Na segunda-feira (29), o Verdão enfrentará o SPFC, no Morumbi, às 20h. Para o Choque-Rei, a CBF definiu Wilton Pereira Sampaio como árbitro principal. O experiente juiz, que chegou a fazer parte da última Copa do Mundo, terá Bruno Raphael Pires e Luanderson Lima dos Santos como assistentes.
O VAR ficará a cargo de Wagner Reway. Ele também esteve à frente da tecnologia no duelo entre as equipes na Supercopa do Brasil, em fevereiro. Ao todo, o juiz do Espírito Santo já comandou a arbitragem de vídeo em 27 jogos do Palmeiras. Veja aquio retrospecto.
Jogos do Palmeiras apitados por Wilton Pereira Sampaio:
Wilton Pereira Sampaio apitará um jogo do Palmeiras pela 45ª vez na carreira. Ao lado de Raphael Claus, ele será o árbitro com mais partidas apitadas do Verdão entre os juízes que ainda estão na ativa na Série A.
O aproveitamento do Palmeiras com ele no comando da partida é de 56.8%: 21 vitórias, 12 empates e 11 derrotas. Ele ainda não apitou um jogo do clube em 2024. Relembre aquitodos os jogos.
No último Choque-Rei, Abel foi xingado de “português de m…” por diretor do SPFC, que fez acordo com TJD e não foi julgado
Antes de falar da grande vitória do Palmeiras sobre a Ponte Preta, por 5 a 1, o técnico Abel Ferreira fez um breve pronunciamento, no qual repudiou qualquer tipo de discriminação. Em seguida, o treinador ficou em silêncio.
“Gostaria de abrir minha entrevista para dizer que repudio todo e qualquer ato de discriminação, seja de gênero, cor de pele ou nacionalidade, ou qualquer tipo de violência. Isso vai para além da esfera do futebol. É questão de humanidade. Repito, repudio todo e qualquer ato de discriminação. Essa é a mensagem que quero deixar, e publicamente não falo mais sobre esse assunto”, disse o treinador.
Sobre o jogo, Abel Ferreira destacou o início do Palmeiras, que abriu o placar logo aos 2 minutos, elogiou o jogo coletivo e as dinâmicas.
“A imagem deste time é entrar forte nos jogos. Em alguns outros jogos em casa a gente criou também para fazer quatro ou cinco gols, mas não fomos eficientes. A eficiência é muito importante. Hoje, de fato, os gols aconteceram, como não havia ocorrido em outras partidas. Entramos muito forte no jogo e essa era a nossa intenção, mostrar dentro de campo a nossa superioridade”, disse.
Hoje o time funcionou por causa das dinâmicas. A minha responsabilidade na equipe é tática, as decisões individuais não são minhas, são dos jogadores. Se vão chutar, cruzar, driblar ou passar, quem escolhe são eles. Eles são os protagonistas. Tivemos uma semana para descansar e treinar, aprimorar as dinâmicas do time. Resolvemos esse jogo de forma coletiva, algo que me deixa, como treinador, orgulhoso. Foi uma vitória contundente”, concluiu.
“Um exemplo muito ruim à sociedade”, disse Anderson Barros, em entrevista ao GE
O acordo feito pelo SPFC com o TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) da FPF, irritou profundamente o Palmeiras. Dirigentes e jogadores do rival foram denunciados pela confusão após o Choque-Rei, no qual insultaram veementemente a equipe de arbitragem. Entretanto, não haverá julgamento porque a entidade e o time paulista fecharam um acordo para somente pagamento de multas.
Anderson Barros falou sobre o ocorrido e não escondeu a indignação. “Tem algo muito grave que envolve isso. Precisamos entender que somos o reflexo da sociedade. Nosso torcedor se inspira nas ações, sempre foi assim. Mais uma vez, a gente dá um exemplo muito ruim à sociedade. O futebol agoniza, a gente vê a todo instante”, disse o diretor de futebol ao ‘GE’.
“Se comete um ato grave e para não ser punido levanta o dedo e pede desculpas? E mais, vaza-se um vídeo antes da transação (disciplinar esportiva) ser assinada. Acho que estamos perdendo por completo a noção do que é racional, em uma situação como essa”, acrescentou.
Cesar Greco/Palmeiras
Carlos Belmonte, diretor do SPFC, gravou um vídeo pedindo desculpas a Abel Ferreira, após ser xenófobo com o treinador palmeirense e chamá-lo de “português de m…”. A filmagem foi vazada nas redes sociais e, de acordo com Barros, não foi entregue ao Palmeiras e nem ao comandante.
“Nunca foi enviado ao Palmeiras (o vídeo) e não cabe enviar ao Palmeiras. Um vídeo transacional eu não consigo entender que ele tem valor que tem que ter. Quando você quer pedir desculpas a alguém, vai falar com a pessoa. A razão do vídeo não é um pedido de desculpas, é para que a pena seja menor”, complementou.
Anderson Barros pede reflexão
O Palmeiras não é parte do processo e não poderá pedir a anulação do acordo. Diante disso, Barros quer que, ao menos, a indignação do clube sirva para reflexão.
“O Palmeiras não pode fazer nada no caso, não pode interferir. Mas pode fazer com que todos reflitam. Está errado, não é a forma correta de fazer. Importante que saibam da indignação minha, institucional, senão a coisa passa. Outros casos vão acontecer, sabe o que vamos dizer nas próximas entrevistas? Que estamos avisando, vai acontecer algo mais grave. Temos que punir”, finalizou.
