Gustavo Scarpa chega a 18 assistências na temporada

Gustavo Scarpa durante treinamento do Palmeiras na Academia de Futebol.
Cesar Greco

“Foi fantástico”, disse Abel sobre a atuação de Gustavo Scarpa

O meia Gustavo Scarpa novamente foi decisivo na vitória do Palmeiras sobre o Sport com suas assistências para gol, assim como vem acontecendo durante toda a temporada do Verdão.

Atleta que mais vezes entrou em campo pela equipe na temporada, com 48 jogos, Scarpa deu seu 18º passe para gol no duelo contra os pernambucanos. Colocado em campo no intervalo, o camisa 14 cobrou o escanteio que achou Luiz Adriano no meio da área para empatar a partida, aos 8 minutos do segundo tempo.

Contabilizando os sete gols anotados, o meia chega a 25 participações diretas em gols na temporada – disparado, o líder neste quesito entre os atletas do elenco.

“O Scarpa fez um jogo fantástico, foi fundamental para sermos mais agudos”, comentou Abel Ferreira sobre a partida do meia contra o Sport.

Para Abel, falta Scarpa aprimorar o jogo sem bola para ser “completo”

Gustavo Scarpa do Palmeiras em disputa com Mendoza do Ceará, durante partida válida pela décima nona rodada do Brasileirão, no Castelão.
Cesar Greco

Apesar dos impressionantes números, Gustavo Scarpa não tem o posto de titular no Palmeiras de Abel Ferreira, pelo menos no momento. Durante um período do Brasileirão, o meia era escalado entre os onze, ao lado de Raphael Veiga.

Entretanto, desde o retorno de Dudu que o meia vem sendo o “12º jogador”. Para o comandante, uma das principais diferenças entre Scarpa e Veiga é o jogo sem bola, no qual o camisa 23 entrega mais.

“Gosto de jogar com três tipos de médios: um 5, 8 e um 10. Temos dois “10”, o Veiga e o Scarpa. Só posso escolher três [no meio-campo]. Quando preciso de uma equipe mais aguda, precisamos de jogadores do banco que fazem isso. O Scarpa nos dá isso”, explicou.

Contratado em 2018, Gustavo Scarpa tem 166 partidas pelo Palmeiras e 30 gols anotados. Rei das assistências em 2021, o meia só perde para Dudu no retrospecto geral; enquanto o camisa 4+3 tem 80 em 326 jogos, Scarpa tem 35.

Raphael Veiga e Gustavo Scarpa acumulam números expressivos na temporada

Raphael Veiga do Palmeiras em disputa com Marlon do Ceará, durante partida válida pela décima nona rodada, do Brasileirão 2021, no Castelão.
Cesar Greco

Diferentes e complementares, Veiga é o artilheiro do time na temporada; Scarpa, por sua vez, lidera o ranking de assistências

O técnico Abel Ferreira já afirmou em diversas entrevistas que gosta de dois jogadores do mesmo nível em cada posição. Um exemplo sempre citado pelo comandante é a lateral-esquerda, que tem Jorge e Piquerez brigando por um lugar na equipe principal.

Outro setor do campo que pode ter uma disputa acirrada, principalmente pensando em uma vaga no jogo contra o Flamengo, que valerá o título da Libertadores, é o meio de campo, entre Raphael Veiga e Gustavo Scarpa.

Dois dos jogadores que mais vezes entraram em campo pelo Verdão nesta temporada (Scarpa 47 e Veiga 44), os meias chegaram a atuar por um período juntos. Desde o retorno de Dudu e sua afirmação na equipe titular, contudo, Abel vem optando por escalar Veiga e manter Scarpa como opção no banco.

Com 13 gols na temporada, o camisa 23 é o maior goleador da equipe. Depois de conviver com altos e baixos no Verdão, Raphael Veiga encontrou a consistência sob o comando de Abel e consolidou-se como um dos principais nomes da equipe, sendo eleito o melhor jogador da Copa do Brasil de 2020, conquistada pelo Palmeiras.

Gustavo Scarpa, por sua vez, lidera outro ranking: o das assistências. Ele é o principal assistente do Brasil na atual temporada, com 17 passes para gol (são seis pelo Paulistão, dois na Libertadores e nove no Brasileirão). Na vitória do Palmeiras sobre o Ceará na noite de ontem, por 2 a 1, foi do camisa 14 o passe para Deyverson marcar o segundo gol.

