Depois de cinco partidas, como está a prancheta de Felipão?

Felipão
Cesar Greco / Ag.Palmeiras

Foram apenas cinco jogos até agora. A tabela foi marotamente montada pela FPF para que o Derby fosse disputado com os times ainda em estágios iniciais de desenvolvimento e assim diminuir a diferença entre as equipes – mesmo assim, a superioridade do Palmeiras foi flagrante. O placar desfavorável, no entanto, produto de ineficiência nas finalizações, acelera a discussão sobre os caminhos que o time está tomando para a temporada.

Felipão e Paulo Turra até agora insistiram em apenas um modelo de ataque. Um dos volantes, normalmente Bruno Henrique, eventualmente preenche os espaços dando opção de passe, mas ainda de forma bem mais tímida que em 2018. Os laterais apoiam com muita parcimônia. Isso faz com que quase todo o poderia ofensivo fique a cargo dos quatro homens de frente.

O posicionamento dessas peças foi invariavelmente com um meia central, normalmente Lucas Lima, que precisa fazer o pêndulo para se aproximar dos companheiros, exigindo-lhe um esforço extra. Dudu fica de um lado, ora indo pra cima do lateral, ora afunilando e se tornando mais uma opção de passe. Do outro lado, Felipe Pires e Carlos Eduardo agridem o lateral adversário de forma mais aguda, cada um com sua característica: o segundo é mais rabiscador, o primeiro é mais veloz.

Diante deste primeiro pacote de partidas, permanecem como opções táticas Gustavo Scarpa, Zé Rafael, Raphael Veiga, Ricardo Goulart, Guerra e Hyoran.

O modelo em uso

Este modelo pode ser muito útil em uma série de partidas, em cenários bastante frequentes. Quando o Palmeiras estiver em vantagem no placar, em situações onde o adversário é obrigado a ceder espaços, o desenho proposto pela comissão técnica é o mais indicado para matar o jogo, usando a velocidade pelos flancos.

Quando o Palmeiras enfrenta esquemas mais fechados, como o que se desenhou no último Derby, esse sistema ainda pode funcionar, mas apenas nas jogadas de bola aérea. A penetração por baixo, seja por dentro, seja pelas extremas, fica seriamente prejudicada com uma manobra simples do adversário: marcar o meia central com intensidade.

Lucas Lima, que nesta proposta já tem uma função bastante sacrificada tendo que percorrer o campo lateralmente em todas as jogadas, ao receber uma marcação personalizada acaba sendo anulado.

Com essa marcação, o Palmeiras perde uma peça fundamental para envolver o adversário e precisa recorrer apenas aos chuveirinhos, ou ao talento individual – e de quebra, Lucas Lima acaba sendo culpado pela parte da torcida que assiste aos jogos olhando só a bola, pelo baixo rendimento – algo que, também nas mãos de Felipão, Alex também sofria muito.

Até agora, nota 6

Dudu
Cesar Greco / Ag.Palmeiras

Ofensivamente, os dois jogadores contratados para desempenhar uma função fundamental ficaram devendo. Nem Felipe Pires, nem Carlos Eduardo, conseguiram atuações que chamasse atenção de forma positiva – no Derby, as jogadas de ponta mais produtivas aconteceram quando Dudu inverteu com Carlos Eduardo; a bola chegou à área em condições de finalização mais facilmente e o próprio camisa 37, em função invertida, chegando na área afunilando, perdeu gols incríveis.

Defensivamente, o time ainda mostra alguns problemas na recomposição defensiva; alguns buracos foram notados à frente da zaga mesmo nos jogos contra os pequenos. Aparentemente não é nada crônico, apenas resultado da falta de ritmo de jogo; com o tempo os espaços tendem a ser vedados naturalmente. Tanto que a defesa do Verdão já desponta como uma das mais sólidas do país, mesmo nesta base de jogos ainda tão estreita.

O fato da defesa estar razoavelmente bem encaminhada segue os preceitos básicos do desenvolvimento tático de um time: começar pela defesa. Isso é o que nos dá uma certa esperança de que muita coisa ainda pode ser mostrada por esse time, assim que a comissão técnica tiver tempo livre para implementar novos conceitos. Não é à toa que Felipão reclamou, mais de uma vez, do calendário de partidas neste início de temporada, marcando jogos seguidos em janeiro e na primeira semana de fevereiro, para depois espaçá-los.

