O Palmeiras, a análise seletiva da imprensa e a luta contra o amadorismo

Há pouco mais de quatro anos, o Palmeiras estava numa situação desesperadora. Rebaixados para a segunda divisão com algumas rodadas de antecedência, víamos nosso então presidente desfilar de sunga pelas areias do Leblon pouco antes de embarcar para a Argentina, onde, em seu último ato no cargo, contrataria Riquelme para reforçar o time que disputaria a Série B – deixou tudo apalavrado.

Paulo Nobre assumiu a presidência em janeiro e rapidamente desfez o negócio. Depois de analisar a situação financeira, só não conseguiu desfazer a contratação de Fernando Prass porque já estava tudo assinado – R$300 mil por mês para um goleiro era um valor fora da realidade para o Palmeiras daquela época.

A contratação de Prass foi apenas mais um exemplo que no futebol, às vezes, fazer tudo errado pode dar certo. Com receitas futuras adiantadas e já comprometidas; o precipício financeiro tinha data para chegar: em abril de 2013 o Palmeiras não teria dinheiro para pagar sequer a conta da luz. A imprensa criticava, com razão, o amadorismo e a desorganização de nossa diretoria.

Reconstrução

Allianz ParqueA nova equipe então bolou um plano de reconstrução financeira emergencial, apoiado no poder econômico pessoal de Paulo Nobre. Era isso ou fechar as portas e refundar o clube com um novo nome e nova razão social – frase literal proferida numa das reuniões de diretoria naquele período. O novo clube teria que disputar a Série B1 do Paulista e tentar a classificação para a Série D do Brasileiro, para subir ano a ano até voltar à Série A.

O plano para oxigenar as finanças foi colocado em prática funcionou, mas não impediu que o clube, ainda semiamador na gestão do futebol, levasse mais um enorme susto no final de 2014. Desta vez, o acaso nos ajudou e a tragédia não se consumou. Com o fôlego renovado, o clube partiu então para uma nova fase: o Allianz Parque surgiu, o Avanti decolou; e logo depois surgiu o forte patrocínio da Crefisa. Foram sucessivos incrementos no orçamento que possibilitaram ao Palmeiras profissionalizar de vez o departamento de futebol e estamos desfrutando do resultado desde então. Desde 2015, o Palmeiras vem montando times mais fortes ano a ano.

Histórico

O futebol brasileiro já viu o predomínio de vários clubes nas últimas décadas. E desde que o futebol se profissionalizou, em 1933, inevitavelmente, o sucesso esportivo caminha lado a lado com o sucesso financeiro – um é consequência do outro, num círculo virtuoso, até que algum dirigente amador chega e mata a galinha dos ovos de ouro.

A partir da década de 90 o futebol mundial deu um salto de qualidade e deixou de ser apenas esporte. Bilhões de dólares foram despejados nos cofres dos times ao redor do planeta, resultado de uma convergência de fatores econômicos cuja locomotiva foi a televisão. Mais do que nunca, o dinheiro passou a ser o diferencial entre um time protagonista e um figurante.

O Palmeiras já esteve na situação de ser o clube dominante entre 1993 e 2000, durante a cogestão da Parmalat. Outros times tiveram seus momentos de predominância, e todos colheram os resultados financeiros do sucesso em campo, reinvestindo e estendendo seus domínios. O dinheiro e as taças andam lado a lado. Um bom orçamento não garante todas as conquistas, mas se um sistema vencedor for mantido e aprimorado, as conquistas continuarão vindo, inevitavelmente.

Os clubes e suas galinhas

Kia JoorabchianTodas as grandes camisas do futebol brasileiro tiveram suas galinhas dos ovos de ouro. O Botafogo, e até o Bangu, foram sustentados por cartolas envolvidos com jogo do bicho. O Flamengo, por anos, teve o aporte da Petrobrás, além de desfrutar de uma fatia imensamente superior à do resto dos clubes vinda dos direitos de televisão. Depois de tentar sem sucesso roubar o estádio dos outros, o SPFC construiu o Morumbi com recursos de origem duvidosa e por décadas teve a receita do aluguel do estádio, para shows e para todos os clássicos, e até para jogos dos rivais contra clubes menores.

O Santos, por anos, foi sustentado com o dinheiro do dono de uma rede de faculdades local, que se tornou presidente do clube. O Galo surfa no dinheiro de um torcedor-banqueiro, que financiou a montagem de um time que chegou à conquista da Libertadores. O Fluminense, por muitos anos, foi uma espécie de Unimed FC.

