Palmeiras X Ponte Preta
22/04/2017 - 19:00 | Campeonato Paulista | Allianz Parque |
O Verdão tentou, martelou, foi no embalo da torcida que mais uma vez deu show, mas não conseguiu fazer os três gols necessários para levar a disputa para os penais; a vitória por 1 a 0 encerra a participação do time no Paulistão e agora o foco se vira para a sequência da Libertadores e as estreias na Copa do Brasil e do Brasileirão – os maiores objetivos do ano.
PRIMEIRO TEMPO
Eduardo Baptista mexeu no lado esquerdo, mas ao contrário de substituir Edu Dracena por Vitor Hugo, mandou Egídio no Zé Roberto para dar mais velocidade ao setor – seu primeiro grande erro. No meio, manteve Tchê Tchê, preocupado em manter o ritmo normal do jogo.
Assim, o Verdão começou o jogo e, conforme o esperado, sufocou a Ponte. Em cinco minutos o grito de gol esteve perto de sair: primeiro, Roger Guedes cruzou para Borja, que cabeceou por cima; depois, mais um centro de Roger Guedes, desta vez para Guerra, que testou para boa defesa de Aranha; aos cinco, Egídio cobrou escanteio e Roger Guedes cabeceou – a bola passou perto. O ambiente era de pressão intensa, conforme o roteiro; o barulho era ensurdecedor.
A Ponte ameaçou partir para a catimba, mas a pressão de nossos jogadores e da torcida intimidou a arbitragem, que se viu obrigada a intervir. O Palmeiras conseguia ter a bola e jogar. Faltava envolver o time da Ponte. Roger Guedes, embora tenha tido um bom começo de jogo, estava muito por dentro, fora de suas características, e o jogo afunilado favorecia a defesa do time de Campinas. Como alternativa, Jean e Egídio desciam bastante para tentar os cruzamentos, mas as bolas pelo alto também eram facilmente rebatidas pela excelente dupla de zaga formada por Marllon e Yago.
Faltavam os chutes de fora. Faltavam as triangulações pelos flancos. A pressão existia, mas a Ponte estava bem preparada para resistir e também para tentar os contra-ataques mortais: aos 13, Artur roubou de Roger Guedes e acionou Lucca, que tocou pra Pottker; ele limpou Egídio com muita facilidade e tocou rasteiro, buscando o canto direito de Fernando Prass, mas a bola saiu a centímetros da trave.
A absurda intensidade inicial do Verdão cobrou seu preço. Com 20 minutos o time já dava os primeiros sinais de cansaço e precisou segurar o ritmo, pensando também no segundo tempo. Só Felipe Melo que parecia não ter limites, fazendo uma partida memorável; se multiplicando à frente de nossa zaga e engolindo Pottker, o jogador mais perigoso da Ponte.
Mesmo em rotação mais baixa as jogadas seguiam acontecendo: aos 22, Jean foi ao fundo pela direita e cruzou por baixo para Roger Guedes, que driblou Yago e bateu com pouco ângulo para o gol – na rede, por fora. Um minuto depois, Jean pegou de primeira uma bola rolada por Dudu e a bola saiu por pouco. Jean, aos 25, chegou mais uma vez – após cruzamento de Dudu, o lateral se preparava para finalizar mas Marllon tirou o pão de sua boca no último instante.
Aos 31, Edu Dracena alçou bola na área; Marllon tentou afastar mas errou a cabeçada; a bola sobrou para Dudu que mandou para as redes, mas ele estava impedido na hora do lançamento. Se o zagueiro raspasse na bola, tiraria o impedimento de nosso capitão. O lance, no entanto, recolocou fogo no estádio, e o Palmeiras voltou a pisar fundo no acelerador.
Aos 35, Dudu bateu lateral na área; Marllon tocou para o alto; Mina disputou com Aranha que falhou e a bola sobrou para Borja; com pouco ângulo, o colombiano tentou o gol mas a bola bateu no travessão e saiu pela lateral, do outro lado. E aos 37,o lance que poderia ter mudado o rumo do campeonato: Fernando Bob derrubou Jean dentro da área, mas Raphael Claus não marcou o pênalti claro para o Verdão.
