Palmeiras X Coritiba

18/09/2017 - 20:00 Campeonato Brasileiro Pacaembu

O Palmeiras venceu o Coritiba por 1 a 0 esta noite no Pacaembu e trouxe de volta a diferença para o rival para 13 pontos, ainda dentro de uma zona de alcance, embora distante. O preocupante, no entanto, foi o baixo rendimento do time, sobretudo no segundo tempo, o que não permite maiores sonhos até o final do ano – a não ser que a evolução venha rápido nos próximos jogos.

Primeiro tempo

Cuca armou o time no tradicional 4-2-3-1, com Keno na direita, deixando Guerra no banco. O Coritiba, do monoesquemático Marcelo Oliveira, veio com o esquema espelhado – Getterson na direita, e Rildo na esquerda. E o caminho preferido do Coxa parecia ser com Getterson, nas costas de Egídio.

Mas foi o Verdão que tomou as rédeas do jogo logo nos minutos iniciais. Aos cinco, Moisés roubou no meio-campo, a bola chegou em Mayke na direita e o cruzamento veio por baixo – quase Deyverson tocou para dentro, mas não alcançou e Wilson ficou com ela. Aos sete, Moisés enxergou a projeção de Dudu, que adiantou um pouco mas consertou tocando de calcanhar para Deyverson, que ajeitou e bateu – Wilson espalmou a escanteio. Um minuto depois, a bola rodou pelo ataque e chegou em Mayke, que cruzou para Juninho, que escorou de cabeça nas mãos do goleiro do Coxa.

O Verdão continuou na pressão e aos 13 obrigou o Coritiba a cometer um erro na saída de bola, que espirrou e ficou limpa para Egídio, que emendou do jeito que veio – a bola passou perto do ângulo esquerdo de Wilson. Aos 17, após escanteio da esquerda, Walisson Maia conseguiu cabecear na pequena área e Fernando Prass fez sua primeira defesa da noite – e foi uma defesa monstruosa, no puro reflexo.

Depois de algum tempo encaixotado pelo sistema defensivo do Coritiba, que achou o melhor posicionamento, o Verdão conseguiu chegar de novo ao ataque aos 23 em jogada individual de Deyverson, que recebeu, limpou o marcador e bateu rasteiro, de fora, para Wilson defender sem muitas dificuldades.

Aos 34, Mayke e Moisés fizeram ótima tabela pelo lado direito e o lateral conseguiu cruzar por baixo – Deyverson chegou no bico da pequena área mas bateu prensado com Walisson Maia e a bola saiu a escanteio. Aos 38, Keno apareceu bem pela primeira vez no jogo, dando um belo corte em Carleto e tentando o cruzamento, que não chegou à pequena área. Mas aos 39, Dudu fez a jogada em cima de Dodô e cruzou por baixo, para a chegada de Jean, como um centroavante, escorando da pequena área para o fundo do gol de Wilson. Justiça no placar.

Aos 41, quase o segundo: o Coxa saiu jogando errado e Dudu recuperou a bola, aproveitando o corredor, entrando na área e tocando na saída de Wilson, que defendeu com o pé. No minuto seguinte, a bola foi aberta na esquerda para Deyverson, que furou na primeira mas conseguiu cruzar na sequência, achando Dudu, que matou no peito e bateu forte – Carleto se atirou na bola e desviou. E no último lance do primeiro tempo, Egídio recebeu na esquerda, deu dois passos e soltou a bomba, por cima do gol de Wilson.

Segundo tempo

Marcelo Oliveira acenou com duas mudanças na volta do intervalo: Anderson e Getterson deixaram o time, para as entradas de Rafael Longuine e Iago Dias. As mexidas deram mais força ao meio-campo do Coritiba, que passou a ter a posse de bola em busca do empate. A situação deu a chance do Palmeiras mostrar como estava se preparando para jogar sem a bola. E o time decepcionou, criando poucas chances e escapando de tomar o empate em alguns lances perigosos.

A primeira chance do segundo tempo foi do Verdão: aos 4, Keno dribou Carleto, entrou na área e cruzou; Walisson Maia tentou cortar e quase fez contra – Wilson salvou. Mas a bola ficava mesmo era nos pés do time paranaense, que girava a bola, tentava achar o espaço, mas parava no sistema defensivo do Verdão, na maioria das vezes bem posicionado.

Aos 20, Prass salvou o Palmeiras após falta na direita cobrada por Carleto; Walisson Maia cabeceou baixo e nosso goleiro pegou com muita categoria. Insatisfeita com o baixo rendimento do time, aos 25 nossa torcida começou a pedir por Borja. Deyverson respondeu no mesmo momento, com um drible seco que tirou dois adversários do lance e tocou para Jean, que infiltrou na área e bateu rasteiro, à esquerda de Wilson. A arquibancada sossegou.

