2024: o ano do “Acabou a farra”

Aníbal Moreno, jogando pelo Racing

– ACABOU A FARRA! – eles disseram. Expectativas foram criadas.

A realidade:

  • Eliminados do Paulistão, na fase de grupos;
  • Eliminados da Copa do Brasil;
  • Eliminados da Sul-Americana;
  • 15° lugar no Brasileirão, na beira da zona do rebaixamento;
  • Bônus: eliminado da Copa do Brasil 2025 antecipadamente.

Para tornar esta temporada inesquecível, falta concretizar o rebaixamento. O Derby que se aproxima, que já era visto como o mais importante da década, agora ganhou contornos épicos. Temos uma chance brutal de pisar no pescoço do inimigo e finalizá-los com todo o peso possível.

O moral deles está no chão, não apenas por mais uma eliminação, mas também pelas notícias extra-campo – o recente transfer ban imposto pela Fifa abala a confiança dos jogadores, que não têm como não enxergarem o clube como um navio à deriva, prestes a afundar.

O ano de 2024 não está sendo dos melhores para nós, mas mesmo assim já temos um título conquistado e brigamos por um tricampeonato nacional seguido – algo que está sendo normalizado, embora não devesse.

Ainda que a vitória em Itaquera não significasse nada em termos de tabela, já seria natural lutar com todas as forças para derrotá-los. Precisando da vitória para seguirmos vivos no Brasileirão e ainda podendo empurrá-los para o quinto dos infernos, virou questão de honra.

Não temos alternativa a não ser bater neles, na casa deles. De preferência, com requintes de crueldade, para coroar o ano do “ACABOU A FARRA”. Isso é rivalidade. É disso que vive o futebol.

O final de semana nem começou, mas já estamos torcendo, como nunca, para acabar rápido. Vem segunda-feira! VAMOS PALMEIRAS!

O Derby que se aproxima parece ser o mais importante desta década

Raphael Veiga comemora seu gol pelo Palmeiras contra o SCCP, durante partida válida pela terceira rodada do Brasileirão 2023, no Allianz Parque.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Recuperação, embalo e empurrar o rival para o inferno da Série B: não faltam razões para esquecermos as decepções e focarmos no Derby da próxima segunda-feira.

Depois do decepcionante resultado da partida contra o Fortaleza, no último sábado, uma onda de pessimismo tomou conta de nossa torcida. Como é natural, o placar fala mais alto que o desempenho; assim, o desânimo se abateu sobre parte de nossa torcida.

É verdade que o desempenho também não foi lá grande coisa, mas assistindo ao jogo friamente, não seria nenhum absurdo se o Palmeiras tivesse vencido. O Fortaleza chegou a seus tentos diante de erros incomuns de nossos jogadores, que falharam também nas finalizações – Veiga e Estêvão perderam oportunidades claríssimas de marcar.

Isso sem falar nos prejuízos causados pela fraca arbitragem de Ramon Abatti Abel, que nos sonegou um pênalti (sobre Dudu, seria o terceiro!), deixou de expulsar Martínez por desferir um soco em Richard Ríos e deu um acréscimo ridículo de oito minutos, que não cobriu nem o tempo desperdiçado nos dois gols marcados no segundo tempo.

O “se” não joga, estamos carecas de saber. Mas em caso de vitória do Palmeiras, ninguém estaria criticando o desempenho do time. Nossa torcida estaria eufórica por ter, por algumas horas, liderado o campeonato, e seguiria colocando pressão no Botafogo do Rio, que arrancou a vitória em Bragança nos minutos finais. E vai saber se uma vitória do Palmeiras não teria influenciado até nesse jogo, induzindo o time de bairro a um tropeço.

Ganhar um Derby é um santo remédio

É preciso usar esse raciocínio, baseado na condicional, para tentar reverter esta onda de pessimismo. Afinal, por mais que o Palmeiras cometa erros bobos que estão atrasando a virada na tabela de classificação, nosso time segue dependendo apenas de suas próprias forças. O Botafogo do Rio, cedo ou tarde, vai acusar a pressão de estar envolvido no funil da Libertadores e tende a cometer aquele tropeço fatal. Temos que permanecer na cola, para aproveitar.

E nosso próximo compromisso é em Itaquera, onde temos uma dupla missão: além de nos mantermos em condições de dar o bote da virada na classificação geral, temos que empurrar o Corinthians para o inferno da Série B. O jogo é fundamental para eles, nessa tentativa de se salvarem.

