SCCP X Palmeiras

24/02/2018 - 17:00 Campeonato Paulista Itaquerão

Em mais um, MAIS UM, Derby decidido pela arbitragem, o Palmeiras foi derrotado por 2 a 0 pela Organização Criminosa de Itaquera e perdeu a invencibilidade no ano. O jogo vinha sendo bem disputado até uma intervenção bandida da arbitragem que resultou na expulsão de Jailson e mudou o andamento do jogo. O Verdão agora vira a chavinha pela primeira vez no ano para viajar para a Colômbia, onde estréia na Libertadores contra o Junior de Barranquilla.

PRIMEIRO TEMPO

Antes do jogo começar, já tivemos uma amostra de como a banda vai tocar este ano: o bandeirão desfraldado pela torcida local tinha as logomarcas do SporTV e do Premiére FC. Na cara dura.

Os dois times entraram em campo sem nenhuma surpresa em relação às formações previstas. Nos primeiros momentos, o ataque do SCCP deixou claro que jogava com dois pontas abertos e sem centroavante, nem falso – Romero corria rente à linha lateral. Jadson e Rodriguinho se revezavam na função de 9 e 10 a todo momento, tentando confundir nossa defesa.

O time da casa marcava com muita intensidade, enquanto o Palmeiras preferia os lançamentos longos buscando Michel Bastos, Borja e Willian Bigode. Aos 5, Marcos Rocha fez falta em Romero e Jadson bateu com perigo, obrigando Jailson a desviar a bola a escanteio. O Palmeiras respondeu aos 10, num lançamento por baixo de Felipe Melo que pegou Borja, marcado; o colombiano avançou, sempre acompanhado de perto por Henrique, ele ajeitou e bateu com pouco ângulo, sem assustar Cássio.

Aos 13, após sequência de dois escanteios, a bola sobrou na esquerda com Willian, que levou Renê Júnior e cruzou na marca do pênalti para Borja, que dividiu com Henrique por cima; a bola sobrou para Dudu que rolou para a batida de Antônio Carlos – Henrique salvou a bola que tinha a direção do canto direito de Cássio. O lance impôs respeito; o time da casa estava muito à vontade nos dez primeiros minutos.

Aos 18, Willian roubou a bola na saída do adversário e tocou para Borja; a bola correu um pouco demais e Cássio conseguiu abafar a conclusão de nosso camisa 9. Logo em seguida, Thiago Martins tinha o lance sob controle e protegia a bola para ganhar o tiro de meta, mas vacilou de forma inacreditável e perdeu para Romero, que invadiu a área livre mas passou errado para a chegada de Jadson  – Antônio Carlos se antecipou bem e salvou o parceiro.

Aos 24, mais uma roubada de bola de Willian; Dudu acionou Lucas Lima que tabelou com Tchê Tchê e sofreu falta de Fagner a um passo da área; mas a bola sobrou para Willian, com pouco ângulo, que bateu para o gol, fácil para Cássio – o árbitro preferiu a vantagem de forma muito duvidosa.

O jogo deu uma acalmada, com a bola ficando mais disputada no meio-campo, sem maiores aproximações às áreas. Aos 36, Dudu articulou com Willian e Borja, tentando uma infiltração pelo meio – o lance era bom, mas Balbuena cortou.

Aos 39, a estratégia de Carille funcionou: a troca de passes foi longa na frente da área, com todo o sistema defensivo do Palmeiras armado; Rodriguinho armou o chute e Borja e Antônio Carlos se atiraram para o bloqueio; o meia fez o breque, cortou para a esquerda e saiu na frente de Jailson, aí só precisou tocar cruzado, no canto esquerdo.

O Palmeiras não conseguiu encurtar o jogo e fazer valer sua qualidade. Foi exatamente o que o time da casa conseguiu, em um lance, o que foi o suficiente para determinar a diferença no primeiro tempo.

SEGUNDO TEMPO

Com Gustavo Scarpa no lugar de Willian Bigode, o Palmeiras voltou com Tchê Tchê posicionado mais atrás, corrigindo o erro do primeiro tempo. Desde que a bola voltou a rolar, a postura era de jogo ataque-contra-defesa, com o time da casa totalmente retraído e apostando no contra-ataque.

Depois de vários lances perigosos, mas sem a chance clara de gol, aos 8 Lucas Lima conseguiu um lindo toque para Borja, mas Cássio mais uma vez saiu rachando e salvou o empate. E a cera começo: Cássio ficou três minutos esfriando o jogo.

Com a parada, o ritmo do jogo foi quebrado e a pressão do Palmeiras foi controlada pelo time da casa. Aos 13, numa bola tocada por Maycon por cima para Clayson, Marcos Rocha desviou parcialmente e tirou Thiago Martins da jogada; o ponta adversário foi ao fundo e rolou para o meio, mas Michel Bastos apareceu na cobertura e tirou a escanteio.

Depois da cobrança, nossa defesa afastou e Rodriguinho tentou um chute despretensioso, mas mais uma vez a bola apenas resvalou em nossa defesa e acabou sobrando para Renê Junior, que invadiu a área; Jailson saiu com energia e dividiu; a bola sobrou para Jadson que cruzou no segundo pau; Romero teve a chance de fazer mas escorou para o miolo, Balbuena deixou para Henrique que chutou mal, para fora. E o juiz marcou… pênalti!