“Valorizar a atuação coletiva e a minha. Feliz pela assistência e pela vitória”, declarou Scarpa ao final do jogo.

Abel fala da diferença entre Raphael Veiga e Gustavo Scarpa

Além da diferença nas estatísticas de gols e assistências, Abel enxerga outro fator que faz com que Scarpa e Veiga se diferenciem em campo: o jogo sem a bola.

Gustavo Scarpa do Palmeiras em disputa com jogadores do Ceará, durante partida válida pela décima nona rodada do Brasileirão 2021, no Castelão.
Cesar Greco

Para o comandante, Raphael Veiga é um “atleta mais robusto, equilibrado, que ataca e defende bem”; enquanto Gustavo Scarpa é “um dos melhores com a bola no pé e os números provam isso, mas precisa aprimorar o [jogo] sem bola, ser agressivo, desarmar. Se juntar as duas coisas, ele será um atleta completo. Queremos ter dois jogadores completos por posição. Eles são dois ótimos jogadores”.

De acordo com o site de estatísticas Footstats, Veiga desarmou 22 bolas em 24 jogos; já Scarpa, no mesmo número de partidas, 17. No quesito interceptações, a diferença é maior, 12 contra 4, e em faltas cometidas, 32 contra 15.

Entretanto, apesar de terem as mesmas quantidades de partidas disputadas no Brasileirão, Veiga esteve em campo por 1.946 minutos e Scarpa por 1.551 minutos.

Caso Gustavo Scarpa: a derrota nos tribunais e os próximos passos

Na noite da última segunda-feira explodiu uma bomba que ninguém estava esperando: a juíza Dalva Macedo finalmente emitiu seu parecer a respeito do caso Gustavo Scarpa e surpreendentemente manteve o vínculo entre o jogador e o Fluminense.

O advogado Rafael Libertuci, especialista em direito desportivo e padrinho do Verdazzo, após estudar a decisão, redigiu um resumo de toda a situação, tentando, na medida do possível, resumir e traduzir o contexto do juridiquês para o português.

Apreciem!


POR RAFAEL LIBERTUCI

Todos foram pegos de surpresa na noite do dia 11.06.2018, quando a juíza do trabalho Dalva Macedo, titular da 70ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, julgou improcedente a ação movida pelo atleta profissional de futebol, Gustavo Scarpa, o qual tentava se desvincular do Fluminense Football Club (“Fluminense”).

Entenda o caso

No fim de 2017, o atleta Gustavo Scarpa requereu a rescisão indireta junto ao Fluminense, com pedido de tutela antecipada, alegando o atraso por 6 (seis) meses do pagamento do FGTS e por 3 (três) meses o pagamento do contrato de imagem, a fim de se ver livre do vínculo com o clube carioca e exercer sua profissão em outro clube.

A tutela antecipada, negada em um primeiro momento, foi deferida pelo Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região, oportunidade em que o Scarpa foi contratado para jogar na Sociedade Esportiva Palmeiras, porém, tal medida foi cassada após dois meses da nova contratação.

Por sua vez, em 11.06.2018, a Juíza do Trabalho julgou a ação trabalhista totalmente improcedente, bem como condenou o jogador no pagamento de custas processuais, no valor de R$ 22.583,20, e honorários de sucumbência em favor dos advogados do Fluminense Football Club, no valor de R$ 100.000,00.

Frise-se que o clube carioca quitou, após a propositura da ação, valores referentes ao FGTS, contribuição previdenciária e salários. Entretanto, o atleta não acusou os pagamentos a título de direito de imagem. Não se tem notícia, até o momento, da quitação desses valores.

O argumento utilizado por Dalva Macedo para afastar alegação de rescisão indireta foi fundamentado no princípio da imediatidade “segundo o qual o empregador, logo que tome conhecimento da prática de ato faltoso pelo empregado, deve providenciar a sua apuração e aplicação da penalidade, sob pena de, não o fazendo, ficar demonstrado o perdão tácito.”, situação esta que supostamente ocorreu no presente caso, uma vez que a “demora no ajuizamento da ação pelo empregado indica que a relação contratual ainda é tolerável, ficando demonstrado, de igual modo, o perdão tácito.”.

A magistrada entendeu, portanto, que o fato do atleta renovar o vínculo com o Fluminense, quando já havia valores atrasados, consistiu em perdão tácito, demonstrado que o atleta tolera o cenário dos atrasos.