Mas tinha mais. Aos 39, Egídio cruzou, mas Artur rebateu; Guerra bateu a primeira e a bola rebateu em Borja; Guerra tentou de novo e Aranha fez uma defesa espetacular, mandando a escanteio. Foi o lance mais perigoso do Verdão no primeiro tempo, e também marcou o fim da pressão: com muita personalidade, a Ponte passou a segurar a bola, trocando passes por quase dois minutos, esfriando nosso ritmo e praticamente chamando pelo fim do primeiro tempo.
SEGUNDO TEMPO
Sem alterações, o Verdão voltou a fazer pressão logo de cara, mas o nervosismo e a falta de organização apareceram muito cedo. As bolas passaram a ser alçadas na área de qualquer jeito. Não tinha cara de gol.
Ou tinha: aos 7, na bola parada, todo mundo viu lá dentro a bola que Edu Dracena cabeceou após cobrança de falta de Egídio, mas a bola parou na rede, por cima. A desorganização cobrava seu preço, e a Ponte conseguiu encaixar mais um excelente contra-ataque com Clayson e Pottker, mas Felipe Melo, uma máquina de carrinhos precisos, cortou tudo.
Aos 13, a primeira mexida; Michel Bastos no Tchê Tchê, para finalmente ocupar o flanco direito que só tinha as descidas de Jean. A Ponte voltou a assustar aos 15, na bola parada: Lucca bateu no segundo pau e Pottker cabeceou com perigo, à esquerda de Prass.
Seguiram-se mais de dez minutos de bola na área da Ponte e a zaga afastando. A falta de criatividade do Palmeiras evidenciava a necessidade de preencher mais a área – e a mexida era óbvia: Willian Bigode. Podia ser no Roger Guedes, no Egídio, no Jean – mas o professor escolheu tirar o Borja. Não que o colombiano estivesse muito bem no jogo, mas era sempre uma presença perigosa na área. Com a mexida, o time ficou mais leve e veloz, mas a área continuava com espaços.
A última mexida tentou corrigir um pouco este equívoco: Keno no Egídio. O time passou a viver seu melhor momento no jogo, mas o relógio já apontava quase 30 minutos no segundo tempo. Em seu primeiro lance, Keno driblou Jefferson e bateu cruzado; Aranha pegou. Pouco depois, Roger Guedes fez boa jogada pela direita e cruzou por baixo; a bola passou por toda a área.
Coom tanta pressão, não era possível que nenhuma bola entrasse. E o Verdão chegou ao gol aos 37, após 349 escanteios: Felipe Melo aproveitou mais uma saída errada de Aranha e escorou para o gol vazio. Ainda dava!
A bola seguiu viajando na área da Ponte, mas Dudu e Willian não tinha altura para brigar com a zaga; Mina tentava fazer algo mas o que faltava mesmo era o pézão do Borja ali no bololô. Restou à nossa torcida vibrar com a sensacional saída do gol de Prass, nos pés de Pottker, que escapou sozinho aos 47 para empatar o jogo. Prass garantiu a vitória do Palmeiras, que assim quebrou, ao menos, a incômoda marca negativa em casa contra a Ponte, que executou de forma brilhante seu plano de jogo e saiu merecidamente com a classificação, apesar do erro grosseiro do juiz no pênalti não marcado no primeiro tempo.
FIM DE JOGO
Esse campeonato era nosso, mas mata-mata é isso. Um jogo errado, uma tarde mal encaixada, e tudo cai por terra. Seguimos sendo o time a ser batido em todas as competições – mas a Ponte mostrou que é possível.
Que este fracasso sirva para lições e para revisão de conceitos. Nosso treinador podia ter apresentado um repertório mais vasto que o que se viu esta noite – a torcida e os jogadores fizeram suas partes. Faltou tática. Gilson Kleina ganhou. Essa vai pra conta do professor Eduardo.
A VOZ DO PADRINHO
O pós-jogo de hoje, dolorido, é do Gustavo Olivetti, padrinho do Verdazzo desde agosto de 2016. Valeu Gustavão!
Ficha Técnica
Escalações
Palmeiras
Ponte Preta
Aranha
Jefferson

