Palmeiras X Atlético Tucumán

24/05/2017 - 21:45 Libertadores da América Allianz Parque

O Palmeiras venceu o Atlético Tucumán por 3 a 1 e fechou sua participação na fase de grupos na Libertadores com 13 pontos, garantindo o primeiro lugar. O time agora espera pelo sorteio da Conmebol que definirá a chave final, após o fechamento dos últimos grupos, que acontece nesta quinta-feira.

PRIMEIRO TEMPO

Borja era dúvida antes da partida, mas passou nos testes e foi pro jogo. Assim que o juiz autorizou a saída, o Palmeiras foi pra cima, como de costume, e prensou o Tucumán em sua área – mas não conseguiu nenhuma finalização.

O primeiro chute a gol foi do visitante: aos 6, Gonzalez foi lançado em contra-ataque, perseguido por Mina – teve que abrir a trajetória e ficou com pouco ângulo, batendo pra fora. O Verdão respondeu aos 9, com boa jogada individual de Roger Guedes pela direita; ele foi ao fundo e cruzou forte, por baixo, obrigando o goleiro Lucchetti a rebater para a área – a defesa aliviou o perigo.

Aos 13, linda triangulação entre Guerra, Tchê Tchê e Roger Guedes; o camisa 8 recebeu em boas condições e levantou para Guerra, que tentou emendar de voleio, mas a bola explodiu na zaga; na volta, Tchê Tchê emendou da meia-lua, mas a bola subiu.

Aos 15, saiu o gol do Verdão: em falta pelo lado esquerdo, linda jogada ensaiada: Dudu cobrou curto para Zé Roberto, que rolou para o meio a Guerra, que de primeira acionou Roger Guedes pela direita, por trás da zaga; ele cruzou para a pequena área onde três palmeirenses fechavam – Mina escorou para o gol vazio. Foi idêntico ao gol contra o Coritiba, no Brasileirão do ano passado.

O Tucumán foi para as cordas. Aos 17, Dudu puxou o contra-ataque mas se embolou com Borja; a bola ficou viva na área e ninguém conseguiu a finalização. Dois minutos depois, outra boa troca de passes pela direita entre Jean e Guerra; a bola chegou a Borja, ainda fora da área, e o colombiano tentou surpreender Lucchetti com um toque por cima – a bola saiu por pouco.

Aos 23 o Palmeiras teve escanteio e a cobrança veio por baixo; Roger Guedes fez belo corta-luz para Guerra, que engatilhou mas foi travado; o Tucumán encaixou um contragolpe terrível com Barbona, que passou por Zé Roberto como quis e chutou na trave direita de Fernando Prass.

Depois do susto o Verdão diminuiu o ritmo, talvez olhando para o regulamento e já pensando no clássico de sábado. A última tentativa foi aos 24, com Roger Guedes, que driblou três, invadiu a área mas nem cruzou, nem chutou, isolando a bola por cima.

O Tucumán percebeu a queda na temperatura do Palmeiras e, sem nada a perder, avançou suas linhas, passado a marcar nossa saída de bola. E numa dessas, aos 32, González aproveitou uma bola bandida e saiu na cara de Prass pela direita, batendo cruzado, buscando o cantinho; nosso goleiro rebateu e Rodriguez chegou livre, com o gol vazio, e escorou… PRA FORA!

O Palmeiras perdia as jogadas por falta de capricho. O Tucumán não era nenhum prodígio na marcação e deixava muitos espaços para nossos jogadores trocarem passes, mas nosso time cometia erros bobos e não aproveitava. Um bom exemplo disto aconteceu aos 44: bom contra-ataque puxado por Borja, que abriu para Roger Guedes; Dudu fechava pela esquerda – o cruzamento veio por baixo, ruim, e Canuto cortou. Com as equipes no vestiário, nada indicava que o time argentino poderia endurecer o jogo.

SEGUNDO TEMPO

Nada de pressão no início do segundo tempo; o Palmeiras claramente dosava as energias e considerava a parada encerrada, jogando para o gasto. Aos 5, Thiago Santos lançou Guerra pelo alto; ele tentou driblar o goleiro com um toque rápido mas a bola correu demais e saiu pela linha de fundo.

Aos 9, Rodriguez recebeu no meio de nossa zaga, avançou e bateu firme, no canto direito de Fernando Prass, mas estava impedido. O Tucumán mostrava que ainda tinha lenha para queimar, mas nosso time parecia não levar a sério. E aí levou o castigo: aos 11, Evangelista foi ao fundo pela esquerda e cruzou no segundo pau; Fernando Prass tentou tirar de mão trocada e falhou; o anão Rodriguez apenas cumprimentou de cabeça, empatando o jogo.

O Palmeiras tentou reagir rápido e quase desempatou logo depois da saída: Mina tocou para Tchê Tchê; daí a Guerra, que abriu para Jean que foi ao fundo; a bola veio para Borja dentro da área, ele tocou para Guerra, que bateu para o gol mas Bianchi salvou em cima da risca. No contra-ataque, Gonzalez mais uma vez arrancou, sendo perseguido por Mina, e conseguiu a finalização – bateu torto, pra fora. O jogo ficou muito perigoso e nosso time parecia perdido em campo.

Cuca, experiente, parou o jogo e mexeu duas vezes: mandou Willian Bigode no lugar de Borja e Fabiano no de Roger Guedes – Jean foi para o meio, Guerra abriu na direita e Tchê Tchê avançou. E funcionou rápido. Aos 15, no primeiro lance, boa trama do Verdão pelo miolo com apoio de Tchê Tchê; a bola chegou a Willian que bateu de primeira, exigindo boa defesa de Lucchetti.

