Brasileirão 2022: planejamento de pontos – fim do segundo quartil

Com o segundo quartil do Campeonato Brasileiro encerrado, o Palmeiras fez sua melhor campanha em toda a História do campeonato no atual formato, desde 2006. Mesmo assim, ao chegar a 39 pontos ao fim da rodada 19, o Verdão ficou a três pontos de cumprir a meta estipulada no planejamento ajustado ao fim do primeiro quartil.

Isso não necessariamente é um problema, diante do desempenho dos concorrentes. A projeção inicial, de 80 pontos, foi ajustada para 79 ao fim do primeiro quartil, e agora pode ser reposicionada para 76. É bem pouco provável que o SCCP, Fluminense, Atlético-MG, Atletico-PR, Flamengo e Inter cheguem a esta pontuação.

Para isso, seria necessário que o SCCP fizesse nos 19 jogos do segundo turno mais 41 pontos, jogando ainda Libertadores e Copa do Brasil. O Fluminense precisaria fazer mais 42. O Galo, 44. O Athletico, 45; Flamengo e Inter precisariam marcar mais 46. Já dá pra dizer que 76 é uma pontuação bem segura.

Para chegar ao número mágico, o Palmeiras então precisa fazer 37 pontos no segundo turno, tendo ainda a Libertadores no meio do caminho (duas, quatro ou cinco partidas) – mas já com seis semanas livres (a primeira, em andamento) com a eliminação da Copa do Brasil. Vamos ao caminho para o décimo-primeiro título:

Terceiro Quartil

Após a primeira semana livre em dois meses, o Palmeiras encara o Ceará no Castelão, pensando no jogo de quarta-feira contra o Galo, pela Libertadores. O Vozão tem compromisso pela Sul-Americana e também deve poupar seus principais valores – assim, o maior problema deve ser mesmo o gramado da arena cearense. Um empate fica de bom tamanho.

O jogo seguinte será contra o Goiás, no Allianz Parque, novamente com Libertadores à vista. Não dá pra pensar em perder pontos aqui, mesmo com time completamente alternativo. Tem que ganhar, nem que seja com gol do Atuesta.

Por conta da rivalidade e da ajuda de sempre, jogo em Itaquera é sempre complicado. Dá pra ganhar, mas empate não é ruim. Já o jogo contra o Flamengo, no Allianz Parque, tem que ser uma vitória daquelas, não só pelos pontos, mas pelo moral. Lembrando que esses jogos antecedem semanas livres e podemos ir com força máxima sem preocupação; os dois adversários, se sobreviverem na Copa, ainda terão mais com o que se preocupar – e poupar.

Fluminense e Bragantino fora, antes de possíveis jogos de Libertadores, são jogos para zero ponto; o que vier será totalmente lucro. Mas a reta final, em jogos contra Juventude e Santos, em casa; Galo e Botafogo, fora, exige 10 de doze pontos possíveis.

Quarto Quartil

Os últimos nove jogos serão de dedicação quase completa ao Brasileirão – teremos “apenas” a final da Libertadores, se chegarmos lá. Lembrando que nosso incrível calendário retirará dos times os jogadores da Copa do Mundo nas quatro últimas rodadas – certamente jogaremos sem Weverton, no mínimo, e provavelmente Piquerez.

Uma arrancada com vitórias sobre Coritiba (C), Atlético-GO (F), SPFC (C) e Avaí (C) nos dará a tranquilidade para poupar tudo às vésperas da final, na Arena da Baixada, onde uma derrota será perfeitamente aceitável.

A reta de chegada prevê ainda vitórias em casa contra Fortaleza e América, e duas partidas fora onde podemos buscar pontos perdidos no meio do caminho. Um empate contra Cuiabá ou Inter deve bastar, mas caso seja necessário, temos margem para buscar mais pontos.

Conclusão

O desempenho do Palmeiras, associado ao dos outros times e ao calendário que restou para todos os concorrentes nos deixou numa posição bastante confortável. A projeção tem trechos difíceis, mas outros bem fáceis e temos até margem para manobra

Cumprindo o plano, chegaremos à última rodada já inalcançáveis – o que seria bastante desejável, já que o jogo é contra o Inter, no Beira-Rio, um cenário que não costuma nos trazer boas lembranças. Mas se precisarmos desses pontos, dá pra buscar.

