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Jogando muito mal, o Palmeiras ficou no empate por um gol com o Água Santa, em Brasília, e agora depende de tropeços de Ponte Preta ou São Bernardo, em quatro rodadas, para o mata-mata do Campeonato Paulista.

A situação inusitada em estaduais se dá por conta de escolhas. Depois de ganhar o campeonato por 4 vezes nos últimos 5 anos, e de ver o time oscilar fisicamente no decorrer das temporadas, Abel Ferreira decidiu poupar os jogadores, mandando a campo equipes sem entrosamento e que não competem quando entram em campo. Foi o que se viu esta noite no Mané Garrincha, contra uma equipe que está lutando contra o rebaixamento e que igualmente estava desentrosada, já que trocou mais de meio time em relação ao que vinha jogando. A diferença é que foi um time que competiu.

O começo foi promissor. Marcos Rocha e Mayke mostraram entrosamento pelo flanco direito; Allan e Vanderlan ensaiaram algumas boas investidas pela esquerda e a boa fase de Mauricio, ajudando a todos, parecia ser suficiente. E o gol que Flaco López ganhou de presente de Robles logo a dois minutos de jogo dava tranquilidade a todos para conseguir uma vitória tranquila.

As chances iam surgindo, mas não no volume avassalador que poderia – e deveria. O Palmeiras manteve o adversário no jogo e quando Weverton rebateu para a frente um chute de média distância, foi um sinal de que as coisas não estavam bem.

Sem mudanças no intervalo, o Palmeiras sofreu o golpe logo no começo do segundo tempo, quando parecia que voltou dormindo do vestiário. Gabriel Silva dominou com liberdade, na frente de Aníbal Moreno, e enfiou para Willen Mota; Naves percebeu que o passe viria e que não conseguiria dar o combate, e deu um passo à frente. Teria dado certo e o atacante adversário ficaria impedido, se Marcos Rocha não estivesse dando condições. Uma coordenação difícil de ser feita, porque o lance é sempre rápido. O fato é que Mota entrou na área e fuzilou Weverton.

Repetiu-se o cenário das partidas contra o Noroeste, Novorizontino e Bragantino: um time que não estava em campo para competir, e sim para treinar enquanto cumpria a tabela. Sem a fome de ganhar o jogo, pode vir até o Água Santa, que a vitória não vem.

Abel mandou a campo Estêvão, Richard Ríos, Raphael Veiga e Facundo Torres. Até Rony entrou no final, para pisar mais na área e tentar sufocar o adversário, mas o time estava emperrado. Os jogadores mantinham distância entre si, os passes não eram naturais. O desinteresse pela competição é claro.

Algumas chances foram criadas, Facundo Torres e Rony eram os que mais mostravam alguma  fome de vitória, mas pararam no goleiro do Água Santa. Um pênalti nos foi sonegado aos 22 minutos, quando a bola bateu num cotovelo aberto dentro da área, devidamente ignorado pelo VAR da FPF. Mas o fato é que o Palmeiras não fez por merecer a vitória e traz de brasília um empate irritante.

É muito difícil dissociar um time que entrou em campo para treinar da perspectiva para o resto da temporada, quando se espera que o time entre rasgando em todos os jogos. A razão pede que esse exercício seja feito, mas tal germânica frieza é incompatível com a italiana impaciência que nos caracteriza. E em tempos de redes sociais, o apocalipse está em curso.

Teremos pela frente a Inter de Limeira na quinta-feira, e já não sabemos se isso é bom ou ruim. O fato é que a tabela apertou, e o time que entrar em campo, seja o misto ou o titular, sabe que vai ter que entrar para competir, sob risco de uma vexatória eliminação na fase de classificação do estadual. O que pode devolver ao time o bom futebol mostrado nos jogos contra Guarani e Corinthians. A tabela do estadual é cheia de presentes assim, o problema é que nem isso estamos aproveitando. VAMOS PALMEIRAS!

Pós jogo

Ficha Técnica

Notas

Melhores momentos

Lance a lance

Primeiro tempo

Segundo tempo