Por que o Palmeiras fez bem em contratar Gustavo Scarpa

Gustavo Scarpa
Mailson Santana/Fluminense

A notícia da contratação de Gustavo Scarpa pegou quase todos de surpresa na manhã desta segunda-feira. O assunto havia sido tirado da pauta palmeirense há quase um mês, quando a diretoria decidiu encerrar a negociação com o Fluminense, detentor dos direitos econômicos do atleta.

Através de um mandado de segurança, os advogados de Gustavo Scarpa conseguiram romper o vínculo com o clube carioca e isso mudou completamente a situação. Sem precisar pagar mais nada ao Fluminense, bastou ao Palmeiras oferecer um bom contrato ao jogador.

As condições financeira, de estrutura e esportiva ajudaram o Palmeiras a ser clube o escolhido pelo jogador, que também era disputado por SPFC, SCCP e Atlético-MG. Três anos depois de Dudu, Alexandre Mattos aplica mais um chapelaço no mercado.

No dia 21, o Verdazzo publicou um post dizendo por que desistir de Scarpa foi a escolha certa para o Palmeiras. Diante das novas circunstâncias, fazer o oposto passou a ser um tiro certeiro.

Por que mudou?

Gustavo Scarpa é um dos melhores atletas de criação no meio-campo do país. O valor de sua transferência era muito alto e o Palmeiras não precisava entrar em leilão para fortalecer um setor em que já tínhamos peças suficientes para desempenhar um bom papel na temporada. Vê-lo em um rival seria um problema que teríamos que resolver dentro de campo. Agora, o problema é deles.

Com a queda do vínculo com o Fluminense, basta ao Palmeiras, que nesse meio-tempo já se desfez de Raphael Veiga, decidir se ainda vai precisar abrir mais uma vaga no elenco. Hyoran e Allione são os mais cotados para saírem por empréstimo, se a diretoria e a comissão técnica assim avaliarem, mas ainda há a chance de todos permanecerem.

Mais um símbolo

DuduDudu chegou há três anos e simbolizou a virada para uma nova fase do Palmeiras, uma reconstrução que durou três anos e que já rendeu ao clube dois troféus nacionais.

A contratação de Gustavo Scarpa, que estabeleceu vínculo de cinco anos com o Palmeiras, é um símbolo da consolidação do Verdão como a maior potência do país; a primeira escolha de todos os jogadores e o último degrau no Brasil para quem deseja fazer carreira no exterior.

Dudu, nesses três anos, criou um vínculo tão profundo com o Palmeiras que hoje recusa propostas financeiramente mais vantajosas. O capitão já entendeu o significado de ser um ídolo do Palmeiras e só vai sair numa situação excepcional, que envolva mais que apenas dinheiro.

Esperamos que Gustavo Scarpa, Lucas Lima e todos os destaques do elenco sejam também cativados pelo projeto do clube, que criem esse vínculo com nossas cores e que sejam os pilares para o estabelecimento de uma identidade em nosso futebol; e que o Palmeiras monte um esquadrão que dure muitos anos na vanguarda do futebol brasileiro e sul-americano.

SEJA BEM-VINDO, GUSTAVO SCARPA!

Por que o Palmeiras fez bem em desistir de Gustavo Scarpa

Gustavo ScarpaA novela Gustavo Scarpa, ao que parece, chegou ao fim – pelo menos para o torcedor palmeirense. O Fluminense, clube com quem o atleta tem vínculo, está com problemas de caixa e queria usá-lo como moeda para troca por mais atletas a fim de popular seu elenco, predominantemente formado por jovens da base. Provavelmente não será com ex-palmeirenses.

Gustavo Scarpa é um atleta muito acima da média, um dos melhores em atividade no país. Mas atua numa posição em que o Palmeiras está muito bem servido, tanto em jogadores já estabelecidos quanto em talentos a serem desenvolvidos: Lucas Lima, Guerra, Moisés, Raphael Veiga, Hyoran e Allione. Sua vinda seria ótima, mas pelo menos um desses atletas precisaria ser envolvido na permuta.

