Palmeiras X Atlético

04/06/2017 - 16:00 Campeonato Brasileiro Allianz Parque

O Verdão empatou sem gols como Atlético Mineiro, chegou a 25 jogos sem derrota no Alianz Parque, mas também perdeu a chance de terminar com um tabu de 11 jogos sem vencer o time mineiro e ainda ficou mais para trás ainda na tabela de classificação do campeonato.

Apesar disso, foi um bom jogo, com lances empolgantes – o Palmeiras chegou a mostrar lampejos do time envolvente de 2016, mas ainda corre atrás de mais consistência e objetividade.

PRIMEIRO TEMPO

Além de sacar Jean e Felipe Melo do time, Cuca também deu mais uma chance para Egídio, deixando Zé Roberto no banco. Willian seguiu como atacante mais avançado, tentando emular Gabriel Jesus, sem o menor sucesso.

Diante do poderio ofensivo do adversário, a tática do Palmeiras foi manter a posse de bola pelo maior tempo possível. E deu relativo resultado; o Atlético tinha sérias dificuldades em sair para o ataque e o Palmeiras dominou as ações. Aos dois, Tchê Tchê fez grande jogada pela esquerda, driblou três marcadores e a bola ficou com Egidio, que cruzou; Victor tentou segurar mas falhou; a bola ficou viva na pequena área e a defesa colocou a escanteio – quase Willian toca para o gol vazio.

Aos sete, depois de escanteio pela esquerda, Victor socou para fora da área e Thiago Santos tentou o arremate de fora, mas mandou pra muito longe. Cinco minutos depois, um lance bem parecido para o Galo: após falta da direita, a bola foi rebatida e Fabio Santos pegou a sobra, batendo de primeira e levando muito perigo para o gol de Fernando Prass.

Aos 14, Thiago Santos apoiou e lançou na área; a zaga do Galo só assistiu e Willian escorou para Keno, que bateu bem, de curva – a bola venceu Victor e beijou o travessão, saindo por cima. O Verdão aumentou a pressão e aos 16 Egídio levantou na área, a bola ficou viva e Guerra bateu para o gol – a bola bateu na mão de Edu Dracena e foi afastada da área.

O Atlético tinha claros problemas com a saída de bola e a marcação do Palmeiras parecia muito bem encaixada. Mas o jogo permanecia equilibrado por causa da arbitragem problemática de Marcelo de Lima Henrique, que inventava uma série de faltas em favor dos visitantes, quebrando o ritmo do Verdão.

Aos 25, depois de linda jogada de Keno, a bola foi a escanteio pela esquerda. Na cobrança, que veio por baixo, Willian Bigode deu um toquinho na bola e Mina quase conseguiu tocar para o gol, mas Fabio Santos chegou antes e tirou a escanteio – o árbitro deu tiro de meta.

Quando o Galo conseguia desenvolver uma jogada com toques de pé em pé, levava perigo. Aos 28, Fred foi lançado pela esquerda por Cazares e cruzou por baixo; Yago estava livre para abrir o placar mas Egídio cortou para escanteio – por muito pouco não marcou contra.

Depois do susto, o Verdão voltou à carga: aos 35, depois de linda troca de passes de todo o ataque, Guerra bateu de fora, para defesa tranquila de Victor. O Galo respondeu aos 38: depois de escanteio, bate-rebate em nossa área e algum pé tentou empurrar a bola para o gol – ela passou muito perto, desviada pela defesa. Em nova cobrança, Fernando Prass agarrou firme e lançou Keno rapidamente com as mãos; ele driblou três marcadores e cruzou; a bola foi rechaçada e Roger Guedes, livre, de frente para o gol, finalizou de forma bisonha, por cima.

Aos 42, depois de falta sofrida na esquerda por Willian, Egídio suspendeu e Fred empurrou Edu Dracena por trás – pênalti claro assinalado pelo juiz. Depois de muita discussão e dois cartões, um para Robinho por reclamação, e outro para Victor, que esburacou a marca do pênalti durante as discussões – Willian percebeu a tramoia e afastou o goleiro da marca. Talvez desconcentrado pelo buraco, Willian bateu muito mal e Victor defendeu com o joelho, já depois da marca dos 45.

SEGUNDO TEMPO

Cuca trocou Roger Guedes, em tarde muito ruim, por Borja, abrindo Willian pela direita. O Verdão voltou no modo Porco Doido e logo a um minuto Mina arrancou do campo de defesa; como um panzer, foi arrastando tudo o que tinha pela frente até sofrer falta de Yago. Na cobrança ensaiada, Borja tentou meter por fora da barreira e a bola foi rebatida; na sobra Tchê Tchê finalizou da meia-lua e Victor fez uma grande defesa.

Aos cinco, Egídio fez grande jogada: roubou a bola no campo de defesa num ataque promissor do Galo e puxou o contra-ataque, tocando para Keno na esquerda; ele driblou Alex Silva e  cruzou pra trás, Borja finalizou bem mas foi travado. O lance levantou a torcida no Allianz Parque.

O Palmeiras emendou uma pressão enorme. Aos oito, Borja recebeu no círculo central, deu dois passos com a bola e soltou um míssil de fora, de muito longe; a bola entraria na gaveta mas Victor se esticou e fez grande defesa. Percebendo o momento do estádio, o experiente goleiro tratou de ficar no chão para esfriar nosso time. A estratégia deu resultado e o Galo conseguiu segurar nossa pressão quando a bola voltou a rolar.

