Abel revela que jogadores pediram para sair do Palmeiras: “Não aguentaram a pressão”

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras contra o Santos, durante partida válida pela vigésima sexta rodada do Brasileirão 2023, na Arena Barueri.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Abel falou de atletas que já deixaram o clube no ano

A coletiva de Abel Ferreira após a partida do Palmeiras contra o Santos não teve apenas a análise do desempenho da equipe no clássico. Em longa conversa com os jornalistas presentes na sala de imprensa da Arena Barueri, o treinador falou da pressão de atuar no Palmeiras, os motivos de não escalar os jovens e das mudanças do elenco.

Além disso, Abel revelou que atletas (que já saíram do Palmeiras) pediram para deixar o clube porque não aguentaram a pressão fora das quatro linhas.

Confira as respostas de Abel sobre questões extracampo

– Jogadores pediram para sair do Palmeiras

“Só neste ano tiveram muitas mudanças, saídas. Alguns saíram porque não aguentaram a pressão. Jogadores chegaram pra mim e disseram: ‘professor, eu não quero mais jogar aqui nesse clube’. E quando isso acontece, tenho que entender. ‘Minha família está sendo ameaçada, me sinto ameaçado’, disseram pra mim e tenho que entender. Futebol não é isso”.

– Os jovens jogadores e as críticas:

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras contra o Santos, durante partida válida pela vigésima sexta rodada do Brasileirão 2023, na Arena Barueri.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

“Eu tenho as minhas razões quando entendo que é pra jogar o Endrick, o Luis Guilherme, o Kevin ou o Mayke e o Marcos Rocha. O problema dos meninos não é a qualidade. As críticas que se fazem aos jogadores aqui são agressivas. Isto é o que mata os atletas. O celular é uma ferramenta maravilhosa, mas também é um veneno puro, de ódio e violência. É por isso que nós, enquanto comissão técnica, temos que ter muito cuidado em pôr os jovens jogadores. Quando eles [da base] estiverem preparados, vão jogar. Mas jogar com essa camisa não é fácil, é muito pesada. Nossos jovens têm dado a resposta quando são chamados. Eu concordo que os moleques do Palmeiras têm margem [para errar], mas não é fácil. Só que é importante lembrar que, nunca antes na história do Palmeiras, tantos meninos da base jogaram, mas ninguém quer saber isso”.

– Mudanças no elenco

“Fizemos algumas reposições, o Kevin é um exemplo. Hoje fez uma boa primeira parte. Se formos analisar o plantel do Palmeiras de quando eu cheguei para agora, verá que tiveram mudanças. Fizemos uma reforma [no elenco], mas há coisas que não posso mentir. Felizmente o  se adaptou como camisa 5… e pronto. Fizemos tudo que podíamos. O clube foi claro, há dívidas que precisam ser pagas e, às vezes, quando não falamos da realidade que se passa internamente, o torcedor é claro que quer muito, mas contratar e contratar não é a resposta”.

– Vazamento de notícias e avaliação do ano

“Há sinais que precisam ser lidos. Todos que estão no clube fazem o melhor, isso eu tenho a certeza […] Há coisas que não controlo, sou um treinador muito novo ainda. Os jogadores e eu já fomos assediados por outros clubes e isso ocorreu no ano todo, isso pesa muito. Temos alguém dentro do clube que passa as informações para fora. Portanto aquela blindagem que tínhamos no ano passado não temos mais. Não sei o que se passa. No final, vamos fazer a avaliação. Ganhamos dois títulos no ano, mas é verdade que os mais importantes não conseguimos. Agora temos que aguentar as pancadas. Eu, como treinador, vou ficar ao lado dos jogadores”.

– Momento do Palmeiras

“Está tudo bem? Não. Reconheço isso. Mas também não está tudo mal. Não é preciso fazer muitas mudanças, mas sim as mudanças certas. Hoje, somos reféns do nosso sucesso e das expectativas criadas. O que temos de fazer é aguentar as críticas, o treinador, a diretoria e os jogadores”.