Mas o grande susto veio mesmo aos 28, num chutaço de fora de Galdezani, que raspou a forquilha direita de Fernando Prass, que não tinha o que fazer. O time não demonstrava pegada suficiente para buscar um segundo gol que eventualmente se fizesse necessário, então Cuca tratou logo de fechar a casinha, colocando Thiago Santos no lugar de Jean. Ao mesmo tempo, trocou Deyverson por Borja só para não ser cornetado.

A mexida deu certo e o Verdão, pelo menos, parou de ser atacado. Deu até tempo de tentar o gol algumas vezes. Aos 39, Mayke levantou despretensiosamente; Dudu apareceu do nada e conseguiu um improvável cabeceio, exigindo atenção de Wilson. No lance seguinte, o Coritiba foi ao ataque no desespero e a bola ficou viva em nossa área por alguns segundos, aumentando os tamanhos de nossas úlceras, mas felizmente a defesa rechaçou.

Aos 44, o último lance relevante – depois de escanteio em nossa área; Prass tirou de soco e a bola caiu nos pés de Roger Guedes, que recolheu e disparou em direção ao campo de ataque, perseguido por Dodô – depois de percorrer o campo inteiro em disparada, conseguiu um bom cruzamento por baixo para a chegada de Borja, mas o bom Walisson Maia cortou e impediu a conclusão. E Dewson Fernando Freitas da Silva, depois de alguns erros irritantes de condução disciplinar, encerrou a partida.

Fim de jogo

Saímos no lucro. O Coritiba não chegou a meter uma pressão, mas dominou o segundo tempo e um empate seria o resultado mais justo diante do que os dois times fizeram nos 90 minutos. Ao adversário, faltou competência no ataque. Ao Palmeiras, faltou se impor mesmo jogando sem a bola, sendo mais agudo nos contra-ataques. O time não conseguiu fazer a ligação e se expôs a ataques constantes do adversário, que só não foram mais perigosos porque nosso sistema defensivo como um todo funcionou bem, sobretudo a dupla de zaga.

O que nos mantém esperançosos ainda este ano é tentar aproveitar os tropeços do líder, que fatalmente voltarão a acontecer, para desestabilizar de uma vez o rival no Derby em Itaquera. Mas de nada adiantará se o Palmeiras perder pontos de forma besta – já esgotamos a cota do ano e hoje quase jogamos mais dois no lixo.

Uma tentativa de segurar o ânimo é imaginar que Cuca está recomeçando a montar o time pela defesa, que de fato está bastante sólida, e que a evolução do novo sistema ofensivo ainda esteja em estágio inicial. Haja boa vontade. VAMOS PALMEIRAS!

Ficha Técnica

Escalações


Coritiba

Wilson
Dodô
Cléber Reis
Walisson Maia
Carleto
Alan Santos
Galdezani
Getterson
Iago Dias
Anderson
Rafael Longuine
Rildo
Henrique Almeida
Filigrana
Marcelo Oliveira

Notas

Jogador Descrição Nota
Fernando Prass
Uma defesaça em cada tempo, e boas saídas pelo alto.
8
Mayke
Uma ou outra boa descida ao ataque, uma ou outra boa cobertura em cima de Rildo.
6.5
Edu Dracena
O melhor em campo, de novo, mostrando segurança e liderança.
8.5
Juninho
Não ficou muito atrás de seu parceiro de zaga, jogando com muita firmeza contra seu ex-time.
8
Egídio
Um pouco atrapalhado na marcação no primeiro tempo, mas depois corrigiu e fez uma partida bastante correta.
7
Tchê Tchê
Vem recuperando a confiança como primeiro volante, preenchendo os espaços como nos bons tempos e subindo ao ataque com belas metidas de bola.
7
Jean
Partida correta, sem demonstrar as dificuldades físicas que aparentou nos jogos anteriores - guardou o seu e foi decisivo.
8
Thiago Santos
Fez o basicão para fechar a casinha.
6
Keno
Discreto, fez rigorosamente duas boas jogadas apenas.
6
Róger Guedes
Foi importante para dar um desafogo ao time pela direita.
6.5
Moisés
Bons passes, boa dinâmica, sempre presente. Mas é o maestro - e se o time ficou devendo, parte da responsabilidade é dele.
6.5
Dudu
Não chegou a ser brilhante, mas fez o suficiente para criar boas chances - inclusive o passe para o gol.
7.5
Deyverson
Muita luta e alguma qualidade - nada espetacular.
7
Borja
Quase não tocou na bola.
s/n

Melhores momentos