Palmeiras X Sport
16/11/2017 - 20:00 | Campeonato Brasileiro | Allianz Parque |
O Palmeiras venceu o Sport por 5 a 1 no Allianz Parque e garantiu uma vaga direta na Libertadores do ano que vem, contando com outros resultados na rodada. Depois de um primeiro tempo muito ruim, o time conseguiu abrir o placar e desmontou o ânimo do Sport, que escancarou sua defesa e proporcionou todo o espaço que o Verdão precisava para construir a goleada.
PRIMEIRO TEMPO
Diante da cansativa viagem com a seleção, mesmo com o esforço para se apresentarem a tempo, Mina e Borja foram vetados. Roger Guedes ficou de fora até do banco, por mera opção técnica – e o cheiro de batata assada ficou bem forte. Alberto Valentim manteve o time que venceu o Flamengo, mexendo apenas na lateral direita – Jean substituiu Mayke, com dores no quadril.
O Palmeiras iniciou mantendo a posse de bola e com um desenho interessante: Dudu jogando por dentro, mais encostado em Moisés e Tchê Tchê, fazendo uma espécie de 4-1-3-2. Mas a primeira chegada à frente foi do Sport, aos seis minutos: Diego Souza, que vinha sendo vigiado por Felipe Melo, escapou pela esquerda em cima de Jean e cruzou; Patrick chegou sem marcação e cabeceou torto, desperdiçando boa chance.
Aos nove, Felipe Melo perdeu uma bola boba no meio e deu o contra-ataque para o Sport: Raul Prata tentou cruzar, a bola desviou em Michel Bastos e ia encobrindo Fernando Prass, que se esticou e salvou o gol; a bola caiu dentro da área para André, que chutou por cima, perdendo ótima chance.
O Palmeiras jogava com disciplina tática, mas sem o calor de quem persegue um objetivo. Já o Sport, desesperado pela posição na tabela, roubava as bolas, descia com rapidez e levava mais perigo. Aos 19, Diego Souza bateu uma falta de média distância com muita força e Fernando Prass teve problemas para desviar em escanteio. Depois da cobrança, a bola foi rebatida por nossa defesa; o Sport recolocou a bola na área e Felipe Melo cometeu pênalti ao colocar o braço na bola – por sorte, André estava impedido na hora do lançamento e a jogada parou.
Aos 23, a primeira grande chegada do Verdão: Jean desceu pela direita e cruzou na área buscando Deyverson; ele tirou a famosa casquinha e a bola caiu com Keno na esquerda; livre, ele demorou para definir e foi cercado; quando tentou o arremate, foi bloqueado. O Sport respondeu logo em seguida, após erro de Luan e Felipe Melo no meio; a bola ficou com Mena, que arrancou e cruzou na marca do pênalti para Diego Souza, que cabeceou à esquerda de Prass.
A partida esquentou e logo na sequência Dudu fez boa jogada pela direita e cruzou por baixou para Deyverson; sem marcação, ele se esticou para tentar desviar a bola, mas não alcançou. O bandeirinha, no entanto, deu impedimento do atacante. Aos 30, Raul Prata cortou uma invertida de bola no campo de defesa e aproveitou o campo livre para descer em velocidade; nossa defesa se preocupou em marcar o passe e ele arriscou o chute, exigindo ótima defesa de Prass. Na batida do escanteio, Diego Souza conseguiu o cabeceio forte, mas a bola explodiu na cabeça de Edu Dracena; André pegou a sobra e errou. A pressão incomodava.
O jogo endoidou de vez aos 33 – Jean fez lindo lançamento para Keno, que balançou pra cima do zagueiro e cruzou para Moisés, que foi cercado e perdeu boa chance dentro da área. O Sport contra-atacou rápido; Diego Souza puxou e ligou com André, que avançou sem marcação e soltou a pernada – Prass mais uma vez salvou o Verdão; o Palmeiras contra-contra-atacou e Keno mais uma vez invadiu a área, ia ficar na cara do gol, mas Durval se antecipou e impediu a jogada.
O Palmeiras ameaçou de leve já nos acréscimos: Tchê Tchê lançou Dudu na esquerda, Magrão ameaçou sair para dividir e ficou no meio do caminho; Dudu cruzou para a chegada de Keno, mas a bola foi muito alta e ele apenas raspou de cabeça. E o juiz encerrou o primeiro tempo na sequência, com vaias da torcida ao time, que de fato não mostrou em campo o requisito básico para merecer o apoio da torcida: alma.
SEGUNDO TEMPO
Com menos de um minuto, Sander desceu pela esquerda sem ser incomodado e cruzou para o meio; com a zaga escancarada, Marquinhos teve a chance de escorar para o gol mas pegou mal na bola, errando o alvo. O Palmeiras respondeu aos seis, depois de escanteio pela esquerda; a bola foi afastada da área e Jean pegou o rebote, acertando um belo chute de primeira – a bola saiu triscando a gaveta esquerda de Magrão.
Aos sete, Deyverson foi lançado em velocidade mas a bola bateu em suas costas – imediatamente, a irritada torcida o vaiou. Aos oito, finalmente um belo ataque: Dudu deu de letra para Jean, que tentou ligar com Moisés, o camisa 10 passou da bola, mas ela ficou com Dudu, que abriu na esquerda para Keno, que teve calma, limpou o zagueiro e bateu colocado, buscando a mesma gaveta do lance anterior – mais uma vez a bola saiu lambendo.