Outro ponto destacado na sentença é no sentido de que o principal fundamento da ação trabalhista é a intenção do Scarpa deixar o Fluminense Football Club sem efetuar o pagamento da multa rescisória no valor de R$ 200.000.000,00, o que por certo caracterizaria no enriquecimento ilícito do atleta.

Quais são os próximos passos? E o Palmeiras nisso?

Contra essa decisão, o atleta poderá recorrer ao Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região, no Rio de Janeiro e requerer, ainda, liminar para atuar por outro clube.

É necessário destacar que o atleta atuou de forma legítima pelo Palmeiras, já que a Lei Pelé, por meio do artigo Art. 31 § 5º , autoriza que atleta com contrato especial de trabalho desportivo rescindido fica autorizado a transferir-se para outra entidade de prática desportiva, inclusive da mesma divisão, independentemente do número de partidas das quais tenha participado na competição, bem como a disputar a competição que estiver em andamento por ocasião da rescisão contratual. Uma vez que o atleta detinha autorização judicial, não há o que se falar em qualquer ilegalidade a respeito da sua atuação pelo clube paulista.

Considerando a improcedência da rescisão indireta, caberá ao atleta a decisão de retornar ao Fluminense, negociar sua liberação junto ao clube, ou recorrer ao Tribunal Regional do Trabalho visando a reforma da decisão de primeiro grau.

Nesse momento, cabe ao Palmeiras aguardar a resolução do imbróglio. Por ora, considerando que a sentença não transitou em julgado, não há o que se falar em pagamento da cláusula indenizatória, sobre a qual o atleta e o Palmeiras são solidários.

Aguardemos os próximos capítulos.

Força Gustavo!

Gustavo ScarpaA trajetória de Gustavo Scarpa no futebol começou no Desportivo Brasil, clube-empresa que tem seu projeto focado nas divisões de base, embora hoje dispute a Série A3 do Paulistão. Natural de Hortolândia, cidade que fica ao lado de Campinas, Gustavo não teve dificuldades em tentar a sorte em Porto Feliz, sede do DB.

Em 2012, aos 18 anos, chegou ao Fluminense, onde foi lapidado nos campos de Xerém por dois anos. Estreou no time profissional em 2014, aos 20 anos. Em 2015, foi emprestado ao Red Bull; jogou contra o Palmeiras na estreia de Dudu, num amistoso disputado em janeiro (3 a 2) e entrou no lugar de Lulinha na partida válida pelo Paulistão (0 a 2).

Mas foi no segundo semestre, já de volta ao Fluminense, que protagonizou um lance e realmente decisivo: na disputa por pênaltis, o então camisa 40 escorregou na hora de bater e Fernando Prass espalmou a bola batida à meia altura no canto esquerdo – o Verdão se classificaria para a final contra o Santos ao final da série.

Apesar do erro decisivo, Gustavo Scarpa cresceu demais no time das Laranjeiras; nem seria necessário estar num elenco medíocre como o do Fluminense, dado seu gigantesco talento, para se destacar. Merecidamente, virou xodó e mais tarde, ídolo da torcida. Aos 22 anos, encerrou 2016 como uma realidade no cenário nacional, o que lhe rendeu até uma convocação para a seleção brasileira.

Em 2017, como líder técnico de um time extremamente sofrível, foi crucificado pela própria torcida como se fosse o único responsável pelos maus resultados, ao mesmo tempo que passou a enfrentar a falta de pagamento de salários e direitos de imagem. Ingatidão e falta de respeito – a combinação o fez optar por deixar o clube.

Um passo à frente na carreira

Gustavo ScarpaGustavo sempre deixou claro sua consideração pelas cores e pela instituição que fez parte de seu desenvolvimento técnico, mas precisou resguardar seus interesses fundamentais ao sentir que estava sendo desrespeitado profissionalmente. E precisou optar pelo litígio para seguir em frente, acertando com o Palmeiras, onde passou a fazer parte de um elenco muito mais qualificado, competindo saudavelmente por um lugar no time titular – algo que antes conseguia sem problemas até se faltasse aos treinos na zona sul do Rio.

Naturalmente, Gustavo vinha se entrosando no Verdão e adquirindo ritmo de jogo. Sua última partida, a primeira como titular, foi espetacular, marcando dois golaços em Itu e convencendo a boa parte da torcida que já tinha lugar entre os onze que saem jogando. Foi quando veio o contra-ataque covarde do Fluminense.

