Dudu evolui fisicamente e seu protagonismo fica mais evidente

Matheus Fernandes e Dudu em disputa durante treino na Academia de Futebol
Cesar Greco

Antes, atuando mais pelas beiradas, Dudu é visto como “assistente” por Abel e vem sendo um dos criadores de jogadas

Mesmo ainda não tendo atingido a melhor condição física, nos últimos jogos, Dudu tem apresentado o futebol que o torcedor palmeirense se acostumou a ver desde sua chegada, em 2015. Melhor jogador do Palmeiras na ‘Era Allianz Parque’, o camisa 4+3 foi um dos grandes destaques na classificação sobre o SPFC na Copa Libertadores.

O jogo de ida contra o rival, que ocorreu 41 dias depois de sua representação na Academia de Futebol, foi o primeiro que o ‘Baixola’ participou durante os 90 minutos desde a sua saída para o Al Duhail, do Catar.

Seu desempenho impressionou até mesmo o treinador Abel Ferreira, que após o jogo afirmou em entrevista coletiva: “O Dudu está cada vez mais adaptado às nossas exigências coletivas. A capacidade física dele foi a que mais me impressionou. Mostrou o quanto ele pode nos ajudar, com ou sem a bola”.

Se no primeiro duelo frente ao SPFC Dudu ‘impressionou’, o segundo jogo – uma semana depois – confirmou sua ascendência como um dos protagonistas do Verdão. Ele foi o responsável por anotar o segundo gol da noite, que trouxe tranquilidade ao time; além disso, obteve bons índices de ataque – 91% na precisão dos passes e ganhou 10 disputas. Após essas duas partidas, tornou-se titular da equipe e repetiu a boa atuação contra Cuiabá e Athlético-PR.

Em 2021, Dudu participou de dez jogos pelo Palmeiras, sendo metade como titular, e foi às redes adversárias uma vez. No histórico geral, o meia-atacante contabiliza 315 partidas pelo Verdão, com 71 gols marcados e 78 assistências.

Abel enxerga Dudu como um “assistente”

Com 1,66m e muita velocidade, desde o início da sua carreira, Dudu foi visto como o típico jogador de beirada. Seu primeiro técnico no clube foi Oswaldo de Oliveira, que sempre o escalou desta forma.

Sua movimentação em campo começou a mudar com o técnico seguinte, Marcelo Oliveira. O treinador, campeão da Copa do Brasil de 2015 com o Verdão, tinha como uma de suas ‘marcas registradas’ a troca de posição de Dudu com Robinho – eles se alternavam entre a faixa lateral e a central.

Deste campeonato em diante, Dudu foi ano após ano se transformando em um jogador que, apesar de uma predominância por atuar pelos lados, ocupa também toda a faixa do campo de ataque, como é possível observar nos mapas de calor abaixo:

Mapa de calor do Dudu em 2017
Mapa de calor do Dudu em 2017 – SofaScore
Mapa de calor do Dudu em 2018
Mapa de calor do Dudu em 2018 – SofaScore

Sendo agora comandado por Abel Ferreira, Dudu é visto pelo treinador com um jogador “assistente” e seu ‘oponente’ na briga pela posição é Gustavo Scarpa, que vinha atuando mais centralizado.

Na derrota do Verdão para o Fortaleza, no último dia 7, Abel foi questionado sobre os dois e declarou que, apesar de terem algumas características diferentes, “os dois possuem uma similaridade em campo, são dois assistentes, que resolvem jogos através de seus passes”.

Nas dez partidas que fez até aqui nesta segunda passagem, o ídolo palmeirense criou quatro grandes chances para os companheiros e deu outros 15 passes para finalizações.

Mapa de calor do Dudu em 2021
Mapa de calor do Dudu em 2021 – SofaScore

Abel comanda duas horas de treino técnico na Academia de Futebol

Os jogadores Zé Rafael e Raphael Veiga participam de treino na Academia de Futebol do Palmeiras
Cesar Greco

Há um mês no Verdão, o lateral-esquerdo Jorge continua em processo de recondicionamento físico

Após receberem uma folga na terça-feira, os jogadores do Palmeiras se reapresentaram hoje de manhã na Academia de Futebol e deram sequência à preparação para enfrentar o Athlético Paranaense, no sábado, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro – o duelo acontecerá no Allianz Parque, às 21h.

No gramado e com quase todo o elenco completo à disposição, Abel Ferreira e seus auxiliares comandaram cerca de duas horas de atividades técnicas. Primeiro, o grupo foi divido por setores ofensivo e defensivo.

