– ACABOU A FARRA! – eles disseram. Expectativas foram criadas.
A realidade:
Eliminados do Paulistão, na fase de grupos;
Eliminados da Copa do Brasil;
Eliminados da Sul-Americana;
15° lugar no Brasileirão, na beira da zona do rebaixamento;
Bônus: eliminado da Copa do Brasil 2025 antecipadamente.
Para tornar esta temporada inesquecível, falta concretizar o rebaixamento. O Derby que se aproxima, que já era visto como o mais importante da década, agora ganhou contornos épicos. Temos uma chance brutal de pisar no pescoço do inimigo e finalizá-los com todo o peso possível.
O moral deles está no chão, não apenas por mais uma eliminação, mas também pelas notícias extra-campo – o recente transfer ban imposto pela Fifa abala a confiança dos jogadores, que não têm como não enxergarem o clube como um navio à deriva, prestes a afundar.
O ano de 2024 não está sendo dos melhores para nós, mas mesmo assim já temos um título conquistado e brigamos por um tricampeonato nacional seguido – algo que está sendo normalizado, embora não devesse.
Ainda que a vitória em Itaquera não significasse nada em termos de tabela, já seria natural lutar com todas as forças para derrotá-los. Precisando da vitória para seguirmos vivos no Brasileirão e ainda podendo empurrá-los para o quinto dos infernos, virou questão de honra.
Não temos alternativa a não ser bater neles, na casa deles. De preferência, com requintes de crueldade, para coroar o ano do “ACABOU A FARRA”. Isso é rivalidade. É disso que vive o futebol.
O final de semana nem começou, mas já estamos torcendo, como nunca, para acabar rápido. Vem segunda-feira! VAMOS PALMEIRAS!
Recuperação, embalo e empurrar o rival para o inferno da Série B: não faltam razões para esquecermos as decepções e focarmos no Derby da próxima segunda-feira.
Depois do decepcionante resultado da partida contra o Fortaleza, no último sábado, uma onda de pessimismo tomou conta de nossa torcida. Como é natural, o placar fala mais alto que o desempenho; assim, o desânimo se abateu sobre parte de nossa torcida.
É verdade que o desempenho também não foi lá grande coisa, mas assistindo ao jogo friamente, não seria nenhum absurdo se o Palmeiras tivesse vencido. O Fortaleza chegou a seus tentos diante de erros incomuns de nossos jogadores, que falharam também nas finalizações – Veiga e Estêvão perderam oportunidades claríssimas de marcar.
Isso sem falar nos prejuízos causados pela fraca arbitragem de Ramon Abatti Abel, que nos sonegou um pênalti (sobre Dudu, seria o terceiro!), deixou de expulsar Martínez por desferir um soco em Richard Ríos e deu um acréscimo ridículo de oito minutos, que não cobriu nem o tempo desperdiçado nos dois gols marcados no segundo tempo.
O “se” não joga, estamos carecas de saber. Mas em caso de vitória do Palmeiras, ninguém estaria criticando o desempenho do time. Nossa torcida estaria eufórica por ter, por algumas horas, liderado o campeonato, e seguiria colocando pressão no Botafogo do Rio, que arrancou a vitória em Bragança nos minutos finais. E vai saber se uma vitória do Palmeiras não teria influenciado até nesse jogo, induzindo o time de bairro a um tropeço.
Ganhar um Derby é um santo remédio
É preciso usar esse raciocínio, baseado na condicional, para tentar reverter esta onda de pessimismo. Afinal, por mais que o Palmeiras cometa erros bobos que estão atrasando a virada na tabela de classificação, nosso time segue dependendo apenas de suas próprias forças. O Botafogo do Rio, cedo ou tarde, vai acusar a pressão de estar envolvido no funil da Libertadores e tende a cometer aquele tropeço fatal. Temos que permanecer na cola, para aproveitar.
E nosso próximo compromisso é em Itaquera, onde temos uma dupla missão: além de nos mantermos em condições de dar o bote da virada na classificação geral, temos que empurrar o Corinthians para o inferno da Série B. O jogo é fundamental para eles, nessa tentativa de se salvarem.
