SPFC X Palmeiras
27/05/2017 - 19:00 | Campeonato Brasileiro | Morumbi |
Num jogo ruim, decidido nos detalhes, o Palmeiras acabou derrotado pelo SPFC no Morumbi e começou a complicar a defesa do título logo na saída. A partida foi marcada pelo baixo nível técnico dos dois lados e prevaleceu quem foi mais feliz nos lances decisivos. O Palmeiras agora volta a virar a chavinha para a Copa do Brasil – o time enfrenta o Inter no Beira-Rio, em busca de uma vaga nas quartas-de-finais.
PRIMEIRO TEMPO
Cuca escalou o Verdão num 3-6-1, com Felipe Melo como terceiro zagueiro e Willian como peça mais avançada; Mayke entrou na ala direita fazendo sua estreia, e Jean mais uma vez se posicionou no meio-campo. Rogério Ceni também escalou o time com três zagueiros, colocando Lucão na linha defensiva. Os dois técnicos mudaram seus esquemas e foi realmente curioso imaginar como os times se encaixariam em campo.
Nos primeiros movimentos, a impressão era que os dois times partiriam para o ataque. O SPFC teve sua primeira chance logo com um minuto, numa falha de Mina na saída de bola – Luiz Araújo roubou e tentou alcançar Cueva, mas Juninho se antecipou. O Verdão respondeu aos 3 minutos: Guerra rolou para Mayke, que apoiou bem e cruzou por baixo; a bola ia chegar em Michel Bastos limpa, mas Dudu acabou desviando e ela sobrou para Jean na meia-lua; o chute saiu rasteiro, mas à direita de Renan Ribeiro.
Aos 10, Luiz Araújo foi lançado em velocidade, ganhou de Mina e cruzou forte dentro da pequena área; Pratto não alcançou e Juninho escorou para trás, por cima, cedendo escanteio. O jogo estava muito veloz e as bolas chegavam nas áreas dos dois times sem muitos problemas. Seria por pouco tempo.
A empolgação inicial foi esfriando e os meiocampistas passaram a trabalhar melhor. Mais protegidas, as duas trincas de zagueiros passaram a prevalecer sobre os ataques, sem problemas. O Verdão parecia bem mais consciente, rodando a bola e buscando os espaços com paciência; o SPFC, sentindo a pressão da situação que enfrenta, tinha mais pressa e perdia lances bobos por pura precipitação. Jucilei fazia faltas à vontade sem ser advertido.
E foi assim, com a bola batendo nas duas paredes e voltando para o meio do campo que todo o primeiro tempo se desenrolou – só tivemos um lance mais agudo já perto do apito final, quando Anderson Daronco marcou erradamente um toque de mão de Mina (e lhe deu cartão amarelo) na lateral da área – na cobrança, quase sem ângulo, Cueva bateu fechado e exigiu atenção de Fernando Prass.
SEGUNDO TEMPO
Aos dois minutos, Dudu recebeu de Willian e ajeitou para Guerra, que suspendeu a bola na matada e emendou de voleio, mas pegou mal e mandou por cima. Aos seis, Michel Bastos aproveitou um espaço na intermediária, avançou e bateu de fora – à direita de Renan Ribeiro.
O que parecia um avanço do Palmeiras pra cima do time da casa não se confirmou. O jogo voltou a tomar a configuração do primeiro tempo, com os dois times errando muito e as defesas levando vantagem sobre ataques pouco ou nada inspirados.
Mas aos 16 um lance diferente mudou o jogo: Marcinho conseguiu uma ótima jogada pela direita, acertando um passe milimétrico entre Michel Bastos e Juninho – se ele tentar mais dez vezes, não vai acertar nenhuma. A bola chegou em Pratto, com pouco ângulo, e o argentino bateu rente à trave – dava para Prass defender, mas o atacante teve seus méritos. Precisaria bater mais umas cinco vezes pra acertar outro igual.
Detalhes também ganham jogo e o Palmeiras teve que se mexer para reverter o placar: Keno no Guerra foi a primeira tentativa de Cuca – errada, já que o venezuelano, mesmo não estando numa noite das mais inspiradas, ainda parecia ser o mais capaz de um lance surpreendente.
O Palmeiras mostrou que tinha forças para reagir e retomar o controle do jogo: aos 19, numa bola viva na área, a bola bateu na mão de Rodrigo Caio – Anderson Daronco mandou seguir. Mas aos 20 ele foi obrigado a apontar a marca da cal: Keno foi lançado na esquerda, fez boa jogada e tocou para o meio; Michel Bastos fez um belo corta-luz e a bola sobrou para Jean, como um centroavante – Jucilei segurou o camisa 2 impedindo a conclusão. O próprio Jean foi para a batida e jogou para fora.
Cueva resolveu cair no chão para ser substituído logo depois do pênalti – que já tinha demorado para ser batido. Quando o jogo recomeçou, tinham-se passado quatro minutos desde a marcação. A cobrança errada desmotivou completamente nosso time e a cera esfriou tudo de vez. O jogo poderia ter mudado, o SPFC poderia ficar nervoso com o empate e havia claramente uma tendência de virada. Mas o Palmeiras saiu completamente do jogo junto com a bola de Jean.
Aos 28, numa bola parada, quase o segundo do SPFC: Júnior Tavares levantou a bola em nossa área e Lucão tirou uma casquinha – desta vez Prass fez boa defesa. Dois minutos depois, Cuca mandou Borja para o jogo, no lugar de Felipe Melo, desmanchando a linha de três zagueiros e indo com tudo pra cima. Mas não havia ânimo – o próprio Borja parece ter entrado sem a devida motivação.
O colombiano teve sua chance quatro minutos depois: a bola rodou em nosso ataque até chegar em Michel Bastos, que bateu forte; a bola bateu em Rodrigo Caio e voltou para Borja, que emendou sem nenhum capricho, por cima, muito mal.
Burocraticamente, Cuca mandou Roger Guedes a campo no lugar de Willian, mas o castigo veio dois minutos depois, aos 38: Pratto acertou mais um belo toque, desta vez para Luiz Araújo, em velocidade; pressionado por Tchê Tchê, ele finalizou por baixo, sem muita força, uma bola totalmente defensável que Fernando Prass aceitou. Com 2 a 0 e o time completamente apático, só nos restou torcer para o jogo acabar logo para não piorar.
FIM DE JOGO
A impressão é que o time não está lidando bem com a necessidade de virar chavinha toda hora. Sabemos da capacidade desses jogadores e que eles podem fazer muito mais, mas a proximidade de um jogo eliminatório parece estar afetando a concentração do grupo.
É preciso que esses jogadores entendam que não há essa hipótese quando se trata de um clássico. Pragmatismo tem limite. Apostar as fichas em vencer os dois mata-matas e colocar o Brasileirão em segundo plano já seria questionável e esperamos que realmente não seja o caso. Mas se for, e realmente estiverem administrando o esforço sacrificando o Brasileiro, não pode ser num jogo desses, jamais. Contra eles, nesse estádio, tem que ser final de campeonato toda vez.
Que a chinela cante no vestiário. Com responsabilidade, claro. VAMOS PALMEIRAS!
Ficha Técnica
Escalações
SPFC
Renan Ribeiro
Lucão
Maicon
Rodrigo Caio
Marcinho
Jucilei
Cícero
Júnior Tavares
Cueva

