Palmeiras X Mirassol
22/03/2017 - 20:30 | Campeonato Paulista | Allianz Parque |
Em ritmo de treino, o Verdão venceu mais uma no Paulistão: 2 a 0 no Mirassol, sem sustos, com o time quase todo reserva. Com a vitória, o time manteve a liderança geral, a qual só pode perder por uma combinação de resultados cada vez menos provável, e fica bem próximo de conseguir as desejadas vantagens de mando nas fases decisivas.
PRIMEIRO TEMPO
Pegadinha do Baptista: para surpresa geral, Tchê Tchê, cuja escalação todos davam como certa depois do treino da véspera, foi cortado até do banco, poupado. Em seu lugar, entrou Rafael Marques, aberto pela esquerda – coube a Michel Bastos preencher o meio e dar suporte a Raphael Veiga.
A formação, provavelmente sem o menor entrosamento, não deu liga. Diante de um Mirassol numa retranca boliviana, um 4-5-1 sem nenhum pudor, o time tinha sérias dificuldades de passar pela primeira linha do adversário. O remédio foi recorrer às bolas longas, ora com Felipe Melo, ora com Raphael Veiga.
O posicionamento do pessoal da frente foi interessante. Rafael Marques teoricamente era o ponta esquerda, mas trocou de posição com Bigode algumas vezes. Mas os lançamentos invariavelmente caíam nos pés da defesa amarela. Foram 30 minutos sonolentos diante de uma torcida surpreendentemente compreensiva e paciente.
Aos 30, o primeiro lance: Antônio Carlos alongou para Roger Guedes, que dominou, cortou o marcador e bateu forte, visando o ângulo direito de Douglas, sem sucesso. Um minuto depois, boa jogada de Raphael Veiga pela esquerda; ele driblou dois adversários e suspendeu na primeira trave – Rafael Marques testou por cima. E o camisa 20 vivia seu melhor momento no jogo: aos 35, mais uma boa sequência com um cruzamento perigoso buscando Willian, mas a zaga tirou o pão da boca do atacante.
Aos 42, uma das poucas descidas interessantes de Fabiano – após virada de jogo de Michel Bastos, Roger Guedes foi ao fundo e colocou curto na lateral da área – nosso lateral disputou com Willian (o deles) e tomou o tranco, indo ao chão. Por pouco não ficaria caracterizado o pênalti. Um minuto depois, Willian Bigode aproveitou uma bola viva na área e tentou colocar por cima do goleiro, mas Wallace desviou a escanteio. O péssimo juiz Rafael Gomes Felix da Silva deu tiro de meta – o pária administrou mal o antijogo do Mirassol, conversando demais com os jogadores e quebrando o ritmo da partida.
Talvez isso explique a falta de pegada do time do Palmeiras no primeiro tempo – mas não muito, claro. Alguns jogadores de nosso time pareciam tão preocupados com a obediência tática que esqueciam de rachar todas as bolas. Outros talvez estivessem já acomodados e conformados com a condição de reservas secundários. A falta de ritmo também dá uma quebrada no galho deles. O fato é que o primeiro tempo deu sono.
SEGUNDO TEMPO
Sem mudanças, o Verdão voltou com mais disposição no segundo tempo, bem mais ligado e logo a um minuto Michel Bastos bateu falta na risca da pequena área, Willian (o deles) desviou sem querer e quase marcou contra.
Usando basicamente o lado direito, o Verdão sufocou o Mirassol em sua área, determinado a abrir o placar, e conseguiu aos 8: Michel Bastos cobrou mais uma falta – todos esperavam o cruzamento, mas ele bateu por baixo, direto para o gol; Douglas foi malno lance e soltou; Rafael Marques, sem ângulo, chutou para o bolo e a bola bateu de novo no goleiro antes de morrer no fundo do gol.
Atrás no placar, o Mirassol resolveu jogar. O treinador Moisés Egert colocou mais um atacante em campo e o jogo ficou mais aberto. Foi aí que vimos como o sistema defensivo do Palmeiras tem um conceito bastante sólido: mesmo os reservas deram conta facilmente das investidas do Mirassol. Houve alguns erros de posicionamento pontuais durante o segundo tempo, mas nada que a cobertura não desse conta. Fernando Prass não teve o menor trabalho durante os 90 minutos.
Assim, o Palmeiras aproveitou os espaços e criou mais algumas chances. Aos 15, Michel Bastos suspendeu na área, virou pinball e Willian Bigode finalmente dominou, suspendeu e bateu rápido, sem direção. Pouco depois, Michel Bastos ganhou, perdeu, recuperou, driblou uns 14 adversários e depois de 3 minutos e meio com a bola no pé bateu para o gol – Douglas espalmou para escanteio. Michel Bastos estava com tanta fome que ele mesmo correu pra bater – só faltava ter feito gol olímpico.
Aos 26, Raphael Veiga jogou como um autêntico 10 – enxergou Willian bem colocado e lançou; o camisa 29 cortou para o meio e bateu colocado, mas errou o alvo. Pouco depois, Eduardo Baptista mandou para o campo Erik e Alecsandro nos lugares de Rafael Marques e Bigode. Depois, Vitinho no Raphael Veiga.
O Mirassol quase não conseguia chegar à nossa intermediária, a não ser em poucos lances de falhas no posicionamento da nossa defesa. Nosso time passou a atrair o adversário para seu campo e tentar os contra-ataques. Aos 42, após escanteio da direita, Felipe Melo subiu sem marcação e, com muito estilo, testou no ângulo direito de Douglas – um míssil indefensável. E o terceiro só não saiu porque Roger Guedes errou na hora de puxar um contra-ataque em que havia 4 atacantes contra dois zagueiros de amarelo.
FIM DE JOGO
Mesmo com um time pouco entrosado, foi nítida a compreensão tática dos jogadores em cima da proposta do treinador. A falta de ritmo e eventualmente um ou outro jogador menos motivado são situações compreensíveis.
Eduardo Baptista usou o jogo para administrar o elenco, fez questão de dar minutos em campo para os que vem sendo menos utilizados até agora. O time chegou facilmente ao resultado e vários dos principais jogadores, forçadamente ou não, descansaram. Não tem como não considerar a missão muito bem sucedida.
O Palmeiras chega à nona vitória na temporada em 12 jogos oficiais. Em termos de aproveitamento, lembra bastante o ritmo daquele time dos anos 90. Nessas situações de vitórias fáceis contra times do interior, a torcida deixava o estádio entoando uma paródia de Raul Seixas: Plunct, Plact, Zuuum, e o Palmeiras, fodeu mais um! Obviamente sabemos que o nível do Mirassol não credencia ninguém a nada, mas temos todo o direito de curtir essa onda. VAMOS PALMEIRAS!
Ficha Técnica
Escalações
Palmeiras
Mirassol
Douglas
Tony
Wallace
Edson Silva
Raul
Willian
Paulinho
Marcos Paulo