De um lado do gramado os atletas de ataque aperfeiçoaram jogadas de linha de fundo e finalizações. Enquanto isso, o restante do elenco dava ênfase a posicionamentos, encaixes de marcação e balanços defensivos.

Na segunda parte, com o grupo dividido em três times, os atletas disputaram minijogos com as dimensões do campo reduzidas. Para finalizar, alguns jogadores aprimoraram cobranças de falta e outros realizaram trabalhos individuais específicos.

Há um mês no clube, Jorge segue em treinos à parte, em processo de recondicionamento físico

O lateral-esquerdo Jorge continua realizando trabalhos de recondicionamento físico. Na semana passada, o camisa 6 chegou a participar do aquecimento antes do treino, ao lado dos companheiros.

Já o goleiro Vinicius Silvestre está recuperado de um problema que teve no joelho esquerdo e já treina normalmente com o grupo.

O Palmeiras volta a treinar nesta quinta-feira, às 11h, na Academia de Futebol.

Abel Ferreira fica maior a cada entrevista

Por Gabriel Yokota

Nos últimos dias, Abel Ferreira, mesmo de férias em Portugal, concedeu entrevistas exclusivas para as mais diversas mídias tradicionais brasileiras. E em todas elas, o português só reafirmou o quanto sabe de futebol e tudo que nele envolve.

Com pouquíssimo tempo no Palmeiras e no Brasil, Abel já tem um lugar de destaque na História do clube. Logicamente esse status está sendo alcançado pelos títulos conquistados (Libertadores e Copa do Brasil), mas seu jeito de se comunicar e valorizar a todos à sua volta são fatores que também estão pesando a seu favor.

Não existe “eu”, existe “nós”

Contando todas as entrevistas, Abel esteve frente a frente com os jornalistas por no mínimo quatro horas. E em nenhum momento, o treinador mostrou-se ‘maior’ que seus comandados ou seus companheiros de profissão. Tratou cada conquista desses quatro meses de Palmeiras de forma coletiva, mesmo que, sem querer ou não, os entrevistadores quisessem que ele levasse o prestígio por inteiro.

“Uma coisa que não gosto muito de ouvir (desculpa dizer isto, mas é o que sinto): não existe ‘eu ganhei’, aqui vocês fazem isso. Fomos ‘nós’ que ganhamos”, disse em uma das tantas perguntas.

“O importante é da cabeça pra cima”

Outro fator que o treinador está sempre mencionando, e que é fundamental no futebol de hoje, é a importância de ser mentalmente forte. Por muito tempo, o fator mental foi negligenciado, não só no esporte como também na vida cotidiana, mas isso vem mudando. Com Abel no comando, esta pauta esteve sempre ativa no Palmeiras.

“A cabeça comanda tudo”, “existe lesão no psicológico”, “o importante é da cabeça pra cima”, foram algumas frases ditas por ele nas entrevistas.

O exemplo utilizado por ele é o de Ramires, que se desvinculou do clube em dezembro do ano passado após, entre outros motivos, não suportar mais as críticas e a pressão por um futebol melhor, vindas principalmente das redes sociais.

Lado tático

Além deste lado humano visivelmente forte em Abel, as respostas do treinador sobre a parte tática da equipe também o fez parecer ‘maior’ para os torcedores palmeirenses.

Quando questionado sobre a maneira que o time se comportará em campo, agora que a comissão terá um tempo livre para treinar, Abel foi enfático e bem explicativo:

“Minha forma de jogar, em quatro palavras: curto ou longo e dentro ou fora. Cada jogador tem que ter três linhas de passe: apoio, largura ou profundidade. O jogador escolhe, lê, interpreta o jogo e toma a decisão”.

“Não se faz gols só de jogo propositivo. Também se faz gol de contra-ataque. Vamos atacar a bola parada, para tentar o gol de bola parada, vamos tentar o contra-ataque, porque se faz gol de contra-ataque. Não existe um jeito de jogar, cada jogo é um jogo e é preciso entendê-lo”.

Pouquíssimos treinadores no Brasil têm esta capacidade e a vontade de explicar conceitos táticos, técnicos e de metodologia de treino. Abel aparenta ser totalmente o contrário, gosta de compartilhar, e com isso, evoluir.

Brasileirão 2020: fim do segundo quartil

Calculadora

Após a vigésima rodada do Brasileirão – que para o Palmeiras, foi a 19ª – chegou o momento de atualizarmos nosso planejamento de pontos para o Brasileirão, exercício já tradicional aqui no Verdazzo.