Um modelo alternativo

É com uma derrota no Derby que Felipão e Paulo Turra precisam começar a desenvolver um sistema mais indicado para romper retrancas e que valorize mais a posse de bola, um modelo que seja capaz de prevalecer mesmo contra marcações mais severas sobre as peças-chave do time.

Um possível desenho contemplaria a valorização dos laterais no ataque; a escalação de dois meias de beirada com habilidade e chegada ao gol, e a atuação fundamental do segundo volante, que completaria as funções ofensivas ao mesmo tempo que teria a obrigação de recompor rápido quando o time perdesse a bola no ataque. Peças para montar algo neste sentido, Felipão tem de sobra.

Com laterais mais soltos, as triangulações serão facilitadas. O centroavante pode sair mais da área, tanto para os lados, como voltando para a intermediária. Se marcarem o meia central, o meia do lado oposto, mais afunilado, participa da jogada e completa o desenho.

A recomposição defensiva precisa ser feita rapidamente, de acordo com o lado onde estava sendo feito o ataque desarmado. Felipe Melo vai precisar, mais do que nunca, de muita mobilidade para ocupar os espaços. Quem corre pra onde, quem fecha qual espaço, é uma tarefa que vai demandar muita coordenação e ensaio.

Cinco de oitenta

O Palmeiras pode realizar até oitenta partidas oficiais no ano, se chegar às finais de todas as competições. Até agora, apenas cinco jogos foram disputados e não há motivo para grandes preocupações com relação à sequência da temporada.

Estamos diante de apenas um plano de jogo. É claríssima a necessidade de se desenvolver alternativas e a comissão técnica certamente tem planos a serem colocados em prática. Cabe a nós lidar com a ansiedade de ver essas novas propostas em campo, e logo – o campeonato paulista está aí para isso mesmo.

Alguns ajustes no elenco ainda podem ser necessários, mas é cedo bater o martelo neste momento. Discutir dispensas em fevereiro não faz o menor sentido. Seguimos apoiando e confiando em Felipão. Se nós, daqui, conseguimos enxergar vários ajustes que precisam ser feitos, ele certamente também já viu esses e outros que nós ainda nem imaginamos. VAMOS PALMEIRAS!


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Agressivos no mercado, adversários correm atrás do Palmeiras e tornam a temporada muito atraente

Carlos Pracidelli
Cesar Greco/Ag Palmeiras

O Palmeiras completa uma semana de trabalho e já mostra por que segue sendo o time a ser batido este ano, mesmo com adversários mostrando bastante agressividade no mercado.

Sob o comando de Carlos Pracidelli, Paulo Turra e Felipão, os jogadores já começaram a ensaiar posicionamentos. As atividades servem para que os remanescentes do ano passado reativem a “memória tática” e para que os atletas que estavam em outros clubes se ambientem naquilo que a comissão técnica gosta de chamar de “identidade” deste grupo.

Os treinamentos físicos já se intercalam com os ensaios táticos, sem e com bola. O fato de 25 atletas terem participado da campanha de 2018 ajuda a acelerar o processo.

Em poucos dias, é de se esperar que os jogadores estejam muito próximos do padrão de homogeneidade desejado para que se possa avançar em relação ao estágio que o time encerrou o ano passado.

O desafio para 2019

Paulo Turra
Cesar Greco/Ag Palmeiras

Por ter assumido o time pouco depois da metade da temporada e com três competições em vista, a comissão técnica estabeleceu em 2018 um plano rápido e simples: posicionar a defesa, acertar a cobertura e intensificar o jogo de transição ofensiva rápida.

Com muita competência e alguma dose de sorte, o grupo respondeu bem e chegou à conquista do decacampeonato com alguma sobra, mesmo saindo de uma posição de desvantagem na tabela.

Nas copas, no entanto, o time não conseguiu se impor, sendo batido por Cruzeiro (com arbitragem decisiva) e Boca Juniors. A superioridade no torneio de tiro longo acabou neutralizada nas disputas de mata-mata – é o que acontece com um time ainda em estágio inicial de desenvolvimento, com poucas alternativas ofensivas: adversários qualitativamente semelhantes podem encaixar o jogo e vencer o confronto.

O desafio de Felipão e sua equipe para 2019 é tornar o Palmeiras ainda mais letal e menos previsível, ampliando o leque de alternativas táticas e técnicas.