Tradicionalmente, o resultado de um Derby é um santo remédio; faz com que o vencedor apague qualquer fase negativa prévia e embale rumo a uma boa sequência, e tanto Palmeiras quanto Corinthians precisam muito desse efeito. De forma análoga, o derrotado vê ampliados dramaticamente os problemas. O que era algo simples vira crise.

E uma crise é tudo o que queremos ver do lado de lá, a esta altura do campeonato, para encaminhar de vez o rebaixamento. Por isso, vencer este Derby é fundamental. Além do mais, faltarão três jogos para o confronto com o Botafogo do Rio (Grêmio, em casa, e Bahia e Atlético-GO, fora) e o embalo de ganhar um clássico será muito bem-vindo para vencê-los.

Por tudo isso, o Derby que se aproxima parece ser o mais importante desta década.

Já se passaram as 24 horas. Vamos virar a página, esquecer o jogo do Fortaleza e focar no Derby. Nosso papel, neste momento, é esquecer a decepção, deixar de lado as picuinhas e apoiar nossos jogadores, que já responderam de forma positiva várias vezes quando lhes damos suporte.

FOCO NO DERBY E VAMOS PALMEIRAS!

“Desastrosa”: Palmeiras critica arbitragem do Choque-Rei e veta entrevistas pós-jogo

Raphael Claus em jogo do Palmeiras contra o SPFC, durante partida válida pela vigésima terceira rodada do Brasileirão 2024, no Allianz Parque.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Palmeiras emitiu comunicado após o duelo, que teve vitória por 2 a 1 e confusão no gramado

O Palmeiras emitiu um comunicado logo após a vitória por 2 a 1 sobre o SPFC, no Allianz Parque, pelo Brasileirão, em que define a arbitragem de Raphael Claus de “desastrosa”, lamenta a confusão depois do apito final e veta os jogadores e comissão técnica de dar entrevistas.

Assim, nenhum profissional do clube falará após o triunfo no Choque-Rei. A decisão de não deixar ninguém falar se deu, de acordo com a direção do Palmeiras, para “evitar que o clima de hostilidade iniciado dentro de campo se estenda para fora das quatro linhas”.

Assim que Raphael Claus apitou o final da partida, uma confusão no gramado do Allianz Parque se instaurou e continuou até o túnel que dá acesso ao vestiário – para o Palmeiras, isso ocorreu por conta das decisões do árbitro e do VAR, que anularam o gol de Lázaro no segundo tempo.

O Verdão volta a campo na quarta-feira, pela Libertadores, para enfrentar o Botafogo, novamente no Allianz Parque.

Confira o comunicado emitido pelo Palmeiras:

Anderson Barros se indigna com acordo do SPFC com TJD

Anderson Barros se indigna com acordo do SPFC com TJD.
Cesar Greco/Palmeiras

“Um exemplo muito ruim à sociedade”, disse Anderson Barros, em entrevista ao GE

O acordo feito pelo SPFC com o TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) da FPF, irritou profundamente o Palmeiras. Dirigentes e jogadores do rival foram denunciados pela confusão após o Choque-Rei, no qual insultaram veementemente a equipe de arbitragem. Entretanto, não haverá julgamento porque a entidade e o time paulista fecharam um acordo para somente pagamento de multas.

Anderson Barros falou sobre o ocorrido e não escondeu a indignação. “Tem algo muito grave que envolve isso. Precisamos entender que somos o reflexo da sociedade. Nosso torcedor se inspira nas ações, sempre foi assim. Mais uma vez, a gente dá um exemplo muito ruim à sociedade. O futebol agoniza, a gente vê a todo instante”, disse o diretor de futebol ao ‘GE’.

“Se comete um ato grave e para não ser punido levanta o dedo e pede desculpas? E mais, vaza-se um vídeo antes da transação (disciplinar esportiva) ser assinada. Acho que estamos perdendo por completo a noção do que é racional, em uma situação como essa”, acrescentou.

Anderson Barros e Abel Ferreira durante treinamento do Palmeiras, na Academia de Futebol, em São Paulo-SP.
Cesar Greco/Palmeiras

Carlos Belmonte, diretor do SPFC, gravou um vídeo pedindo desculpas a Abel Ferreira, após ser xenófobo com o treinador palmeirense e chamá-lo de “português de m…”. A filmagem foi vazada nas redes sociais e, de acordo com Barros, não foi entregue ao Palmeiras e nem ao comandante.