Roteiro repetido: Abel cita a falta de eficiência do time após revés no clássico

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras contra o Santos, durante partida válida pela vigésima sexta rodada do Brasileirão 2023, na Arena Barueri.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Abel também comentou as falhas defensivas da equipe no duelo

Para Abel Ferreira, o resultado adverso do Palmeiras contra o Santos passa muito pela falta de eficiência da equipe. Na entrevista coletiva após o jogo, o treinador citou as chances desperdiçadas e admitiu que o time vem tendo “pouca inspiração”.

“Se a gente tivesse feito os gols das chances criadas na primeira parte, inclusive uma bola que ia no gol e bateu no Rony e saiu, teríamos ido pro intervalo com outro resultado. Mas, como a bola não entrou… sabíamos que no segundo tempo íamos sofrer porque não estamos totalmente recuperados, vínhamos de uma derrota pesada e isso nos cobraria”, iniciou Abel.

“Era fundamental fazer um primeiro tempo como fizemos, só que faltou capricho na finalização hoje e isso tem sido um roteiro. O problema, pra mim, é o capricho na finalização. Temos que assumir que estamos poucos inspirados e criativos. Estamos criando, levando a bola para a zona de finalização, mas está faltando capricho. Sim, isso está sendo recorrente”, continuou.

Ao comentar da parte defensiva, o treinador citou um fator que o chateou: a falta de agressividade.

“O que posso dizer é que os jogadores trabalham, tentam. Conseguimos o gol na bola parada, mas depois sofremos o empate e isso foi o que mais me deixou triste, não fomos agressivos em defender. Vamos refletir, conversar com os jogadores. Atuaram hoje aqueles que precisavam jogar, mas infelizmente perdemos. Vamos avaliar tudo agora na semana”, disse.

“Na segunda parte nos faltou energia e clarividência para tomar as melhores decisões. O nosso primeiro tempo hoje é o reflexo do segundo tempo contra o Boca Juniors. Não conseguimos virar, fazer gols. Hoje era um contexto difícil para nós e achei que não competimos a 100%. Os jogadores fizeram o melhor que conseguiram hoje, mas não foi o suficiente”, complementou.

Abel explica substituições

Além de falar sobre o desempenho do time, Abel também respondeu sobre suas escolhas na hora de fazer as substituições. No início do segundo tempo, o treinador tirou Zé Rafael, Raphael Veiga e Gabriel Menino de uma vez; depois, sacou Murilo para colocar Luis Guilherme.

“O Zé estava cansado e já tinha amarelo. O Veiga a mesma coisa. Os três do meio estavam cansados e por isso decidi trocar. Depois [a saída de Murilo e a entrada de Luis Guilherme] é porque o adversário estava com só um jogador na frente e precisávamos de condução no meio. Pena a bola do López [sozinho na área tocou para Gustavo Gómez, que estava impedido]. Ele tinha que ter assumido para si o lance, mas as decisões são dos jogadores”, concluiu.

O Palmeiras só voltará a campo no próximo dia 19 para enfrentar o Atlético-MG, no Allianz Parque.

Abel cita finalizações, dá méritos a Romero e diz: “Perco e ganho com as minhas ideias”

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras contra o Boca Juniors, durante segunda partida válida pelas semifinais da Libertadores 2023, no Allianz Parque.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Ao ser questionado sobre a escalação inicial, Abel afirmou ter feito o melhor para o Palmeiras

Para o técnico Abel Ferreira, o resultado final do duelo entre Palmeiras e Boca Juniors não foi justo. Em coletiva após o empate em 1 a 1 e a desclassificação palmeirense nos pênaltis, o treinador citou as chances criadas pelo time ao longo do duelo.

“Nosso adversário marcou no primeiro chute a gol, eles se fecharam bem, fizeram marcações individuais, foi difícil encontrar espaços. No segundo tempo invertemos a construção, fixamos o Piquerez na linha de zaga e penso que fomos melhores. Finalizamos 24 vezes, mas o resultado não quis que fizéssemos mais um gol. Criamos o suficiente ao longo do jogo para sair com outro resultado”, comentou.

A mudança de postura do time na segunda etapa ocorreu após as entradas de Endrick e Kevin, no intervalo, e de Luis Guilherme, na parte final. Para o treinador, no entanto, não foram as peças que mudaram o time, e sim sua alteração tática na equipe.