Incontáveis variações

Treino Academia
Cesar Greco/Ag Palmeiras

A evolução do elenco prosseguiu e hoje vemos o grupo melhor que em 2018, com pelo menos duas opções indiscutíveis para cada função: a) volantes pegadores, b) volantes ofensivos, c) meias de beirada, d) meias centrais, e) ponteiros e f) centroavantes.

Se forem usados um atleta de cada uma dessas funções no mesmo time, teremos uma formação com bastante equilíbrio entre defesa e ataque, criatividade e força, jogo de velocidade e cadenciado, afunilamento e amplitude. Mas como tem no mínimo duas ótimas opções para cada função (e pode-se incluir no cenário laterais mais marcadores ou mais ofensivos dos dois lados), Felipão pode montar a cada partida incontáveis variações, conforme os pontos fortes e fracos de cada adversário. É nessa direção que, espera-se, o Palmeiras caminhe neste primeiro semestre.

Paralelamente, times que investiram bastante como o Flamengo (Rodrigo Caio, De Arrascaeta e Gabriel) e SPFC (Tiago Volpi, Hernanes e Pablo, entre outros menos cotados) estão pelo menos seis meses atrasados no projeto técnico em relação ao Palmeiras de Felipão. A luta de Abel Braga e André Jardine ainda é para montar o esquema básico.

O Flamengo, em particular, mostra bastante agressividade no mercado, mas parece refém da capacidade de Abel de administrar a mistura de medalhões de 2018, com medalhões recém-chegados que ganham o dobro do salário dos antigos, um perigo real e iminente. O experiente treinador dará conta?

Além disso, essas duas equipes ainda têm claros buracos em seus times considerados titulares e não podem nem sonhar em estabelecer um rodízio consistente, já que seus hipotéticos times “B” não possuem qualidade nem para disputar os estaduais de forma competitiva.

O hype na imprensa diante das contratações de impacto é natural. Entre as torcidas, então, nem se fala.  Mas o fator novidade tende a se dissipar e os problemas decorrentes dessas falhas na formação dos elencos tendem a se evidenciar.

Então, já ganhou? Entreguem as taças?

Claro que tudo isso faz parte do campo teórico. Deixando de lado o impacto emocional dos anúncios das contratações, é o Palmeiras quem segue tendo mais potencial para se destacar no primeiro semestre, enquanto os outros times ainda estarão buscando acertos básicos.

Mas toda temporada é longa e mais uma vez o calendário imporá uma parada, desta vez para a Copa América, o que dará a chance para os times em fases iniciais de desenvolvimento tirarem a diferença mais rápido.

E não existem só Flamengo e SPFC. Não podemos deixar de lado times como Grêmio, Inter, Cruzeiro e SCCP, que não estão mortos e têm potencial para desenvolver bons projetos em 2019.

E além de tudo isso, sempre temos o fator imponderável no futebol. Campeonatos em mata-mata, por natureza, diminuem qualquer desnível entre os times.

Temporada promete

Elenco 2019
Cesar Greco/Ag Palmeiras

No fundo, essa empolgação toda por outras bandas é ótima para o Palmeiras, que assim tira um pouco dos ombros a responsabilidade de ser o favorito destacado. Todo esse cenário faz com que a temporada 2019 já se inicie muito atraente, para todas as torcidas.

O Palmeiras segue sendo favorito destacado para ganhar o Brasileiro. Nos torneios eliminatórios, será uma força indiscutível. E diante de tudo o que foi exposto, terá mais chances do que no ano passado para vencê-los.

Só que o Verdão precisa confirmar esse potencial em campo, contra adversários que não estão confortáveis com nosso poderio e que não estão medindo esforços para reverter o quadro – mesmo que de forma ainda um pouco desorganizada.  VAMOS PALMEIRAS!


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Raio-X do grupo F da Libertadores 2019

Taça LibertadoresA Conmebol realizou na noite de ontem mais um daqueles chatíssimos sorteios que formatam suas competições.

Depois de quase duas horas de enrolação, foram definidas as chaves da Libertadores 2019.

Cabeça-de-chave, o Verdão terá em seu grupo o San Lorenzo-ARG, o Junior-COL e um adversário que sairá da chave que tem Delfín-ECU, Nacional-PAR, Caracas-VEN, Melgar-PER e Universidad de Chile-CHI.

A tabela com os confrontos ainda não foi divulgada pela organização.