O Brasileirão é traiçoeiro e já protagonizamos algumas campanhas muito decepcionantes depois de nos destacarmos no primeiro turno. Mas em nenhuma delas tínhamos um sistema tão consolidado e um time tão encaixado com o sistema do treinador.

Depois de 2002 e 2012 trágicos, que 2022 acabe com essa sina. VAMOS PALMEIRAS!

Brasileirão 2022: planejamento de pontos – fim do primeiro quartil

Passamos pela décima rodada do Brasileirão e é chegado o momento do primeiro ajuste na projeção de pontos feita no início do campeonato. Após iniciar a disputa com uma surpreendente derrota em casa para o Ceará, o Verdão cruzou a linha do primeiro quartil líder e desponta como principal favorito ao título, segundo até a imprensa.

No entanto, como alertou Abel Ferreira em sua última coletiva, ainda falta muita coisa. E é sobre essa montanha de jogos que vamos nos debruçar nesta sequência de nosso tradicional exercício.

O Palmeiras atingiu uma maturidade fantástica enquanto equipe e já é possível sonhar com conquistas múltiplas. Além da liderança no Brasileirão, o Verdão está forte nas outras duas frentes de disputa e demonstra estar com o elenco, embora curto, equilibrado. Os reservas estão dando conta do recado e teremos alguns reforços na próxima janela, a partir de julho.

Assim, o ajuste na projeção original que veremos a seguir contempla a possibilidade de vencermos os três campeonatos em disputa, sem jamais perder de vista que essa meta é ousadíssima e que temos exemplos recentes de que o castelo de cartas pode cair numa fração de segundo – como em 2019. Mas se tem um momento em que podemos vislumbrá-la, diante do que o time vem mostrando em campo, é agora.

Panorama do Brasileirão

Luan do Palmeiras em disputa com Ademir do Atlético-MG, durante partida válida pela nona rodada do Brasileirão 2022, no Allianz Parque.
Cesar Greco

A meta de 80 pontos traçada originalmente pode ser ajustada para baixo. Os principais candidatos ao título, a exemplo do Palmeiras, perderam pontos bobos no primeiro quartil.

Mas não dá para afrouxar muito; sempre existe a chance de um time com bom potencial achar um encaixe que dure alguns bons meses. Assim, baixamos apenas um ponto a meta para bater campeão com segurança: 79 pontos.

Diante do que os times mostraram no primeiro quartil, alguns ajustes de resultado também foram feitos. Times que impunham respeito antes do início da competição, mas que estão mostrando fraquezas, precisam ser vencidos e o resultado previsto foi modificado. De forma análoga, equipes que fizeram a trajetória inversa e cresceram do fim dos estaduais para cá, tiveram os resultados previstos alterados de vitórias para tropeços.

Tudo isso, sem jamais perder de vista que os jogos do Brasileirão, sobretudo no terceiro e quarto quartis, serão entremeados por complicadíssimos jogos de mata-mata, nos funis da Copa do Brasil e da Libertadores.

Segundo quartil

A atual sequência invicta, uma hora, vai cair. Mas não pode ser no Brasileirão, pelo menos neste quartil. Precisamos terminar o primeiro turno com 42 pontos; não podemos nos contentar com uma vantagem mínima para os principais concorrentes. Temos que abrir margem.

Jogos em casa contra Atlético-GO, Athletico-PR, Cuiabá e Inter precisam ser vencidos a todo custo – mesmo o confronto contra os paranaenses, às vésperas da decisão de vaga na Libertadores: jogaremos com time misto, mas eles provavelmente também.

As partidas fora contra Avaí e América só admitem vitória, com plena confiança em nosso elenco de apoio. Já o jogo de amanhã, contra o Coritiba, até admite empate, diante de nosso histórico sofrível no Couto Pereira, um estádio hostil.

