Enésima pane no Avanti põe amor do palmeirense à prova

AvantiEsta manhã o sistema do Avanti sofreu uma pane que prejudicou a compra dos ingressos de centenas de palmeirenses para o jogo contra o América, possível partida da conquista do título do Brasileirão.

Em comunicado oficial, o clube explicou que foi um erro no sistema da Futebol Card, que abriu as vendas uma hora antes – possivelmente uma falha por causa do horário de verão, erro grosseiro para uma empresa de TI. Na nota, o clube ainda informa que quem comprou o ingresso e atendia aos requisitos de prioridade terá a compra confirmada.

Mesmo que isso seja revertido, o stress que isso causa gera um dano irreparável ao clube. A cada problema no sistema de venda de ingressos, muitos palmeirenses acabam tendo a deixa que precisam para cancelar o serviço. E o Palmeiras assim perde receita recorrente por culpa de um serviço ruim de uma empresa terceira.

Esta não é uma falha isolada. Nossa torcida tem sofrido com os erros da Futebol Card seguidamente. No final das contas, o estádio acaba sempre cheio e o foco se volta para o jogo. Mas por trás da bela imagem das cadeiras preenchidas na televisão, há milhares de pessoas que acabaram sem ingresso de forma injusta, frustradas, com raiva, enquanto outros acabam conseguindo o ingresso beneficiados pelo erro no sistema.

Amor inesgotável

O bem mais precioso do Palmeiras é sua torcida. E a forma mais concreta do torcedor palmeirense demonstrar seu amor pelo clube é sendo sócio Avanti. É através desse programa que o clube aufere receitas extraordinárias e mantém as fontes balanceadas – o ganho direto das mensalidades, mais o ganho indireto das bilheterias dependem de um Avanti com produtos bem desenvolvidos e com a operação redonda.

Não vemos nem uma coisa, nem outra. O Avanti, hoje, é um mero programa de milhagem; os benefícios para quem não mora na capital paulista até existem, mas não atraem ninguém que esteja realmente em busca de vantagens.

Pessoalmente, pagaria o Avanti mesmo que não tivesse uma mísera contrapartida. O Avanti me parece mais uma forma de retribuir ao Palmeiras a alegria que ele me dá simplesmente por existir. Não é um serviço. É a materialização de um amor – e um amor diferente de tudo. Até o amor entre pessoas exige contrapartidas, porque a fila pode andar. Mas o amor por um clube, a não ser que você seja o Clóvis Rossi, esse não acaba nunca, não importa o que aconteça.

Compreendo, porém, que exista quem encare o Avanti como uma via de duas mãos e que exigem um serviço bem prestado, sob pena de cancelamento. Para punir uma empresa que presta um mau serviço, para punir uma diretoria que não zela pelo bom funcionamento do programa e que dá a sensação de completo descaso ao torcedor, punem o Palmeiras. O que é, literalmente, uma pena!

Outro caminho

Para não prejudicar o Palmeiras, para não dar o gosto aos torcedores rivais de verem o Verdão mais uma vez ruindo por suas próprias incompetências, para não satisfazer empresas que terão ganhos comerciais ou políticos com o enfraquecimento do programa, é que o torcedor palmeirense precisa resistir.

Queremos muito que o Avanti melhore, mas tentar fazer isso “mostrando pra eles” com o cancelamento é como matar a galinha dos ovos de ouro. É decidir com o fígado. O pequeno prazer de dar-lhes um pequeno golpe de volta não compensará o enfraquecimento do clube. Você mesmo sofrerá as consequências em sua vida, quando voltarmos frequentar o miolo da tabela, ou mesmo fazer contas para os 46 pontos.

Quem está ficando sem ingresso deve estar muito revoltado, com razão. Pois que essa energia seja redirecionada para algo outro caminho, concreto e positivo: melhorar o Avanti. Criem tags, façam movimentos nas ruas, cerquem o CT, qualquer coisa. Usem as redes sociais. Façam o diabo – dentro da lei, claro.

