A Conmebol realizou no início da tarde desta terça-feira o sorteio que definiu a chaveamento da Libertadores da América 2021.
O Palmeiras, líder do Grupo A e segundo colocado na classificação geral, ficou emparelhado com a Universidad Católica.
Todos os confrontos, bem como o caminho até a final, foram conhecidos após o sorteio. Um possível caminho do Palmeiras até a final, que será realizada no estádio Centenário em Montevidéo, envolve, na sequência após uma eventual classificação sobre a Católica, duelos contra o SPFC e o River Plate.
Por ter sido o segundo colocado na classificação geral, o Palmeiras terá a vantagem do mando no jogo da volta em todos os confrontos, exceto se o Atlético-MG, primeiro colocado, avançar às semifinais.
As oitavas-de-final da Libertadores vão acontecer nas semanas dos dias 14 e 21 de julho. Confira abaixo como ficou a chave da Libertadores até a final:
Oriundo das categorias de base do Palmeiras, Toninho Cecílio, que jogou no clube entre os anos de 1985 a 1992, conversou na noite desta terça-feira com exclusividade ao VERDAZZO e comentou sobre diversos assuntos. Toninho contou passagens de seu tempo como atleta, como gerente de futebol, caso Thiago Neves e sua visão sobre o trabalho de Abel Ferreira.
Tempo como atleta
Nascido em Avaré (SP), o ex-zagueiro chegou ao Palmeiras no começo de 1984 e, três anos depois, firmou-se na equipe principal como titular da zaga pelas mãos de Valdemar Carabina, um mito da zaga palmeirense.
“Fiz alguns testes contra o Sub-17 do clube, que tinha no elenco Gerson Caçapa, Edu Manga e Velloso. E o treinador era o Cidinho, ele era um técnico renomado na base, havia chegado do Guarani. Passe no teste e joguei o ano todo de 1984 na categoria Sub-17 e em 1985 já fui para o time de juniores”.
“Dois anos depois eu me firmei na equipe principal, Valdemar Carabina era o treinador e eu era muito raçudo e concentrado, errava pouco. Além disso, eu tinha uma condição física muito boa, não me machucava. Na semifinal do Paulista de 1987, contra o SPFC, eu estava em ascensão meteórica e se a gente tivesse ido para a final, talvez minha carreira decolasse de outra maneira. E aquela derrota foi um trauma, até hoje eu não me acostumei com isso. Eu não tenho nenhum problema de falar da fila, tenho maior orgulho do que fiz no Palmeiras, fui capitão e cheguei à Seleção Brasileira”.
Mesmo sendo identificado com a equipe e muito respeitado pela torcida, Toninho deixou o clube em janeiro de 1993 para atuar no Botafogo. Sobre sua saída, explicou:
“Teve muita coisa envolvida, principalmente no lado pessoal. Em 1992 meu pai teve câncer, eu o ajudei bastante e não terminei este ano bem. A derrota para o SPFC na final do Paulistão foi muito dolorosa e contribuiu para isso também. Então, juntando as coisas, eu não estava em um momento de equilíbrio”.
“Quando voltamos de férias, eu estava treinando normalmente, era parte do grupo. Mas aí ligou o Botafogo. O Palmeiras não queria que eu saísse e, pensando hoje, eu não iria. Foi a pior decisão da minha vida, não deveria ter deixado o clube naquele momento. O Botafogo queria muito, então eu conversei com a diretoria, falei para eles me emprestarem e depois eu voltava. Depois que sai do time carioca, era para eu voltar, mas veio o Cruzeiro, o momento passou e acabou não dando certo o retorno”
Gerente de futebol do Palmeiras e caso Thiago Neves
Depois de um 2006 ruim, o Palmeiras reformulou todo seu elenco para 2007 e, em março daquele ano, o clube trouxe Toninho Cecílio para a função de gerente de futebol, depois de trabalho de destaque no Fortaleza. Em sua passagem como gestor no Palmeiras, o ex-jogador conquistou o Paulistão de 2008 e ajudou a montar a equipe que, por dois anos, brigou pelo título Brasileiro (2008 e 2009).
“Em janeiro de 2007 eu fui contratado como treinador do Guaratinguetá e estava fazendo um bom trabalho até que o Dr. Gilberto Cipullo me chamou para ser gerente no Palmeiras. Eu pedi então para eles esperarem mais uma semana, para eu livrar o time que eu estava do rebaixamento, e no mês de março cheguei ao clube. O Palmeiras já havia contratado alguns jogadores e o Caio Junior como técnico”.
