Gilto Avallone: o “homem-bomba” está de volta

Gilto AvalloneO Conselheiro Gilto Avallone voltou a colocar as manguinhas de fora. Depois de muitos anos quietinho, viu na gestão atual a cordialidade perfeita para cravar suas unhas, sempre em busca de holofotes para satisfazer sua sanha pela popularidade.

Em seu blog pessoal, o Conselheiro, que também é membro do COF, divulgou informações confidenciais do contrato de Felipe Mello com o Palmeiras, ato que gerou que o clube fosse notificado extra-judicialmente pelos representantes do atleta e que pode causar severos prejuízos à entidade.

Recentemente, um grupo de conselheiros redigiu um documento pedindo ao presidente do Conselho Deliberativo, Seraphim Del Grande, que instaure procedimento disciplinar contra Avallone, a fim de verificar se sua atitude pode ser tipificada como infração e assim punir o conselheiro pelo vazamento.

Histórico

Gilto Avallone militou na década passada na UVB, legenda que historicamente representava a oposição ao mustafismo e foi eleito conselheiro. Foi visto dizendo impropérios dignos de arquibancada referindo-se a Mustafá Contursi nas reuniões do grupo político, com o qual posteriormente rompeu durante a segunda gestão Della Monica. Curiosamente, foi se aninhar exatamente sob as asas de Mustafá, que o aceitou prontamente.

Foi um dos mais ferrenhos opositores à construção do Allianz Parque – felizmente, foi derrotado. Em 2011, foi objeto de uma reportagem no portal da RGT, na qual foi chamado de “homem-bomba” do Palmeiras. Na matéria, assume o gosto por divulgar para a imprensa tudo o que sabe sobre o clube.

Hoje, Gilto e a UVB estão novamente do mesmo lado, bebendo do mesmo vinho servido a Mustafá Contursi. Enquanto isso, alguns resilientes conselheiros tentam encerrar de uma vez por todas essa sangria de informações.

Processo

O requerimento, antes de ser enviado ao presidente do CD, precisa conter a assinatura de 50 conselheiros. Uma vez coletadas as assinaturas, aí o processo poderá ser validado por Seraphim Del Grande, que define a pauta de cada reunião do Conselho. Se Seraphim não quiser (leia-se: se Mustafá não deixar), o processo não caminhará um centímetro sequer. A tarefa é árdua.

Cabe à comunidade palmeirense pressionar os conselheiros conhecidos para que assinem o requerimento para que sejam juntadas as assinaturas necessárias. O segundo passo será pedir com bastante insistência ao presidente do Conselho para que faça seu dever que dê início à avaliação. Se Gilto não fez nada de errado, não tem nada a temer.

Sendo a infração tipificada ou não, o Palmeiras precisa de uma vez por todas tratar as informações com mais carinho. De “homem-bomba”, Gilto não tem nada – todas as vezes em que ele resolve detonar algo, sai ileso; só o Palmeiras é quem é bombardeado e precisa contornar os efeitos das crises por ele causadas.

Em 2011, quando Gilto gostava de brincar de X9 para a imprensa, o Palmeiras tinha um orçamento que mal ultrapassava os 100 milhões de reais ao ano – e já não era pouco. Agora essa cifra está quase cinco vezes maior e não comporta mais em hipótese alguma esse tipo de molecagem. Acabar com esse comportamento é dever de todas as esferas de poder do clube, em respeito ao patrocinador e aos milhares de sócios-torcedores que mensalmente fazem seus pequenos sacrifícios para engrandecer o Palmeiras.

Conmebol chuta o balde e muda a regra com a competição em andamento

ConmebolNuma decisão repentina, a Conmebol anunciou na noite desta quinta-feira uma mudança no regulamento de suas duas principais competições: a Libertadores e a Sulamericana. A alteração diz respeito às regras para substituições de jogadores na lista de inscritos. No texto original, estava prevista a troca de três jogadores para as oitavas-de-finais; com a mudança, seis jogadores poderão ser substituídos, desde que obedeçam às regras de registro definidas anteriormente.

Não há nada que dê sustento a mais esta estupidez da entidade sulamericana. Quando um regulamento é alterado, é de se supor que seja sempre em busca de melhorias e avanços. E quando é feita numa competição em andamento, precisa obrigatoriamente corrigir alguma questão grave e urgente, sob pena de destruir a credibilidade do torneio e da própria entidade. A alteração anunciada não contém nada neste sentido.

Casuísmo

A medida, de fato, só depõe contra a Conmebol porque fica claro que foi tomada para socorrer o River Plate, que teve divulgados esta semana exames antidoping positivos de três jogadores em partidas da Libertadores.

