Palmeiras X Santos

04/02/2018 - 17:00 Campeonato Paulista Allianz Parque

Com um gol relâmpago e sem correr riscos no resto da partida, o Palmeiras venceu o Santos por 2 a 1 e segue com a campanha 100% no Paulistão. Sem grandes destaques individuais no clássico, o time fez sua maior técnica prevalecer  e ganhou sem sustos – e o placar poderia ter sido maior se não fossem dois erros claros da arbitragem contra o Verdão.

PRIMEIRO TEMPO

Os dois times vieram a campo sem nenhuma novidade em relação ao que já era esperado diante dos treinamentos da semana. E o jogo começou pegando fogo – logo a 2 minutos, o Verdão abriu o placar: após escanteio da direita, Antônio Carlos ganhou de David Braz e testou firme, no canto esquerdo de Vanderlei, que ainda tocou nela, fazendo o Allianz Parque explodir.

É importante observar que antes do escanteio, o Santos tentou uma jogada rápida de contra-ataque, com Vecchio lançando a correria de Arthur Gomes, que Marcos Rocha, atento, interceptou e articulou o ataque que deu origem ao escanteio.

Aos seis, Willian fez a jogada de velocidade e foi derrubado por Caju. Quando todos esperavam pelo cruzamento, Lucas Lima meteu uma curva na bola, que beijou a forquilha direita de Vanderlei – quase saiu o gol de falta do Verdão. Parecia um massacre.

Mas depois do começo aceleradíssimo, os dois times começaram a desempenhar os papeis que deles se esperavam: o Palmeiras com a posse de bola, propondo o jogo e forçando pela direita, em cima de Caju; o Santos mantinha suas duas linhas muito próximas para tentar dificultar o toque de bola do nosso time.

Aos 13, o Santos criou sua primeira chance: na saída de bola errada de Antônio Carlos; Arthur Gomes conseguiu a jogada pela direita e bateu com pouco ângulo; a bola desviou em Thiago Martins e quase pegou Jailson no contrapé, mas nosso goleiro salvou em escanteio. Na cobrança, Eduardo Sasha conseguiu ganhar de nossa defesa pelo alto e Jailson fez uma defesa espetacular, evitando o empate.

De forma surpreendente, os dois times  inverteram seus papeis após os 15 minutos: o Santos passou a ter mais a posse da bola e o Palmeiras é que começou a buscar o jogo de velocidade. Com nenhuma das equipes fazendo o que sabem fazer de melhor, a qualidade do jogo caiu.

Aos 24, Arthur Gomes conseguiu um chute de fora, fraco, fácil para a defesa de Jailson. O jogo seguia amarrado, chato, com as duas equipes criando pouco. Aos 39, Borja conseguiu um chute de fora da área, muito mais por falta de opção de toque – pegou mal na bola e o chute saiu fraco e torto. Foi notável, no entanto, a reação da torcida, mostrando muita vontade de que o colombiano acertasse. E foi assim, sem maiores emoções, que o jogo se encaminhou para o final do primeiro tempo, que valeu apenas pelos dez minutos iniciais.

SEGUNDO TEMPO

Com Rodrigão no lugar de Eduardo Sasha, era de se esperar o Santos tomando mais ainda a iniciativa do jogo. Mas foi o Verdão quem chegou a primeira vez, logo a 1 minuto, com Felipe Melo batendo bem de fora e exigindo defesa firme de Vanderlei. No minuto seguinte, Tchê Tchê fez excelente jogada pela esquerda e cruzou por baixo; Borja tentou ajeitar para a perna esquerda e perdeu tempo, sendo travado dentro da pequena área.

A pressão aumentou: aos três, Lucas Lima cobrou falta para a infiltração de Thiago Martins, que testou firme e obrigou Vanderlei a fazer uma ótima defesa. E um minuto depois a pressão deu resultado: Borja brigou muito pela bola na intermediária, ganhou, abriu para Willian e correu para o meio para pegar de chapa, da meia-lua, e colocar no canto esquerdo de Vanderlei. Um belo gol do colombiano que tranquilizou o estádio.

O jogo seguia tranqüilo para o Verdão até os 17 minutos, quando, após um escanteio da esquerda batido por baixo, Renato tentou desviar e quase colocou no cantinho, mas Marcos Rocha estava atento e cortou – a bola saiu um pouquinho, em novo escanteio, mas o juiz mandou o jogo seguir e a bola voltou para a ponta; veio um novo cruzamento, desta vez pelo alto, e Renato se antecipou a Felipe Melo para cabecear no canto esquerdo de Jailson – gol irregular do Santos.