Tradicionalmente, o resultado de um Derby é um santo remédio; faz com que o vencedor apague qualquer fase negativa prévia e embale rumo a uma boa sequência, e tanto Palmeiras quanto Corinthians precisam muito desse efeito. De forma análoga, o derrotado vê ampliados dramaticamente os problemas. O que era algo simples vira crise.
E uma crise é tudo o que queremos ver do lado de lá, a esta altura do campeonato, para encaminhar de vez o rebaixamento. Por isso, vencer este Derby é fundamental. Além do mais, faltarão três jogos para o confronto com o Botafogo do Rio (Grêmio, em casa, e Bahia e Atlético-GO, fora) e o embalo de ganhar um clássico será muito bem-vindo para vencê-los.
Por tudo isso, o Derby que se aproxima parece ser o mais importante desta década.
Já se passaram as 24 horas. Vamos virar a página, esquecer o jogo do Fortaleza e focar no Derby. Nosso papel, neste momento, é esquecer a decepção, deixar de lado as picuinhas e apoiar nossos jogadores, que já responderam de forma positiva várias vezes quando lhes damos suporte.
Palmeiras emitiu comunicado após o duelo, que teve vitória por 2 a 1 e confusão no gramado
O Palmeiras emitiu um comunicado logo após a vitória por 2 a 1 sobre o SPFC, no Allianz Parque, pelo Brasileirão, em que define a arbitragem de Raphael Claus de “desastrosa”, lamenta a confusão depois do apito final e veta os jogadores e comissão técnica de dar entrevistas.
Assim, nenhum profissional do clube falará após o triunfo no Choque-Rei. A decisão de não deixar ninguém falar se deu, de acordo com a direção do Palmeiras, para “evitar que o clima de hostilidade iniciado dentro de campo se estenda para fora das quatro linhas”.
Assim que Raphael Claus apitou o final da partida, uma confusão no gramado do Allianz Parque se instaurou e continuou até o túnel que dá acesso ao vestiário – para o Palmeiras, isso ocorreu por conta das decisões do árbitro e do VAR, que anularam o gol de Lázaro no segundo tempo.
O Verdão volta a campo na quarta-feira, pela Libertadores, para enfrentar o Botafogo, novamente no Allianz Parque.
Confira o comunicado emitido pelo Palmeiras:
Em função das tristes cenas ocorridas após o jogo, potencializadas por mais uma arbitragem desastrosa, e para evitar que o clima de hostilidade iniciado dentro de campo se estenda para fora das quatro linhas, a direção do Palmeiras decidiu que seu treinador e seus atletas não… pic.twitter.com/FlSa0IHTLY
“Um exemplo muito ruim à sociedade”, disse Anderson Barros, em entrevista ao GE
O acordo feito pelo SPFC com o TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) da FPF, irritou profundamente o Palmeiras. Dirigentes e jogadores do rival foram denunciados pela confusão após o Choque-Rei, no qual insultaram veementemente a equipe de arbitragem. Entretanto, não haverá julgamento porque a entidade e o time paulista fecharam um acordo para somente pagamento de multas.
Anderson Barros falou sobre o ocorrido e não escondeu a indignação. “Tem algo muito grave que envolve isso. Precisamos entender que somos o reflexo da sociedade. Nosso torcedor se inspira nas ações, sempre foi assim. Mais uma vez, a gente dá um exemplo muito ruim à sociedade. O futebol agoniza, a gente vê a todo instante”, disse o diretor de futebol ao ‘GE’.
“Se comete um ato grave e para não ser punido levanta o dedo e pede desculpas? E mais, vaza-se um vídeo antes da transação (disciplinar esportiva) ser assinada. Acho que estamos perdendo por completo a noção do que é racional, em uma situação como essa”, acrescentou.
Cesar Greco/Palmeiras
Carlos Belmonte, diretor do SPFC, gravou um vídeo pedindo desculpas a Abel Ferreira, após ser xenófobo com o treinador palmeirense e chamá-lo de “português de m…”. A filmagem foi vazada nas redes sociais e, de acordo com Barros, não foi entregue ao Palmeiras e nem ao comandante.