Naldo
Marllon
Yago
Artur
Fernando Bob
Elton
Jadson

Wendel
Clayson

Lins
Pottker
Lucca
Gilson Kleina
Notas
Jogador
Descrição
Nota

Fernando PrassA saída do gol no final garantiu a cabeça erguida da torcida ao final do jogo. Se empatasse, as coisas seriam realmente complicadas. 8 
JeanAquela coisa regular de sempre - menos do que era necessário hoje. 6 
MinaJogou uma bola redondinha na saída de bola, ganhou as divididas e virou centroavante no final. 6 
Edu DracenaPouco exigido lá atrás, segue em busca do seu lá na frente - e como fez falta hoje aquela bola por cima 6.5 
EgídioSe alguém ainda tinha paciência, duvido que ainda tenha depois deste jogo. Ele errou tudo. De novo. 3 
KenoAjudou a aumentar a bagunça na área da Ponte, criou chances. Devia ter entrado antes. 7 
Felipe MeloO bagulho é doido. 10 
Tchê TchêPreencheu um espaço ali atrás que não era necessário. Podia ter avançado mais e tentado chutes de fora. 6 
Michel BastosAbriu o jogo e tornou o time mais perigoso. Mas não teve mesma a estrela do jogo do Peñarol. 7 
GuerraÀ vontade, foi um dos que tentou pensar o jogo e organizar o ataque. Não teve a ajuda dos companheiros. 7 
Róger GuedesVoluntarioso, jogou muito fechado, desperdiçando o espaço nos flancos e as jogadas de fundo. 6 
DuduMuito pilhado, não conseguiu exercer nenhuma função tática. Foi o retrato da desorganização do time. 5 
BorjaSegue devendo, mas é sempre um perigo. Tirá-lo do jogo foi um erro crasso. 5 
WillianFez o que tinha que fazer: preencheu a área, tentou fechar no segundo pau, mas teve poucas chances. 6
Melhores momentos

Escalações

Palmeiras

Ponte Preta
![]() Aranha |
![]() Jefferson ![]() |
![]() ![]() Naldo |
![]() Marllon ![]() |
![]() Yago |
![]() Artur |
![]() Fernando Bob ![]() |
![]() Elton |
![]() Jadson ![]() |
![]() ![]() Wendel |
![]() Clayson ![]() |
![]() ![]() Lins |
![]() Pottker |
![]() Lucca |
![]() Gilson Kleina |
Jogador | Descrição | Nota |
![]() | Fernando Prass A saída do gol no final garantiu a cabeça erguida da torcida ao final do jogo. Se empatasse, as coisas seriam realmente complicadas. | 8 |
![]() | Jean Aquela coisa regular de sempre - menos do que era necessário hoje. | 6 |
![]() | Mina Jogou uma bola redondinha na saída de bola, ganhou as divididas e virou centroavante no final. | 6 |
![]() | Edu Dracena Pouco exigido lá atrás, segue em busca do seu lá na frente - e como fez falta hoje aquela bola por cima | 6.5 |
![]() | Egídio Se alguém ainda tinha paciência, duvido que ainda tenha depois deste jogo. Ele errou tudo. De novo. | 3 |
![]() | Keno Ajudou a aumentar a bagunça na área da Ponte, criou chances. Devia ter entrado antes. | 7 |
![]() | Felipe Melo O bagulho é doido. | 10 |
![]() | Tchê Tchê Preencheu um espaço ali atrás que não era necessário. Podia ter avançado mais e tentado chutes de fora. | 6 |
![]() | Michel Bastos Abriu o jogo e tornou o time mais perigoso. Mas não teve mesma a estrela do jogo do Peñarol. | 7 |
![]() | Guerra À vontade, foi um dos que tentou pensar o jogo e organizar o ataque. Não teve a ajuda dos companheiros. | 7 |
![]() | Róger Guedes Voluntarioso, jogou muito fechado, desperdiçando o espaço nos flancos e as jogadas de fundo. | 6 |
![]() | Dudu Muito pilhado, não conseguiu exercer nenhuma função tática. Foi o retrato da desorganização do time. | 5 |
![]() | Borja Segue devendo, mas é sempre um perigo. Tirá-lo do jogo foi um erro crasso. | 5 |
![]() | Willian Fez o que tinha que fazer: preencheu a área, tentou fechar no segundo pau, mas teve poucas chances. | 6 |