganha quem joga melhor. Temos que aceitar e seguir nosso caminho. Se durante o jogo fomos melhores, na disputa de pênaltis eles foram mais competentes”, completou.
O Palmeiras abriu 2 a 0 com 12 minutos de partida e esse resultado já bastava para a classificação. Entretanto, no segundo tempo, Raphael Veiga desperdiçou um pênalti e, logo em seguida, o SPFC diminuiu o marcador, levando a decisão para as penalidades máximas.
Veiga e Wesley erraram suas cobranças e o Verdão acabou sendo superado pelo rival por 4 a 3.
“Nosso melhor batedor falhou duas vezes. Vou explicar o quê? Querem que eu diga o quê? Estamos tristes, chateados? Sim. Deveríamos ter passado? Deveríamos. Mas futebol é mágico por isso mesmo, porque mesmo uma equipe produzindo pouco, pode passar”, relatou Abel, que também falou sobre a disputa de pênaltis.
“Pênalti é competência. Se calhar, infelizmente, não temos jogadores para bater pênaltis com essa calma. Mas ainda assim acredito que um dia vamos ganhar”, complementou.
Abel Ferreira fala de Gabriel Veron
Cesar Greco
Titular no ataque palmeirense, o atacante Gabriel Veron, flagrado em uma balada de São Paulo na madrugada de quarta-feira, também foi assunto na coletiva de Abel.
“Dizem que Deus é misericordioso. Eu sou igual. Para mim, todas as pessoas têm que ter oportunidade na vida. Eu nunca vou desistir dos meus jogadores. Todos vocês já tiveram 18, 19 anos. Já disse várias vezes que os brasileiros são, de longe, os melhores que já vi jogar. Mas precisam evoluir muito a nível de educação e como homens, porque eles não têm essa formação”, disse.
“O Veron é o futuro do clube. E o Palmeiras, antes mesmo de eu chegar, traçou um caminho: apostar nos jovens. Vai ganhar, vai perder. Percebemos que às vezes teremos que educar e puxar para cima. Hoje ele jogou bem, deu assistência. O que eu espero é que, cada um de nós, quando errar, faça as três perguntas mágicas: o que aconteceu comigo? O que eu aprendi? E o que vou fazer da próxima vez?”, acrescentou Abel, que voltou a falar da importância da educação.
“O Brasil carece muito de formação do homem. Isso começa na escola e na família que temos em casa. ‘O homem que se é triunfa no profissional que se quer ser’. Estamos aqui para educar. Ele é um moleque de 18, 19 anos, que precisa escolher muito bem os amigos que o rodeiam. Mas não vou xingar ou insultar jogador. Não foi o que fizeram comigo e não foi a educação que meus pais me deram. Gosto de perdoar, desde que sinta do outro lado a vontade de querer fazer. Não posso ajudar quem não quer ser ajudado. E acredito que ele quer ser ajudado, porque tem um potencial enorme”, finalizou.
O Palmeiras volta a campo já na próxima segunda-feira para enfrentar o Cuiabá, às 20h no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro.
São 18 gols em jogos eliminatórios pelo clube para Raphael Veiga desde que foi contratado pelo Palmeiras, em 2017
Em busca da classificação na Copa do Brasil, o Palmeiras, que precisa vencer o SPFC no Allianz Parque por dois gols de diferença para avançar às quartas-de-final sem precisar dos pênaltis, contará com um importante reforço para o duelo decisivo: Raphael Veiga.
O camisa 23 não atuou no Morumbi porque estava em processo de transição física após ter sofrido lesão muscular e está de volta ao time no duelo de amanhã. Vivendo o auge da carreira, Veiga é um dos principais jogadores do elenco.
Por um longo período na temporada, o meio-campista foi o principal artilheiro do Palmeiras – são 16 gols anotados em 34 jogos disputados – e também o maior assistente (sete passes para gol). Veiga foi ultrapassado recentemente por Rony na artilharia, que chegou a 18 bolas na rede em 2022, e por Gustavo Scarpa nas assistências.
A importância do camisa 23, que já mostrou ser decisivo em jogos grandes, principalmente em duelos diante do SPFC, fica maior ainda diante da indisponibilidade de Rony, que sofreu lesão muscular na última partida.