Bruno Sávio
Rodolfo

Wellinton Junior
Xuxa
Zé Roberto
Moisés Egert
Notas
Jogador
Descrição
Nota

Fernando PrassSó recolheu bolas levantadas a esmo na área. 6 
FabianoSem ritmo, parecia estar com a cintura travada. 5.5 
Antônio CarlosAproveitou bem a chance, mostrando tranquilidade e seriedade. 6.5 
Edu DracenaComandou a defesa, que não deu a menor chance aos amarelos. 7.5 
EgídioNormalmente ele é um dos mais fracos em campo; mesmo com quase todo o time reserva, ele manteve a tradição. 5 
Felipe MeloCada vez mais à vontade no time, marcou enfim seu primeiro gol e comemorou como um pitbull. É muito figura. 8 
Róger GuedesDa mesma forma que limpa e arredonda algumas jogadas usando dribles criativos e inesperados, arruina jogadas por ser muito fominha. Na média, tem valido a pena. 6.5 
Raphael VeigaTeve brilhos isolados durante o jogo. Quando a lampadinha acendeu, o time teve momentos muito bons. 6.5 
VitinhoDez minutos em campo como meia do Palmeiras a mais em seu CV. 0 
Michel BastosJogando por dentro, longe de sua preferência, se destacou muito mais nas bolas paradas do que na dinâmica do jogo. 7 
Rafael MarquesVinha sendo disparado o pior em campo, mas fez o gol com raça e amenizou a má impressão. 6 
ErikMal pegou na bola, mas tinha tudo para deixar o seu no lance do contra-ataque nos descontos que Roger Guedes perdeu. 0 
WillianMuito participativo, vem se consolidando como um dos jogadores mais úteis do elenco. 7.5 
AlecsandroTambém não teve muitas chances depegar na bola. 0
Melhores momentos

Escalações

Palmeiras

Mirassol
![]() Douglas |
![]() Tony |
![]() Wallace |
![]() Edson Silva |
![]() Raul ![]() |
![]() Willian ![]() |
![]() Paulinho |
![]() Marcos Paulo ![]() |
![]() ![]() Bruno Sávio |
![]() Rodolfo ![]() |
![]() ![]() Wellinton Junior |
![]() Xuxa |
![]() Zé Roberto |
![]() Moisés Egert |
Jogador | Descrição | Nota |
![]() | Fernando Prass Só recolheu bolas levantadas a esmo na área. | 6 |
![]() | Fabiano Sem ritmo, parecia estar com a cintura travada. | 5.5 |
![]() | Antônio Carlos Aproveitou bem a chance, mostrando tranquilidade e seriedade. | 6.5 |
![]() | Edu Dracena Comandou a defesa, que não deu a menor chance aos amarelos. | 7.5 |
![]() | Egídio Normalmente ele é um dos mais fracos em campo; mesmo com quase todo o time reserva, ele manteve a tradição. | 5 |
![]() | Felipe Melo Cada vez mais à vontade no time, marcou enfim seu primeiro gol e comemorou como um pitbull. É muito figura. | 8 |
![]() | Róger Guedes Da mesma forma que limpa e arredonda algumas jogadas usando dribles criativos e inesperados, arruina jogadas por ser muito fominha. Na média, tem valido a pena. | 6.5 |
![]() | Raphael Veiga Teve brilhos isolados durante o jogo. Quando a lampadinha acendeu, o time teve momentos muito bons. | 6.5 |
![]() | Vitinho Dez minutos em campo como meia do Palmeiras a mais em seu CV. | 0 |
![]() | Michel Bastos Jogando por dentro, longe de sua preferência, se destacou muito mais nas bolas paradas do que na dinâmica do jogo. | 7 |
![]() | Rafael Marques Vinha sendo disparado o pior em campo, mas fez o gol com raça e amenizou a má impressão. | 6 |
![]() | Erik Mal pegou na bola, mas tinha tudo para deixar o seu no lance do contra-ataque nos descontos que Roger Guedes perdeu. | 0 |
![]() | Willian Muito participativo, vem se consolidando como um dos jogadores mais úteis do elenco. | 7.5 |
![]() | Alecsandro Também não teve muitas chances depegar na bola. | 0 |