De nossa parte, segue um texto escrito pelo Bruno Lauria, padrinho do Verdazzo. Será encaminhado ao presidente do clube. Leitores, padrinhos ou não, sintam-se à vontade para subscrever a carta na área de comentários.


À

Sociedade Esportiva Palmeiras

A/C: de quem puder resolver os recorrentes problemas do Avanti

Prezados,

Há tempos estou adiando o envio desta mensagem. Não foram poucas as vezes em que nós, torcedores do Palmeiras (adimplentes com seus planos do Avanti e titulares orgulhosos de suas várias estrelas no sistema de rating), fomos negligenciados e desrespeitados pelo sistema de compra de ingressos.

O sistema já foi pior? Sim. É melhor do que enfrentar fila, cambista e seguranças do próprio clube para comprar na bilheteria? Também é. Mas a verdade é que ainda somos, reiterada e vergonhosamente, lesados pelo sistema de compra de ingressos do Avanti. As dificuldades e problemas são diversos e recorrentes. Basta um jogo importante para nos depararmos com uma verdadeira carnificina para conseguir reservar nossos lugares.

Assim, e já me antevendo a uma possível resposta “protocolar” por parte do clube (se é que virá), já queria deixar registrado desde logo que: (1) Não, hoje não foi uma situação atípica (mas talvez apenas a famigerada gota d’água) e (2) Sim, sabemos que o número de ingressos atualmente foi reduzido por conta da arbitragem com a WTorre.

Porém, o que hoje vivenciamos foi mais uma aberração (que, repito, já aconteceu em outros jogos). Não que vocês não saibam, mas vale a pena resumir: (1) muitas pessoas (que sequer 5 estrelas são) conseguiram comprar os ingressos antes mesmo das 10h da manhã (horário estabelecido para a abertura da pré-venda exclusiva aos 5 estrelas), e (2) o sistema falhou infinitas vezes, seja no processo de seleção de cadeiras, seja no processo de pagamento. Eu mesmo tentei efetuar o pagamento em diversas oportunidades, e diversas recusadas (com o mesmo cartão de crédito, ativo e sem restrições, que uso há bastante tempo). Liguei para a operadora do cartão e o problema não era lá, o que de fato ficou comprovado posteriormente.

No caso particular de boa parte dos que subscrevem esse documento, pagamos o plano Ouro (que nem esse nome tinha quando comecei a pagar), que custa R$ 120,00 por mês. No meu caso, ainda, tenho 2 dependentes, o que significa a quantia de R$ 240,00 por mês nos cofres do clube. Como contrapartida, e conforme regras estipuladas pelo próprio clube, tenho direito a adquirir (sem custos adicionais) minhas cadeiras de GOL NORTE ou de SUPERIOR NORTE (como sócio 5 estrelas que sou).

Acontece que hoje, ao entrar no sistema (pontual e religiosamente às 10h), não foi possível reservar nem gol norte, nem superior norte. Após 45 minutos de bastante nervoso e stress (e tendo falado com operadora do cartão, tentado ligar para o telefone disponibilizado no site do Avanti por dezenas de vezes, tentando logar no chat disponibilizado no site etc.), finalmente consegui adquirir meus ingressos para o GOL SUL.

Sim, depois de tudo, ainda sou obrigado a adquirir os ingressos, e num setor que não é do meu agrado, por conta da irresponsabilidade reiterada do Palmeiras e do seu sistema de venda aos torcedores. Mas, como disse, já deveríamos estar acostumados. Não é a primeira vez (e, confesso, acho que não será a última) que o torcedor do clube é desrespeitado, especialmente em jogos “grandes”. Logo esse torcedor que vem carregando esse clube nas costas, jogo após jogo, ano após ano (inclusive nos anos das trevas, dos quais nem é bom lembrar).

A vontade que dá é simplesmente cancelar o Avanti, comprar as malditas cadeiras da WTorre e, de quebra, processar o clube (é, inclusive, o que seria correto, não fosse o Palmeiras do outro lado e o amor incondicional que temos por ele). Eu sei, e vocês também, isso não vai acontecer. Somos, como já disse, apaixonados por esse clube, e amanhã mesmo estarei lá no Allianz, dessa vez de superior norte (já que, também misteriosamente, não consegui pegar meu gol norte mesmo estando logado no sistema às 10h em ponto).