Carlos Belmonte chamou Abel de “português de m…” no último Choque-Rei
Mais de uma semana depois de xingar Abel Ferreira e com receio de ser processado pelo treinador, Carlos Belmonte, diretor de futebol do SPFC, gravou um vídeo pedindo desculpas ao comandante, ao Palmeiras e também à comunidade portuguesa.
“A frase foi inadequada”, disse. Após o último Choque-Rei, no Morumbi, o dirigente, irritado com a arbitragem, chamou o técnico palmeirense de “português de merda”. O Palmeiras se pronunciou após o fato, repudiando o chilique do profissional e chamando às falas de Belmonte de “xenófobas”.
“Estou aqui para fazer um pronunciamento, muito mais do que isso, um pedido de desculpas ao técnico Abel Ferreira. No calor, ao final da partida entre SPFC e Palmeiras, acabei proferindo uma frase inadequada. Portanto, peço desculpas ao técnico Abel Ferreira, ao Palmeiras, uma instituição importante do futebol brasileiro, e também à comunidade portuguesa”, disse o diretor do rival.
“Naquele momento, eu buscava identificar o técnico Abel Ferreira ao árbitro. Mas de novo, a frase foi inadequada. Com isso, peço desculpa. […] Esta forma foi inadequada, portanto esta forma não repetirei”, completou.
O que pensa Abel?
Marcos Ribolli
Ao final da partida contra o Botafogo-SP, Abel Ferreira, em entrevista coletiva, comentou sobre o ocorrido e afirmou que ainda não se decidiu se irá denunciar o dirigente.
“Não sei. Há limites para tudo e na altura certa vocês saberão. Porque o futebol brasileiro e os clubes brasileiros são muito maiores do que cada um de nós, são muito maiores do que nosso ego. O Palmeiras vai fazer 110 anos de história e muitos já fizeram história nesse clube. O clube vai continuar. O Palmeiras só tem dois elementos insubstituíveis: o periquito e o porco. Assim que vejo o futebol”, disse.
Eu não conheço esse senhor [Belmonte], nunca falei com ele, se calhar é uma boa pessoa. Entendo o calor do jogo, porque quando chutei o microfone ninguém quis saber os motivos. Fui punido, castigado e cumpri por isso. Eu entendo essas emoções. Mas, quando infrinjo as regras, o STJD comigo tem sido muito rigoroso. Espero que as entidades que castigaram a mim por determinados comportamentos, sejam iguais com outros comportamentos semelhantes ou piores. Não quero nada para mim. Quero as coisas justas. Sou democrático”, concluiu.
Passada quase uma semana do episódio, Abel não sabe se irá processá-lo. “Não sei. Há limites para tudo e na altura certa vocês saberão”, disse o treinador.
Na continuação da resposta, o treinador fez questão de relembrar que foi punido todas as vezes que passou do limite, afirmou que não apita jogo (resposta à frase de Julio Casares) e afirmou: “Acho que não vale combater ódio com ódio”.
“Não vou dizer muito mais, porque o futebol brasileiro e os clubes brasileiros são muito maiores do que cada um de nós, são muito maiores do que nosso ego. O Palmeiras vai fazer 110 anos de história e muitos já fizeram história nesse clube. O clube vai continuar. o Palmeiras só tem dois elementos insubstituíveis: o periquito e o porco. Assim que vejo o futebol. Em 90 minutos eu sou intenso, quero que minha equipe ganhe, mas fora isso eu peço desculpa. Meu coração é igual coração de mãe, perdoa tudo e cabe sempre mais um. Mas há limites”, disse.
“Não gosto de mostrar minha vida pessoal. Os meus defeitos vocês encontram. Mas procuro dar o melhor que sei. O resto deixo para vocês, todas essas falas, comentários. Quero viver minha vida com lado positivo, com intensidade, com as pessoas que eu gosto. Não apito jogo, nem nos treinos eu apito, deixo para o João [Martins]. Sou grato ao futebol brasileiro. Se instituições do futebol brasileiro fizeram comunicados contra mim, não sou eu que controlo. Dentro de campo, sou muito competitivo, mas todas as coisas que fiz mal fui punido”, continuou.
“Eu não conheço esse senhor [Belmonte], nunca falei com ele, se calhar é uma boa pessoa. Entendo o calor do jogo, porque quando chutei o microfone ninguém quis saber os motivos. Fui punido, castigado e cumpri por isso. Eu entendo essas emoções. Mas, quando infrinjo as regras, o STJD comigo tem sido muito rigoroso. Espero que as entidades que castigaram a mim por determinados comportamentos, sejam iguais com outros comportamentos semelhantes ou piores. Não quero nada para mim. Quero as coisas justas. Sou democrático”, concluiu.
E o jogo, Abel?
Sobre a vitória do Palmeiras contra o Botafogo, Abel destacou a organização do adversário e viu um Palmeiras lento em campo.
“Foi uma primeira parte lenta, ainda vou estudar porque isso aconteceu. Dou os parabéns ao time adversário, ao seu treinador. Eles são organizados e nos criaram muitas dificuldades, mesmo com um a mais. Nossa circulação de bola estava muito lenta e eles se fecharam bem com linha de cinco. Dos 12 jogos que fizemos nesta primeira fase, em 10 jogamos contra uma linha de cinco. Isso é sinal de respeito e que todos querem nos dificultar”, disse o treinador.