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O Palmeiras não fez um mau jogo, mas foi derrotado pelo Flamengo por 2 a 0 no Allianz Parque e viu cair uma sequência de sete vitórias em sequência. A derrota veio por uma confluência de fatores: a perda de mais um pênalti, aos 16 minutos; uma escolha contestável da comissão técnica, de escalar Mayke na ponta e deixar Mauricio no banco; e a arbitragem perniciosa, mais uma vez, de dois juízes que são useiros e vezeiros em prejudicar o Palmeiras: Ramon Abatti Abel e Wagner Reway. E ainda teve o Flamengo do outro lado. Poucos parecem se lembrar, mas é o vice-líder do campeonato.

As duas equipes entraram respeitando bastante o adversário. Os esquemas defensivos levavam a melhor e a saída de bola parecia ser uma espécie de armadilha para atrair a marcação adversária e criar os espaços. Nenhum dos dois times caiu.

Melhor para o Palmeiras, que jogava mais no campo do adversário, sem deixar espaços na retaguarda. Lucas Evangelista recebeu a missão de organizar o ataque, deixando Estêvão, jogando por dentro, mais solto. Pela direita, Mayke tentava levar vantagem sobre Alex Sandro, que estava numa tarde inspirada.

Não era difícil para o Palmeiras chegar ao terço final; Evertton Araújo era o elo fraco do sistema defensivo do Flamengo, tanto sem a bola quanto no iníco da construção. Assim, nossos jogadores deixavam o jovem volante mais livre, para forçar que a bola passasse por ele, o que fazia com que a bola fosse recuperada sem tantas dificuldades.

Nosso problema era realmente achar os espaços entre as linhas do Flamengo. Estêvão não conseguiu ser o elemento de desequilíbrio; Lucas não é exatamente um meia de criação e os extremos não estavam conseguindo acertar bons cruzamentos.

Ainda assim, o volume de jogo era satisfatório. Depois de duas chances que a defesa do Flamengo travou finalizações de Mayke e Facundo Torres, de dentro da área, veio o pênalti: Varela interceptou cruzamento de Facundo Torres com o braço, sobre a linha da área. O árbitro, no primeiro momento, marcou o pênalti, mas Wagner Reway não aceitou e pediu revisão. Nenhuma câmera conseguiu apontar com clareza e a marcação de campo teve que prevalecer. Piquerez, afetado mentalmente pela demora, ficou nervoso e bateu muito mal, telegrafando o canto direito – Rossi defendeu com facilidade.

A perda do pênalti cortou a superioridade do Palmeiras por mais de dez minutos; o time só voltou para o jogo perto dos 30 minutos. Ainda assim, seguia sem ser incomodado pelo ataque do Flamengo.

Na parte final do primeiro tempo o Verdão voltou a jogar em cima da área carioca, mas foi o Flamengo quem acabou criando uma chance com Everton Cebolinha, que bateu rasteiro após jogada de bola parada – Weverton defendeu sem problemas.

Para o segundo tempo, o Palmeiras voltou um passo adiante: Emiliano Martínez passou a apoiar mais à frente e o Verdão tentava empurrar o Flamengo para dentro de sua área, sem se descuidar da ocupação de espaços. Mas as extremas seguiam inofensivas e quando nosso time tentava achar os espaços, as jogadas eram neutralizadas.

As mexidas enfim vieram: Mauricio enfim rendeu Mayke; pouco depois, Paulinho e Flaco López substituíram Facundo Torres e Vitor Roque. Parecia que o time ia ter mais fluência, mas 4 minutos depois das mexidas, Ramon Abatti Abel foi novamente chamado por Wagner Reway e marcou um pênalti absurdo de Murilo sobre De Arrascaeta.

A partir do pênalti marcado a nosso favor, a arbitragem de Abatti Abel foi totalmente direcionada. A defesa do Flamengo tinha licença para fazer faltas sem receber cartões. Infrações claras que impediam contra-ataques e mesmo jogadas de gol iminente foram ignoradas. Outro pênalti, sobre Vitor Roque, foi ignorado – carga clara de Léo Ortiz nas costas de nosso atacante. O toque no braço de Varela foi o que de pior poderia nos ter acontecido – ainda mais, porque Piquerez desperdiçou.

Aos 21, Luis Araújo fez boa jogada sobre Gustavo Gómez e enfiou para De Arrascaeta, que entrou na área e foi combatido por Murilo; houve um contato absolutamente normal do braço de nosso zagueiro no abdome do uruguaio. O juiz mandou seguir, mas Wagner Reway, sempre ele, induziu o fraquíssimo Ramon Abatti Abel a revisar. Sugestionado, o apitador marcou o pênalti que De Arrascaeta converteu – Weverton ficou mais preocupado em catimbar do que em tentar defender.

Perdido por um, perdido por dez: O Palmeiras virou um 2-1-3-4 com as entradas de Raphael Veiga e Luighi nos lugares de Gustavo Gómez e Lucas Evangelista. Loucura! E as jogadas de gol, claro, começaram a sair. Flaco López, Mauricio e Piquerez levaram perigo ao gol de Rossi e era claro que sairia mais um gol – só não sabíamos para que lado, já que nossa defesa estava absolutamente exposta.

E o gol foi do Flamengo, que aproveitou bem uma troca de passes pela esquerda aos 41 – Ayrton Lucas, jogando como ponteiro, saiu na cara de Weverton e fechou o placar. Ainda deu tempo de Flaco López desperdiçar uma chance dentro da pequena área antes do tétrico árbitro encerrar o jogo.

Foram detalhes que decidiram o placar. Erros de escalação, de execução, de arbitragem foram determinantes, assim como a qualidade do adversário. É uma pena, porque justo na partida contra o vice-líder o Palmeiras oscilou. Mas a pontuação, ao final do primeiro quartil, está muito boa e o Verdão segue como líder isolado da competição.

O coração está quente, mas a cabeça parece longe de estar fria. Há quatro anos estamos notando a deficiência crônica nos pênaltis, tanto no tempo normal quanto nas disputas. Não há mais nada para acontecer que adie o desenvolvimento de um programa interno para que nossos jogadores se tornem competitivos nesse tipo de situação. Não é um detalhe bobo.

Para o jogo de domingo, no Mineirão, o Palmeiras perdeu a dupla de zaga: Gómez e Murilo receberam o terceiro amarelo – cartões, aliás, que tiraram Ríos e Abel desta partida. As arbitragens continuam tratando o Palmeiras como o paga-lanche do futebol brasileiro.

Wagner Reway NUNCA MAIS pode trabalhar num jogo do Palmeiras.

Seguimos. O jogo de quarta, pela Libertadores, é café-com-leite. O que vale mesmo é o último jogo antes do embarque para a Copa do Mundo de Clubes, contra o Cruzeiro, terceiro colocado, fora de casa. Depois, é só arrumar as malas. Treinem pênaltis, e VAMOS PALMEIRAS!

Pós jogo

Ficha Técnica

Notas

Melhores momentos

Lance a lance

Primeiro tempo

Segundo tempo