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Após enfrentar uma desvantagem de dois gols no placar, o Palmeiras foi buscar o empate contra o Inter Miami e se classificou em primeiro lugar no Grupo A da Copa do Mundo de Clubes. Numa partida que deveria ser a mais fácil do grupo, o Verdão se complicou e flertou com a eliminação graças a erros graves de escalação cometidos por Abel Ferreira, mas mesmo assim, com muita raça, foi buscar o empate no final e alcançou o objetivo.

O grande equívoco de Abel foi escalar Lucas Evangelista no lugar de Aníbal Moreno, lesionado. O camisa 30, deixou claro que ainda precisa de muito treino para fazer essa função – e não foi a primeira vez que Abel tentou isso, com insucesso semelhante.

Desempenhos individuais muito aquém do esperado também atrapalharam muito nosso jogo. Marcos Rocha, Bruno Fuchs, Piquerez, Facundo Torres e principalmente Raphael Veiga estiveram numa noite horrenda, perderam a maioria dos duelos e erraram a maioria das jogadas que tentaram.

Apesar de tudo isso, o Palmeiras começou o jogo bem e quase abriu o placar com Gómez, de cabeça, aos 3. Mas aos 16, após jogada de bola parada em que nossos zagueiros subiram ao ataque, a bola foi cortada e esticada para Allen, que ganhou de Lucas Evangelista ainda em seu campo de defesa e partiu em velocidade pelo campo aberto; Murilo talvez até chegasse para o combate mas a um passo do adversário sentiu lesão muscular e desabou; Allen tocou na saída de Weverton e abriu o placar.

O prejuízo foi enorme: além do placar adverso, e de perder Murilo possivelmente pelo resto da competição, o gol tirou a confiança do time, que passou a jogar amarrado, com excesso de cautela, mesmo contra um adversário de nível técnico infinitamente inferior – com exceção, claro, dos veteranos consagrados Busquets, Suárez e Messi.

Sob um calor abafado de 28°C, os cerca de 30 mil palmeirenses presentes ao Hard Rock Stadium entraram num estado de angústia extrema, já que uma vitória do Porto, em New Jersey, diante do Al Ahly, decretaria a eliminação do Verdão.

Nossa armação pela esquerda, com Facundo e Piquerez, e por dentro, com Veiga, era nula; assim, coube a Estêvão liderar nossas melhores iniciativas. Na melhor delas, após roubo de bola, ela passou por Ríos, Flaco, até chegar a Facundo Torres, que chutou de dentro da área, cruzado, mas a bola saiu a dois dedos do pé da trave. A tal da eficácia.

Para o segundo tempo, Abel começou a corrigir os erros do time: trocou Veiga por Mauricio, e o time já melhorou. Aos 10, trocou Facundo por Paulinho, e os desempenhos individuais melhoraram ainda mais o rendimento coletivo.

Mas quando parecia que o Verdão chegaria ao empate, Luis Suárez recebeu uma bola na intermediária, passou como quis por Lucas Evangelista e Bruno Fuchs – e o requinte da falta de sorte foi a bola bater em nosso camisa 3, dar uma levantadinha e pingar, ficando à mercê do Pistolero, que executou Weverton para abrir 2 a 0 no placar.

Abel então foi para o plano de contingência: sacou Marcos Rocha; colocou Allan no flanco direito, mais avançado, e recuou Piquerez para a zaga; abrindo Paulinho; Vitor Roque entrou como segundo centroavante no lugar de Lucas Evangelista, deixando o time mais frágil na retaguarda e bem mais populoso na área ofensiva. Nosso maior problema, então, passou a ser o medo de chutar a gol: todos os jogadores preferiam achar um companheiro melhor colocado em vez de finalizar.

Enfim, a estratégia deu certo aos 35: após algumas tentativas, Allan fez a jogada pelo corredor intermediário e deixou Paulinho na cara do gol; o camisa 10 tocou rasteiro, suave, mandando a bola no cantinho direito de Ustari. O Verdão ainda tinha dez minutos para tentar o empate e não depender do frenético placar entre Porto e Al Ahly, em New Jersey. Mas a angústia ainda estava no talo.

O Verdão se encheu de brios com o gol e passou a metralhar o gol dos locais. Nossa torcida deu show e o gol da tranquilidade saiu aos 42: Piquerez errou mais um cruzamento, mandando a bola na cabeça de Falcón, que retribuiu o presente, rebatendo nos pés de Mauricio, que agradeceu e fuzilou Ustari, quase furando a rede.

E o Verdão quase consegue a virada no lance final do jogo: Paulinho invadiu a área pela esquerda e chutou firme; Ustari deu rebote e Vitor Roque dominou para bater forte, mas o goleiro desta vez fez ótima defesa e agarrou firme. Teria sido uma virada épica, mas que talvez encobrisse os erros bizarros cometidos pelo Palmeiras na partida.

É impossível que o Palmeiras volte a jogar tão mal como no primeiro tempo deste jogo. No segundo tempo, as mexidas devolveram o time ao prumo, mas um gol numa jogada isolada anunciou uma tragédia, que felizmente não se concretizou. O Verdão tirou forças do fundo da alma e buscou a liderança do grupo. Resta torcer para que Abel não tenha nenhuma ideia “genial” para darmos mais um passo nesta espetacular Copa do Mundo de Clubes. VAMOS PALMEIRAS!

Ficha Técnica

Notas

Melhores momentos

Lance a lance

Primeiro tempo

Segundo tempo