“Nunca foi enviado ao Palmeiras (o vídeo) e não cabe enviar ao Palmeiras. Um vídeo transacional eu não consigo entender que ele tem valor que tem que ter. Quando você quer pedir desculpas a alguém, vai falar com a pessoa. A razão do vídeo não é um pedido de desculpas, é para que a pena seja menor”, complementou.
Anderson Barros pede reflexão
O Palmeiras não é parte do processo e não poderá pedir a anulação do acordo. Diante disso, Barros quer que, ao menos, a indignação do clube sirva para reflexão.
“O Palmeiras não pode fazer nada no caso, não pode interferir. Mas pode fazer com que todos reflitam. Está errado, não é a forma correta de fazer. Importante que saibam da indignação minha, institucional, senão a coisa passa. Outros casos vão acontecer, sabe o que vamos dizer nas próximas entrevistas? Que estamos avisando, vai acontecer algo mais grave. Temos que punir”, finalizou.
Carlos Belmonte, do SPFC, foi flagrado chamando Abel de “português de merda” após o empate no Morumbi e Palmeiras repudia
A histeria do SPFC após o empate de ontem no Morumbi, contra o Palmeiras, por 1 a 1, não parou apenas na entrevista do seu presidente contra a arbitragem e no veto da sala de imprensa a Abel Ferreira. Em um vídeo gravado depois do jogo, Carlos Belmonte, diretor do rival, foi flagrado xingando o treinador palmeirense de “português de merda” (confira as imagens a seguir no post no X).
Na tarde desta segunda-feira, o Palmeiras emitiu um comunicado oficial repudiando as falas do profissional e afirmou que estudará “medidas legais cabíveis” contra Belmonte. A diretoria palmeirense chamou as palavras do rival de “xenófobas” e comunicou que “Não há justificativa para as palavras baixas e preconceituosas escolhidas pelo dirigente são-paulino com o intuito de depreciar um profissional íntegro e vitorioso, que vive no Brasil há mais de três anos”.
Veja o vídeo:
Isso aqui é um absurdo em muitos níveis. Um diretor de futebol de um clube enorme como o SPFC não pode fazer isso. Xenofobia é CRIME. pic.twitter.com/B4soKP0j9m
A Sociedade Esportiva Palmeiras estuda as medidas legais cabíveis contra o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, flagrado xingando de forma xenófoba o técnico Abel Ferreira após o jogo de ontem, no Morumbis. Não há justificativa para as palavras baixas e preconceituosas escolhidas pelo dirigente são-paulino com o intuito de depreciar um profissional íntegro e vitorioso, que vive no Brasil há mais de três anos.
O Palestra Italia nasceu pelas mãos de imigrantes que resistiram à intolerância para que o clube não morresse. A nossa história foi construída com o amor e a dedicação de jogadores, profissionais e torcedores de diferentes nacionalidades e etnias, sem distinção. Repudiamos, portanto, qualquer tipo de discriminação, quanto mais ofensas que incitem a aversão a estrangeiros.
Não é segredo que o futebol brasileiro atravessa um momento perigoso, com casos cada vez mais frequentes de violência, como o brutal ataque ao ônibus da delegação do Fortaleza, há menos de duas semanas, e a morte de um torcedor em Belo Horizonte (MG), no último sábado (2). Neste cenário complexo e desafiador, cabe a quem comanda o compromisso com a responsabilidade, não com o ódio.
Desse modo, lamentamos também a postura do presidente do São Paulo, Júlio Casares, que, em um pronunciamento raivoso na zona mista do estádio, desrespeitou gratuitamente o técnico Abel Ferreira. Trata-se de um comportamento inadequado e incompatível com quem ocupa um cargo de tamanha relevância. O desequilíbrio, a insensatez e a histeria somente potencializam a violência que todos, juntos, deveríamos combater.
Reiteramos que estamos analisando as medidas judiciais cabíveis para proteger o nosso treinador e o próprio Palmeiras.