Todo mundo odeia o Palmeiras

Paulistão - classificação geral
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Três a zero, mesmo sem exibir um grande futebol. Objetivo, eficiente, o Verdão trouxe a vitória de Novo Horizonte e só não se classificará às semifinais em caso de hecatombe. Os outros ditos grandes, por outro lado, estão em apuros e terão que suar para passar à próxima fase.

Na tabela de classificação geral, que determina os mandos das próximas fases, o Palmeiras já tem a vantagem garantida nas eventuais semifinais e com apenas mais uma vitória nos próximos três jogos garante também a vantagem nas possíveis finais. O time está cada vez mais redondo, entrosado, querendo dar liga, ao passo que vemos nossos adversários bem atrás nessa caminhada – talvez o SCCP tenha ainda alguma vantagem neste aspecto, mas sofre com a queda no nível técnico de seu elenco em relação ao ano passado.

Tudo isso é refletido na tabela de classificação geral do campeonato e converge para uma conquista alviverde, mantidas as CNTP. Claro, jamais podemos desprezar as contingências de um mata-mata: mesmo no mais honesto deles, os times menos dotados têm plenas condições de sobrepujar um favorito. Imaginem no Paulistão.

No Campeonato Paulista, um árbitro que erra contra o SCCP chora no vestiário, pois sabe que a carreira está seriamente prejudicada. A TV aberta oficial torce abertamente: financia bandeirão, faz mosaico virtual e seus narradores  e repórteres parecem fazer parte da equipe de um site de torcedor – algo como um Gambazzo deles. Que beleza!

Pacote completo

Delegado OlimMas não é “só” a arbitragem e a imprensa. Nos últimos dias, o prédio da Barra Funda partiu para a ofensiva, diante da iminente conquista do Palmeiras. Sem o menor compromisso com a disputa esportiva, tentam reequilibrar o campeonato com manobras vergonhosas.

A comédia em que se transformou a marcação dos jogos das quartas-de-finais, quando tentaram nos afastar do Allianz Parque ao mesmo tempo em que o SCCP era beneficiado com dois jogos na capital paulista foi o primeiro bombardeio.

Em seguida, apareceu o TJD-SP, que tirou da manga denúncias convenientemente guardadas contra Jaílson, Felipe Melo e Dudu por fatos ocorridos no Derby, há três semanas. Os três serão julgados hoje por terem ousado reclamar do escandaloso favorecimento da arbitragem de Raphael Claus ao time de Itaquera e podem pegar de uma a seis partidas de suspensão.

O pior é a forma como essa ação foi orquestrada nos bastidores: o “delegado Olim”, que inexplicavelmente, mesmo sem ser um jurista, é o homem forte do TJD, fez as denúncias após conversa com Andrés Sanchez, por quem parece guardar certa subserviência – o áudio divulgado pela rádio Jovem Pan, quando o delegado ainda pretendia apenas chamá-los para “dar explicações”, é nauseante.

É contra tudo e todos, sim

Torcida do Palmeiras no Allianz ParquePerdoem pelo chavão um tanto quanto piegas, mas este Paulistão para o Palmeiras está sendo contra tudo e contra todos mesmo. Pagamos por nossa competência e por não ser o queridinho da maioria, o time do povão sofrido. Se não tiram o título na bola, vão fazer de tudo para fazê-lo por outros meios, sem o menor pudor.

Aos palmeirenses, resta torcer para que a excelência de nosso clube, que foi tão cobrada e que chegou com tantos custos, seja tão grande que se sobreponha até a esses desmandos. Que as patacoadas da imprensa sirvam de combustível para motivar ainda mais o grupo. Que nosso time, mesmo com os possíveis desfalques, tenha em seus substitutos jogadores de nível suficiente para manter o padrão de jogo que nos deu liderança tão destacada e que sigam vencendo os jogos mesmo com a arbitragem manipulando as partidas.

Que nossa torcida se una como nunca nas redes sociais e nas arquibancadas, e empurre nossos jogadores. Se a conquista vier, mesmo tratando-se de um campeonato menor, será comemorada como uma Libertadores. E mesmo antes de se conhecer o destino do trofeu, os patrocinadores do campeonato, da arbitragem e da TV oficial já podem muito bem ser educadamente questionados por nossa torcida, diante de tamanho amadorismo.

Serviço

Patrocinadores da arbitragem
Patrocinador do campeonato
Patrocinadores da TV detentora dos direitos de transmissão

Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.

