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Num dos jogos mais sem graça dos últimos anos, o Palmeiras empatou sem gols com o Botafogo em Ribeirão e fez o suficiente para passar de fase na Copa do Brasil.

Contra um adversário sem nenhuma força ofensiva, o Verdão se acomodou, com a vantagem debaixo do braço, e conduziu o jogo até seu final, se contentando com o objetivo primário, sem a menor preocupação com a “beleza do espetáculo”.

Curiosamente, o lance inicial do jogo sugeria algo bem diferente: logo a 19 segundos, Estêvão armou uma bagunça pelo lado direito; a bola ficou viva na pequena área e Endrick quase conseguiu chegar para finalizar.

O Verdão insistia pela direita. Insistiu tanto, que o Botafogo encaixou a marcação por aquele lado e o Palmeiras ficou travado, sem equilibrar as ações ofensivas com o lado esquerdo. E nosso meio-campo também não ajudava muito. Lázaro ficou escondido, Piquerez não aparecia, Veiga se acomodou.

A impressão que dava é que o Palmeiras encarava a partida apenas como uma desagradável obrigação. O próprio fato de escalar o goleiro reserva deliberadamente escancarava a falta de interesse de todos pelo jogo.

Para o segundo tempo, Rony entrou no lugar de Lázaro e Endrick caiu um pouco mais para a esquerda, com liberdade para se movimentar e buscar jogo. Mas não adiantou muito. O Botinha mudou o esquema de jogo, passando do 5-4-1 para o 4-4-2, mas nem assim provocou problemas para nosso time – na única jogada ameaçadora, Douglas Baggio conseguiu testar a bola que passou bem perto da trave direita de Marcelo Lomba, mas foi numa jogada quase acidental, em que o atacante do time da casa chegou bem desajeitado na bola.

Abel fez mexidas questionáveis, tirando Endrick e Estêvão do time. O que já estava difícil, ficou quase impossível: uma jogada bem trabalhada, com criatividade e imposição. À medida que o tempo passava, ficava mais evidente que qualquer gol que saísse definiria o placar.  O Botafogo criou coragem e se lançou com tudo, deixando escancarados os espaços que o Palmeiras se recusava a procurar.

E as chances começaram a surgir. Rony perdeu um gol frente a frente com o goleiro; o mesmo aconteceu com Luis Guilherme, que costurou a jogada sozinho mas jogou nas mãos de João Carlos. Rony emendou mais uma bicicleta muito bonita, mas mandou no peito do goleiro. O Botafogo, por sua vez, não botou fogo em nada e não conseguiu ameaçar de fato nosso gol.

O adversário, por sua extrema limitação, chega a dar razão para a postura do time de Abel Ferreira. A classificação parecia definida desde o jogo de ida, tamanha a falta de dinamismo de ambas as partes. Mas o fato é que num mata-mata, ter apenas um gol de vantagem é sempre um risco. Os jogadores sentem o jogo muito mais que os torcedores e talvez não tenham roído as unhas, mas quem estava no sofá passou um aperto ligeiramente desagradável.

A má partida não configura uma tendência. Não há motivos para preocupação com o nível de jogo apresentado. A classificação foi conquistada, a rigor, sem maiores sustos. Lamentamos mais pelos palmeirenses que pagaram caro no ingresso e viram um time chato e burocrático. Mas futebol é competição e temos todos que entender que não será em todas as partidas que o time vai dar extremo orgulho à torcida. Seguimos, com Libertadores e Brasileirão no horizonte. VAMOS PALMEIRAS!

Pós jogo

Ficha Técnica

Notas

Melhores momentos

Lance a lance

Primeiro tempo

Segundo tempo