Raphael Veiga decidiu no Paulista e Libertadores
Cesar Greco
Nos últimos dois confrontos eliminatórios do Palmeiras contra o SPFC (Campeonato Paulista 2022 e Libertadores de 2021), Veiga balançou as redes do adversário e foi fundamental para os triunfos palmeirenses.
Na Libertadores, anotou o primeiro gol da histórica vitória por 3 a 0, no Allianz Parque, que garantiu o clube na semifinal; já na decisão do estadual, marcou tanto o gol que manteve a equipe viva na disputa no revés por 3 a 1 na casa do rival, quanto nos 4 a 0 no estádio palmeirense.
Entre os jogadores do atual elenco, o meio-campista é, ao lado de Dudu, o maior goleador em clássicos: 12 gols, sendo quatro frente ao rival do Morumbi.
Artilheiro em mata-matas
Dos 61 gols marcados por Veiga com a camisa do Palmeiras, 18 aconteceram em jogos eliminatórios, sendo nove somente em finais – o que faz dele o atleta com mais tentos anotados em decisões na História do clube. Confira a lista:
Com duas equipes divididas no gramado, a comissão técnica orientou posicionamento, movimentações e ensaiou jogadas específicas para o clássico. Por fim, alguns jogadores praticaram cobranças de pênaltis.
Para o duelo de amanhã, a comissão técnica pode contar com o retorno de Gabriel Veron, recuperado de lesão no pé, e Gabriel Menino, que estava suspenso contra o Fortaleza. Já a presença do atacante Rony ainda é incerta – no último domingo, o camisa 10 foi substituído após sentir um incômodo na coxa esquerda.
A comissão técnica deve comandar na manhã de quinta-feira o último treino antes do confronto decisivo contra o SPFC.
Wesley projeta Palmeiras x SPFC
Ao final do treinamento, o atacante Wesley falou sobre o Choque-Rei. “É um jogo de extrema importância, não só para a competição como também para a temporada. Além de ser uma eliminatória de Copa do Brasil, é um clássico e trabalhamos muito para estarmos sempre vencendo e nos fortalecendo cada vez mais. A gente vem acompanhando o apoio da torcida e a gente sabe que terá casa cheia mais uma vez. Fizemos uma semana boa de preparação para conseguirmos a classificação”, disse o camisa 11, que briga por espaço na equipe titular.
“O Abel deixa bem claro para a gente que temos de estar sempre preparados e prontos. A concorrência aqui no Palmeiras é grande, a qualidade do elenco é alta e precisamos de todos para quando entrar poder corresponder da melhor forma possível”, completou.
Após o revés por 1 a 0 no jogo de ida, no Morumbi, o Palmeiras precisa vencer por dois ou mais gols de diferença para avançar às quartas-de-final – em caso de vitória por um gol, o duelo será decidido através das penalidades máximas.
A novidade do dia ficou por conta do retorno de Gabriel Veron às atividades com bola. O atacante desfalcou a equipe nos últimos dois jogos depois de ter sofrido um corte no pé direito e deve ficar à disposição para o clássico.
Em campo, além do camisa 27, participaram do treino técnico os jogadores que entraram no segundo tempo do jogo contra o Fortaleza e os que não atuaram. De início, os atletas aprimoraram a troca de passes, movimentações e posse de bola. Em seguida, realizaram simulações de jogos em enfrentamentos de nove contra nove.
Recuperando-se de lesão no tornozelo, o atacante Giovani realizou atividades à parte com bola, sob cuidados do Núcleo de Saúde e Performance. Assim como a Cria da Academia, o meio-campista Jailson também fez exercícios em um dos gramados da Academia de Futebol.
O Palmeiras volta a treinar na manhã de quarta-feira, na Academia de Futebol.
Gabriel Veron de volta; Rony ainda é dúvida
Cesar Greco
Substituído no segundo tempo do último jogo após sentir incômodo na coxa esquerda, o atacante Rony ainda é dúvida para o Choque-Rei. A comissão técnica mantém em sigilo a condição clínica do camisa 10, que é o artilheiro do Palmeiras na temporada com 18 gols marcados e o atleta que mais vezes foi a campo no ano, com 41 aparições.
Caso Rony não reúna condições de jogar, a comissão técnica terá como opções imediatas Gabriel Veron e Breno Lopes, que já atuaram centralizados em outras oportunidades, além de Wesley. Vale destacar que Rafael Navarro está lesionado e Flaco López e Merentiel, contratados recentemente, só poderão jogar a partir da semana que vem.