“Quando o pessoal fala do Palmeiras pós-Parmalat, só falam da gestão Paulo Nobre até hoje. Esquecem dos três anos que eu estive ao lado do Genaro Marino, Savério Orlandi e toda a diretoria da época. Nós subimos o clube de patamar e o colocamos para brigar no topo”
Toninho comentou também sobre o episódio Thiago Neves, que assinou um pré-contrato com o Verdão, mas não cumpriu e foi jogar no Fluminense. Além disso, o ex-gerente falou sobre um tweet seu cobrando o jogador.
Thiago Neves, c.. cala sua boca seu covarde. Quem é vc p falar de Ceni? Eu te contratei p o Palmeiras qd ninguém te conhecia e vc deu para trás, com tudo assinado, por causa de dinheiro. Encerra sua carreira calado seu covarde. Frouxo.
“Naquela época, ninguém conhecia o Thiago. Nós fomos atrás dele e fechamos um contrato. Eu dei R$ 400 mil na mão dele como luvas. Ele é um grande jogador. Existe o atleta e o homem, é diferente. O Thiago continuou se destacando no Paraná e o Fluminense colocou mais dinheiro na mesa e ele não cumpriu a assinatura. Depois de todo o imbróglio, o Palmeiras aceitou em deixar ele jogando no time carioca e em troca nós adquirimos o Lenny e alguns direitos, mas eu fui contra. Por mim nós iríamos para Fifa e não o deixava jogar”.
“Eu não gosto de se envolver em polêmica no Twitter, acho que essa foi a primeira vez. Ele fez isso comigo há 13 anos e ainda posa de bonzinho. E eu não vejo ninguém bater nele, o Thiago crítica quem o contrata. Então isso foi algo que me veio no momento, eu não me arrependo e foi algo que fiz com prazer!”
Abel Ferreira, por Toninho Cecílio
Atualmente, Toninho vem exercendo mais a função de treinador de que a de gestor. Nos últimos dez anos, o ex-atleta esteve à frente de vinte clubes. Questionado sobre o trabalho de Abel no Palmeiras, opinou:
“Eu acho Abel uma pessoa de ótimo nível. Ele é um treinador que, depois de uma partida, consegue explicar o jogo para o torcedor. Tem uma boa leitura da partida, mas a análise que ele fez das partidas contra o SPFC foi meio simplista. No entanto, para mim ele é um técnico que tem que ficar muitos anos no Palmeiras porque ele é jovem. Alguns erros que ele venha a cometer precisam ser perdoados. Ele tem poucos anos de carreira. Além disso, o Palmeiras é o primeiro gigante que o Abel treina, antes ele não tinha pego um time do tamanho do clube”
“Gosto também da alternância tática que ele apresenta. A tática é uma ferramenta importantíssima no futebol, você pode ganhar um jogo no intervalo só alterando o esquema, sem fazer substituições. Então, acho ele um grande técnico e que também ganhou lastro no clube, por conta dos títulos. É um cara do nível do Palmeiras”
Confira a entrevista por completo de Toninho Cecílio ao VERDAZZO:
O Palmeiras anunciou à meia-noite deste domingo, que o Al-Duhail, do Catar não formalizou o interesse em contar com Dudu após o fim de seu empréstimo. Assim, o craque, que tem os direitos vinculados ao Verdão, estará livre para se juntar ao grupo palmeirense a partir de 1 de julho.
O negócio realizado entre o Palmeiras e o Al Duhail previa o pagamento de 7 milhões de euros pelo empréstimo de um ano, com uma cláusula de preferência de mais 6 milhões de euros, caso o clube catari optasse por adquirir o jogador em definitivo.
Para isso, seria necessário que fosse feito o comunicado oficial ao Palmeiras até o dia 15 de maio. Como esse aviso não aconteceu, o Palmeiras entende que Dudu estará oficialmente livre para voltar a vestir a camisa verde e branca. O próprio jogador já se manifestou nesse sentido e, ao que parece, não há mesmo mais nada que impeça Dudu de ser reapresentado na Academia de Futebol no início de julho.
O Al Duhail não comunicou o Palmeiras sobre o exercício da preferência de compra dos direitos federativos do jogador Dudu até 23h59 deste sábado (15/05/2021). pic.twitter.com/buYtxBANBO
O Palmeiras embolsou os 7 milhões de euros pelo empréstimo de Dudu, que fez sua última partida pelo clube no dia 14 de março do ano passado – empate por 0 a 0 com a Inter de Limeira, pelo campeonato estadual.
A expectativa é que o Al Duhail “completasse” o pagamento dos outros 6 milhões de euros para ter o jogador em definitivo. Caso não manifestasse esse interesse, teria que pagar mais 2,5 milhões de euros ao jogador.
Assim, ao não exercer o direito de compra, o Al Duhail optou por fechar a operação em 9,5 milhões de euros para tê-lo por apenas um ano, quando poderia fechar a conta em 13 milhões e ter os direitos completos, inclusive podendo renegociá-lo. Não faz sentido algum.