A coordenação dos movimentos que culminaram na anulação do vínculo com o Palmeiras foi assustadora: entre a queda da liminar até a publicação do BID passaram-se pouco mais de 24 horas, numa ação controversa em que a CBF não teria inequivocamente o poder de tomar a decisão de romper o vínculo. Em meio a tudo isso, nota-se que o diretor jurídico da entidade, Carlos Eugênio Lopes, é também conselheiro nato do Fluminense – o que pode explicar bastante.

Impedido de trabalhar pelo Palmeiras, Gustavo Scarpa hoje precisa recorrer de forma pessoal à Justiça para reverter a situação. O Fluminense joga com o tempo, sabendo que tanto o atleta quanto o Palmeiras sofrem um prejuízo irreparável a cada dia em que a situação perdura. Consciente de que não existe o menor clima para que o aleta seja reintegrado a seu elenco, o clube carioca, em apuros econômicos, apenas espera por uma proposta financeira para desistir do caso. Pequeno. Mesquinho. Desprezível.

O troco virá

Instagram - Gustavo Scarpa
Instagram – Gustavo Scarpa

Gustavo Scarpa não estava sendo pago e tentou resolver amigavelmente. Entretanto, a exemplo do que aconteceu com Henrique Scolari e Diego Cavalieri, não se sentiu respeitado nas tratativas por seu ex-clube, o mesmo que agora se vê no direito de atrapalhar o seguimento de sua carreira e que o faz da forma mais covarde, impedindo-o de treinar com os novos companheiros através de uma ação coordenada que sugere casuísmo por parte da diretoria da CBF.

Formalmente, o Palmeiras nada pode fazer neste momento, até porque prejudicaria a argumentação jurídica futura. Mas que Gustavo se sinta abraçado por toda a coletividade palmeirense, que espera ansiosa por sua volta, está atenta a seu esforço para se manter focado, trabalhando a parte física durante esta inaceitável interrupção.

Força Gustavo! Nós também curtimos a eliminação deles na Copa do Brasil e o troco, com juros, você nos ajudará a dar na bola, no Brasileirão que se aproxima.


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O decadente Fluminense derruba a liminar de Gustavo Scarpa

Gustavo ScarpaA Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro derrubou a liminar que rompia o vínculo entre Gustavo Scarpa e o Fluminense. Foi com base num mandado de segurança, concedido por um desembargador em janeiro por atrasos salariais, de direito de imagem, férias e 13º entre 2016 e 2017, que o jogador se viu livre para acertar com o Palmeiras.

Com a decisão, no entanto, o jogador não deverá ter seu vínculo com o Palmeiras afetado. A derrota é do atleta, que eventualmente, em caso de revés definitivo no Tribunal Superior do Trabalho, a quem deve recorrer, terá que indenizar seu ex-clube.

O Palmeiras não corre risco algum a não ser o de ser caracterizado como devedor solidário – mas aí existe outro acerto, entre o Palmeiras e o atleta, que se responsabilizou em contrato por todas as eventuais consequências da forma como rompeu com seu ex-clube.

Gustavo Scarpa não alterou sua rotina atual de treinamentos na Academia de Futebol – na tarde desta quinta-feira, ele participou das atividades normalmente.

“Receitas Jurídicas”

Álvaro BarcellosO Fluminense, que foi o causador de toda a situação ao não pagar seus atletas nos prazos devidos, agora tenta atrapalhar a vida de quem trabalha sério – e o faz, ironicamente, apenas em busca de dinheiro. No balanço do clube, deve haver um item de receita exclusivo entre os clubes da Série A: “Receitas Jurídicas”. É um clube anacrônico e decadente, um retrato exato do que se transformou o futebol carioca.

O número de Séries B devidas e não pagas pelo clube com auxílio da mais fina tapeçaria já é tão grande que confunde. E mesmo com essas ajudinhas, algumas delas hipocritamente comemoradas com champanhe, até pela Série C andou.

É assim, tapando buracos aqui e ali, vendendo o almoço para pagar o jantar e se salvando de rebaixamentos por métodos duvidosos ano após ano, que o clube caminha a passos largos para ser um ex-grande do futebol brasileiro. Os tribunais podem adiar, mas o destino do Fluminense é virar um América, mais cedo ou mais tarde.


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