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O Palmeiras empatou sem gols com o São Bento, na partida de estreia da temporada 2023, pelo campeonato paulista.

Mesmo após cinco jogos-treino na pré-temporada, o time mostrou sinais de ferrugem – algo absolutamente natural. Mesmo assim, o volume de jogo foi grande e o time criou várias situações de gol. Foram 22 finalizações contra o gol de Zé Carlos; 8 no alvo, além de dois gols anulados por milímetros e duas bolas na trave.

Para furar a retranca armada por Paulo Roberto Santos, Abel posicionou cinco jogadores entre a última linha do adversário – Veiga, Zé Rafael, Jailson e até Piquerez se revezavam nessa função, se juntando a Rony, Endrick e Dudu. Quem não entrava nesse entrelaçamento ficava encarregado de criar as jogadas, enquanto Marcos Rocha e a dupla de zaga fazia a saída de três, já conhecida e consagrada.

O problema é que para que a bola chegasse nos jogadores enfiados, precisava passar por duas linhas do São Bento, já que os armadores não se posicionaram entre as linhas. Assim, com passes forçados, a bola quase sempre chegava mastigada, dificultando a ação dos atacantes. Quem mais tentou se posicionar mais avançado para dar um passe mais qualificado foi Zé Rafael.

Assim, a criação de jogadas de gol dependeu bastante do desempenho individual e da capacidade de drible. Dudu se saiu muito bem. Endrick foi o que mais sofreu, pois estava entre os dois zagueiros mais fortes. E Veiga apanhou demais – levou duas chegadas fortes logo no início do jogo e ficou um tanto preso.

O São Bento manteve Iago Dias, solitário, sempre espetado – velocista, o atacante deu um ou outro susto em nossa defesa, que demorou um pouco para entender a forma de correr do ponteiro adversário. Passamos algum calor, mas no geral a partida foi um autêntico ataque-contra-defesa.

Abel demorou a mexer. Primeiro, substituiu Veiga e Jailson por Tabata e Menino, na tradicional troca dos 15. Depois, colocou Vanderlan no Piquerez; e por fim, somente aos 39, mexeu na área, colocando Navarro e Flaco. Mas escolheu Rony e Endrick para sair, mantendo o número de jogadores dentro da área inalterado. Ao abrir mão de povoar mais a área nos minutos finais, Abel contou apenas com o ganho na altura e com o físico novo dos que entraram. Podia ter sido mais criativo.

É claro que o resultado decepcionou os mais de 39 mil palmeirenses que compareceram ao estádio, mas a torcida soube entender o contexto e não houve vaias. A atmosfera criada antes da partida foi espetacular, quase incompreensível diante de uma partida tão inexpressiva.

A explicação, no entanto, é simples: este time ganhou a torcida. A comunhão entre o grupo de jogadores e as arquibancadas do Allianz Parque já parece algo indissolúvel. E a saudade após mais de dois meses de inatividade fez o resto. Uma pena que a bola não quis entrar (e quando entrou, não valeu).

O time promete. Alguns ajustes, mais o ritmo de jogo, devem devolver ao Palmeiras a letalidade a que nos acostumamos em 2022. Mas um ou dois reforços pontuais cairiam bem e tornariam essa missão um pouco menos difícil. VAMOS PALMEIRAS!

Pós jogo

Ficha Técnica

Notas

Melhores momentos

Lance a lance

Primeiro tempo

Segundo tempo