O Cruzeiro só se consolidou como time de expressão nacional depois que a família Perrella o controlou, durante anos; seu patriarca tem braços em várias atividades – de origem na pecuária, foi presidente da FIEMG, faz transportes por helicóptero e é senador. O Grêmio (que junto com o Inter recebe aquela mesadinha esperta de um banco estatal gaúcho) e, mais uma vez, o Flamengo, foram pontas de operação de uma empresa suspeita, a ISL, parceira comercial da FIFA.

O SCCP é um caso à parte, já fez de tudo: teve presidente que misturava o dinheiro do bolso com o do clube (Vicente Matheus); já teve patrocínio de torcedor (Kalunga); já ganhou (e ganha) muito mais dinheiro do que os outros times da TV, já teve grana de empresas suspeitas, por mais de uma vez (Banco Excel, HMTF, MSI).

E quase todo mundo tira uma casquinha da Caixa Econômica Federal.

Análise seletiva

Mauro Cezar
Reprodução

A mesma imprensa que criticava o Palmeiras a desorganização quatro anos atrás, agora critica pelo sucesso. Não há registros da imprensa falando em doping financeiro, em mecenato, ou em qualquer outro termo depreciativo aplicado a nenhum dos times mencionados no histórico acima. Mas todos se lembram do “esquema Parmalat”, expressão carregada de veneno cunhada pela imprensa, inconformada com o predomínio do Palmeiras quando teve a multinacional italiana como parceira.

O Palmeiras tem novamente o elenco mais encorpado do futebol brasileiro e é o principal favorito para vencer os campeonatos que disputa. E nunca se relacionou tanto quanto agora os domínios que cada time já exerceu no futebol com o dinheiro que o clube angariou para se chegar a esse domínio. Nunca se ouviu tanto a ponderação “…diante do volume de recursos investido” para se comentar o desempenho de um clube em campo, quanto nos dias de hoje. Antes, time campeão era time campeão. Falava-se sobre os jogadores, sobre o técnico, sobre o jogo. Dinheiro era só um detalhe.

A imprensa esportiva no Brasil, em regra geral, é incapaz de analisar um jogo de futebol. Agora metem-se a ponderar o jogo com análise financeira, com altas pitadas de clubismo. O resultado são essas baboseiras despejadas nos sofás e mesas dos intermináveis programas de debate. Não importa o quanto os outros clubes que dominaram o futebol brasileiro nas últimas décadas tiveram de auxílio financeiro, legítimo ou não: a análise é seletiva; só o domínio do Palmeiras é ponderado e muitas vezes depreciado pelo poderio econômico, como se fosse imoral ser bem-sucedido financeiramente.

O Palmeiras contra o amadorismo

Mustafá Contursi
Keiny Andrade/Folhapress

Futebol se tornou profissional em 1933. Desde então, o dinheiro anda junto do sucesso esportivo. Quando o Palmeiras não esteve atolado na incompetência de seus dirigentes, algo que só passou a acontecer desde que Mustafá Contursi construiu sua ascensão política em meados da década de 70, teve sucesso nas duas frentes.

O Palmeiras tem que se preocupar em não deixar que o anacronismo prevaleça e destrua tudo o que foi construído nos últimos anos. Todos os clubes brasileiros tiveram chances de estabelecer um domínio longo, mas fracassaram exatamente pelo amadorismo das instituições, incapazes de se proteger da vaidade de sócios influentes e de interesses pessoais. Se o Palmeiras aproveitar a chance e solidificar o sistema, estabelecerá um domínio por longos anos e, por cansaço, calará a imprensa, que se renderá quanto às críticas ao modelo financeiro e passará a cobrar seus clubes favoritos para que façam o mesmo.

Enquanto isso não acontece, teremos mais alguns anos de mecenato pra cá, Crefisa pra lá, e silêncio quanto a sócio torcedor e bilheteria. Um dia o palmeirense vai se acostumar com esse tratamento da imprensa – ou então vai apoiar mais a mídia alternativa palmeirense. O Verdazzo segue fazendo seu trabalho diariamente.

Está nas mãos da atual diretoria manter o atual poderio, apoiado no profissionalismo, sem deixar que pressões políticas ponham tudo a perder. As receitas estão equilibradas, o fluxo está sob controle, e há profissionais cuidando para que tudo se mantenha. Não haverá desculpas se este sistema ruir.