As quatro derrotas consecutivas que o clube sofreu no segundo quartil arrebentaram a projeção original. Mas a reação que veio a seguir, somada com tropeços inesperados dos concorrentes diretos, fizeram com que a atual campanha do Palmeiras, com alguns ajustes nos resultados futuros, ainda seja suficiente para almejar ao título.

A projeção anterior tinha como meta fazer 82 pontos para garantir o título. Mas ninguém disparou. As campanhas irregulares de todos os clubes puxaram essa meta um pouco para baixo. Com um pouco de otimismo, pode-se imaginar que 76 pontos serão suficientes para a conquista.

O calendário é apertadíssimo e a margem para erros, mesmo com ajustes, praticamente foi esgotada. Será um desafio gigantesco para o elenco reduzido sob o comando de Abel Ferreira. Mas nós vivemos de esperança. Este exercício nada mais é que uma referência para mantermos as esperanças acesas.

Terceiro quartil

As próximas nove semanas serão decisivas para sabermos se ainda podemos almejar a conquistas na temporada 2020.

Durante o terceiro quartil – rodadas 21 a 29 – teremos jogos pelo Brasileiro todos os finais-de-semana e uma maratona de mata-matas que vão até a semifinal da Copa do Brasil e a primeira perna da semifinal da Libertadores – caso o Palmeiras siga avançando.

Nos próximos nove jogos, precisamos vencer sete e temos margem para dois empates – que reservamos para os jogos contra o Inter e Santos, fora de casa.

O perigo das lesões e das suspensões vão seguir nos assombrando em toda a trajetória. Precisaremos da mesma superação mostrada no jogo da última quarta, contra o Ceará, para resistir a esses dezoito jogos. E manter aquele mesmo espírito por tanto tempo é quase impossível.

Quarto quartil

Entraremos na rodada 30 sabendo se ainda estaremos vivos na Copa do Brasil e na Libertadores. Serão mais nove jogos, mais o jogo atrasado contra o Vasco, mais três (ou uma, ou nenhuma) partidas pelos mata-matas – justo as finais.

A partida contra o Vasco, caso o Palmeiras chegue às finais nas duas competições, deve ser marcada numa semana em que já há jogos, ou seja, viveremos uma semana “a la 1999”, quando tínhamos jogos quarta-sexta-domingo corriqueiramente.

Neste quartil final, teremos três confrontos diretos – contra Flamengo, SPFC e Atlético-MG. Se fizermos nossa parte direitinho nos outros jogos, teremos direito a tropeçar nessas partidas. Caso os tropeços aconteçam nos jogos considerados menos difíceis, teremos a chance de compensá-los nesses confrontos diretos (com o bônus de tirar pontos dos concorrentes).

Nessa projeção, precisaremos de sete vitórias e um empate nas dez partidas finais da tabela.

Conclusão

A chuva de empates do primeiro quartil e as quatro derrotas seguidas no fim da trajetória de Luxemburgo tornaram a missão muito mais difícil que o normal.

A irregularidade dos concorrentes amenizou, no entanto, as dificuldades. Mas estar vivo nas copas tem seu preço. As tabelas se sobrepõem de forma cruel e o número diminuto de atletas em nosso elenco completa o cenário. É como escalar o Himalaia.

É para isso que estamos aqui. A esperança permanece acesa e temos a chance de disputar os três títulos. O Brasileirão será o mais difícil de todos.

Acompanhando esta projeção, teremos uma melhor noção do quanto falta. VAMOS PALMEIRAS!

O que esperar do Palmeiras de Abel Ferreira?

Abel Ferreira

Abel Ferreira foi anunciado ontem à noite como novo técnico do Palmeiras.

As informações que estão disponíveis na Internet dão conta de um treinador com personalidade forte, que não abre mão da disciplina.

Estrategista, pensa o jogo e prioriza a organização, tanto defensiva quanto ofensiva.

Não é possível definir um esquema de jogo preferido ou uma característica predominante: defensivo ou ofensivo; reativo ou propositivo, etc. Abel Ferreira adapta seu time ao cenário, tornando seus times pouco previsíveis.

O mais importante de tudo é que o sucesso do novo treinador estará diretamente relacionado com o respaldo que ele tiver da diretoria e com o apoio que receberá da torcida mesmo diante dos quase certos insucessos de começo de trabalho.

Compilamos todas as impressões colhidas a respeito do novo treinador no vídeo abaixo.