No minuto seguinte, Moisés acertou um lindo passe por cima para Deyverson, que fez quase tudo certo: parou no peito, colocou no chão e tocou na saída de Magrão, por baixo – bola saiu a dois centímetros do pé da trave esquerda. A torcida enlouqueceu, xingou muito o atacante e pediu Willian Bigode.
Um minuto depois, Dudu avançou pela direita e cruzou por baixo; Deyverson, talvez ligeiramente impedido, aproveitou e escorou de pé esquerdo, no mesmo canto que ele tinha tentado na jogada anterior. Desta vez a bola entrou e o camisa 16 não se conteve: chorou, chateado com as vaias de uma torcida que não quis nem saber se ele havia feito dois gols na partida anterior. É emotivo mesmo, o rapaz.
O Sport sentiu o gol e a porteira se abriu, como poucas vezes nesta temporada. Aos 13, Keno deu um lindo passe para Dudu na esquerda, já dentro da área; ele ajeitou o corpo e tocou rasteirinho – naquele mesmo cantinho. A bola saiu e ninguém o vaiou. E aos 18, o capitão cobrou escanteio da esquerda, como manda o manual: alta, no segundo pau; para a subida de Luan, que testou firme no canto direito de Magrão, aumentando a contagem. Pouco depois, Alberto Valentim trocou Edu Dracena e mandou Antônio Carlos a campo.
Aos 23, Rogério, que havia substituído o inútil Marquinhos, desceu pela direita e cruzou; André cabeceou para o chão e a bola ficaria no alto com Fernando Prass; Diego Souza trombou com nosso goleiro e a bola entrou – o gol foi anulado corretamente e Diego Souza deu um chilique – levou amarelo pra deixar de ser bobo.
Aos 30, Fernando Prass lançou Keno com as mãos e ele saiu em disparada pela esquerda; Dudu fechou pelo lado direito e recebeu a bola invertida, mas demorou para dominar e bater – acabou travado; no rebote, Jean bateu cruzado e Moisés não conseguiu puxar de letra para o gol. Foi o último lance do camisa dez em campo: ele deu lugar a Willian Bigode, que foi muito aplaudido.
Aos 33, depois de jogada de lateral direita, Dudu cruzou na esquerda para Keno, que parou no peito e tocou para trás; a bola rebateu na zaga e Deyverson marcou seu segundo gol no jogo.
De tanto insistir, o Sport diminuiu aos 38: a bola cruzou nossa área três vezes e caiu com Raul Prata; ele cruzou na cabeça de Diego Souza, que não teve problemas para ganhar por cima de Jean, e acertou o canto esquerdo de Fernando Prass.
Logo depois da saída, quase o quarto do Verdão: Keno recebeu de Deyverson e cruzou por baixo; Henríquez salvou antes que Deyverson chegasse. Um minuto depois, quase a mesma jogada: Keno foi lançado e serviu Dudu, que foi travado – Deyverson chegou um pouco tarde mais uma vez.
Nossa torcida começou a pedir “WESLEY”, o jogo virou um grande churrascão, com o Sport todo lançado à frente achando que faria dois gols na mesma jogada. Aos 43, Rogério recebeu na direita, balançou o corpo em cima de Michel Bastos e disparou um canhão, cruzado – Fernando Prass agarrou a bola sem dar rebote, fazendo uma difícil defesa.
Aos 44, o quarto gol: Dudu foi lançado em velocidade e tinha Deyverson pela esquerda; o camisa sete foi fominha e decidiu fazer o dele, chutando nas pernas do zagueiro; enquanto era xingado pelo blogueiro, ele mesmo pegou o rebote, girou o corpo e tocou rasteirinha, no canto de Magrão.
Deu tempo do Sport ainda tentar o gol mais uma vez – após escanteio, Patrick pegou o rebote e bateu rasteiro – Prass defendeu com o pé e fechou sua linda atuação. E aproveitando o latifúndio deixado pelo Sport no campo de defesa, Willian Bigode puxou um contra-ataque pelo meio, abriu para Keno, impedido, na esquerda – o camisa 27 só precisou tocar no canto esquerdo de Magrão para fechar a goleada e a partida
FIM DE JOGO
Depois de um primeiro tempo horroroso em que o time jogou sem alma, o Palmeiras só precisou abrir a porteira para que o Sport estendesse o tapete vermelho e saísse um caminhão de gols. O personagem do jogo foi Deyverson, que de vaiado acabou sendo um dos heróis do jogo, e mostrou muita emoção – talvez até mais do que o necessário. A torcida foi do inferno ao céu, e comemorou uma vitória com cinco gols que não acontecia desde maio de 2015, num 5 a 1 sobre o Sampaio Corrêa
Com o resultado, o Palmeiras sacramentou a classificação direta para a Libertadores e agora vai jogar tranqüilo nos três jogos finais – a próxima partida será contra o Avaí “seis pontos”, na segunda à noite, e devemos ter pela frente um adversário com o mesmo estado de ânimo do Sport de hoje. Temos tudo para tirar o ponto que nos separa do Grêmio e garantir os R$ 11 milhões do vice-campeonato. Um razoável prêmio de consolação. VAMOS PALMEIRAS!
Ficha Técnica
Escalações
Palmeiras
Sport
Magrão
Raul Prata
Henríquez
Durval
Sander
Anselmo
Patrick
Diego Souza 
Marquinhos