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Jornalismo-fofoca acirra tensão entre público e imprensa

No final da atividade de ontem, na Academia de Futebol, atletas e a comissão técnica disputaram o famoso rachão. Como todos sabem, é quando todos se soltam, se divertem e o profissionalismo fica um tanto de lado, e muitas vezes é quando acontecem as maiores discussões – exatamente como nas peladas que eu e você disputamos, por diversão.

Houve um desentendimento, já quando se dirigiam ao vestiário. Numa das imagens, aparece Felipe Melo, aparentemente de um lado do entrevero – ou não, depende de como se quer ver o registro – imagens frisadas dificilmente revelam a verdade nessas situações. Foi o suficiente para que as primeiras manchetes estampassem que “Felipe Melo e Osmar Feitosa discutiram de forma áspera”.

Discussão no rachão do Palmeiras alimenta o jornalismo-fofoca
BRUNO ULIVIERI/RAW IMAGE/GAZETA PRESS

Como se pode ver em vídeo capturado pela equipe do Esporte Interativo, a discussão foi entre Cuca e Omar Feitosa. Não se sabe o que houve antes, pode até ser que o Felipe Melo tenha mesmo batido boca com alguém. O fato é que o treinador gesticula, irritado, e depois chama o preparador físico para que o acompanhe para a parte interna. Fim da história.

Quem fez as matérias sabe que o ocorrido não foi nada sério. Mas faz parte da atividade do jornalista registrar os fatos. O material chega às redações, onde sempre existe alguém que faz a maquiagem antes da publicação, para render mais audiência e cliques.
– Apareceu o Felipe Melo numa das fotos? Valoriza!

Efeito colateral

Essa é a regra vigente. O jornalismo-fofoca é um efeito colateral da expansão das TVs a cabo e da internet, fruto da enorme competição entre os próprios veículos. Na televisão, os caras ficam naqueles sofás e mesas o dia inteiro, e precisam de assunto. Na internet, os números são frios e a cobrança pelo número de cliques é bruta.

Nossa torcida (e a dos outros times também) enche o saco dos jornalistas que dão as caras nas redes sociais, mas muitas vezes a culpa é de quem fica escondidinho nas redações. Sabemos que existem os repórteres maldosos, useiros e vezeiros em fomentar as confusões e plantar crises; mas não podemos colocá-los no mesmo balaio dos que estão lá honestamente fazendo seus trabalhos e relatando o ocorrido. Queiram ou não, teve uma tretinha, e isso tem que ser noticiado – desde que com as tintas corretas.

Cobrança deve ser interna

A informação sensacionalizada virou regra. Está cabendo ao público identificar os exageros dos profissionais que transformam copos d’água em tempestades. Temos que acessar o noticiário com o filtro ligado o tempo todo e isso cansa.

Isso sem mencionar o pessoal que usa a camisa do clube por baixo do uniforme da emissora. Conhecemos vários comentaristas que, se a mesma cena acontecesse no treino de outros clubes, diriam entre risos que é apenas a gana do elenco, que é tão grande que eles não admitem nem perder rachão.

Isso só reforça a tese defendida pelo Verdazzo há tempos: a relação entre imprensa e público só vai melhorar quando os próprios jornalistas se policiarem, quando os próprios repórteres cobrarem internamente o pessoal da maquiagem, a turma que aumenta, mas não inventa, e os clubistas disfarçados. Esses são os caras que, no final das contas, causam toda a revolta no público e jogam seus colegas no fogo.

Vamos melhorar?


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Eduardo Baptista zerou o saldo com a torcida ao conceder coletiva épica

Eduardo Baptista concedeu uma entrevista coletiva pós-jogo tão épica quanto tudo o que aconteceu no gramado do estádio Campeón Del Siglo. Bastou uma pergunta, sobre a condição de jogo de Willian Bigode, que marcou dois gols na partida, para desencadear uma reação que já começou irritada e cujo tom só foi subindo à medida que as palavras pulavam de sua boca como balas de uma metralhadora. Eduardo estava muito puto.

O responsável por isso foi Juca Kfouri, que nesta matéria em seu blog no UOL acusou o treinador de ser “maleável” e de ceder a pressões de Alexandre Mattos para escalar Roger Guedes no lugar de Willian na partida de sábado passado. Atribuiu a informação a fontes que não querem ser reveladas.