Porém, Senhores, fica aqui registrado o desabafo. Com a esperança de que alguém se sensibilize e lembre-se que a torcida do Palmeiras é o que faz esse clube ser gigantesco do jeito que é. Somos fortes, resilientes, apaixonados e pacientes. Mas paciência tem limites. Até a nossa.

Atenciosamente,

Bruno Maschietto Lauria

Palmeiras joga fora a arminha de plástico e mostra o canhão

O Palmeiras protocolou junto ao TJD nesta terça-feira um pedido de investigação a respeito de interferência externa no Derby do último domingo que decidiu o Paulistão 2018.

O clube organizou um material em vídeo que comprova a comunicação entre Dionísio Roberto Domingos, diretor de arbitragem da FPF, e a equipe de arbitragem – uma espécie de “telefone sem fio” que passou pelo bandeirinha, pelo quinto árbitro, depois pelo quarto árbitro, até chegar em Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza. Veja o material editado pela TV Palmeiras/FAM:

Existe a possibilidade do clube pedir a anulação da partida, o que daria dois possíveis destinos ao Paulistão 2018: ou a partida final precisaria ser novamente disputada, ou o campeonato é encerrado e declarado sem campeão.

As provas apresentadas pelo Palmeiras são contundentes, mas o próprio presidente do TJD, delegado Olim, em ato falho embaraçoso, admitiu em entrevista à Fox Sports que houve a interferência externa. Confira no vídeo abaixo:

Chega a ser irônico que o delegado Olim tenha se complicado exatamente num momento de auto-promoção pessoal na mídia.

Com isso, o Palmeiras dá uma resposta à altura dos acontecimentos de domingo e busca, munido de provas concretas, restabelecer a justiça. Sai a carta aberta onde o clube faz ameaças vazias à FPF e entra uma peça jurídica extremamente consistente. Sai o revólver de plástico e entra um canhão.

Não cabe, de forma alguma, desqualificar o pedido conjecturando se foi pênalti ou não, como alguns setores da imprensa estão tentando fazer. Quem vai nessa direção está apenas tentando jogar uma cortina de fumaça sobre o real atentado às regras do jogo, que é a interferência externa na arbitragem. Independente do que aconteceu dentro de campo, o mero contato do diretor de arbitragem e do “quinto árbitro” com a equipe de arbitragem já caracterizam essa situação.

Outra ironia da história é que justo o clube que liderou o voto contrário à implantação do árbitro de vídeo é o que foi beneficiado por seu uso irregular, tendo um pênalti contra si sendo revogado.

E o mais trágico é que se o VAR estivesse valendo e o responsável por sua operação fosse o diretor de arbitragem da FPF, ele teria anulado erradamente o pênalti, já que é evidente a falta de Ralf em Dudu.

O Verdazzo parabeniza a diretoria do Palmeiras pela reação. Não podíamos esperar nada a menos que isso. Considerar o assalto de que fomos vítima “página virada” não coaduna com nossa natureza. Agora, atletas e torcida se sentem amparados e podem voltar a se concentrar em jogar bola e a torcer. Se o trabalho preventivo ainda precisa melhorar, o reativo dá sinais de força.

Não parece haver clima para disputar uma nova partida. O mais indicado, diante de todo o cenário montado, seria declarar o Paulistão 2018 sem vencedor. Não apenas porque o SCCP não fez por merecer o título em campo, mas também para simbolizar o fracasso completo que foi este campeonato, a começar pelo regulamento bizarro, passando pelo baixíssimo nível técnico, pelas ações de marketing de péssimo gosto, pelo tribunal de cartas marcadas, culminando com a extrema incompetência das equipes de arbitragem.

No Campeonato Paulista de 2018, todos perderam.


