Autor: Conrado Cacace

Chegamos ao fim do primeiro quartil do Brasileirão 2024 e o Palmeiras bateu na trave. Ao somar 20 pontos nas dez primeiras rodadas da competição, o Verdão ficou a apenas um ponto de nossa previsão inicial, que contemplava uma pontuação campeã de 77 pontos.

Como nenhum time fez uma campanha fora da curva, como a do Botafogo no ano passado ou a do Corinthians em 2017, esta meta de 77 pode ser mantida neste ajuste. Os atuais líderes do campeonato estarão, como o Palmeiras, envolvidos em outras competições e não devem replicar as boas campanhas deste primeiro quartil.

Desta forma, é pouco provável que tenhamos um vice-campeão com mais que os históricos 74 pontos – a maior marca já atingida por um segundo colocado desde 2006. A meta de 77 ainda nos dá três pontos de margem de segurança.

O calendário deste ano tem uma anomalia, um caso raríssimo: um quartil completo sem interrupções para copas. O segundo quartil, que compreende as rodadas 11 a 19, vai ser de pé embaixo no Brasileirão, sem virar a chavinha. Até a rodada 16, os times seguirão desfalcados de seus principais jogadores, que disputam a Copa América por suas seleções.

Segundo Quartil

Os ajustes no calendário permitem (na verdade, pedem) que façamos ajustes “para cima” na campanha do Verdão neste segundo recorte, já que a concentração de jogos pelas copas nos terceiros e quartos quartis farão a campanha ser muito mais dura. Por isso, é preciso acumular pontos, a chamada “gordurinha para queimar”.

Felizmente, a pior parte da tabela já passou e os próximos compromissos, mesmo fora de casa, são bastante acessíveis e é possível sonhar, nestas próximas nove partidas, com uma campanha de 7 vitórias e 2 empates.

Alcançar 23 de 27 pontos é uma meta ambiciosa. Mas quem sonha com um tricampeonato seguido não pode ter medo de sarrafos altos. Ainda mais com 5 jogos em casa, contra Juventude, Corinthians, Bahia, Atlético-GO e Cruzeiro.

Dos quatro jogos fora, temos que vencer dois. Fortaleza e Fluminense parecem os mais indicados, reservando os jogos contra Grêmio e Botafogo para nos satisfazermos com empates. Desta forma, fecharíamos o primeiro turno com ótimos 43 pontos.

Terceiro Quartil

O calendário impõe uma pauleira talvez comparável aos tempos de pandemia. Fazer 16 pontos em 30 possíveis não parece uma campanha de campeão – daí a necessidade de acumular pontos no Segundo Quartil. Vale para todos os times: ser eliminado precocemente numa das duas copas trará uma vantagem considerável no Brasileirão em relação aos que continuarem na disputa. É o cobertor curto do calendário do futebol brasileiro, que pune a competência.

Os confrontos contra Flamengo e São Paulo acontecem em vésperas de jogos pela Libertadores – felizmente, antes de jogos em que ambos farão viagens (para Bolívia e Uruguai, respectivamente), o que pode nos dar alguma vantagem.

Outros jogos complicados que podem ser atenuados são os contra o Athletico-PR e o Atlético-MG, que também têm a possibilidade de estarem envolvidos na disputa da Copa do Brasil na ocasião dos confrontos contra nós.

As partidas em que não devemos contar com ponto algum é a já tradicional derrota no Beira-Rio, em véspera de decisão de vaga pela Copa do Brasil, e em Bragança, quando estaremos absolutamente exaustos antes de uma parada de 10 dias para as datas Fifa. Se o plano correr bem, concluiremos o quartil com 59 pontos.

Quarto Quartil

Num horizonte distante, sem saber se ainda estaremos nas disputas das copas, tudo é muito nebuloso. Mantendo o otimismo, vamos imaginar que estaremos envolvidos em confrontos épicos contra o Flamengo pela Libertadores e que estaremos nas finais da Copa do Brasil. Assim, os jogos contra Juventude, Fortaleza e Corinthians admitem tropeços.

Passada a Copa do Brasil e desejavelmente classificados para a final da Libertadores em Buenos Aires, a chave se volta para 3 jogos decisivos no Brasileirão: na reta final, será preciso vencer o Grêmio em casa e o Bahia e o Atlético-GO fora – este último, a seis dias da final da Libertadores, fazendo o possível e o impossível para manter o foco.

Caso o Palmeiras se classifique para a final da Libertadores, as rodadas finais do Brasileirão precisarão ser remanejadas. Os três jogos finais, contra Botafogo, Cruzeiro e Fluminense, exigem 7 pontos – mesmo com um tropeço inesperado em um dos dois primeiros jogos, ainda teremos margem para recuperar contra o Fluminense, em casa.

É claro que muita coisa deve mudar nessa projeção até chegarmos neste ponto. Por isso, ao final do Segundo e Terceiro Quartis, voltaremos com mais ajustes em nossa projeção. Fiquem atentos e VAMOS PALMEIRAS!