San Lorenzo

San LorenzoO San Lorenzo será certamente o adversário mais forte desta primeira fase. O tradicional clube portenho, que conta com a torcida do papa Francisco, foi adversário do Verdão nas semifinais da Copa Mercosul de 1999 – o Verdão levou a melhor: depois de perder por 1 a 0 no Nuevo Gasómetro, reverteu o placar com uma vitória por 3 a 0 no Palestra.

Já venceu o campeonato nacional 15 vezes, além de uma Libertadores, uma Mercosul e uma Sul-Americana. No atual campeonato argentino, faz campanha ridícula: está em 23° lugar.

Buenos Aires– fica a 2h40 de voo, ao nível do mar

Junior

Júnior de BarranquillaO Junior foi adversário do Verdão na fase de grupos no ano passado e o Verdão atropelou, com duas vitórias. O estádio Roberto Meléndez foi palco de um lance crucial de 2018: a desgambatização de Bruno Henrique.

Após a desclassificação na última Libertadores, o time seguiu campanha na Sul-Americana, onde ficou com o vice-campeonato. Já venceu o campeonato colombiano oito vezes – a última, no domingo passado, contra o Independiente Medellín.

Barranquilla não tem voo direto e a viagem dura cerca de 8h. Fica ao nível do mar.

O quarto elemento

MelgarMelgar: clube tradicional do sul do Peru, já venceu três campeonatos locais. Joga no estádio Mariano Melgar, com capacidade para 15 mil espectadores – para jogos grandes, usa o estádio Nacional San Agustín, com capacidade para 60 mil pessoas. Tem seis participações na Libertadores e foi campeão do último torneio Clausura.

Arequipa não tem voo direto e a viagem dura cerca de 10h. Fica a 2300m de altitude.


Club NacionalNacional: o time paraguaio chegou à final da Libertadores em 2014, quando perdeu justamente para o San Lorenzo – os dois times podem reeditar o confronto no Grupo F deste ano. Já venceu o campeonato local 9 vezes – no último, terminou em sexto lugar, fazendo uma campanha medíocre. Manda seus jogos no tradicional estádio Defensores del Chaco, que tem capacidade para 42 mil pessoas.

Assunção fica a 2h de voo, a 45 metros de altitude.


DelfínDelfín: clube jovem, fundado em 1989, nunca venceu a primeira divisão de seu país. Ficou em quinto lugar no último torneio. Manda seus jogos no estádio Jocay, com capacidade para 17 mil pessoas.

Manta não tem voo direto e a viagem pode durar até 15h. Fica ao nível do mar.


Caracas FCCaracas: time de tradição recente no campeonato local, tendo conquistado onze títulos – todos de 1990 para cá. Ficou em oitavo lugar na última edição e se classificou aos playoffs, perdendo na semifinal para o Deportivo Lara. Manda as partidas no Estádio Olímpico da UCV, com capacidade para 24 mil pessoas.

Caracas fica a 11h de voo, a 900 metros de altitude


Universidad de ChileUniversidad de Chile: é o favorito à vaga. Já venceu o campeonato local 15 vezes e a Copa Sul-Americana uma vez, em 2011. Foi o terceiro colocado do Clausura 2018, a quatro pontos da Católica, que se sagrou campeã. Costuma mandar seus jogos no Estádio Nacional de Santiago, que comporta até 55 mil pessoas.

Santiago fica a 4h de voo, a 450m de altitude.

Retrospecto

O Palmeiras só tem confrontos prévios contra  San Lorenzo, Junior e La U. Clique nos escudos abaixo para ver o retrospecto. Como é praxe, o Verdão não leva desvantagem contra nenhum.

San Lorenzo  Júnior de Barranquilla Universidad de Chile


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Campeão após arrancada histórica, Palmeiras puxa a fila e sobe o sarrafo no futebol nacional

Festa com a torcidaO Palmeiras venceu o Vasco ontem em São Januário e se sagrou campeão brasileiro pela décima vez na História. Nenhum time tem tantas taças nacionais, tanto considerando apenas os campeonatos brasileiros, como se considerarmos na soma as Copas do Brasil.

Ao todo, o Palmeiras tem 13 taças nacionais, e se considerarmos também a Copa dos Campeões, o número sobe para 14. O título conquistado no Rio de Janeiro permitiu ao Verdão abrir três troféus de vantagem em relação ao segundo colocado.