O clássico diante do SPFC, a dois dias de outro confronto contra eles no mesmo local pela Copa, não admite derrota, sob qualquer prisma. Apesar da recente virada no Paulista, perder no Morumbi traria uma dose de emoção indesejada para o futuro na Copa do Brasil, onde uma eliminação comprometeria a própria sequência no Brasileiro e no resto da temporada, num efeito dominó terrível. Este jogo pelo Brasileiro não parece, mas é um dos jogos-chave da temporada. Não podemos perder.

Terceiro quartil

Se passarmos para as quartas-de-finais das duas competições, o terceiro quartil será infernal. As rodadas 20 a 27 sempre serão disputadas nos finais de semana, com terríveis confrontos de mata-mata durante a semana. É por causa disto que temos que acumular gordura no primeiro turno.

Temos que seguir vencendo em casa e os jogos contra Goiás, Juventude e Santos não podem ter tropeços. Contra o Flamengo, na véspera da semifinal da Copa do Brasil, o jogo deve ser tenso e admite um empate – pelo menos enquanto não sabemos se os dois times estarão classificados. Pode até ser véspera de um novo confronto entre ambos, como acontece agora contra o SPFC.

Já os jogos fora de casa contra Ceará, SCCP, Fluminense e Bragantino serão onde a gordura acumulada poderá ser utilizada. Com o foco totalmente nos mata-matas, o Palmeiras terá condições de perder pontos e ainda assim se manter competitivo na disputa.

Após a data FIFA, teremos mais duas partidas fora, contra Atlético, quando um empate será bem fácil de digerir – o mesmo não se pode dizer do confronto no Engenhão, contra o Botafogo, quando a rotina de vitórias precisa ser retomada para chegar ao fim do quartil com 59 pontos.

Quarto quartil

A última parte da tabela do Brasileirão se inicia com apenas mais três jogos de mata-mata possíveis pela frente – justo as finais. Não sabemos se estaremos classificados, mas é certo que, se estivermos, será difícil manter o foco nas partidas do Brasileirão.

Por isso, os jogos em casa contra Coritiba e Avaí são fundamentais, já que os jogos fora contra Atlético-GO e Athletico-PR, mais o clássico contra o SPFC, todos imediatamente antes das partidas finais, devem nos render, no máximo, quatro pontos.

Passando pelos mata-matas, teremos então as quatro rodadas finais do Brasileirão, onde em tese poderemos ter um tropeço. Lembrando que este recorte decisivo do campeonato, de forma incrível, será feito já no período em que as seleções classificadas para a Copa do Mundo estarão reunidas visando o embarque para o Qatar.

Com o desfalque certo de Weverton, precisaremos da atuação de nossa diretoria nos bastidores para nos pouparem das convocações de Gustavo Gómez, Kuscevic e Atuesta, que não vão à Copa.

Conclusão

Com um quartil já encerrado, nosso tradicional exercício de projeção fica menos nebuloso, mas segue sendo apenas uma referência. Tudo pode mudar muito rápido.

De uma coisa, no entanto, nossa torcida pode estar certa: este time atual do Palmeiras tem todas as condições de, seguindo ou não este planejamento, conquistar os três troféus em disputa. Sobretudo se continuar tendo o apoio nas redes sociais e principalmente nas arquibancadas do Allianz Parque.

Voltaremos com a sequência deste exercício ao final do turno, entre os dias 24 e 27 de julho. VAMOS PALMEIRAS!

Brasileirão 2022: planejamento de pontos

Calculadora - planejamento de pontos

Começou no último final de semana mais uma edição do Campeonato Brasileiro e quem tem mais, tem dez. O Palmeiras parte em busca do hendecacampeonato e, como já é tradição no Verdazzo, lançamos pela sétima vez nosso planejamento de pontos para servir de referência no decorrer da competição.

Temos no panorama teórico três clubes com mais potencial que os demais: Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG, como já aconteceu no ano passado. Não por coincidência, os três clubes acabaram a disputa nas três primeiras posições.

Este ano, outros times menos cotados correm por fora, como Red Bull Bragantino e Athletico-PR, além dos tradicionais rivais da capital paulista que lutam, no entanto, com seus próprios problemas. E o calendário inédito que posicionou a Copa do Mundo para novembro espremeu demais as datas, deixando poucas semanas livres para quem avançar nas copas. Diante disso, é possível projetar que o vice-campeão não chegue a 80 pontos.