Conheça mais clicando aqui: https://www.padrim.com.br/verdazzo

As quartas-de-finais do Paulistão: uma grande comédia de erros

A FPF, a RGT e a PM-SP estão protagonizando um verdadeiro pastelão ao tentar definir datas e horários para as quartas-de-finais do Paulistão, com a participação especial dos clubes, inclusive o Palmeiras. Já foram duas mudanças de local desde o anúncio original. Comentamos tudo isso no vídeo abaixo.

Inscrevam-se no nosso canal do YouTube: www.youtube.com/verdazzo1914

FPF exagera na maquiagem e esquece da qualidade enquanto tem lucros exorbitantes

Patch Quartas FPFO Verdão se classificou ontem para as semifinais do Paulistão depois de vencer novamente o Novorizontino, desta vez por 3 a 0, no Pacaembu. Apesar do excelente desempenho do time em campo, tivemos alguns destaques negativos protagonizados pela Federação Paulista de Futebol no Municipal.

Encantados com as transmissões da Champions League europeia, os cartolas da FPF encomendaram a seus marketeiros de estimação algumas ações similares para valorizar seu maior produto. Entre elas, a introdução de um Hino.

Sabe aquele coral que fala “The Chaaaampions” em vários idiomas, que causou grande sensação quando era uma novidade? Então… a FPF me apareceu com uma versão que diz “esse é meu time, essa é minha vida, esse é meu jogo, futeboooool”. E toca a todo o volume na entrada “triunfal” dos times em campo (outra imitação), e também na vinheta do SporTV, emissora que detém os direitos da transmissão.

Em vez da grandiosidade do hino da Champions, a versão da Barra Funda, que parece ter sido composta pelo cara que faz os jingles da RGT (Hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa…) só mostra o quanto o Campeonato Paulista é provinciano e mambembe. Quase varzeano.

Para piorar, inventaram agora de colar um patch de participação na camisa dos times que disputam a fase decisiva. O adereço é inadequadamente dourado, como os patchs dos campeões, e não fosco, com uma cor neutra, como fazem os grandões que eles querem imitar.

Na camisa do Novorizontino, o adesivo disputou espaço com um mar de patrocinadores do naipe do Guaraná Poty e do Armazém da Tia Zefa, com todo o respeito ao Novorizontino e a seus apoiadores. Na camisa do SPFC foi pior: teve que ser encaixado sobre o fígado dos jogadores para não ficar por cima da marca de arroz.

Dinheiro não falta

Essa disposição de fazer o Paulistão parecer maior do que é coaduna com a quantidade de dinheiro arrecadado pela FPF. A entidade abocanha 5% da renda bruta de todos os jogos, o que faz com que já tenha lucrado com bilheteria mais de R$ 1,5 milhão, limpos – mais do que 75% dos times da Série A do Brasileirão. Deste montante, mais de R$ 500 mil vieram das rendas dos jogos do Palmeiras, que é o time que mais arrecada.

Notem que essa taxa pode fazer até com que a renda líquida seja negativa em determinados jogos, prejudicando seus afiliados. A FPF não zela pela saúde financeira de seus clubes e não apresenta arbitragens em níveis ao menos aceitáveis. A atuação de Flávio Rodrigues de Souza, ontem, foi abaixo da crítica, mais uma vez, algo que vem sendo uma constante no campeonato. Essas falhas contrastam demais com a campanha de comunicação, o que só torna seu produto ainda mais patético.

Calada!

O Paulistão, enquanto tiver o time principal do Palmeiras, enquanto tiver os outros grandes paulistas e os clubes tradicionais do interior, sempre será Paulistão, no aumentativo; ganhá-lo continua sendo algo desejável – ao contrário do que já acontece no estadual do Paraná, onde Coritiba e Atlético já mandam a base a campo para poupar seus titulares para o restante da temporada.

Mas a FPF, antes de tentar valorizar seu produto com ações artificiais que mais lembram uma moça feia sem noção que carrega na maquiagem, deveria ao menos justificar esse enorme volume de dinheiro que arrecada investindo na qualidade do jogo. Antes que o fenômeno paranaense chegue por aqui.

Se depois disso sobrar algum dinheiro, não há mal nenhum em fazer campanhas de comunicação, de preferência adequadas ao tamanho do campeonato. Sabemos que gosto não se discute. Mas neste caso, vamos e venhamos, se lamenta, e muito.