Ou esses cataris não entendem nada de bola e do mercado, ou tem alguma coisa nessa história toda que não está totalmente explicada. Dá até receio de que o Palmeiras esteja interpretando algo de forma errada e tenha se precipitado. Será?!?
Dudu é um reforço extraordinário para Abel
A volta de Dudu, que deve estar em condições legais de jogo a partir de 1 de agosto, quando a janela internacional de transferências será reaberta, dará a Abel Ferreira um reforço de muito peso.
Dudu pode ser usado como ponteiro, como armador aberto e até mesmo por dentro. Tem um poder imenso de quebrar as linhas adversárias com a bola dominada ou com passes, e ainda tem o chute da entrada da área.
Mesmo com o fim do campeonato estadual, o calendário da temporada 2021 deve ser intenso, sem semanas livres – a não ser em casos de eliminações precoces. Assim, é bem possível que Abel opte por seguir escalando times alternados, fazendo algo semelhante ao que Felipão adotou em 2018. Ter Dudu para compor um desses times dá um poder de fogo excepcional nas disputas que se apresentam.
Resta saber se nesse acordo maluco com os árabes o Palmeiras poderá trabalhar “extra-oficialmente” com Dudu o quanto antes, dando-lhe a readequação física para que ele volte ao futebol brasileiro bem preparado. Sabemos do histórico recente de jogadores que voltam do Oriente Médio e das dificuldades físicas que enfrentam.
Números de destaque
Cesar Greco/Ag.Palmeiras
Dudu, um símbolo da retomada do Palmeiras no cenário do futebol nacional, se recuperando dos estragos causados por péssimas administrações entre 2001 e 2012, trouxe toda sua estrela ao Verdão.
Foi protagonista na conquista da Copa do Brasil de 2015 e no Brasileirão de 2016, com gols decisivos e inesquecíveis. Nunca se furtou de abraçar as rivalidades, provocando SCCP e SPFC com chapéus e coberturas.
Foi mais uma vez destaque na conquista do decacampeonato em 2018 e tem no currículo as conquistas do Paulista e da Libertadores de 2020, já que participou dos jogos iniciais de ambas as campanhas. Estes 5 títulos conquistados deixam à sua frente apenas 23 jogadores com mais troféus erguidos.
Saber que um de nossos maiores ídolos de todos os tempos vai voltar a vestir nossa camisa, em plena forma, sempre será motivo de alegria.
A constatação de seu retorno foi apenas resultado de um estouro de prazo definido em contrato há mais de um ano, numa infeliz coincidência de datas.
Obviamente não havia como prever que isso se daria a algumas horas de um Derby eliminatório. E não havia como ignorar o fato para preservar o foco na partida.
O assunto é inevitável, num momento muito inapropriado. Abel Ferreira e o elenco precisarão por à prova, mais do que nunca, suas capacidades de manter o foco, sem deixar que a iminência de ter Dudu se juntando ao elenco cause qualquer desvio no plano para hoje.
Bem vindo de volta, Baixola! E vamos com tudo pra cima deles hoje! VAMOS PALMEIRAS!
Nos últimos dias, Abel Ferreira, mesmo de férias em Portugal, concedeu entrevistas exclusivas para as mais diversas mídias tradicionais brasileiras. E em todas elas, o português só reafirmou o quanto sabe de futebol e tudo que nele envolve.
Com pouquíssimo tempo no Palmeiras e no Brasil, Abel já tem um lugar de destaque na História do clube. Logicamente esse status está sendo alcançado pelos títulos conquistados (Libertadores e Copa do Brasil), mas seu jeito de se comunicar e valorizar a todos à sua volta são fatores que também estão pesando a seu favor.
Não existe “eu”, existe “nós”
Contando todas as entrevistas, Abel esteve frente a frente com os jornalistas por no mínimo quatro horas. E em nenhum momento, o treinador mostrou-se ‘maior’ que seus comandados ou seus companheiros de profissão. Tratou cada conquista desses quatro meses de Palmeiras de forma coletiva, mesmo que, sem querer ou não, os entrevistadores quisessem que ele levasse o prestígio por inteiro.
“Uma coisa que não gosto muito de ouvir (desculpa dizer isto, mas é o que sinto): não existe ‘eu ganhei’, aqui vocês fazem isso. Fomos ‘nós’ que ganhamos”, disse em uma das tantas perguntas.
“O importante é da cabeça pra cima”
Outro fator que o treinador está sempre mencionando, e que é fundamental no futebol de hoje, é a importância de ser mentalmente forte. Por muito tempo, o fator mental foi negligenciado, não só no esporte como também na vida cotidiana, mas isso vem mudando. Com Abel no comando, esta pauta esteve sempre ativa no Palmeiras.