É notório e histórico o favorecimento da entidade a clubes argentinos. Por mais que queiramos enxergar a “nova Conmebol” com bons olhos, é impossível que esta repentina e injustificada decisão não tenha relação com a suspensão preventiva dos atletas argentinos. “Nova Conmebol” é o caramba.

Sorriso verde-amarelo

Por vias tortas, o Palmeiras acaba sendo beneficiado com a decisão. Um sorriso verde, com um tom amarelado, estampa a face de Cuca e de todos os palmeirenses. Após inscrever dois juniores (Vitão e Léo Passos) na Libertadores, “guardando lugar” para os lesionados Moisés e Thiago Martins; o Palmeiras perdeu mais três atletas, negociados: Vitor Hugo, Alecsandro e Rafael Marques.

Foram contratados nesse meio tempo Mayke, Luan, Juninho e Bruno Henrique. Nossa comissão técnica precisaria escolher três entre eles mais os dois lesionados originais, que entrariam nas vagas dos três negociados, e o Palmeiras ainda precisaria manter os dois juniores na lista, mais Vitinho, que está em vias de sair. Com a nova determinação, o Verdão conseguirá fazer todas as substituições que precisa, a não ser que venham novos reforços. O prazo para efetuar a troca é até 48 horas antes da primeira partida da fase; ou seja, 21h45 de segunda-feira, dia 3 de julho.

O Palmeiras estava disposto a arcar com as consequências das baixas sofridas na lista inicial dentro do que havia sido estipulado originalmente. Se a Conmebol alterou a regra para ajudar o River, não há por que o Palmeiras, mesmo com algum constrangimento, declinar da possibilidade. Fica o temor em imaginar o quão mais longe pode ir a Conmebol para ajudar o time argentino nos jogos que estão por vir.

Libertadores - Trocas

O Cartola FC, o futebol e a inversão de valores

É começar o Brasileirão que a praga vem junto. A globo.com traz pelo décimo-terceiro ano consecutivo o fantasy game Cartola FC, que mais uma vez bateu recordes de inscrições. Mais de 4 milhões de times foram escalados na primeira rodada do Brasileirão, segundo a empresa.

O game é razoavelmente fácil de entender: com dinheiro fictício, o competidor vai a um mercado fictício e escala seu time fictício, mas tudo baseado nos jogadores reais.

O desempenho dos jogadores nas partidas do Brasileirão, medido pelas estatísticas, são convertidos em pontos, e cada competidor pontua de acordo com os jogadores que escalou naquela rodada. Os jogadores têm seus passes valorizados ou desvalorizados conforme um algoritmo ultrassecreto e os competidores, que ficam mais ou menos “ricos” a cada rodada, alteram seus times para a rodada seguinte com esses recursos.

Parece bem legal, até o momento em que você percebe que os jogadores que pontuaram bem não necessariamente jogaram bem, e vice-versa. O fantasy game, que em tese deveria desafiar os jogadores a buscarem a escalação do time dos sonhos de cada rodada do campeonato, é na verdade uma grande loteria.

Mas o pior não é isso. Começou como uma febre, mas virou endemia: o game conseguiu penetrar de tal forma no público brasileiro (como tudo que a RGT quer que a massa consuma) que hoje é comum ouvir frases no dia a dia relacionadas ao jogo – normalmente pessoas comentando o desempenho de “seus” times.

Já ficou chato. Além do fato de que quem não joga Cartola não está nem aí pro time que alguém escalou, começa a haver uma inversão de valores e o game passa a ficar mais importante do que o esporte. Em vez de comentar os três gols que o jogador fez na rodada, o assunto é quantos pontos ele rendeu para quem o escalou.

Nas arquibancadas do Allianz Parque, o cara um degrau acima do seu comenta que o cartão que o Felipe Melo levou “ferrou o Cartola” dele. Aqui, nos comentários do Verdazzo, já começou a virar assunto. E a comunidade de “cartoleiros” passa a ficar cada vez mais chata.

Até aqui, você, que joga Cartola, deve estar pensando que este é apenas mais um texto reclamão e mal-humorado do Verdazzo. Não que não seja, mas gostaria de chamar atenção para mais alguns detalhes relacionados a esse game.

Big Data

Cartola FCNão é à toa que a globo.com está investindo pesado na massificação do jogo, alimentando o quanto pode sua base de dados e mapeando cada vez mais os padrões de comportamento de cada indivíduo.

O Cartola é a nova mina de ouro da RGT. Notem que as placas de publicidade nos gramados agora exibem a logo do game em vez das tradicionais novelas. O segundo item no menu do portal é “cartola fc”, abaixo apenas de “futebol” – por enquanto. Na TV, você nunca tinha visto o Galvão Bueno, o Cleber Machado e tantos outros apresentadores falarem tanto no jogo.