Se vencer o já rebaixado Vitória na última rodada, no próximo domingo, quando o Allianz Parque deverá estar mais uma vez lotado para saudar nosso time e celebrar o recebimento do troféu do campeonato, o Palmeiras chegará a 80 pontos, igualando a segunda melhor campanha desde 2006, quando o campeonato de pontos corridos passou a contar com 20 clubes.

O Cruzeiro de 2014 e o próprio Palmeiras de 2016 também chegaram a essa marca – o recorde continua sendo o do SCCP de 2015, com 81.

Arrancada histórica

Felipão
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

O Palmeiras chegou ao título após a mudança de comando técnico. A chegada de Felipão deu muito certo – mais certo do que qualquer palmeirense poderia apostar após a demissão de Roger Machado, na 15ª rodada, quando o time perdeu para o Fluminense no Maracanã e tinha oito pontos de desvantagem para o Flamengo, líder até então.

Em 22 jogos, o Palmeiras conseguiu a maior série invicta desta era do campeonato, com 16 vitórias e 6 empates – e contando. A maior marca era do SCCP de 2017, que passou todo o primeiro turno sem ser derrotado. Nesta sequência, o Palmeiras marcou 39 gols e sofreu apenas 9.

A conquista fica mais saborosa ainda quando lembramos que em vários jogos o Palmeiras foi prejudicado ostensivamente pela arbitragem, como nos jogos contra o SPFC no Morumbi e contra o Cruzeiro no Pacaembu, entre outros.

O que valoriza ainda mais o título é saber que o time ainda disputou simultaneamente a Copa do Brasil e a Libertadores de forma competitiva, ficando pelo caminho nas semifinais em ambas as competições. O Palmeiras não precisou “largar” nenhum campeonato para chegar ao décimo campeonato brasileiro com uma superioridade incontestável.

Projeção cumprida

Os 77 pontos que foram suficientes para a conquista eram a conta projetada antes do campeonato começar. O Verdazzo projetou os resultados visando essa cifra já imaginando que, embora nunca um vice-campeão tivesse superado a barreira dos 73 pontos, essa possibilidade existia e era necessária uma margem de segurança.

Parece até que sentimos o cheiro: o Flamengo tem atualmente 72 pontos e tem o Atlético-PR pela frente no Maracanã, na última rodada. A torcida rubro-negra poderá comemorar a marca de melhor vice da História chegando a 75 pontos. Parabéns!

Subindo o sarrafo

Academia de FutebolA conquista do Verdão aumenta a exigência interna do futebol brasileiro. O Palmeiras é o grande protagonista do futebol brasileiro e lidera um bloco de clubes que já enxergou que é preciso profissionalizar todas as áreas que envolvem a administração do futebol – neste momento, não por coincidência, o clube que está mais próximo do Verdão é o vice-campeão, o Flamengo. Os dois melhores colocados na tabela são os clubes que estão com as finanças mais organizadas e que conseguem sobreviver sem o adiantamento de receitas. Outros times tentam se reestruturar e dar esse passo adiante.

Mas futebol vai muito além da administração financeira, claro. Desenvolvimento e execução de processos, planejamento administrativo e esportivo, respaldo de profissionais com excelência em áreas de apoio aos atletas e o desenvolvimento e a manutenção de uma departamento de futebol de base forte também fazem parte do pacote.

O desafio do Palmeiras é se manter equilibrado em todas essas áreas, sem deslumbre, com seriedade. Construindo definitivamente um projeto de futebol de longo prazo que dê estabilidade ao treinador e que propicie o estabelecimento de uma identidade de jogo. Mantendo um modelo sólido de receitas sem colocar todos os ovos em apenas uma cesta, para continuar a subir o sarrafo e puxar a fila – quem conseguir, que nos acompanhe.

Se todos ficarem para trás, a tendência é uma dominação doméstica que pode durar longos anos, aumentando o círculo virtuoso que envolve conquistas esportivas, aumento da torcida, receitas crescentes e times fortes. E se outros times vierem na nossa esteira, quem ganha é o futebol brasileiro. VAMOS PALMEIRAS!


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Em 2016, Palmeiras também foi cauteloso na reta final

BrasileirãoO empate de ontem no Independência deixou o Palmeiras mais perto do título do que estava antes da rodada começar. A diferença para o Inter se manteve e o Flamengo ficou um ponto a mais para trás, com uma rodada a menos por disputar. Agora, são apenas cinco jogos para o fim do campeonato e temos uma confortável diferença de cinco pontos para o segundo e sete para o terceiro.