Lembrando sempre que este exercício apenas projeta os pontos de acordo com uma relação de forças subjetiva. No decorrer da competição, ao fim de cada quartil, a projeção será reajustada com base no que terá de fato acontecido.

Primeiro quartil

A campanha deveria ter começado com uma vitória, mas o Ceará surpreendeu e nos roubou três pontos dificílimos de serem recuperados. Tão difíceis, que para chegar ao fim do quartil com 25 pontos, o Palmeiras precisará vencer 8 das próximas 9 partidas.

É verdade que a tabela ajuda e o único jogo em que se tolera um tropeço é o confronto no Rio contra o Flamengo – o empate é fundamental para tirar pontos de um concorrente direto. No mais, partidas em casa contra o SCCP (em Barueri), Fluminense, Bragantino e Botafogo são perfeitamente ganháveis; bem como os jogos fora contra Goiás, Juventude e Santos.

A chave do quartil é o jogo contra o Atlético, no Allianz Parque, na nona rodada – lembrando que ela ocorre numa data FIFA na qual certamente estaremos desfalcados de Weverton e talvez de Kuscevic e Gómez, mas ocorre após uma raríssima semana sem jogos.

Uma enorme dificuldade deste período será virar a chavinha sem parar – serão nada menos que 12 mudanças de competição de um jogo para outro até o dia 8 de junho, quando concluiremos a décima rodada.

Segundo quartil

Com o fim da fase de grupos da Libertadores e após passar pela Juazeirense na Copa (assim esperamos), o Palmeiras terá no segundo quartil oito viradas de chave, para os jogos de oitavas das duas competições. A meta é encerrar o primeiro turno com 45 pontos, classificado para as quartas-de-finais da Libertadores e da Copa do Brasil.

Nestes 9 jogos será preciso fazer 20 pontos – 6 vitórias e 2 empates, permitindo até uma derrota no Morumbi.

As vitórias precisam vir nos jogos em casa contra Atlético-GO, Athletico-PR, Cuiabá e Inter, e nos jogos fora contra Avaí e América. O jogo contra o Inter terá a dificuldade extra de ser logo antes de um possível jogo pelas quartas da Copa do Brasil.

Empates fora de casa contra Coritiba e Fortaleza completam a projeção, lembrando que o Palmeiras não costuma ter bons retrospectos no Couto Pereira e no Castelão.

Terceiro quartil

A janela do mercado se reabre em julho e é possível que o Palmeiras tenha reforços prontos para jogar a partir deste ponto. Os jogos de oitavas, tanto na Copa quanto na Libertadores, não costumam eliminar o Palmeiras; embora o CRB esteja com a mão levantada neste momento, a tendência é o Verdão passar destas fases, o que implicará na necessidade de uma chavinha mais resistente, porque ela não vai parar até a rodada 23.

E caso o Palmeiras avance nas duas, o mesmo se repetirá até a rodada 27, quando finalmente todos os times terão 10 dias livres, numa data FIFA incrivelmente respeitada pelo calendário da CBF. Nesse panorama insano, teremos 7 partidas do Brasileirão antes de jogos de mata-mata, já no funil. Lembrando que o problema não atinge apenas o Palmeiras, mas todos os clubes que seguirem avançando.

Pensando em conquistar tudo, seremos obrigados a dosar as energias e pontos poderão ficar em cima da mesa. Até a rodada 26, serão 7 jogos, com vitórias obrigatórias em casa contra Goiás e Juventude. De resto, serão necessários mais 3 pontos (1 vitória ou 3 empates) nos difíceis jogos fora de casa contra Ceará, SCCP, Fluminense e Bragantino, mais o jogo em casa contra o Flamengo.

Passado esse tornado, precisamos vencer o Santos em casa, não podemos perder para o Galo no Mineirão (após os 10 dias livres da data FIFA), e enfim vencer o Botafogo em casa, para fechar o terceiro quartil e entrar na reta final do campeonato com 61 pontos, e preferencialmente classificados para as finais da Copa e da Libertadores.