Reparem no noticiário do globoesporte.com, entre em qualquer índice de notícias de qualquer time da Série A e vai notar que cerca de uma a cada três manchetes se relacionam com o game. É assustador.

Implicância?

Alguém pode contemporizar, mencionando que outras gigantes como Google, Netflix, Facebook e Amazon, entre outras, também estão mapeando nossos comportamentos e que isso não arranca pedaço de ninguém.

Mas ao fazer isso através de um fantasy game que está subvertendo a forma de se acompanhar futebol do brasileiro, a globo.com está, mais uma vez, como vem fazendo há tantas décadas através de suas novelas emburrecedoras e alienantes, moldando o comportamento da massa, de uma forma deprimente.

Instagram WillianE se você ainda acha tudo isto um exagero, leia os comentários deixados num post do Instagram do Willian Bigode, após o jogo de sábado contra a Chapecoense.

Mesmo sem refletir exatamente o desempenho técnico dos jogadores reais, é possível se divertir jogando o Cartola, para quem tem paciência para tal. E dá pra fazer isso sem perturbar ninguém.

A moda seria apenas mais uma inofensiva mania brasileira se não houvesse a inaceitável inversão de valores que faz com que o game se sobreponha ao futebol real. É desesperador testemunhar pessoas assistindo a um jogo de futebol, que pagaram caro pelo ingresso e que estão ali, a poucos metros do verdadeiro espetáculo, com o celular em punho fazendo comentários sobre o quanto determinado lance lhe rendeu num game armazenado num servidor a quilômetros de distância.

Nosso jogador JAMAIS poderia ser cobrado dessa forma, em sua página pessoal, por causa de sua pontuação no Cartola. Este excerto do Instagram do Willian pode parecer uma coisinha boba e sem importância. Mas o monstro está tomando proporções incontroláveis enquanto a RGT sorri de orelha a orelha. Depois não reclamem.

Levante contra a Conmebol é a saída para os clubes brasileiros

Em meio à repercussão da vitória sobre o Inter e da eliminação da turma do cheirinho da Libertadores, o Palmeiras ainda lida com o parecer do Comitê Disciplinar da Conmebol, que determinou que, pelos próximos três jogos como visitante, não poderá haver torcedores do Verdão nas arquibancadas, além do pagamento de uma multa de US$80 mil.

A decisão, diante das perspectivas, pode até ser considerada positiva, apesar da injustiça ter prevalecido. O Palmeiras se livrou de ter que jogar com o estádio vazio na próxima quarta-feira, contra o Atlético Tucumán, o que representaria enorme perda financeira e técnica, aumentando o risco de uma surpresa. Com a casa cheia, as chances de um desastre diminuem bastante – e o caixa do clube agradece.

Tá bom, mas tá ruim

Confrontamento no UruguaiA proibição da presença da torcida palmeirense nos próximos três jogos fora de casa, no entanto, fará com que apenas numa eventual final o Palmeiras tenha o precioso incentivo na condição de visitante. Nas oitavas, quartas e semis, nossos atletas terão contra si estádios completamente hostis.

A decisão, provavelmente, deu-se por consequência das imagens onde nossa torcida foi filmada trespassando os limites a ela estabelecidos, desprezando que o movimento foi fundamental justamente para evitar que nosso espaço fosse invadido pelos uruguaios, que além de terem atirado pelo menos três bombas durante o jogo, também tentavam cercar nossos torcedores pelo portão de acesso à rua. Assim como Felipe Melo, condenado a seis jogos de suspensão, nossa torcida foi vítima da covardia uruguaia, agiu em legítima defesa e acabou punida.

A saída é um levante

Infelizmente não podemos esperar justiça de uma entidade como a Conmebol, que ontem aprontou mais uma – suspendeu o zagueiro Luís Otávio, da Chapecoense, por três jogos durante a tarde, e avisou a delegação brasileira da punição apenas no vestiário do estádio do Lanús, gerando revolta na equipe brasileira, que não acatou a orientação e mandou o atleta a campo – foi exatamente ele quem anotou o gol da vitória, que recolocou a Chape na luta pela vaga em seu grupo.

Comissão de arbitragem da Conmebol
A Comissão de Arbitragem da Conmebol conta com toda a honestidade de Ubaldo Aquino (esq)

A Conmebol, que segundo parecer do senador Romário após ter acesso a uma série de documentos comprometedores é “mais corrupta que a CBF e que a FIFA”, vem ano após ano prejudicando os clubes brasileiros em suas disputas. Depois do grande roubo de 2001 protagonizado por Ubaldo Aquino (que é membro da comissão de arbitragem da entidade), o Palmeiras volta a sofrer com decisões arbitrárias e claramente injustas e passou da hora de haver um levante brasileiro contra a entidade, exigindo mais transparência, justiça e organização.

