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Deu empate no Derby. O Palmeiras massacrou o Corinthians do início ao fim, mas não conseguiu vencer a partida, mesmo saindo na frente logo aos 8 minutos de jogo. O Verdão entrou com o esquema 3-4-3 que terminou o jogo contra o Guarani, teve muita facilidade para construir, mas faltaram as finalizações. O Corinthians, além de ter sido muito eficaz, contou com a complacência da arbitragem o tempo todo. E teve sorte.

Mauricio foi o falso 9; Mayke e Piquerez aproveitaram a ausência de pontas no adversário, que entrou com um 4-4-2 com um losango no meio, e fizeram as larguras sem dó; Estêvão e Facundo jogaram mais afunilados e o quarteto de frente tocava a bola fácil, envolvendo a defesa adversária, completamente perdida.

Aos 8, Piquerez fez um lançamento no facão para Mauricio, que ganhou de André Ramalho na corrida e chutou cruzado, na saída de Hugo Souza, abrindo o placar e sugerindo mais uma goleada. Mas Derby é diferente.

O Verdão seguia muito superior; a bola chegava sem muito esforço à frente da área, mas faltava aquela trama final para a finalização. A ausência de centroavante proporciona ter mais uma peça construindo, mas o custo disso é não ter a referência na área. Mauricio fez o falso 9 bem – mas continua não sendo um NOVE-NOVE.

Mesmo assim, o Verdão desperdiçou chances com Piquerez; Murilo, de cabeça; e com Ríos, em cobrança de falta por baixo da barreira. O Corinthians criou com um bom giro de Yuri Alberto em cima de Gustavo Gómez, que Weverton dfendeu fechando o ângulo. Aos 39, em jogada de escantteio, André Ramalho escorou com violência da risca da pequena área, mas Weverton fez uma defesa digna de São Marcos, salvando um gol impossível.

Mas aos 42, Richard Ríos tentou passar por Memphis Depay e, por excesso de confiança, perdeu a bola; o holandês tocou rápido para Yuri Alberto, que ganhou fácil de Gustavo Gómez e chutou cruzado, no cantinho – a bola bateu na rede, a um dedo do pé da trave direita de Weverton. Um castigo para o Verdão.

O time voltou igual para o segundo tempo e imprimiu forte volume de jogo desde o início. Com menos de um minuto, Raphael Veiga soltou um canhão da intermediária e a bola assustou as corujas da forquilha direita de Hugo Souza.

O goleiro deles continuou fazendo defesas – Veiga, da meia-lua, exigiu mais uma intervenção de Hugo Souza aos 13; na saída de bola, roubada e Ríos tentou da entrada da área, sem direção. Sem ser incomodado pelo adversário, o Verdão aumentava a pressão a cada minuto. O gol estava desenhado.

Aos 16, Yuri Alberto recebeu o segundo amarelo por uma simulação vergonhosa. Com um a mais, o Palmeiras, que já não era atacado, ficou com o adversário completamente encolhido e o homem a mais era tudo o que Abel precisava para colocar um homem de área e preencher todas as posições do ataque.

Mas Abel ficou agachado, pensando. O Corinthians se encolheu mais ainda e foi, curiosamente, o período menos produtivo do Palmeiras. A chance seguinte só veio aos 30, numa cabeçada de Mayke que bateu na trave esquerda de Hugo Souza. Esgotado, o lateral deixou o campo aos 32, finalmente, para a entrada de Marcos Rocha. Mas a mexida que todos esperavam foi a de Thalys no lugar de Naves, além de trocar Mauricio, extenuado, por Luighi. Um minuto depois, outro jogador cansado, Raphael Veiga, deixou o campo para a estreia de Figueiredo.

Foram mexidas tardias e todas de uma vez só. O time perdeu muito em experiência e ficou com cerca de 20 minutos dependendo de um ataque de juvenis: Figueiredo, Estêvão, Luighi e Thalys, com Facundo Torres, que acabou de chegar, sendo o mais experiente dessa linha.

Mesmo assim, houve pressão. O Corinthians jogou como um time minúsculo, aceitando nossa superioridade e só orando. E a reza funcionou: mesmo com um pênalti assinalado pela arbitragem aos 45 minutos, que Estêvão bateu na mão de Hugo Souza, eles resistiram. Há que se observar que João Pedro Tchoca invadiu a área no pênalti e foi ele quem evitou que Estêvão aproveitasse o rebote, mas depois de Claus ter expulsado Yuri Alberto, era querer demais.

Pelo volume de jogo, pelas chances desperdiçadas e pelo pênalti no fim, empatar em casa com eles, com um homem a mais por mais de meia hora, é muito frustrante. Dá gastura. Eles jogaram Derby, como vêm fazendo há pelo menos dois anos, e têm seus méritos. Nós, desta vez, também jogamos com toda a seriedade que o clássico exge, depois de alguns confrontos jogando como se fosse um jogo qualquer. Foi um belo jogo de futebol. Mas ninguém quer ver beleza em Derby; queremos ganhar.

Passado um pouco de tempo e dominando a frustração, no entanto, podemos enxergar o jogo com otimismo, já que um novo esquema está nascendo e é muito promissor. Sem o NOVE que tanto pede, Abel Ferreira mostra criatividade e montou um esquema que teve alguns momentos de brilho intenso. As recomposições defensivas estão ok e só falta mesmo ensaiar melhor os movimentos finais de ataque, aquelas infiltrações que surpreendem o adversário, para dar o último toque.

O que incomoda é saber que Abel poderia estar usando essa criatividade para servir um grande centroavante. Tudo seria bem mais fácil. E o pior é que dava pra já ter trazido um. Mas se não tem tu, vai tu mesmo, e VAMOS PALMEIRAS!

Pós jogo

Ficha Técnica

Notas

Melhores momentos

Lance a lance

Primeiro tempo

Segundo tempo