“A cabeça comanda tudo”, “existe lesão no psicológico”, “o importante é da cabeça pra cima”, foram algumas frases ditas por ele nas entrevistas.
O exemplo utilizado por ele é o de Ramires, que se desvinculou do clube em dezembro do ano passado após, entre outros motivos, não suportar mais as críticas e a pressão por um futebol melhor, vindas principalmente das redes sociais.
Lado tático
Além deste lado humano visivelmente forte em Abel, as respostas do treinador sobre a parte tática da equipe também o fez parecer ‘maior’ para os torcedores palmeirenses.
Quando questionado sobre a maneira que o time se comportará em campo, agora que a comissão terá um tempo livre para treinar, Abel foi enfático e bem explicativo:
“Minha forma de jogar, em quatro palavras: curto ou longo e dentro ou fora. Cada jogador tem que ter três linhas de passe: apoio, largura ou profundidade. O jogador escolhe, lê, interpreta o jogo e toma a decisão”.
“Não se faz gols só de jogo propositivo. Também se faz gol de contra-ataque. Vamos atacar a bola parada, para tentar o gol de bola parada, vamos tentar o contra-ataque, porque se faz gol de contra-ataque. Não existe um jeito de jogar, cada jogo é um jogo e é preciso entendê-lo”.
Pouquíssimos treinadores no Brasil têm esta capacidade e a vontade de explicar conceitos táticos, técnicos e de metodologia de treino. Abel aparenta ser totalmente o contrário, gosta de compartilhar, e com isso, evoluir.
‘Comunicação’, definida no dicionário como “ação ou efeito de comunicar, de transmitir ou de receber ideias, conhecimento, mensagens etc., buscando compartilhar informações”, “Mensagem que se transmite ou é recebida escrita ou oralmente”. Do latim ‘Communicatio’, significa tornar algo comum, compartilhar.
E se existe uma palavra que transita em vários meios de negócio, ‘comunicação’, com certeza, é uma delas. Comunicação com os clientes, com os parceiros, funcionários, público-alvo e etc.
No futebol, a importância de se ter uma boa comunicação não é diferente de outros lugares. Ainda mais no Brasil, onde o calendário é extremamente apertado e não há tempo para treinar o time, contar com um técnico que tem uma oratória clara e precisa é um passo importante para obter os resultados.
E o Palmeiras conta. Quando Abel Ferreira concedeu sua primeira entrevista coletiva como técnico do Verdão, em novembro do ano passado, já foi possível perceber que o treinador possuía uma comunicação muito boa. Sem tempo para treinar e implantar por completo suas ideias de jogo, o português precisou utilizar sua oratória para conseguir cativar os jogadores.
“A gente teve pouco tempo para treinar, era uma partida atrás da outra. O Abel ainda não teve tempo para treinar a equipe, automatizar o time. Então nós seguimos o que ele pede. Deixamos o ego de lado e é como ele sempre diz: todos somos um”, disse Alan Empereur aos canais ESPN, após a conquista do título da Copa do Brasil.
“Eu acho que ele é muito bom em gerir grupo, muito bom em gestão de pessoas. Eu acho que você pegar 30 jogadores com personalidades diferentes, com muitas coisas diferentes, você conseguir dominar bem, conseguir tratar todo mundo bem, ter o respeito de todo mundo, isso é muito difícil. Ele sempre falou que contava com todo mundo para jogar e é isso que me impressiona, é que ele fala e cumpre, ele não vai falar mentira”, declarou Weverton.
“É um cara que se dedica muito para expor o que acredita, gosta muito de falar sobre a força da mente. Ele tenta passar com todas as suas forças o que acredita, o que vê da vida e dos jogos, o que tem como metodologia. É verdadeiro, conquistou todo mundo e fez com que todos se sentissem importantes”, afirmou Gustavo Scarpa.
Além da conversa no dia-a-dia, o treinador também conta com mantras especiais, que não só são repetidos pelos jogadores, mas também é ecoado pelos palmeirenses mundo afora: “Avanti Palestra”, “24 horas para celebrar uma vitória e 24 horas para chorar uma derrota”, “todos somos um”, “cabeça fria; coração quente” são exemplos.
É claro, seria ingenuidade atribuir o sucesso de Abel no comando do Palmeiras apenas a seu jeito de agir e comunicar-se. O português é um estudioso da bola, conhece muito sobre tática, técnica e dos fundamentos que compõe todo um jogo de futebol. Mas é evidente que, por causa do tempo escasso de treinamento, essa ferramenta foi fundamental para o Verdão conquistar a Libertadores e a Copa do Brasil.
O Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.