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Num jogo cheio de alternativas, o Palmeiras venceu o Juventude por 5 a 3 e colou no Botafogo do Rio na tabela de classificação. Com 60 pontos, o Verdão está a apenas um do time carioca, e já abriu 4 do Fortaleza e 9 do  Flamengo (que tem um jogo a menos). O Verdão ainda alcançou o melhor ataque e a melhor defesa do campeonato e posicionou 3 jogadores entre os 11 melhores artilheiros da tabela.

A partida em Caxias teve o placar bailarino de 5 a 3 porque o acaso atuou em pelo menos 4 dos 8 gols anotados, dois de cada lado. Ainda assim, isso só foi possível porque os dois times tomaram fortemente as iniciativas de gol e buscaram incomodar o goleiro adversário o tempo todo.

A lentidão na recomposição defensiva do Juventude levou o Palmeiras a escolher o jogo vertical como opção primária de ataque, preferencialmente pela direita. Com Flaco López jogando de costas para o gol e Estêvão sempre pronto para receber e partir com a bola dominada, seja no corredor para o cruzamento, seja para entrar em diagonal e finalizar, o Palmeiras chegava muito fácil à área gaúcha. Felipe Anderson e Raphael Veiga se ofereciam como alternativas no lado oposto do ataque e os gols se desenharam várias vezes.

Depois de um pênalti claro não marcado sobre Estêvão e de um recuo intencional para o goleiro Mateus ignorado pela arbitragem, o Verdão chegou ao primeiro gol aos 21, com Estêvão, que aproveitou lindo passe de Felipe Anderson para dominar na risca da pequena área, tirar um zagueiro e o goleiro com um só toque e empurrar para o gol vazio.

Dois minutos depois, Jadson disparou de cima do coreto e carimbou a forquilha esquerda de Weverton. O Verdão respondeu rápido e Estêvão, segundos depois, já estava dentro da área do Juventude e quase venceu Mateus Claus, que conseguiu se recuperar após o chute do camisa 41 desviar na zaga.

O Juventude empatou aos 34: após escanteio da direita batido no primeiro pau, Lucas Barbosa, de 1,94m de altura, testou cruzado – a bola sairia, mas Danilo Boza escorou junto à trave e empatou. O lance, estranhamente, sequer foi checado pelo VAR.

Quatro minutos depois, Felipe Anderson perdeu um gol feito – ele recebeu um lindo passe de Flaco López, entrou em velocidade pela esquerda e tocou na saída de Mateus, mas tirou demais do goleiro e não aproveitou o cantão esquerdo aberto. Mas aos 43 Raphael Veiga recebeu de Estêvão e, da meia-lua, bateu firme entre o goleiro e a trave esquerda para deixar o Verdão de novo na frente. Felipe Anderson e Flaco eram opções até melhores para a jogada, mas o camisa 23 sentiu confiança e caçapou o segundo gol.

Ameaçado pelo rebaixamento, o Juventude não se intimidou com o Palmeiras e empatou o jogo de novo contando com alguma sorte: logo aos 3 do segundo tempo, em mais um escanteio da direita, depois da defesa rebater a bola, Ronaldo estava no lugar certo, na hora certa e pegou a sobra dentro da área para colocar a bola no ângulo direito de Weverton.

Não deu tempo da torcida local comemorar: Richard Ríos, bem mais ligado que no primeiro tempo, ganhou de Alan Ruschel no físico e chutou do bico da área; Raphael Veiga se atirou na bola e desviou de carrinho, tirando o goleiro do lance e colocando o Palmeiras de novo na frente.

Seguiu-se uma pressão enorme do Juventude e o Palmeiras passou a apenas se defender. Não somos um time acostumado a jogar desta forma e a saída para o ataque não funcionava. Um novo empate se desenhava.

Mas aos 17, a sorte nos sorriu: Richard Ríos bateu falta de longe, com força; a bola desviou na barreira e traiu Mateus, que ficou sem ação: 4 a 2 e parecia que o jogo estava resolvido. Mas quatro minutos depois o Juventude diminuiu, em jogada de Edson Carioca dentro da área – ele aproveitou que Mayke estava frio, ganhou do camisa 12 dentro da área e, mesmo com pouco ângulo, chutou um balaço que entrou na forquilha direita de Weverton.

Abel então trocou Richard por Fabinho, mas manteve Flaco López em campo, desprezando a chance de matar o jogo com um atacante mais veloz. O Juventude aumentou a pressão e Abel substituiu Estêvão por Naves, além de trocar o lateral esquerdo, fechando a casinha. A pressão do Juventude foi contida, ficando estéril. E o Verdão fechou a tampa com o quinto gol, contando mais uma vez com um pouco de sorte, num passe errado de Vanderlan que acabou chegando sem querer em Veiga, que entrou na área e tirou de Mateus para finalizar o placar.

Além da sorte, que trabalhou para os dois lados, a arbitragem carioca de Alex Gomes Stefano (e do VAR Carlos Eduardo Nunes Braga) foi, no mínimo, estranha. O Palmeiras foi prejudicado em lances graves em pelo menos três oportunidades, mas mesmo assim conseguiu chegar a mais uma vitória graças à qualidade dos aletas e ao esquema simples e objetivo, sem firulas, proposto por Abel.

Embora não influencie diretamente em nada para o Palmeiras, não custa nada secar o Botafogo do Rio na partida contra o Peñarol, na quarta-feira. Qualquer tropeço dos cariocas vai fazê-los entrar em parafuso mental. A pressão, de novo, será demais para eles e o Brasileirão vai olhar para o Palmeiras e pedir: “me ganha!”.

A última vez que isso aconteceu e o Palmeiras recusou, foi há 15 anos. O time atual não costuma ignorar esses pedidos. Saiam da frente que o protagonista do futebol nacional vem babando por mais um troféu do Brasileirão. VAMOS PALMEIRAS!

Pós jogo

Ficha Técnica

Notas

Melhores momentos

Lance a lance

Primeiro tempo

Segundo tempo