Já com o jogo novamente sob controle, o Verdão desempatou aos 23: Tchê Tchê abriu para Guerra na direita, que cruzou no segundo pau, onde estava Jean; ele cruzou novamente, Willian brigou com Canuto, que foi ao chão; a bola sobrou para Mina que tocou de novo para Willian, desta vez sem marcação. Ele ajeitou e fuzilou Lucchetti, marcando o segundo.

O Tucumán não desistia: aos 27, nova bola na área; Mina desviou parcialmente e a bola voltou para Rodriguez, que emendou forte, mas por cima. Pouco depois, Guerra cansou e Cuca mandou Michel Bastos para o jogo, também aberto pela direita. O Palmeiras respondeu aos 31, com Jean recuperando uma bola na intermediária e arriscando forte de fora,para boa defesa de Lucchetti.

Aos 33, após escanteio da direita, Jean engrossou e quase marcou contra – a trave esquerda nos salvou; no rebote, Bianchi tentou o gol e Prass defendeu firme. Um minuto depois, Menendez foi ao fundo pela esquerda e cruzou; Aliendro fez falta em Edu Dracena e o juiz não deu, dando chance ao argentino de finalizar – Prass se recuperou da falha no gol e fez uma defesa gigantesca.

O Tucumán achou que dava, depois dessas duas chances, e deu todo o espaço do mundo para o Verdão, que agradeceu e aproveitou. Aos 36, Willian recebeu lindo passe de Michel Bastos, saiu livre na cara do goleiro e tocou na saída – pra fora. Aos 37, Fabiano foi ao fundo e cruzou na marca do pênalti; Michel Bastos subiu com estilo e testou com muita força, mas Lucchetti fez uma defesa espetacular.

Aos 43, Willian recebeu pelo meio, percebeu Lucchetti mal colocado e bateu de longe; o goleiro argentino se recuperou e fez linda defesa. Virou massacre, recompensado aos 46 minutos com um golaço: Michel Bastos abriu para Tchê Tchê, na direita, que cruzou para o meio da área, onde Zé Roberto, do alto de seus 42 anos, emendou de canhota com imensa categoria, sem a menor chance para o goleirão.

FIM DE JOGO

Parabéns para o Atlético Tucumán, que em sua primeira Libertadores fez um papel muito digno. Jogou com altivez no Allianz Parque com mais de 37 mil pagantes, chegou a dar um susto em nosso time e quase passou de fase – o Jorge Wilstermann, derrotado pelo Peñarol, se classificou no limite.

O Verdão achou que ganharia o jogo quando quisesse, e desta vez foi exatamente isso que aconteceu. Bastou pisar com um pouco mais de força no acelerador que a grande diferença técnica entre os times prevaleceu; o time aparentemente se poupou em vários momentos para o clássico de sábado pelo Brasileirão e a torcida saiu feliz.

Cuca tem mais elementos para trabalhar nesse processo de readaptação ao elenco e seu maior problema parece ser o comando do ataque. Eduardo Baptista não conseguiu fazer Borja jogar bem; Cuca, até agora, também não. O que acontece com o colombiano? VAMOS PALMEIRAS!

A VOZ DO PADRINHO

O áudio de hoje é doPedro”Vírus”, de Brotas – SP. Notem a desenvoltura do garoto, leva jeito! Valeu Pedro!

Ficha Técnica

37.918

R$ 2.759.876,31

Wilmar Roldan

Escalações


Atlético Tucumán

Lucchetti
Di Plácido
Bianchi
Canuto
Evangelista
Aliendro
Leyes
Álvarez
Cuello
Barbona
González
Menendez
Rodríguez
Pablo Lavallén

Notas

Jogador Descrição Nota
Fernando Prass
Falhou feio no gol do Tucumán, algo raro. Mas fez uma linda defesa pouco depois, se redimindo.
6
Jean
Foi OK na lateral, mas cresceu bastante quando foi para o meio - é verdade que os espaços deixados pelos argentinos lhe favoreceram.
6.5
Mina
É "apenas" o vice-artilheiro do Verdão na Libertadores, com 3 gols. Monstro.
8
Edu Dracena
Esteve bastante atento na cobertura de Zé Roberto.
6.5
Zé Roberto
Está com dificuldades no mano a mano até quando está na cobertura do escanteio. Atuação fraca, salva pelo golaço.
6.5
Thiago Santos
Não deixou a torcida sentir saudades de Felipe Melo.
7.5
Tchê Tchê
Jogou bem como volante, e melhor ainda como meia.
8
Róger Guedes
Fez um primeiro tempo excelente, infernizando o tal de Evangelista o tempo todo. Cansou no segundo tempo.
8
Fabiano
Bem no apoio, mas fica pra trás na velocidade quando volta do apoio e precisa de uma cobertura mais firme.
6.5
Guerra
Segue seu processo de adaptação, cada vez mais à vontade. Recebeu um aplauso monstruoso na saída do campo.
8
Michel Bastos
Outro que já está bem à vontade no elenco e não tem problemas em achar seu lugar no campo.
7
Dudu
Não acertou quase nada, embora lute bastante, como sempre.
3.5
Borja
Não foi pior que Dudu - nem melhor. Mas não tem histórico no clube, custou caro e está sob intensa pressão.
3.5
Willian
Enquanto Borja sofre, Bigode brilha - já marcou nove gols no ano e podia ter feito mais.
8

Melhores momentos