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Palmeiras usa revólver de plástico para pressionar a FPF

O Palmeiras, através de carta aberta aos torcedores, assinada pelo presidente Maurício Galiotte e publicada na noite de ontem no site oficial do clube, anunciou de forma oficial o rompimento com a FPF, impondo condições para rever o posicionamento. Confira o texto da nota a seguir:

A Sociedade Esportiva Palmeiras entende que a instituição e seus torcedores sofreram um duro e irremediável prejuízo por uma atuação desastrosa, incompetente e irregular da comissão de arbitragem que trabalhou na partida deste domingo entre Palmeiras e SCCP.

Houve clara e evidente interferência externa na arbitragem, comprovada através de imagens indiscutíveis, e essa atribuição não consta na regra da competição. Assim sendo, visando a lisura e transparência durante as partidas de futebol, o Palmeiras entende ser inegociável que a Federação Paulista de Futebol adote as seguintes medidas:

  1. Implantação do árbitro de vídeo para todas as partidas do Campeonato Paulista a partir do ano de 2019;
  2. Criação de um sistema de gravação e divulgação, quando houver necessidade, de toda comunicação entre os integrantes da arbitragem durante os jogos;
  3. Reavaliação criteriosa de quem dirige o Departamento de Árbitros da FPF e avaliação mais rigorosa sobre aqueles que comandam as partidas.

Enquanto não houver uma manifestação oficial por parte da Federação Paulista de Futebol, de que essas medidas transparentes que prezam pelo bem do esporte serão adotadas, o Palmeiras irá se manter rompido com a FPF.

Dentro de campo, o Palmeiras considera a partida deste domingo como uma lamentável página virada. Há outras competições pela frente e iremos fazer todo o esforço que estiver ao nosso alcance para conseguirmos conquistá-las. O torcedor palmeirense é peça fundamental nesse processo e seu conhecido engajamento será ainda mais importante.

Avanti Palestra!

Atenciosamente,

SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS
Maurício Precivalle Galiotte
Presidente

A publicação vem ao encontro da necessidade, apontada ontem no Verdazzo, de prover aos jogadores e à torcida um sentimento de amparo. Ao se declarar rompido com a FPF e fazer uma série de exigências, a diretoria do Palmeiras dá sinais de que não aceita passivamente a roubalheira de que fomos vítima no último domingo.

O teor da carta, no entanto, não pode ser considerado satisfatório. O Palmeiras se declara “rompido” com a Federação Paulista de Futebol, sem deixar claro o que isso quer dizer exatamente. O Palmeiras fez seu manifesto para o próximo campeonato, mas não deixou claro que tipo de prejuízo a FPF terá se não atender às condições impostas pelo clube.

As demandas

As exigências listadas na carta são rasas. A implantação do VAR ajudaria bastante, embora precise ser melhor desenvolvida – a operacionalização do sistema tem que ser absolutamente transparente e não pode ficar a cargo de quem está em processo de retaliação contra o Palmeiras.

O monitoramento das comunicações entre os membros da equipe de arbitragem seria de grande valia, desde que se assegure que qualquer respiração de toda a equipe que esteja no circuito fique gravada, sem cortes, e devidamente identificada – um desafio que precisa de auditoria técnica para que tenha credibilidade. Só em caso de implantação bem-sucedida desse sistema é que o Palmeiras, com auxílio de uma equipe paralela de captura de imagens direcionada a toda a equipe de arbitragem, teria todos os elementos para questionar qualquer marcação considerada indevida e, desta forma, colocaria pressão sobre os árbitros eventualmente mal intencionados.

ArbitragemUma exigência simples que pode ajudar bastante nesse processo e que ainda pode ser feita, inclusive para o Brasileirão, é que a emissora detentora dos direitos de transmissão só mostre os replays das jogadas depois que a bola voltar a estar em jogo, a fim de diminuir as chances de interferência externa nas decisões dos árbitros. A tática dos jogadores do SCCP nos dois últimos Derbies em que saímos derrotados foi clara: pressionar a arbitragem e não deixar o jogo prosseguir até que os replays dessem alguma brecha para direcionar as marcações – casos do pênalti e expulsão de Jailson, em fevereiro, e do vergonhoso pênalti revogado no último domingo.