Os 28 do Paulistão

Eduardo BaptistaEduardo Baptista tem uma dura decisão pela frente. Diante do inacreditável regulamento do Campeonato Paulista, em vigor desde 2015, apenas 28 jogadores podem ser inscritos na competição – 25 jogadores de linha e três goleiros. Assim, o Palmeiras, que conta com 32 atletas em seu elenco, terá que cortar quatro jogadores.

A medida da FPF visa coibir que os times grandes escalem jogadores da base nos jogos de menor apelo, para manter a competição atrativa para o público e para os anunciantes. Desta forma, clubes que planejam seus elencos para suportar o desgastante calendário imposto pela CBF, cuja competição menos importante é exatamente o estadual, acabam tendo que contornar climas desagradáveis entre o treinador e mais de 10% do elenco que precisa ser cortado – uma situação que desvaloriza atletas e mina a unidade do grupo.

A insistência da Federação em manter essa restrição faz com que um dos principais motivos esportivos dos estaduais continuarem existindo, fomentar a revelação de novos atletas para o cenário nacional, seja suprimido. O estadual seria uma ótima maneira dos times grandes darem cancha a novos e promissores atletas. Talvez Vitinho já estivesse num estágio mais avançado de desenvolvimento se tivesse sido inscrito entre os 28 do Paulistão do ano passado, só para dar um exemplo.

A FPF, em vez de tomar medidas para manter o interesse por sua competição de forma artificial, poderia desenvolver mecanismos para fortalecer os clubes do interior e assim torná-los mais fortes para a disputa do Paulistão, o que naturalmente aumentaria o interesse dos grandes pelos jogos. Jogar contra a Ferroviária em Araraquara era uma pedreira; hoje, perder pontos para esses times é uma vergonha. Os jogos da primeira fase são chatos e só os seis clássicos salvam as rodadas que precedem o mata-mata.

Enfim, discorrer sobre a incompetência e burrice da FPF é gastar vela boa com defunto ruim. Vamos ao que interessa: os cortes que Eduardo Baptista deverá promover para obedecer à estúpida regra.

Quem deve rodar

O atual elenco do Palmeiras é composto por 32 atletas. Logo, quatro cortes deverão ser feitos. A figura abaixo ilustra o mapa que nosso treinador tem em sua mesa:

Elenco Palmeiras 2017Daniel Fuzato, um dos melhores goleiros que nossa base produziu no século, certamente vai ter que esperar mais um pouco para ser inscrito no Paulistão, já que nossos outros três goleiros têm prioridade.

Rodrigo, que é a quarta opção para a volância, perdeu mais espaço ainda no elenco em relação ao ano passado pelo fato de Eduardo Baptista preferir jogar com apenas um volante de ofício, e não dois. Suas chances de ser inscrito são mínimas.

Arouca, que fez uma pequena cirurgia para remover um fragmento de cartilagem do tornozelo direito, está numa posição delicada. As semanas de recuperação que têm pela frente podem ser decisivas para que Eduardo Baptista o tire da lista, sobretudo porque nosso meio-campo é o setor mais concorrido. O camisa 5 chegou a jogar avançado, na linha de 4, no amistoso em Chapecó, mas mesmo nesta alternativa o moral do veterano volante não é dos mais elevados – nessa função, ele não estaria nem na formação reserva.

O quarto atleta a ser preterido tende a ser Rafael Marques. Embora tenha sido usado como “segundo centroavante” nos minutos em que esteve em campo contra a Ponte Preta, entrando em diagonal para tentar finalizações, sem ficar restrito à faixa externa do campo, o jogador parece também alguns passos atrás dos companheiros. Ontem, chegou a sinalizar resignação em caso de corte – uma atitude positiva em relação ao grupo e que deve ser valorizada.

Correm por fora

Outros jogadores ainda podem entrar nessa lista e salvar Rafael Marques ou Arouca. Antônio Carlos neste momento é o quinto zagueiro do grupo e sua posição é a mesma de Roger Carvalho no ano passado: salvo em caso de lesão prolongada de um dos titulares, tende a ser bem pouco usado. Outro que corre risco é Hyoran, que mesmo recém chegado ainda não conseguiu uma performance de destaque – a tendência é que seja inscrito, mas a posição não é das mais seguras.

A lista deve ser entregue na FPF até amanhã. Passado esse momento de turbulência, Eduardo voltará a focar totalmente nas alternativas para armar o time, inclusive pensando em formas de aproveitar os cortados do Paulistão nas outras competições. Afinal, se não fossem jogadores importantes, não estariam no grupo.