É muito fácil ser jornalista. Basta invocar o direito garantido por lei de preservar a fonte e escrever absolutamente o que quiser. No caso, o articulista descreveu nosso treinador como uma pessoa manipulável e sem pulso, justamente num momento em que vinha sendo fortemente cobrado pela eliminação no Paulistão.

Eduardo reagiu. Veja o vídeo abaixo, publicado na página “Mídia Palmeirense”do Facebook.

Zerado

A virada histórica em campo, seguida desta declaração épica, praticamente zerou o saldo de Eduardo Baptista com a torcida e o treinador ganhou bastante fôlego para remontar o time para a conclusão da fase de grupos da Libertadores e para os inícios do Brasileiro e da Copa do Brasil.

Dentro de campo, ele continua tentando achar saídas para a crise tática do time. No primeiro tempo, tentou aprimorar o esquema ensaiado no sábado contra a Ponte, e foi um retumbante fracasso. No segundo tempo, na base da tentativa e erro, parece ter encontrado um encaixe interessantíssimo com Michel Bastos na lateral esquerda; Tchê Tchê inspirado é sempre uma ajuda indispensável, e Willian Bigode quando joga como segundo centroavante ao lado de Borja é letal. Pode ser um caminho a ser seguido – resta saber o que fará com Dudu.

Fora de campo, uma das maiores queixas da parte da torcida que se mostrava mais insatisfeita com o treinador era a de sua suposta apatia e frouxidão. Talvez animado por esse falatório é que o blogueiro do UOL decidiu acreditar em suas desinteressadas fontes e soltou o veneno. Pois levou uma invertida que ninguém esperava.

Ao mesmo tempo, o episódio serviu também para unir ainda mais o grupo em torno dos objetivos do ano. As pequenas e corriqueiras desavenças que aconteceram durante esta trajetória, se já não estavam perfeitamente contornadas, agora estão. Nada como uma treta!

Não se pode confiar na imprensa

Nossa torcida precisa aprender de uma vez por todas a não confiar na imprensa quando as fontes são ocultas – normalmente “um diretor”, “um conselheiro” ou “pessoas próximas” a alguém. A prerrogativa de proteger a fonte é usada de forma torpe por jornalistas esportivos que têm por único objetivo praticar o clubismo. Uma falsa imagem de nosso treinador foi cuidadosa e gradativamente pintada por esses péssimos profissionais; nossa torcida, ingênua, comprou, e se surpreendeu ao conhecer o verdadeiro Eduardo.

Não alimentem boatos maldosos plantados por esses caras. Não proliferem textos, áudios e vídeos sacanas desses maus profissionais. Quando eles aparecerem em suas telas, desliguem a TV. Não visitem mais seus sites ou blogs. Prefiram prestigiar a mídia palmeirense, assumidamente parcial: sempre ao lado do Palmeiras.

(Abrem-se parênteses aqui para sustentar o respeito aos setoristas, que defendem seus salários no dia-a-dia da Academia de Futebol e nem que quisessem poderiam ser sacanas com o Palmeiras: afinal, eles estão lá todo dia e numa dessas podem se vir sozinhos com o Felipe Melo numa alameda qualquer, e aí experimentariam a responsabilidade de nosso camisa 30.)

Parabéns professor Eduardo. Estamos a seu lado. Até os cornetas que querem o bem do Palmeiras estão – ou passaram a estar.

Já aqueles cornetinhas que só querem ter razão e que casaram com suas próprias opiniões, que sentem ao lado do jornalista que não revela suas fontes no bonde que vai para o quinto círculo do inferno.


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Inconformada com predomínio do Palmeiras, imprensa tenta partir para o bullying

O Palmeiras concretizou a compra do zagueiro Luan, do Vasco. Pagará ao time carioca cerca de R$ 10 milhões, em cinco parcelas. A negociação confirma o processo de renovação por que deve passar nosso setor de zaga nos próximos anos – Luan chega para compor o elenco em 2017 e assumir a titularidade em breve.

O valor a ser pago pelo atleta foi uma pechincha. O Palmeiras fez valer seu poderio financeiro e impôs ao Vasco uma transação que, diante do nível do atleta, quase chega a ser humilhante.

Os dois clubes fizeram, até agora, sete jogos como mandantes nesta temporada. O Vasco arrecadou cerca de R$ 1,3 milhão, ao passo que R$ 11,8 milhões entraram nos cofres do Palmeiras. A diferença é maior que o valor acertado entre os clubes. Frise-se: em apenas 3 meses.