Já o terceiro item, em que pede e “reavaliação” da chefia do departamento de arbitragem e “avaliação” dos árbitros é risível e nem de longe fará com que nenhum juiz chore no vestiário se errar contra o Palmeiras, como ocorre em equívocos contra nosso inimigo, que já foi rival. Nossa diretoria se furtou a apontar o dedo efetivamente para os agentes que nos prejudicaram e a exigir que fossem punidos, afastados ou mesmo exonerados.

Revólver de plástico

Mesmo afirmando haver (e há) “clara e evidente interferência externa na arbitragem, comprovada através de imagens indiscutíveis”, o Palmeiras preferiu considerar o episódio uma página virada. Brigar pelo título, a esta altura, não faria sentido, mas fazer com que o campeonato realmente vá para a lata do lixo, ao exigir que o resultado final do campeonato seja “sem campeão”, lutando com todas as energias e usando as evidências para que o jogo seja anulado, seria uma resposta bem mais enérgica e satisfatória.

O clube não poderia ter tomado posições extremas como deixar de participar do Paulistão – o atual presidente, cujo mandato se encerra ao final do ano, não pode prometer essa retaliação já que não é certo, embora provável, que siga no comando do clube. Algo mais radical ainda como a desfiliação, como sugerem alguns torcedores, implicaria em deixar de participar não apenas do Paulistão, mas também de todas as outras competições organizadas pela CBF e é algo fora de cogitação.

Mas há outras atitudes que soariam como respostas adequadas à agressão que sofremos, como disputar a competição com uma equipe alternativa composta por jogadores da base mesclados com “emprestáveis”, mandando as partidas em estádios como o de Barueri ou o de Itu, enquanto o grupo principal faz a pré-temporada com o calendário mais folgado. Isso puniria a FPF, que abocanhou cerca de R$ 900 mil do Palmeiras só de taxa sobre as arrecadações este ano; puniria a RGT, que perderia parte da audiência que a equipe principal do Palmeiras atrai; e ainda daria chance aos jogadores fora dos planos se destacarem e se valorizarem para futuras transações ou mesmo de cavarem lugar no grupo principal.

Durante a realização do Paulistão, o Palmeiras poderia realizar amistosos convidando equipes importantes da América do Sul aos finais de semana para dar ritmo aos considerados titulares – a torcida adoraria lotar o Allianz Parque para tomar contato com os novos contratados em jogos internacionais e ainda minimizaria o problema da perda de receita com bilheteria. As partidas poderiam ser vendidas para concorrentes da RGT ou mesmo terem transmissão própria da TV Palmeiras/FAM.

Se quisesse planejar algo que realmente significasse uma reação, a diretoria do Palmeiras se prepararia para colocar o Paulistão em segundo plano de uma vez, em vez de fazer exigências para o próximo. Do jeito que as cartas foram jogadas, se a FPF decidir ignorar as demandas do Palmeiras não terá absolutamente nada a perder. Foi como ameaçar alguém com um revólver de plástico.

Estratégia de comunicação

Maurício GaliotteAo redigir uma carta com exigências para a FPF e colocar no título que se trata de uma “carta aberta aos torcedores”, a diretoria clara e escancaradamente jogou para a arquibancada.

Na prática, não houve rompimento algum. Nossa diretoria aceitou o roubo de domingo e fez algumas exigências rasas, sem ameaçar de fato nenhuma fragilidade da FPF ou da RGT. A estratégia de comunicação foi pobre; a redação da carta tem erros gramaticais. Um fiasco.

Se a intenção era apenas dar uma sensação de amparo à torcida, nossa diretoria terá que torcer para que o tom revoltado do texto e o simples boicote à festa de encerramento do campeonato realizada na noite da última segunda-feira surtam o efeito esperado sobre a massa de torcedores. Mas basta uma leitura um pouco mais crítica sobre seu conteúdo para verificar que as medidas, até agora, são completamente inócuas.

Precisamos de mais.


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As quartas-de-finais do Paulistão: uma grande comédia de erros

A FPF, a RGT e a PM-SP estão protagonizando um verdadeiro pastelão ao tentar definir datas e horários para as quartas-de-finais do Paulistão, com a participação especial dos clubes, inclusive o Palmeiras. Já foram duas mudanças de local desde o anúncio original. Comentamos tudo isso no vídeo abaixo.