Thomaz
Pratto 

Militão
Luiz Araújo 

Chávez
Rogério Ceni
Notas
Jogador
Descrição
Nota

Fernando PrassFez uma boa defesa mas tomou dois gols defensáveis - um dá pra chamar de frango. 2 
MinaNem ele se salvou. Tomou calor do tal de Luiz Araújo. 4 
Felipe MeloUm dos que não comprometeu, fazendo sua parte direitinho. Nem podia ser diferente. 6 
BorjaPelo pouco tempo, nem deveria ser mal avaliado, mas a atitude, à distância, não pareceu adequada. 4 
JuninhoOutro que saiu sem ferimentos do desastre. 6 
MaykeFez um primeiro tempo correto, mas caiu muito no segundo. 5.5 
JeanNão foi só pelo pênalti perdido: não acertou nada o jogo inteiro. 1 
Tchê TchêJá fez partidas ruins bem melhores que esta. 4 
GuerraIrregular, mas ao menos dava esperança de sair um toque diferente quando pegava na bola. 6 
KenoSua entrada deu um suspiro de esperança para a torcida, mas logo caiu na vala comum. 5.5 
DuduSegue com o freio de mão puxado. Acorda! 5 
Michel BastosFEz boa partida;pressionado pela torcida de seu ex-time, jogou com calma e respondeu na bola com lances interessantes. 7 
WillianSofreu socado no meio de três zagueiros grandes. Não teve chances. 5 
Róger GuedesSem a menor chance de fazer nada. s/n
Melhores momentos

Escalações

SPFC
![]() Renan Ribeiro |
![]() Lucão |
![]() Maicon |
![]() Rodrigo Caio ![]() |
![]() Marcinho |
![]() Jucilei |
![]() Cícero |
![]() Júnior Tavares |
![]() Cueva ![]() |
![]() ![]() Thomaz ![]() |
![]() Pratto ![]() ![]() |
![]() ![]() Militão |
![]() Luiz Araújo ![]() ![]() |
![]() ![]() Chávez |
![]() Rogério Ceni |
Jogador | Descrição | Nota |
![]() | Fernando Prass Fez uma boa defesa mas tomou dois gols defensáveis - um dá pra chamar de frango. | 2 |
![]() | Mina Nem ele se salvou. Tomou calor do tal de Luiz Araújo. | 4 |
![]() | Felipe Melo Um dos que não comprometeu, fazendo sua parte direitinho. Nem podia ser diferente. | 6 |
![]() | Borja Pelo pouco tempo, nem deveria ser mal avaliado, mas a atitude, à distância, não pareceu adequada. | 4 |
![]() | Juninho Outro que saiu sem ferimentos do desastre. | 6 |
![]() | Mayke Fez um primeiro tempo correto, mas caiu muito no segundo. | 5.5 |
![]() | Jean Não foi só pelo pênalti perdido: não acertou nada o jogo inteiro. | 1 |
![]() | Tchê Tchê Já fez partidas ruins bem melhores que esta. | 4 |
![]() | Guerra Irregular, mas ao menos dava esperança de sair um toque diferente quando pegava na bola. | 6 |
![]() | Keno Sua entrada deu um suspiro de esperança para a torcida, mas logo caiu na vala comum. | 5.5 |
![]() | Dudu Segue com o freio de mão puxado. Acorda! | 5 |
![]() | Michel Bastos FEz boa partida;pressionado pela torcida de seu ex-time, jogou com calma e respondeu na bola com lances interessantes. | 7 |
![]() | Willian Sofreu socado no meio de três zagueiros grandes. Não teve chances. | 5 |
![]() | Róger Guedes Sem a menor chance de fazer nada. | s/n |