Rogério
André
Mena

Índio
Daniel Paulista
Notas
Jogador
Descrição
Nota

Fernando PrassGrande atuação, sobretudo no primeiro tempo, quando impediu que o time fosse para o vestiário perdendo por até mais de um gol. 9 
JeanIrregular, alternou boas jogadas com erros grosseiros. 6.5 
Edu DracenaExposto, teve problemas com o ataque do Sport. 6 
Antônio CarlosJogou pouco. s/n 
LuanFoi melhor que o parceiro de zaga, mais decidido nas divididas e ainda deixou o seu lá na frente. 7 
Michel BastosDiscreto, só apareceu mesmo na comemoração ensaiada com Deyverson. 6 
Felipe MeloUm dos piores em campo no primeiro tempo, errou passes que deram ataques perigosos ao Sport e deixou Diego Souza deitar e rolar em seu setor. Melhorou com todo o time no segundo tempo. 5 
Thiago SantosMal pegou na bola. s/n 
Tchê TchêOutro que foi muito mal na primeira metade e apenas aproveitou o espação dado pelo Sport na segunda. 5 
MoisésNos anos 80, talvez seria da seleção do mundo. Hoje, se ressente de explosão física. É possível melhorar? 5.5 
WillianPegou pouco na bola, mas o suficiente para dar a assistência para mais um gol. 6 
KenoO atacante mais perigoso do time. Com espaço, usou e abusou de sua velocidade. A vantagem dele é que ele consegue pensar e correr ao mesmo tempo. 8.5 
DeyversonErrou dois lances seguidos - um em que deu azar e outra em que fez tudo certinho. Pagou o pato da irritação da torcida. Seguiu em campo e fez dois gols - no primeiro, chorou, mostrando emoções que talvez não sejam exatamente uma qualidade. Algo para a diretoria ter atenção. 9 
DuduMesmo quando joga mal, joga bem - se é que isso é possível. Para ilustrar, basta ver o lance de seu gol. 7
Melhores momentos

Escalações

Palmeiras

Sport
![]() Magrão |
![]() Raul Prata |
![]() Henríquez |
![]() Durval |
![]() Sander |
![]() Anselmo ![]() |
![]() Patrick |
![]() Diego Souza ![]() ![]() |
![]() Marquinhos ![]() |
![]() ![]() Rogério |
![]() André |
![]() Mena ![]() |
![]() ![]() Índio |
![]() Daniel Paulista |
Jogador | Descrição | Nota |
![]() | Fernando Prass Grande atuação, sobretudo no primeiro tempo, quando impediu que o time fosse para o vestiário perdendo por até mais de um gol. | 9 |
![]() | Jean Irregular, alternou boas jogadas com erros grosseiros. | 6.5 |
![]() | Edu Dracena Exposto, teve problemas com o ataque do Sport. | 6 |
![]() | Antônio Carlos Jogou pouco. | s/n |
![]() | Luan Foi melhor que o parceiro de zaga, mais decidido nas divididas e ainda deixou o seu lá na frente. | 7 |
![]() | Michel Bastos Discreto, só apareceu mesmo na comemoração ensaiada com Deyverson. | 6 |
![]() | Felipe Melo Um dos piores em campo no primeiro tempo, errou passes que deram ataques perigosos ao Sport e deixou Diego Souza deitar e rolar em seu setor. Melhorou com todo o time no segundo tempo. | 5 |
![]() | Thiago Santos Mal pegou na bola. | s/n |
![]() | Tchê Tchê Outro que foi muito mal na primeira metade e apenas aproveitou o espação dado pelo Sport na segunda. | 5 |
![]() | Moisés Nos anos 80, talvez seria da seleção do mundo. Hoje, se ressente de explosão física. É possível melhorar? | 5.5 |
![]() | Willian Pegou pouco na bola, mas o suficiente para dar a assistência para mais um gol. | 6 |
![]() | Keno O atacante mais perigoso do time. Com espaço, usou e abusou de sua velocidade. A vantagem dele é que ele consegue pensar e correr ao mesmo tempo. | 8.5 |
![]() | Deyverson Errou dois lances seguidos - um em que deu azar e outra em que fez tudo certinho. Pagou o pato da irritação da torcida. Seguiu em campo e fez dois gols - no primeiro, chorou, mostrando emoções que talvez não sejam exatamente uma qualidade. Algo para a diretoria ter atenção. | 9 |
![]() | Dudu Mesmo quando joga mal, joga bem - se é que isso é possível. Para ilustrar, basta ver o lance de seu gol. | 7 |