O modelo que vem sendo praticado o Palmeiras alcançou o ciclo virtuoso: um time forte jogando num estádio bem localizado e moderno, com um bom plano de sócio torcedor, atrai multidões mesmo com o preço do ingresso acima do praticado no mercado. O clube alcança rendas altíssimas que lhe proporcionam condições para ter um time mais forte ainda.

Depois de apanhar muito e sofrer por anos nas mãos dos rivais, o Palmeiras se organizou. Deixou para trás velhos costumes para se profissionalizar. O processo de modernização ainda não está completo, mas hoje é seguro afirmar que o Palmeiras tem todas as condições de montar times para dominar o futebol brasileiro e sul-americano nos próximos anos – sem esquecer que os títulos precisam ser ganhos sempre dentro do campo. Se a política interna não atrapalhar, o cenário é bem provável.

Pirraça

A mídia esportiva tem tido um comportamento pirracento com o poderio recém-desenvolvido pelo Palmeiras. De nariz torcido, fala em mecenato. Critica a Crefisa, patrocinadora que vem tendo uma exposição que jamais sonharia nem com campanhas publicitárias no Jornal Nacional, pelo que considera um exagero no volume investido. Dizem achar ruim um possível desequilíbrio que esse poder econômico tende a gerar.

Hipócritas.

A imprensa nunca achou ruim pelas vantagens financeiras recebidas pelo Flamengo, que por anos foi o único clube a ser patrocinado com dinheiro público (Lubrax, produto da Petrobrás) e sempre recebeu fatias desproporcionalmente mais generosas da TV. O dinheiro da RGT também pende para o lado do SCCP, que de uns anos para cá também é patrocinado por um banco público seguindo um modelo de fatiamento do bolo bastante questionável.

A imprensa não encheu o saco do Fluminense pelo aporte desproporcional da Unimed que lhe rendeu dois campeonatos brasileiros. Nem questiona o fluxo financeiro do Atlético Mineiro, sustentado há anos pelo caixa do BMG. O problema parece ser só com o Palmeiras, mesmo com o dinheiro sendo fruto da força de sua torcida e de um patrocinador privado.

Bullying

Alguns canais chegam a ensaiar um bullying com o clube e com a torcida. Usam tom jocoso e fazem chacota em seus programas para acusar falsamente o Palmeiras de usar artifícios moralmente condenáveis.

Na recente investida do Palmeiras para ter o meia Valdívia, do Inter, a imprensa chegou a distorcer os fatos para acusar o Verdão de falta de ética.

O falso moralismo também é visto nos atos dentro de campo: no último Derby, o Palmeiras foi pintado como o time do mau exemplo pelo lance em que o juiz expulsou Gabriel erradamente, induzido por Keno. Dudu recentemente participou do programa Bem, Amigos do SporTV e foi submetido a situações constrangedoras. Um lance corriqueiro, vastamente praticado no universo do futebol, gerou até um movimento para defender a ética – rapidamente esquecido pelo país em que até juizes e gandulas simulam ter sido agredidos.

Aqui não pega

Para um bullying pegar, a vítima tem que ser fraca. Não é o caso do Palmeiras, é preciso informar a esses incautos. O máximo que a imprensa vai conseguir ao tentar transformar nossos méritos em atos imorais é afastar mais ainda nossa torcida de seus programas e estimular que mais e mais canais de mídia independentes, feitos por palmeirenses, se desenvolvam.

A tecnologia joga a favor de nossa torcida, que pode produzir e consumir conteúdo honesto. Parcial, mas transparente. Ninguém aguenta mais clubismo velado. É muito melhor ler um texto assumidamente torcedor do que buscar por uma opinião isenta e ver um jornalista com a camisa do clube por baixo, afinando a voz para defender seu patético ponto de vista. Bullying nunca pega no mais forte da turma.

Enquanto os próprios jornalistas não passarem a fiscalizar sua classe, enquanto seguirmos vendo os bons profissionais de imprensa fecharem os olhos para as atrocidades cometidas por seus colegas que praticam o clubismo velado, o vento soprará cada vez mais nessa direção. É realmente uma pena.


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Evolução do Palmeiras tem nome; FlaPress entra em pânico

Com a exibição de gala do último sábado, o Palmeiras mostrou a tão esperada evolução que a torcida vinha cobrando – e num jogo que, em tese, não deveria servir para isso, pois se tratava de um clássico, onde a garra e o coração normalmente transcendem a estratégia e a obediência tática.