Aos 19, Guerra foi lançado no mano a mano com Gabriel, que perdeu o tempo da bola e deixou o corpo cair na frente do venezuelano, que acabou sendo derrubado. Pênalti claro, que o juiz não marcou. Mas o Palmeiras já não tinha a mesma presença no campo de ataque.

A entrada de Michel Bastos deu um novo fôlego ao time: aos 26, ele insistiu na jogada pela direita, entrou na área e rolou para trás – quase Willian chega para conferir, mas Yago afastou o perigo da área. Dois minutos depois, Michel Bastos e Mayke tocaram a bola pela direita e Michel cruzou; Willian se atirou na bola no segundo pau mas não alcançou. Um minuto depois, foi Guerra quem tentou alcançar Willian; ele dominou dentro da área mas não conseguiu levar vantagem sobre Felipe Santana, que afastou o perigo.

O Atlético estava claramente satisfeito com o empate e jogava como pequeno; procurando uma bola vadia. Aos 29, quase ela veio: Egídio falhou na marcação; Cazares dominou e aproveitou a bola pingando pra soltar um foguete de fora – Fernando Prass espalmou a escanteio. Na cobrança, a bola foi afastada e Fabio Santos lançou de novo na área, de muito longe – Prass borboletou e Rafael Moura ficou com o gol aberto, mas ajeitou com o braço. O juiz apitou tão rápido que jamais saberemos se ele marcou perigo de gol ou se realmente viu a irregularidade.

Aos 32, Cuca tentou uma substituição mística: mandou Erik a campo, no lugar de Willian. É verdade que o camisa 29 não fazia um bom jogo, mas ao menos estava sempre dentro da área incomodando a defesa mineira. Erik entrou com muita vontade, mas tudo o que fez foi meter correria, desconectado do resto do time. O que deveria ser uma pressão violenta do Palmeiras no final virou um jogo morno – e quem chegou mais perto do gol foram os visitantes.

Aos 34, Maicossuel puxou contra-ataque, abriu para Otero que cruzou – a bola desviou em Edu Dracena e quase matou Fernando Prass. Nosso goleiro nos salvou de novo aos 42, depois de ótima tabela entre Valdivia e Maicossuel, que bateu cruzado e obrigou Prass a dar um tapa de gato na bola, mandando a escanteio.

A última chance do jogo foi aos 43, numa tabela entre Guerra e Borja na frente da área; o colombiano viu Tchê Tchê chegando de trás e rolou para a batida, que saiu fraca, à direita de Victor, o grande responsável pelo zero a zero no placar.

FIM DE JOGO

Apesar da falta de gols, vimos um bom jogo no Allianz Parque. O Atlético respeitou demais o Palmeiras; mesmo sem nenhuma vitória no campeonato, considerou o empate um bom resultado o tempo todo e conseguiu o resultado com catimba e experiência. O Verdão melhorou um pouco em relação às partidas anteriores e teve momentos muito interessantes na partida, mas ainda falta manter o ritmo com consistência até chegar ao gol. Cuca estava indo bem até a última mexida, quando praticamente inutilizou nossos últimos minutos e matou a pressão deveria ser mais forte ainda.

Alguns atletas aproveitaram a chance que receberam; outros, nem tanto. O Brasileirão vai ficando um objetivo cada vez mais difícil de ser conquistado se o time não engatar uma sequência realmente boa nas próximas partidas. De qualquer forma, a torcida tem que se manter junto ao time e dar apoio, porque estamos fortes nas copas e o Brasileiro não pode se tornar um fator de pressão. VAMOS PALMEIRAS!

Ficha Técnica

Escalações


Atlético

Victor
Alex Silva
Felipe Santana
Gabriel
Fábio Santos
Rafael Carioca
Yago
Otero
Maicossuel
Cazares
Robinho
Valdivia
Fred
Rafael Moura
Roger Machado

Notas

Jogador Descrição Nota
Fernando Prass
Uma borboletada inacreditável que só não rendeu uma derrota porque Rafael Moura (e/ou o juiz) quebrou nosso galho; mas pegou duas bolas realmente boas.
7.5
Mayke
Em sua segunda partida como titular, parece já bem mais ambientado, com boa performance defensiva.
6.5
Mina
Já começam a faltar adjetivos para o que esse rapaz vem fazendo em campo. Que puta jogador!
8.5
Edu Dracena
Bem no duelo com Fred, foi lá na frente e ainda sofreu um pênalti.
7
Egídio
Fez uma jogada sensacional no segundo tempo, para equilibrar com o monte de escolhas erradas que não consegue evitar.
5.5
Thiago Santos
Agarrou a chance na unha. Felipe Melo deve ter coçado a careca no banco.
8.5
Tchê Tchê
Partida correta; deu equilíbrio ao meio-campo tanto na marcação quanto na construção de jogadas.
6
Róger Guedes
Partida irritante, errou batidas simples na bola por tentar inventar demais.
4
Borja
Continua com problemas de encaixe com o resto do time. No lance em que tentou resolver sozinho, passou perto de marcar um dos gols mais bonitos do Allianz Parque.
6
Guerra
Lúcido e habilidoso, parece bem sólido no time.
8.5
Keno
Combinando velocidade com habilidade, infernizou o lado direito da defesa do Atlético.
8
Michel Bastos
Entrou forte e criou boas jogadas, mas logo caiu de produção. Muito individualista.
6
Willian
Apesar do pênalti perdido e da baixa produtividade com a bola nos pés, estava sempre bem posicionado e preocupando a defesa do Atlético.
4.5
Erik
Correu, correu, correu... e deve estar correndo ainda.
5

Melhores momentos