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Dirigentes rivais se reduzem a torcedores para explicar o sucesso do Verdão

Borja, Tchê Tchê e Lucas Lima
Cesar Greco / Ag.Palmeiras

Na semana passada, o Verdazzo publicou um post no qual o foco eram os outros grandes times do Brasil, projetando as dificuldades que cada um atravessava e escancarando o otimismo em relação a esta temporada. De forma análoga, os adversários também espiam os outros times; quando o papo chega no Palmeiras, um suposto otimismo dá lugar a uma indisfarçável tensão.

A função de cartola, entre outras coisas, tem um componente político muito forte. Dependendo do estilo pessoal do dirigente, as declarações à imprensa podem vir com mais ou menos tempero,mas sempre estarão jogando para a torcida.

Diante de tantas vantagens competitivas que o Palmeiras alcançou, legitimamente, restou aos falastrões usar frases de efeito em seus pronunciamentos públicos para manter elevado o moral de seus comandados e da torcida, bem como marcar pontos na sempre mesquinha política interna dos clubes de futebol profissional.

Neste Carnaval, talvez contagiados pelo clima descontraído que cobre o país, dois dirigentes faziam seus discursos de como seus clubes eram lindos e maravilhosos, até que o Palmeiras apareceu na conversa. Chega a ser engraçado ver como eles se saíram.

A conta vai chegar!

Marcelo Medeiros
Reprodução

O presidente do Inter, Marcelo Medeiros, respondia às perguntas de um jornalista gaúcho em um programa de rádio local. Entre outras tergiversações, explicava por que o Inter não tinha auferido receitas significativas com vendas de jogadores em 2017. Saiu-se com um “a vitrine não era boa”, como se os craques Rodrigo Dourado e Edenílson só não estivessem sendo disputados pelo Barcelona e Juventus porque seu time não estava na Série A.

O papo chegou inevitavelmente ao Palmeiras, e a evasiva foi a mesma que vemos na boca de milhões de torcedores de outros times: tudo passa pela Crefisa, mas “uma hora essa conta chega. Ela chega.”

O tom chega a ser quase de oração. Nossos adversários estão desesperados para ver essa tal conta chegando. Esquecem, ou convenientemente ignoram, que o Palmeiras vem há alguns anos pagando contas em dia, sem contrair novas dívidas e sem fazer adiantamento de receitas. As dívidas estão escalonadas e o clube não gasta mais que arrecada. Quando as contas chegam – e elas não param de chegar – pagamos os boletos à vista.

Recentemente, por intervenção da Receita Federal, a relação entre Palmeiras e Crefisa sofreu uma alteração: o Palmeiras passou a assumir o risco de arcar com os custos dos jogadores que chegaram graças ao aporte financeiro da empresa, caso eles saiam de graça ao fim do contrato.

Mas os ativos continuam a ser do clube e temos a nosso serviço um homem que parece ser o mais eficiente do mercado nessa função de comprar e vender jogadores. Se todos os jogadores com o apoio da Crefisa saírem de graça, o Palmeiras terá uma dívida que corresponde a um terço de seu faturamento anual – algo relativamente tranqüilo de se resolver, principalmente para quem enche os estádios e não adianta receitas futuras.

E quando a Crefisa deixar o Palmeiras, o clube tende a estar devidamente calçado – as receitas vindas do patrocínio, se não forem inteiramente repostas pelo patrocinador seguinte, representam cerca de 20% do orçamento do clube hoje – algo perfeitamente administrável.

Uma baleia no aquário

Luís Paulo Rosenberg
Reprodução/ESPN

Luís Paulo Rosenberg, de volta à pasta de marketing do SCCP, é tradicionalmente um fanfarrão – já demonstrou essa faceta por vários anos em que ocupou esse cargo em gestões anteriores. Neste feriadão, num programa de televisão, desses de conversa infinita para preencher a grade, usava em sua argumentação que o Itaquerão é o melhor estádio do Brasil, quando foi interrompido por um dos entrevistadores, que perguntou se ele achava mesmo que era o melhor, e usou o Allianz Parque para instigá-lo.