Só não podemos esperar que isso parta da CBF. Será necessário que os clubes, numa iniciativa inédita, deixem de lado suas diferenças e formem um bloco sólido, cujo poderio financeiro represente realmente uma ameaça aos planos financeiros da entidade, num movimento que inevitavelmente passará por tratativas com a RGT, elo fundamental nesse cabo-de-guerra. Quem dará o primeiro passo?

Amadorismo da Conmebol segue prejudicando o Palmeiras

O amadorismo da Conmebol, ainda por conta dos incidentes ocorridos em Montevideo, segue prejudicando o Palmeiras. O clube segue sem poder vender os ingressos para a partida contra o Atlético Tucumán, que acontece dentro de oito dias, no Allianz Parque, porque a entidade demora a divulgar as eventuais punições aos clubes, a serem definidas por seu Comitê Disciplinar. A diretoria trabalha com a hipótese de não poder haver torcida nesse jogo.

Troféu LibertadoresNormalmente, o Palmeiras começa a vender os ingressos com dez dias de antecedência, o que dilui um pouco o tráfego já caótico sistema de venda de ingressos pela Internet. Saber com antecedência se haverá uma partida (e se ela acontecerá com público ou não) é importante também para que toda a logística do evento seja feita sem atropelos pelo Palmeiras. A previsão otimista para que o parecer da Conmebol seja divulgado é sexta-feira.

O Estatuto do Torcedor determina que as vendas sejam iniciadas em, no máximo, 72 horas antes do início da partida – o que significa, na prática, 21h45 de domingo. Caso tenhamos o parecer até sexta-feira e o Palmeiras seja absolvido, a toda a operação poderá ser iniciada, com prazo bem mais curto que o habitual. Já será um problema.

Mas o problema será grande mesmo se não tivermos a definição até sexta-feira. Esperar que alguém mova uma palha para que o parecer saia no fim-de-semana é o mesmo que acreditar no coelho da Páscoa. Neste caso, a definição acontecerá só na segunda-feira e prazo legal para início das vendas não poderá ser cumprido, a não ser que o Palmeiras assuma o risco da operação por sua própria conta e risco.

Neste último caso, temos três hipóteses:
a) Palmeiras é absolvido e tudo se resolve, com muita correria; ou
b) Palmeiras é condenado, mas poderá cumprir a punição em outra partida, tudo se resolve com muita correria mas o time não poderá contar com a torcida no jogo seguinte, muito mais importante; ou
c) Palmeiras é condenado, precisará cumprir contra o Tucumán, e vai ter que arcar com todo o processo de devolução de dinheiro e com todas as complicações de uma operação dessa natureza.

Diante do risco de acontecer as duas últimas alternativas, o bom senso indica que, a não ser que tenhamos a definição até sexta, o Palmeiras deve recolher as vendas e jogar com os portões fechados, acarretando num enorme prejuízo financeiro. Mesmo que o parecer posterior seja de absolvição do clube.

A várzea é mais organizada

O incidente aconteceu há 20 dias. Os dados estão claríssimos e a Conmebol tem todos os elementos para emitir seu parecer. A entidade tem a obrigação de organizar decentemente os campeonatos que promove e deixar para definir se um jogo terá público ou não a menos de 72 horas de seu início é algo que não acontece nem na várzea.

Nossos jogos são operações que movimentam alguns milhões de reais e o Palmeiras precisa que as entidades que organizam os campeonatos – e que faturam alto por terem clubes tão importantes os disputando – desempenhem suas funções de forma compatível com esses valores. Essa demora é injustificável e inaceitável; as implicações podem significar prejuízo enorme. O Palmeiras pode faturar num jogo de Libertadores, limpos, quase 2 milhões de reais.

Perguntas pertinentes

  1. Por que será que a Conmebol demora tanto para divulgar um parecer aparentemente simples de ser definido? Quais são os interesses envolvidos e quantas ligações telefônicas estão nesse processo?
  2. Por que a CBF ainda não fez nada para defender um de seus mais importantes afiliados neste episódio, que já custou uma absurda punição de seis jogos a Felipe Melo e ainda pode custar muito mais, técnica e financeiramente?
  3. Por falar em venda de ingressos, quando é que a Futebol Card vai implementar um sistema que realmente funcione e seja capaz de estabelecer uma fila racional e justa para carregar os cartões de acesso?