“Não foi a entrada da molecada, foi a alteração no sistema que eu fiz do primeiro para o segundo tempo”, relatou o treinador, que continuou sendo questionado sobre a escalação inicial e as entradas dos jovens somente no segundo tempo.

“Perco e ganho com as minhas ideias, não com as ideias dos outros. Tudo que eu faço dentro clube é o melhor com os recursos que temos e potenciar todos ao máximo. É isso que vou continuar a fazer, pra isso que estou no clube diariamente”, disse.

“Quem é o treinador desta equipe? Quem é que faz tudo para o Palmeiras ganhar? Quem é que está com eles todo dia? Então, é isso. Não tenho mais nada a falar”, falou Abel, que prosseguiu.

“Entendo as perguntas sobre os garotos, esses “se” que vocês perguntam, mas o futebol é assim. Vejo o futebol de um jeito, e é por isso que sou treinador e vocês jornalistas. Queríamos muito estar na final, mas o Boca venceu. O goleiro do Boca fez a diferença, ele sim fez a diferença. Seguimos o nosso plano, mas desta vez houve o goleiro do adversário que não deixou seguirmos no caminho”, concluiu.

O Palmeiras volta agora as atenções ao Campeonato Brasileiro. No domingo, a equipe enfrenta o Santos, na Arena Barueri.

Confira outros trechos da coletiva de Abel Ferreira

– Jovens jogadores

“Aqui há muita meritocracia, desde quando cheguei. O Luis Guilherme e o Kevin integraram o grupo no meio do ano e estão muito bem. Endrick jogou contra o Grêmio e diante do Bragantino e estava preparado para entrar. Nós seguimos o plano, só que desta vez as coisas não deram certo”.

– Balanço do ano

“Ainda é cedo para fazer o balanço do ano, seja pessoal ou coletivo. Começamos o ano muito bem, tivemos alguns contratempos, mas foram esses contratempos que nos deram a oportunidade de utilizar o Kevin e o Luis Guilherme”.

– Brasileirão

“Não vou alterar aquilo que eu digo. Eles [o Botafogo] têm tudo para ser campeões”.

Abel Ferreira elogia jogo dos reservas do Palmeiras e analisa resultado: “Perdemos, mas aprendemos muito”

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras contra o Red Bull Bragantino, durante partida válida pela vigésima quinta rodada do Brasileirão 2023, no Estádio Nabi Abi Chedid.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Abel Ferreira lamentou as chances desperdiçadas pelo time no primeiro tempo

Apesar do revés do Palmeiras para o Red Bull Bragantino na noite deste domingo, por 2 a 1, o técnico Abel Ferreira enalteceu o desempenho dos jogadores, principalmente a atuação no primeiro tempo. Pensando no duelo diante do Boca Juniors, na quinta-feira, o treinador optou por escalar a equipe inteira reserva e levar para o banco garotos da base.

“Há de se valorizar o que esse grupo tem feito, o que os jogadores fizeram hoje. É verdade que perdemos, mas aprendemos muito. Fizemos uma primeira parte absolutamente extraordinária, pena que não marcamos mais gols. O Bragantino só entrou no jogo após o pênalti, estava difícil entrar na nossa defesa. Foi um momento chave do jogo. Depois disso eles tiveram volume, mas é natural porque jogavam em casa”, disse o treinador.

“O futebol é isso, não cometer deslize como foi o lance do pênalti [cometido por Richard Ríos]. Foram dois gols [sofridos], infelizmente, muito consentidos da nossa parte. Mas tenho certeza absoluta que quem jogou fez o melhor”, completou.

Abel também comentou o peso da derrota para os jovens jogadores. Sete atletas formados na base do clube iniciaram o jogo como titulares (Garcia, Naves, Vanderlan, Fabinho, Jhon Jhon, Endrick e Luis Guilherme) e outros três entraram na segunda etapa (Ian, Kevin e Kauan Santos – este último estreou profissionalmente).

“Faz parte. São nos momentos difíceis que podemos ver quem pode ter futuro ou não no clube. Os momentos de dificuldade são os que definem o caráter do homem. Felizmente temos jogadores que sabemos o potencial que eles têm, as idades que têm e a margem de evolução que têm. Nós, quanto formadores e educadores, temos que perceber e estar com eles quando precisarem, seja nos momentos de glória ou de derrota”, disse.