De forma surpreendente, Eduardo Baptista conseguiu encaixar seu 4-1-4-1. As duas linhas finalmente ficaram mais próximas; a compactação tornou o time bem mais sólido na defesa e capaz de dominar o meio do campo – sem Cueva, o SPFC foi engolido sem a menor dificuldade no setor.

Thiago Santos conseguiu balançar entre as laterais com tranquilidade, pois estava bem coberto. Os espaços eram muito mais facilmente preenchidos. E a saída de bola, fortalecida pela volta de Mina ao time titular, funcionou perfeitamente – Fernando Prass não precisou recorrer aos chutões que vimos na Argentina. Com uma boa saída de bola, pudemos ver mais triangulações pelas laterais e com isso, mais chances de gol. Tudo isso com Dudu extremamente inspirado e o entrosamento entre Guerra e Borja reaparecendo. Só pode dar muito certo.

Danilo das Neves Pinheiro

Linhas compactadas, saída de bola, ocupação de espaço, triangulações. Tudo isso tem um nome: Danilo das Neves Pinheiro, o popular Tchê Tchê. É impressionante como o Palmeiras rende com esse rapaz em campo. A lendária camisa 8 do Palmeiras, que já foi de Leivinha, Jorge Mendonça e Mazinho, ganhou um dono à altura, com todo o respeito ao Lucas Barrios.

Tchê Tchê comemora seu gol contra o SPFC - 11/03/2017
César Greco / Ag.Palmeiras

Com Tchê Tchê, qualquer esquema tende a encaixar. Sua movimentação, intensa, diminui os espaços do adversário quando o Palmeiras não tem a bola e sempre dá opções de passe quando temos a posse. Parece que jogamos num “5-2-4-2”. Como bônus, este ano, vem mostrando uma faceta não tão desenvolvida em 2016: 2 gols em 4 jogos, os dois em chutaços de fora da área.

Uma fatalidade o afastou de campo no primeiro jogo do Paulista: uma queda contra o Botafogo lesionou gravemente o úmero esquerdo. Rapidamente, recuperou-se e voltou a mostrar futebol em altíssimo nível. Com Tchê Tchê em campo, o encaixe do time aparece com muito mais facilidade, mesmo com 5 titulares de fora, e o Palmeiras surgiu de fato com um dos grandes candidatos aos títulos que disputa. Eduardo Baptista e toda a torcida do Palmeiras agradecem.

Flapress em pânico

A imprensa flamenguista percebeu que o monstro acordou e tenta de todas as formas desmerecer nosso crescimento. Com uma cara de pau deslavada, tentam atribuir ao aporte financeiro da Crefisa todo o sucesso do Palmeiras. Convenientemente, se esquecem de algumas coisas:

  • O que a Crefisa faz não é nada diferente do que a Kalunga fez no SCCP e do que a Unimed fez ao Fluminense por muitos anos. E se procurar, teremos mais exemplos semelhantes, como o BMG no Atlético-MG, ISL no Grêmio e Flamengo e Hicks Muse e MSI no SCCP – nunca se viu nenhuma matéria desmerecendo os títulos conquistados por esses times durante essas parcerias;
  • A Crefisa é uma empresa privada e faz o que quiser com seu dinheiro. Se o marketing da empresa julga positivo investir “x” no Palmeiras, ninguém tem nada a ver com isso;
  • A Petrobras patrocinou o Flamengo por mais de uma década enquanto a maioria dos clubes do Brasil tinham patrocínios ínfimos batalhados no mercado;
  • O Flamengo segue sendo agraciado por uma empresa pública – agora, a Caixa – com um contrato muito maior do que o de todos os outros times, exceto o SCCP;
  • O Flamengo e o SCCP ainda usufruem de uma verba da televisão muito maior que todos os outros clubes;
  • A Crefisa banca cerca de 20% do orçamento do Palmeiras; o restante vem de receitas fantásticas como sócio-torcedor, bilheteria, contrato de TV e uma administração financeira que tem como premissas não adiantar parcelas de nenhum contrato e que, assim, paga menos juros bancários.

Sabendo de tudo isso, a torcida palmeirense não pode passar recibo. Não devemos dar moral para esse trabalho de assessoria informal que a imprensa rubro-negra tenta prestar a seu clube. Ignorar, não entrar em debate vazio e diminuir a audiência desses párias é o que a nossa torcida fará de mais inteligente. VAMOS PALMEIRAS!