“Nunca foi enviado ao Palmeiras (o vídeo) e não cabe enviar ao Palmeiras. Um vídeo transacional eu não consigo entender que ele tem valor que tem que ter. Quando você quer pedir desculpas a alguém, vai falar com a pessoa. A razão do vídeo não é um pedido de desculpas, é para que a pena seja menor”, complementou.

Anderson Barros pede reflexão

O Palmeiras não é parte do processo e não poderá pedir a anulação do acordo. Diante disso, Barros quer que, ao menos, a indignação do clube sirva para reflexão.

“O Palmeiras não pode fazer nada no caso, não pode interferir. Mas pode fazer com que todos reflitam. Está errado, não é a forma correta de fazer. Importante que saibam da indignação minha, institucional, senão a coisa passa. Outros casos vão acontecer, sabe o que vamos dizer nas próximas entrevistas? Que estamos avisando, vai acontecer algo mais grave. Temos que punir”, finalizou.

Palmeiras se pronuncia após xingamento de diretor do SPFC a Abel e estuda medidas legais

Abel Ferreira em partida pelo Palmeiras contra o SPFC, válida pela décima primeira rodada do Paulistão 2024, no Morumbis, em São Paulo-SP.
Fabio Menotti/Palmeiras/by Canon

Carlos Belmonte, do SPFC, foi flagrado chamando Abel de “português de merda” após o empate no Morumbi e Palmeiras repudia

A histeria do SPFC após o empate de ontem no Morumbi, contra o Palmeiras, por 1 a 1, não parou apenas na entrevista do seu presidente contra a arbitragem e no veto da sala de imprensa a Abel Ferreira. Em um vídeo gravado depois do jogo, Carlos Belmonte, diretor do rival, foi flagrado xingando o treinador palmeirense de “português de merda” (confira as imagens a seguir no post no X).

Na tarde desta segunda-feira, o Palmeiras emitiu um comunicado oficial repudiando as falas do profissional e afirmou que estudará “medidas legais cabíveis” contra Belmonte. A diretoria palmeirense chamou as palavras do rival de “xenófobas” e comunicou que “Não há justificativa para as palavras baixas e preconceituosas escolhidas pelo dirigente são-paulino com o intuito de depreciar um profissional íntegro e vitorioso, que vive no Brasil há mais de três anos”.

Veja o vídeo:

Confira na íntegra a nota oficial do Palmeiras:

A Sociedade Esportiva Palmeiras estuda as medidas legais cabíveis contra o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, flagrado xingando de forma xenófoba o técnico Abel Ferreira após o jogo de ontem, no Morumbis. Não há justificativa para as palavras baixas e preconceituosas escolhidas pelo dirigente são-paulino com o intuito de depreciar um profissional íntegro e vitorioso, que vive no Brasil há mais de três anos.

O Palestra Italia nasceu pelas mãos de imigrantes que resistiram à intolerância para que o clube não morresse. A nossa história foi construída com o amor e a dedicação de jogadores, profissionais e torcedores de diferentes nacionalidades e etnias, sem distinção. Repudiamos, portanto, qualquer tipo de discriminação, quanto mais ofensas que incitem a aversão a estrangeiros.

Não é segredo que o futebol brasileiro atravessa um momento perigoso, com casos cada vez mais frequentes de violência, como o brutal ataque ao ônibus da delegação do Fortaleza, há menos de duas semanas, e a morte de um torcedor em Belo Horizonte (MG), no último sábado (2). Neste cenário complexo e desafiador, cabe a quem comanda o compromisso com a responsabilidade, não com o ódio.

Desse modo, lamentamos também a postura do presidente do São Paulo, Júlio Casares, que, em um pronunciamento raivoso na zona mista do estádio, desrespeitou gratuitamente o técnico Abel Ferreira. Trata-se de um comportamento inadequado e incompatível com quem ocupa um cargo de tamanha relevância. O desequilíbrio, a insensatez e a histeria somente potencializam a violência que todos, juntos, deveríamos combater.

Reiteramos que estamos analisando as medidas judiciais cabíveis para proteger o nosso treinador e o próprio Palmeiras.