Rosenberg então disse que o Allianz Parque é muito bom para shows para 40 ou 50 mil pessoas, imbatível, segundo suas palavras. Mas disse que o Itaquerão tem muitas outras vantagens. Entre elas, algo que ele chamou de “monumentalidade” – segundo o dirigente, quando se passa no entorno do Itaquerão você diz “oh!”, ao contrário do que acontece nas avenidas que cercam nosso estádio, que não seria sequer notado.  Mas só sendo cego para não enxergar o Allianz Parque. E o pior cego é aquele que não quer ver.

O estádio é indiscutivelmente um dos pilares da potência em que o Palmeiras se transformou. Ser “uma baleia num aquário” – alusão feita por Rosenberg à região da cidade de São Paulo em que o Allianz Parque se encontra – é exatamente o que faz do estádio o maior ponto de megashows do Brasil e uma grande fonte de receita para o clube; e foi  também o que tornou possível o estádio sair do chão sem que o Palmeiras pusesse a mão nos bolsos – nem nos próprios, nem do da população.

Aí o dirigente rival atacou o fato do Palmeiras ter que sair do Allianz Parque em 4 ou 5 jogos por ano, segundo ele, porque tem que dar espaço para shows de “rebolado”. Foi aqui, quando usou o termo pejorativo, que escancarou toda sua dor de cotovelo. Rosenberg pode ser dissimulado, mas não é burro. Ele sabe que o modelo de negócio do Allianz Parque, que seguirá em comodato por mais 26 anos e meio, é muito superior ao do Itaquerão.

Basta fazer as contas: os 4 ou 5 jogos por ano que o Palmeiras usa o Pacaembu como parte do acordo para que a WTorre tivesse construído o estádio com seus recursos saem muito mais baratos que uma dívida impagável que já está batendo na casa dos R$ 2 bilhões, que faz com que o SCCP não veja um tostão das arrecadações de seus jogos para tapar um buraco que só aumenta. Estão enxugando gelo e só sairão dessa penúria com mais uma falcatrua envolvendo dinheiro público.

Continuem assim!

Borja, Lucas Lima e Dudu
Cesar Greco / Ag.Palmeiras

Os dirigentes adversários parecem se recusar a admitir que o Palmeiras encontrou uma fórmula vencedora, consistente e longeva. Por muito tempo, o futebol brasileiro teve vencedores que se apoiaram em situações passageiras e surfaram na onda para alcançar os troféus – algo que sempre tinha um preço no final, a tal da conta que eles torcem que um dia irá chegar a nossa porta.

O Fluminense, por exemplo, vivia da Unimed e não se preocupou nem um pouco em se calçar para uma eventual saída da empresa – hoje precisa escalar a molecada de Xerém e não consegue ficar nem entre os quatro melhores do campeonato carioca.

Já o clube do senhor Rosenberg vive de manobras eticamente reprováveis – no mesmo programa, ele é quem teve que rebolar para explicar o que achava do SCCP ter ficado quatro anos deliberadamente sem pagar impostos no início desta década para manter o time forte e assim ter vantagens competitivas que o levaram a levantar os troféus mais importantes de sua história.

Se depender de nós, não tem problema: continuem assim! Se querem agir como torcedores e usar frases de efeito para justificar por que estão ficando cada vez mais para trás, que usem. Nós não nos esquecemos que, no final, futebol se decide é dentro de campo e que não ganhamos nada ainda este ano. O que estamos fazendo é tratar de aumentar as chances disso acontecer.

O Palmeiras segue fazendo seu trabalho, enquanto os dirigentes adversários falam em conta que vai chegar e em baleias em aquários. Daqui a pouco vão chegar no patético “não tem mundial” – como qualquer torcedor impotente que precisa, de alguma forma, dar um jeito de não admitir que o futebol está cada vez mais verde. Se eu fosse um deles, em vez de perder tempo com essas bobagens, tentaria de alguma forma copiar o modelo do Palmeiras para não deixar a diferença aumentar ainda mais.


Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.

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