Como é??? Isso mesmo. Dez segundos depois, após o time da casa ter perdido mais duas chances de gol, a arbitragem decidiu marcar pênalti na dividida de Jailson e ainda expulsou nosso goleiro. Uma marcação absurda, criminosa, inaceitável a favor do time que não quer que se implemente o árbitro de vídeo no futebol brasileiro.

Mais seis minutos de paralisação (somando nove) e Jadson fez a cobrança. Fernando Prass, que substituiu Lucas Lima, estava na bola, mas ela saiu à direita. Era a chance do Palmeiras, mesmo com um a menos, aproveitar o abalo pelo erro.

Mas com um jogador a menos as coisas ficaram muito difíceis. O time da casa se retraiu e, mesmo escapando de tomar o segundo gol, o Verdão sentiu a impotência de tentar jogar naquelas condições. Abateu-se.

Cometemos nossos erros. Gustavo Scarpa ficou aberto pela direita enquanto Dudu jogou por dentro após a saída de Lucas Lima. Tchê Tchê, que fez um péssimo primeiro tempo, deu lugar a Keno aos 33 minutos, e só aí Gustavo Scarpa teve mais liberdade de movimentação. O time ameaçou reagir, mas aí veio o segundo pênalti, cometido por Dudu sobre Rodriguinho. Clayson bateu no meio do gol e fechou o placar.

O Palmeiras provavelmente não chegaria ao empate. Mas a bola tem que rolar até o fim, nunca se sabe o que pode acontecer numa bola parada. O árbitro apontou seis minutos de acréscimo – num jogo normal, seriam três ou quatro, mais os 3 do atendimento ao Cássio, mais 6 da paralisação do pênalti – pelo menos doze minutos seriam o mínimo. O juiz apontou apenas seis e encerrou o jogo aos 48. No mínimo, roubou NOVE MINUTOS do jogo.

FIM DE JOGO

Não podemos, jamais, cair na armadilha de nos voltarmos contra nossos jogadores e técnico. Foi exatamente isso que aconteceu no ano passado e não resolveu nada. Cometemos nossos erros, mas fomos ROUBADOS VERGONHOSAMENTE. Temos que permanecer unidos e apoiar nossos jogadores, que precisam se sentir apoiados para os próximos desafios.

Nosso treinador não é burro e viu o que aconteceu. Existe o fator tático/técnico e o fator anímico. Um interfere no outro, mas mesmo assim está claro que há lições que precisam ser tiradas. Roger perdeu um Derby e, mesmo com toda a interferência da arbitragem, precisa reagir.

O presidente estava no estádio e também viu tudo. Ele é muito palmeirense, entende de futebol e deve estar muito revoltado. Ao mesmo tempo, sabe que os olhares da comunidade palmeirense se voltaram todos para ele, esperando um soco na mesa. É agora, ou nunca mais. VAMOS PRESIDENTE! VAMOS PALMEIRAS!

Ficha Técnica

42.178

R$ 2.476.111,10

Raphael Claus

Súmula

Borderô

Escalações

SCCP

Cássio
Fagner
Balbuena
Henrique
Maycon
Gabriel
Renê Júnior
Jadson
Mateus Vital
Rodriguinho
Clayson
Júnior Dutra
Romero
Lucca
Fábio Carille

Notas

Jogador Descrição Nota
Jailson
Vinha bem e não cometeu o pênalti.
6.5
Marcos Rocha
Fazia uma partida correta até cometer um erro que teve consequências sérias.
5.5
Antônio Carlos
Seu único erro foi ter reflexo até demais, ao se atirar numa bola que Borja já tinha feito o bloqueio - os dois tomaram o mesmo corte.
6
Thiago Martins
Cometeu um erro grave no primeiro tempo, mas aparentemente não se abalou e seguiu jogando normalmente. Mas Edu Dracena está pronto.
5
Michel Bastos
Defendeu de forma serena e até tentou umas descidas ao ataque, com duas finalizações mal feitas.
6
Felipe Melo
Fez sua função, mas acabou envolvido pela falta de apoio.
6.5
Tchê Tchê
Mal posicionado e disperso no primeiro tempo; aparentemente acordou e corrigiu no segundo, mas só tivemos dez minutos de jogo.
4
Keno
Mal pegou na bola.
s/n
Willian
Não deveria ter saído, foi muito importante na marcação da saída de bola. Nossas chances do primeiro tempo passaram sempre por seus pés.
7
Gustavo Scarpa
Enquanto esteve aberto pela direita, rendeu pouco por precisar da perna esquerda para cruzar.
6
Lucas Lima
Teve problemas devido à distância excessiva com que os companheiros se posicionaram.
6
Fernando Prass
Intimidou Jadson no primeiro pênalti e quase pegou com o pé o segundo. E ainda defendeu um chute de fora.
7
Dudu
Não suportou a roubalheira e se desequilibrou. O pênalti foi desnecessário.
5
Borja
Perdeu um gol no começo que poderia ter mudado o jogo. No mais, teve algumas bolas esticadas que não conseguiu aproveitar.
5.5

Melhores momentos