Quarto quartil

Estar vivo em todas as competições tem vantagens e desvantagens. As nove rodadas finais podem contar com força total, ou o Palmeiras pode escalar times mistos nas partidas contra Atlético-GO, SPFC e Athletico-PR – e quem sabe contra o Avaí.

Caso o Palmeiras tenha sido eliminado de uma ou das duas competições, aí vamos com força total para ganhar todos os jogos. Nesta projeção, no entanto, vamos manter o otimismo e contar com o calendário cheio.

O Palmeiras precisará marcar 19 pontos em 9 jogos – para isso, serão 6 vitórias e um empate, deixando os três pontos na mesa exatamente nas partidas que antecedem as finalíssimas, contra SPFC e Athletico-PR.

Precisamos vencer em casa o Coritiba, o Avaí, o Fortaleza e o América, e fora de casa o Atlético-GO (possivelmente com time misto) e o Cuiabá, para assim depender de um empate no Beira-Rio na rodada derradeira.

Conclusão

Abel já bateu no calendário incontáveis vezes, mas para este ano, não adianta mais. O elenco, pelo menos até o fim do primeiro turno, será de apenas 24 atletas mais alguns moleques da base que podem subir.

A campanha proposta para se chegar ao título é de 80 pontos, com 24 vitórias, 8 empates e 6 derrotas. E para chegar nesta conta, teremos tarefas dificílimas para cumprir, caso sigamos avançando nos mata-matas.

Fazendo este tipo de exercício nos últimos seis anos, acompanhamos dois títulos rodada a rodada, e em quatro edições ficamos pelo caminho. Mas o campeonato fica mais divertido de acompanhar. Manter a referência viva ajuda a encarar os pontos perdidos com mais serenidade.

Retomaremos o tema na segunda semana de junho, ao final do primeiro quartil. Até lá, boa sorte pra nós e VAMOS PALMEIRAS!


O Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.

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Brasileirão 2021: planejamento de pontos – fim do segundo quartil

Calculadora - planejamento de pontos

O primeiro turno do Brasileirão chegou ao fim com a rodada 19 sendo disputada no último final-de-semana – ou pelo menos parte dela. O Palmeiras segue dentro da margem do planejamento de nossos exercícios anteriores. Com 35 pontos em 18 rodadas, o Verdão está a apenas dois pontos da pontuação estabelecida para alcançar 83 pontos ao final do campeonato.

Esses dois pontos ficaram para trás nas derrotas para Fortaleza e Cuiabá. Mesmo com o time vencendo jogos que toleravam tropeços – casos dos jogos contra Santos e Atlético-GO, as duas derrotas mencionadas, em pleno Allianz Parque, deixaram o time com esse pequeno déficit. O saldo do segundo quartil foi de 4 vitórias, 1 empate e 3 derrotas – o previsto era 4 vitórias, 3 empates e 1 derrota.

O leitor mais atento já notou que o segundo quartil foi fechado com apenas oito jogos. O tumulto no calendário faz com que nosso estudo fique um tanto bagunçado – mas nada que não possa ser adaptado. Assim, com 20 jogos para o final da disputa, a marca do terceiro quartil será puxada para a rodada 28; os dois quartis finais terão 10 jogos, cada.

É importante lembrar que este exercício considera 83 pontos uma contagem suficiente para alcançar o título. Mas é claro que essa meta pode ser alterada, para cima ou para baixo, conforme o desempenho dos outros ponteiros do campeonato oscilar.

Ajustes no planejamento do terceiro quartil

O jogo da rodada 19, contra o Ceará, tende a ser marcado para uma das datas das semanas em que serão disputadas as semifinais da Copa do Brasil – após a rodada 27 ou 28. Assim, consideraremos essa partida adiada como parte do terceiro quartil.