Abel Ferreira responde sobre Libertadores

Além de falar do duelo contra o Bragantino, Abel também respondeu sobre o confronto de quinta-feira frente ao Boca Juniors, no segundo jogo da semifinal da Libertadores. O treinador relembrou a experiência do grupo neste tipo de partidas.

“Por quatro anos consecutivos chegamos às semifinais, algo que pelo que eu sei só o Santos de Pelé conseguiu, e podemos falar com experiência. Será um jogo decisivo, em nossa casa, que seguramente terá uma história que só saberemos no fim. Vamos nos preparar bem para esse jogo. Quinta-feira é um jogo diferente, vamos contar com o nosso torcedor e vamos fazer de tudo para chegar à final”, concluiu.

Abel vê Boca Juniors “ligeiramente” superior ao Palmeiras e fala na vantagem de decidir no Allianz Parque

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras contra o Boca Juniors, durante primeira partida válida pelas semifinais da Libertadores 2023, em La Bombonera.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Para Abel, faltou ao Palmeiras “ser mais agressivo nas transições”

O Palmeiras ficou no empate em 0 a 0 com o Boca Juniors, no primeiro jogo da semifinal da Libertadores, e agora decidirá seu destino na competição no Allianz Parque. A partida de volta está agendada para quinta-feira da semana que vem, às 21h30.

“Queríamos muito ganhar. [O empate] não foi o resultado que queríamos, mas temos a vantagem agora de decidir em nossa casa. Fizemos de tudo na fase de grupos para ter a melhor campanha para chegar nesses momentos e poder fazer o segundo jogo em nossa casa, com a força da nossa torcida”, disse Abel Ferreira em coletiva após jogo.

Ao analisar o jogo contra o Boca, o treinador falou das dificuldades de jogar no campo do adversário e citou o que faltou ao Palmeiras no duelo.

“Viemos a jogar em um estádio místico, com uma grande energia. Foi um jogo difícil. Eles foram ligeiramente melhores que nós, tiveram uma grande chance no segundo tempo e o Weverton fez uma grande defesa. Podíamos ser mais agressivos nas transições, no último terço, e ter feito gols. Agora é a decisão na nossa casa. Que os jogadores tenham calma para decidir”, declarou.

Buscando soluções na equipe sem a presença de Dudu em campo, Abel optou por fazer de Rony e Artur a dupla de ataque, com Raphael Veiga bem centralizado e Mayke e Piquerez atuando como alas. No segundo tempo, o treinador mexeu na equipe, mas não alterou a formação. Meia de origem, Luis Guilherme foi a campo como segundo atacante.

“Jogamos de uma maneira hoje que ainda não tínhamos jogado no ano. Fizemos saída a três, mas o resto foi diferente. A tática é da minha responsabilidade, agora fazer gols, defesas, driblar, quem faz são os jogadores. Minha função é que eles entrem em campo com a certeza absoluta do que tem de fazer. Hoje surpreendemos o adversário. Pena não termos marcado o gol com o Artur”, complementou.

Antes de voltar a enfrentar o Boca Juniors, o Palmeiras terá o Red Bull Bragantino pela frente no Brasileirão, no domingo, às 18h30, no estádio Marcelo Stéfani.

Confira outras respostas de Abel Ferreira

– Ausência de Dudu

“Gostaria de ter mais opções, mas não temos. O Dudu lesionou-se, era um ponto que nos dava largura. Temos que olhar para as soluções que temos. Hoje aqui jogaram os melhores jogadores que podiam enfrentar o Boca. Nesses jogos precisamos de jogadores pesados, com experiência. Perdemos um jogador desequilibrador. E o que temos de fazer agora é pegar os melhores jogadores e colocar neste tipo de jogos”.

– Quebrar o tabu contra o Boca Juniors

“Nossa história é aqui e agora. Essa equipe nasceu para fazer história e é isso que temos feito. No próximo jogo, temos que fazer uma coisa simples: vencer o adversário para nos classificarmos”.