Jair Ventura trocou Caju por Rodrygo e deslocou Copete para a lateral esquerda. O jogo ficou equilbrado, com as duas equipes buscando o ataque, mas as defesas levavam a melhor. Aos 29, Dudu deu lugar a Keno e passou a braçadeira de capitão a Felipe Melo.

Aos 31, boa triangulação entre Keno, Marcos Rocha eTchê Tchê, que finalizou bem de esquerda, rasteiro, buscando o cantinho esquerdo de Vanderlei – a bola saiu raspando. O Santos respondeu aos 33, após falha de Victor Luis: ele rebateu uma bola fraquinho, para o meio, e Rodrigão aproveitou a sobra e emendou um chute que podia ser perigoso, mas saiu sem direção.

Aos 36, Bruno Henrique entrou no lugar de Tchê Tchê, exausto, para dar mais vitalidade ao meio-campo. O Santos aumentou o volume de jogo e o Palmeiras entrou definitivamente no modo contra-ataque.

Aos 39, Willian recebeu de Bruno Henrique na área e foi derrubado por Alison – pênalti que Flavio Rodrigues de Souza não marcou. Um placar que poderia ser 3 a 0 ficava mesmo no 2 a 1. Aos 41, Gustavo Scarpa entrou em campo pela primeira vez como jogador do Palmeiras e teve tempo para mostrar sua classe com a bola no pé, enquanto o Verdão controlava o jogo para garantir mais três pontos.

FIM DE JOGO

Não foi um show de bola como os minutos iniciais dos dois tempos sugeriram, mas foi mais que o suficiente para vencer o Santos. O Palmeiras soube tirar vantagem do gol marcado logo nos primeiros minutos e administrou bem a parte física, tornando menos complicada a missão de fazer sua técnica mais apurada prevalecer sobre os jogadores do Santos.

O Verdão tem mais uma vez a semana cheia: voltará a campo só no sábado, em Mirassol, e o grupo terá mais tempo para apurar as variações de jogo que devem ser aplicadas em todo o ano. Essa pré-temporada com bola rolando está sendo realmente produtiva. VAMOS PALMEIRAS!

Ficha Técnica

Escalações


Santos

Vanderlei
Daniel Guedes
Luís Felipe
Robson Bambu
David Braz
Caju
Rodrygo
Alison
Renato
Copete
Vecchio
Arthur Gomes
Eduardo Sasha
Rodrigão
Jair Ventura

Notas

Jogador Descrição Nota
Jailson
Duas grandes defesas no primeiro tempo, que podem ter mudado o rumo do jogo.
7.5
Marcos Rocha
Cada vez mais solto, bem adaptado à linha de marcação e pegando confiança para as descidas ao ataque.
6.5
Antônio Carlos
O gol que abriu o placar teve um peso muito grande no andamento do jogo. Falhou numa saída de bola pouco depois, mas foi salvo por Thiago Martins e Jailson.
8
Thiago Martins
Partida sem erros, rebatendo tudo sem gracinha. Mas poderia ter um pouco mais de calma e sair jogando em alguns lances.
7.5
Victor Luis
Partida discreta, em que só apareceu quando falhou numa rebatida e deu chance de arremate a Rodrigão.
6
Felipe Melo
Firme e decisivo na marcação, escapou de levar um cartão vermelho numa entrada mal calculada.
7
Tchê Tchê
Definitivamente entrou na mesma rotação de 2016, onipresente e praticamente insaível. Moisés vai ter que treinar muito.
8
Bruno Henrique
Mesmo jogando pouco, fez o mesmo papel de Tchê Tchê com a mesma eficiência, inclusive no apoio.
7
Willian
Sempre muito perigoso, principalmente no primeiro tempo, jogando em cima de Caju.
7
Lucas Lima
Mais uma vez comandou com classe o meio-campo do Palmeiras. Merecia o gol de falta que deu na trave.
7.5
Gustavo Scarpa
Jogou oito minutos muito bem - mas foram só oito minutos.
s/n
Dudu
O menos efetivo da linha ofensiva - não à toa foi o escolhido para dar lugar a Keno.
6
Keno
Entrou num momento em que o Palmeiras estava cozinhando o jogo e não teve seu potencial aproveitado.
6
Borja
Vai errando, tentando, se esforçando, e acertando. Se melhorar a técnica, ainda pode fazer história.
8

Melhores momentos