Este terceiro trecho da tabela marca, como sabemos, o primeiro jogo logo contra o Flamengo – e um tolerável empate, diante das circunstâncias, já é mau resultado. O Palmeiras precisa vencer essa partida para passar à frente dos cariocas nos pontos perdidos, para não dar chance ao Atlético abrir mais vantagem ainda, e para mexer no moral do elenco – tanto o nosso quanto o deles – às vésperas das semifinais da Libertadores. O jogo é ganhável por outros aspectos – O adversário tem vários jogadores voltando de seleções, sem foco, e ainda precisam pensar na Copa do Brasil – jogam no meio da semana.

Passada a semana do jogo do Flamengo, o Verdão volta à rotina de virar chavinha – os jogos pela Libertadores contra o Galo devem dispersar o foco no Brasileirão e as partidas contra Chapecoense e SCCP tolerarão empates – mesmo a Chape sendo o pior lanterna da história do Brasileirão por pontos corridos.

Essa tolerância acaba a partir do jogo seguinte. O Palmeiras precisa vencer os quatro jogos seguintes, contra Juventude (c), América (f), Bragantino (c) e Bahia (f), mesmo em meio a novas datas FIFA. Um empate contra o Inter é um tropeço tolerável, mas pode se transformar em obrigação de vitória caso o time não cumpra o planejamento das rodadas anteriores, que é bem puxado. Por fim, o Palmeiras fecha o quartil recebendo o Sport com a óbvia obrigação de vencer. Seguindo este plano, o Verdão chegará a 59 pontos ao fim do quartil, ainda com 30 pontos pela frente por disputar.

As incertezas

Sabemos os estragos que uma eliminação na Libertadores pode fazer. O Palmeiras disputa uma vaga na final com o Atlético a partir da outra semana; quem seguir em frente pode pegar um enorme embalo para o Brasileirão e o eliminado pode enfrentar uma turbulência irrecuperável.

Essas incertezas fazem com que as projeções acima, mais do que nunca, sejam meras referências, que certamente precisarão de novos ajustes ao fim da rodada 28, quando teremos um horizonte bem mais nítido para a projeção do último quartil deste campeonato.

O Brasileirão 2021, apesar da bagunça no calendário e as palhaçadas envolvendo a liberação da volta das torcidas aos estádios de forma não igualitária, segue sendo um dos mais disputados e empolgantes – ao menos do ponto de vista da marcha dos pontos.

Palmeiras, Flamengo e Atlético estão cumprindo o que deles se esperavam no início do campeonato e estão com um aproveitamento elevado, já se destacando do resto do pelotão nos pontos perdidos. O “trielo” até o fim da disputa promete ser acirrado, ponto a ponto. Manter-se dentro desta projeção de pontos é fundamental para que o Palmeiras chegue nas rodadas finais ainda em condições de pleitear o título.


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Brasileirão 2021: planejamento de pontos – fim do primeiro quartil

Calculadora

Ao vencer o Grêmio na noite de ontem no Allianz Parque, o Palmeiras fechou o primeiro quartil do Campeonato Brasileiro 2021. E o resultado foi bastante animador: a vitória alçou o time à liderança do campeonato e bateu a meta proposta para o recorte em nosso exercício anual de planejamento de pontos.

A projeção inicial, que foi realizada em 100%, previa alcançar 22 pontos após a décima rodada, com 7 vitórias, um empates e duas derrotas. O time cumpriu o período confirmando 7 dos 10 resultados. Três jogos não bateram os resultados, mas se complementaram: SCCP, Bragantino e Internacional, com previsões para vitória, empate e derrota, tiveram resultado de empate, derrota e vitória. Quid pro quo.

Assim, o time se manteve no ritmo para alcançar os 83 pontos idealizados no início do exercício. Esta conta prevê uma margem bastante folgada para a conquista do título, já que em 15 edições do Brasileirão por pontos corridos com 20 clubes, jamais o vice-campeão ultrapassou a marca dos 74 pontos.

O primeiro quartil do campeonato de 2021 indica que a tendência se manterá, já que os principais candidatos ao título perderam muitos pontos. Já podemos considerar Grêmio e SPFC como cartas fora do baralho; o Internacional precisa reagir imediatamente para ter alguma chance. Desta forma, restam entre os favoritos apenas Flamengo e Atlético-MG como adversários teóricos na disputa pelo título como Palmeiras. Os mineiros estão a 3 pontos do Verdão e com saldo de gols por tirar; os cariocas já estão a 10 pontos de distância, mas com dois jogos a mais por fazer.