A situação, aliás, lembra muito a de 2016. Há dois anos, a pontuação do Palmeiras, na liderança, e a do vice-líder, o Flamengo, eram as mesmas dos dois primeiros deste ano, como vocês podem conferir na tabelinha ao lado. Nos jogos finais, o Palmeiras administrou a vantagem e minimizou os riscos. O que não quer dizer que esses riscos não tenham existido.

Ontem, o Verdão empatou o jogo a 15 minutos do fim, e poderia ter perdido. Mas também poderia ter aberto o placar no primeiro tempo em três ótimos lances de Willian, Guerra e Deyverson e tornado o jogo mais fácil – são variáveis que fazem parte da imprevisibilidade do jogo.

Correr riscos ainda é uma realidade para o Palmeiras no Brasileirão; nosso clube ainda não chegou ao mesmo patamar de dominação do Barcelona na Espanha, por exemplo, mas estamos tentando caminhar nessa direção. Quem sabe, chegaremos a essa excelência em alguns anos. O Barcelona, aliás, perdeu ontem para o Bétis em casa por 4 a 3.

A reta final de 2016

2016Em 2016, a partir da rodada 34, o Palmeiras de Cuca apenas administrou a vantagem, com jogos pragmáticos onde conquistou os pontos necessários para o título. E mesmo assim correu riscos. Na rodada 34, sob chuva, venceu o Inter por 1 a 0, com gol de Cleiton Xavier no primeiro tempo, mas quase sofreu o empate numa arrancada de Anderson que chegou frente a frente com Jailson, mas concluiu por cima.

Na rodada 35, vejam só: um empate por 1 a 1 com o Atlético no Independência: Gabriel Jesus abriu o placar no primeiro tempo, mas Pratto empatou aos 13 do segundo tempo e o Palmeiras sofreu uma enorme pressão até o fim do jogo – no final, comemorou o resultado e a vantagem de quatro pontos para o vice-líder.

Na rodada 36, com um gol de Dudu de cabeça, o Palmeiras venceu o Botafogo por 1 a 0 no Allianz Parque abarrotado, em partida que foi bem mais difícil do que o time carioca poderia sugerir – muito por causa da postura cautelosa de Cuca, que armou o time para não correr riscos de ser surpreendido em contra-ataques. O Verdão abriu seis pontos para o Santos e ficou a um empate do título, em dois jogos.

A conquista veio na rodada 37, em mais um jogo extremamente cauteloso do Palmeiras, que venceu os reservas da Chapecoense por 1 a 0, num gol chorado de Fabiano. O desinteresse do time catarinense, focado na disputa da Sul-Americana, facilitou a missão, mas mesmo assim a vitória veio de novo pelo placar mínimo.

Quem brilha é o troféu

Campeão Brasileiro 2016Mesmo correndo alguns riscos, algo que time nenhum do planeta jamais estará imune (afinal, é futebol), o Palmeiras vai chegando cada vez mais perto de mais uma conquista para se distanciar dos outros na lista dos maiores vencedores do Brasileirão.

Felipão, a seu modo, já construiu uma espetacular sequência de 18 jogos sem derrota, mesmo sem pré-temporada, mesmo sem poder montar o elenco com peças que se encaixem a seu modelo. Ontem, armou o time de forma a minimizar mais uma vez o risco de derrota e poupou os principais jogadores para a sequência final. O time está entregando os resultados. Nosso treinador merece crédito, mesmo nos deixando apreensivos durante os jogos.

A tabela que se oferece ao Verdão é bastante convidativa; serão três jogos em casa e mais um contra o Paraná em território amigável e o Palmeiras precisa de apenas mais onze pontos para não depender de tropeço nenhum dos concorrentes.

Muricy RamalhoEm 2009, a vantagem de cinco pontos era na rodada 29, e ela se esvaiu quando Muricy colocou o time pra frente, para abrir mais vantagem, quando poderia ter fechado a casinha e administrado os pontos.

Jogar de forma cautelosa, a exemplo do que fez o time de Cuca em 2016, parece ser a melhor forma de trabalhar essa vantagem. O Palmeiras não precisa dar show nesta reta final. Não precisamos de brilho. Quem cobra brilho deste Palmeiras é por puro despeito; não podemos cair nessa. Quem brilha mesmo, sob uma chuva de papel picado e fumaça, é o troféu.


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