Jogadores do Palmeiras ressaltam a superação e maturidade da equipe para buscar o empate contra o Atlético-MG

Jogadores do Palmeiras após jogo contra o Atlético-MG, durante primeira partida válida pelas quartas de final da Libertadores 2022, no Mineirão.
Cesar Greco

Personagens do segundo gol do Palmeiras, Danilo e Dudu deram entrevistas após o jogo e elogiaram segundo tempo da equipe

O Palmeiras mostrou superação para empatar em 2 a 2 com o Atlético-MG no primeiro jogo das quartas-de-final da Libertadores. Atuando em um Mineirão lotado, o Verdão viu o adversário abrir 2 a 0, mas buscou forças para igualar o resultado com gols de Murilo e Danilo – este já nos minutos finais, após passe de Dudu de cabeça.

Ao final da partida, o camisa 28 ressaltou o espírito de luta do Palmeiras e afirmou que a experiência em participar de jogos decisivos nos últimos anos ajudou a equipe a não se perder no duelo.

“Muito feliz pelo empenho da equipe, lutamos até o final. Estávamos perdendo por 2 a 0 e conseguimos o empate. Isso demonstra a nossa força, estamos acostumados com jogo grande e essa experiência nos ajudou muito a chegar ao empate”, disse Danilo, que também falou do segundo tempo palmeirense.

“O professor pediu para termos calma e jogarmos o que sabemos. Fizemos um ajuste no intervalo e voltamos a ser o Palmeiras, a jogar, ter a bola, marcar firme. No primeiro tempo eles estavam em cima, já no segundo a gente diminuiu os espaços deles, jogamos e fizemos os dois gols”, concluiu.

Assim como Danilo, o atacante Dudu também falou após o jogo. O camisa 7 parabenizou o time pela busca ao resultado, mas afirmou que o Palmeiras entrou em campo para ganhar.

“O empate não era o resultado que a gente queria, viemos para vencer. Mas, devido às circunstâncias da partida, chegamos a estar perdendo por 2 a 0 e conseguimos o empate, foi bom. É muito difícil jogar com o Galo aqui. Fizemos um bom segundo tempo, no primeiro não conseguimos jogar por conta da forte marcação deles, mas estamos de parabéns”, disse o camisa 7.

Dudu fala sobre segundo jogo entre Palmeiras e Atlético-MG

O duelo da volta ocorre já na quarta-feira da semana que vem, no Allianz Parque. Para avançar no tempo normal, o Palmeiras precisa vencer o time mineiro por qualquer resultado; em caso de novo empate, a vaga na semifinal será decidida nos pênaltis.

Dudu do Palmeiras em disputa com Rubens do Atlético-MG, durante primeira partida válida pelas quartas de final da Libertadores 2022, no Mineirão.
Cesar Greco

“O confronto segue em aberto. Assim como fizemos aqui, eles podem fazer um bom jogo lá. São duas grandes equipes, com grandes jogadores. Espero que quarta que vem nós estejamos mais focados, concentrados para buscar a classificação”, finalizou Dudu.

Antes de enfrentar o Atlético-MG novamente, o Verdão tem compromisso no Brasileirão. O duelo será frente ao Goiás, também no Allianz Parque, domingo às 16h.

MEMÓRIA: O dia em que o Palmeiras representou a Seleção Brasileira e deu um baile no Uruguai

Por Thell de Castro

Folha de S.Paulo
Folha de S.Paulo

Além da gloriosa história, recheada de conquistas dos mais variados títulos – afinal de contas, o futebol não começou nos anos 1990, como muitos pensam – um dos maiores orgulhos da torcida palmeirense foi ter enviado seu time completo para representar a Seleção Brasileira.

O fato aconteceu no dia 7 de setembro de 1965. Era a inauguração do Mineirão, em Belo Horizonte, e o Palmeiras, com sua primeira “Academia”, teve sua equipe toda convocada para representar o Brasil. Do goleiro ao atacante, com todos os reservas, além de técnico – argentino Filpo Núñez, massagista, roupeiro e tudo mais.

Para um público de quase 100 mil pessoas, o Brasil venceu o Uruguai por 3 a 0, com gols de Rinaldo, aos 27, Tupãzinho, aos 35 do primeiro tempo, além de Germano, aos 29 do segundo tempo.

O Brasil jogou com Valdir de Moraes (Picasso); Djalma Santos, Djalma Dias e Ferrari; Dudu (Zequinha) e Valdemar (Procópio); Julinho (Germano), Servílio, Tupãzinho (Ademar Pantera), Ademir da Guia e Rinaldo (Dario).

O Uruguai perdeu com Taibo (Fogni), Cincunegui (Brito), Manciera e Caetano; Nuñes (Lorda) e Varela; Franco, Silva (Vingile), Salva, Dorksas e Espárrago (Morales). O árbitro foi Eunápio de Queiroz.

Gazeta Esportiva
Gazeta Esportiva

Logo na capa da edição de 8 de setembro de 1965, a Folha estampa em letras garrafais: Palmeiras venceu o Uruguai por 3 a 0. Leia a chamada:

 “Em prosseguimento às festas de inauguração do Estádio Estadual Minas Gerais, o Palmeiras, com a camisa da seleção brasileira, enfrentou ontem em Belo Horizonte uma seleção do Uruguai, derrotando-a pelo escore de 3 a 0 (2 a 0 no 1º tempo), gols de Rinaldo (penal). Tupãzinho e Germano. O conjunto brasileiro foi superior em todos os sentidos e na fase final substituiu seis de seus jogadores, sem que os adversários conseguissem colocar em risco o resultado”.

Isso é que era elenco! Poder substituir seis jogadores e manter a qualidade do time.

No dia 9 de setembro, a Folha trouxe outra reportagem sobre o confronto. Em “Djalma encarna o futebol”, o jornal mostrou opiniões do técnico do Uruguai sobre o jogo e o Palmeiras.

“O técnico Juan Lopez, preparador das seleções uruguaias de 50, 58 e 62, declarou hoje ao embarcar no Galeão de volta a Montevidéu, que o plantel de bons jogadores no Uruguai é igual ao de 1950, quando levantaram a Copa do Mundo. Juan Lopez será o preparador também para a Copa de 66, em Londres.

 “O Palmeiras me pareceu um bom conjunto. Difícil mesmo de ser vencido, embora com o quadro mais descansado. Todavia, se houvesse pelo menos um dia de repouso, poderíamos surpreender”, afirmou.

 Lopez fez questão de chamar a atenção para o exemplo do jogador Djalma Santos. “Joga tão bem como há 15 anos”, tecendo os maiores elogios ao veterano craque, em que os jovens de hoje deveriam ver o “espírito verdadeiro do futebol”.

Para fechar em grande estilo e comprovar a hombridade do time que “sabe ser brasileiro, ostentando a sua fibra”, vale ressaltar que havia uma taça simbólica em disputa na partida. Ao final da partida, o Palmeiras, entendendo que o troféu pertencia à CBD (antecessora da CBF), pois estava apenas representando-a, deixou o mesmo com a Comissão Organizadora e retornou a São Paulo.

Mas, em 1988, 23 anos depois, foi descoberto que o troféu continuava no Mineirão, já que a CBD também não requisitou. Assim, ficou decidido que o Palmeiras deveria, honrosamente, ficar com a lembrança, que estaria sendo exposta no memorial da Sociedade Esportiva Palmeiras se ele tivesse sido disponibilizado pela WTorre, mas isso é outra história.

Gazeta Esportiva
Gazeta Esportiva


Thell de Castro é palmeirense, jornalista e editor do site TV História