O inimigo agora é outro?

O Flamengo vive um momento turbulento. Sofrendo muito com os desfalques impostos pela Copa América, além das naturais lesões, o time oscilou muito neste primeiro recorte após abrir o campeonato vencendo o Verdão. Rogério Ceni jamais teve o suporte da diretoria e da torcida e vive sob pressão da Flapress. O time titular perdeu um de seus pilares, Gerson. O time ainda terá o desafio de disputar a Copa do Brasil e a Libertadores em paralelo ao Brasileirão. O Atlético, sob o comando de Cuca, é um adversário de respeito, mas assim como o Flamengo, ainda divide as atenções na temporada com mais duas competições.

Outros times despontam como possíveis adversários para acompanhar o Palmeiras na maratona. O Red Bull Bragantino foi responsável por impor uma das duas derrotas do Palmeiras no quartil. Um time que parece se superar quando enfrenta adversários de camisas tradicionais, como Flamengo, SPFC e SCCP, mas que se complica em jogos mais fáceis, como Ceará e Cuiabá. Mesmo irregular, o time gerido pela multinacional mostrou muita organização, dentro e fora de campo. Terá em paralelo ao Brasileirão a disputa da Sul-Americana.

O Athletico-PR conseguiu bons resultados neste primeiro recorte do campeonato, mas também sofreu com a irregularidade. Os paranaenses têm a Copa do Brasil pela frente como objetivo mais alcançável. Fortaleza e Bahia surpreendem; parecem estar com mais pontos que os potenciais de seus elencos sugerem. A dupla do nordeste deve ter como objetivo uma vaga na Libertadores.

Todos têm um ponto em comum: apesar de estarem se mostrando bons times, quando os chamados titulares precisam se ausentar, oscilam demais. Nenhum parece ter um elenco homogêneo como o do Palmeiras; o sofrimento é visível quando os considerados reservas precisam entrar em campo.

As vantagens competitivas do Palmeiras são várias. A Copa do Brasil deixou de ser um problema – embora fosse um problema que ainda gostaríamos de ter. Serão oito datas livres até o fim da temporada. Um luxo.

Nosso treinador consegue rodar bastante os jogadores, administrando o esforço, sem perder performance. A incidência de lesões tende a ser menor e Abel contorna o problema de ter um elenco curto extraindo dos atletas todas as características de versatilidade que enxerga.

Ajustes na projeção inicial do segundo quartil

Os adversários mais perigosos já deixaram pontos importantes pelo caminho e parece pouco provável que sejam recuperados, diante de todas as dificuldades listadas. Os 83 pontos já podem ser considerados uma projeção folgada. Nada impede que 74 ou 75 pontos ganhos sejam suficientes para o título.

Mesmo assim, seguiremos com a meta inicial. Para o segundo quartil, fizemos ajustes apenas nas partidas em que poderemos perder pontos. O que antes seria uma missão dificílima diante da conciliação de competições no calendário, com a eliminação na Copa do Brasil virou algo “apenas difícil”.

As vitórias exigidas contra Santos, CAG e Fortaleza, complicadas por serem véspera de Libertadores, agora admitem empates. Para compensar esses seis pontos, duas partidas fora de casa que admitiam derrotas por serem véspera de Copa do Brasil, agora exigem vitórias: SPFC e Ceará.

Esta previsão ainda dá uma margem de erro “para cima”: qualquer ponto conquistado contra o Atlético, no Mineirão (que também joga a Libertadores), será um lucro absurdo, porque além dos pontos extra para a barriga do porquinho do Abel, tirará pontos de um adversário direto.

Com estes ajustes, podemos manter a previsão de 18 pontos no quartil, fechando o turno com ótimos 40 pontos e ainda admitindo compreensíveis tropeços nos jogos logo antes das partidas de Libertadores. Segue sendo uma meta difícil de bater. Mas para ser campeão, a meta não pode ser fácil. VAMOS PALMEIRAS!