Para que essas trocas aconteçam, os atletas precisam topar. E hoje ninguém quer sair do Palmeiras para jogar no Fluminense, sob qualquer análise: chance de títulos, estrutura de trabalho, salários, cidade, visibilidade no mercado. A única razão que pode fazer um atleta sair do Palmeiras para o Fluminense, hoje, é a absoluta falta de perspectiva de jogar. Por isso, o time carioca preparou uma lista com jogadores que poderiam estar nessa situação – Roger Guedes, Fabiano, Hyoran e Matheus Sales estavam bastante cotados.

Na prática: o Fluminense pediu jogadores que não ficariam nem no banco aqui para serem seus titulares. E Roger Guedes preferiu ficar mesmo sabendo que, aqui, só vai carregar cones – acabou sendo o ponto onde a negociação travou. Ele pode ter sido pouco inteligente, mas tem o direito disso; jamais poderia ter sido xingado nas redes sociais, como acabou acontecendo.

Quando pular fora é a melhor escolha

Sem conseguir formatar uma combinação de jogadores que satisfizesse aos dois treinadores, o Palmeiras abortou a negociação. Visto como uma oportunidade de mercado, o negócio com Gustavo Scarpa era uma chance do Palmeiras enxugar o elenco. Não interessa ao clube envolver dinheiro na negociação numa posição em que está bem servido. O clube fez bem em pular fora.

O jogador é pretendido por SCCP e SPFC. Parte da torcida já surta com essa possibilidade, insuflada por notícias e “análises” da imprensa de que o bolso do Palmeiras seria infinito. Não admitem que o Palmeiras “perca” um jogador para um rival direto por economia. Ameaçam até cancelar o Avanti.

A tática de contratar jogadores que interessam aos concorrentes diretos pode e deve ser usada, mas com parcimônia. É preciso que haja um mínimo de sentido na contratação – como aconteceu com Dudu. Nosso plantel nesse setor, como já foi visto, é muito forte e não podemos, como uma madame deslumbrada que tem 350 pares de sapato no armário, ter todos os bons jogadores do mercado, sob o risco de problemas de motivação ou até coisa pior. Se for para que o rapaz acabe vestindo preto e branco ou furta-cor, que seja. Vamos para o campo e resolvemos lá.

(mas, numa dessas, pode acontecer uma reviravolta e o Palmeiras convence um bom pacote de jogadores a ir para o Rio. Sem novela, fingindo-se de morto, fica mais fácil…)


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Roger Guedes trava o negócio com Gustavo Scarpa

Roger GuedesAs tratativas para terem Gustavo Scarpa estavam avançadas. Entre Palmeiras, Fluminense e o atleta, tudo certo. Mas Roger Guedes, um dos contrapesos oferecidos pelo Verdão na negociação, se recusou a ir para o Rio de Janeiro e os clubes agora precisam encontrar outra fórmula para equacionar a transação – a não ser que o atacante volte atrás na decisão.

Roger Guedes é um jogador com números positivos: marcou 12 gols em 83 jogos com a camisa do clube e também é bastante afeito a assistências. Muito considerado por Cuca, notabilizou-se por comemorar os gols antes da bola entrar, antevendo as conclusões. Mas terminou o ano em baixa, sendo até afastado do grupo por um período sob a justificativa de “entrar em forma”. Em novembro.

Seu empresário declarou durante esse período que o atleta só sairá do clube se for para o exterior. No entanto, temperamental e não exatamente o jogador mais benquisto do grupo, foi separado como moeda de barganha para esta janela de fim de ano. Diante desta nova situação, ainda é possível que seu staff mude de ideia.

O recuo parece ser a saída mais inteligente. É muito melhor para um jogador que tem a ideia tão fixa em ser negociado com o exterior ser titular no Fluminense do que ficar fora até do banco no Palmeiras, mesmo com a enorme diferença entre os dois clubes. Além do mais, permanecer no Palmeiras com a pecha de ser o responsável de ter travado uma negociação tão interessante para o clube tende a fazer de seu dia-a-dia algo bastante desagradável. Até o roupeiro vai olhar torto.