Ponte Preta X Palmeiras
29/03/2017 - 21:45 | Campeonato Paulista | Moisés Lucarelli |
Desmotivado, sem nenhuma inspiração, o Verdão até jogou melhor, mas acabou derrotado pela Ponte Preta no Moisés Lucarelli, pelo placar mínimo. O jogo foi marcado pela total sonolência com que nossos jogadores disputaram as jogadas, desrespeitando nossa torcida que compareceu em bom número no estádio campineiro.
A derrota não influencia no mando dos jogos das quartas-de-finais, mas permite aos rivais uma aproximação perigosa na classificação geral, o que pode significar a perda do mando numa eventual fase final. A diferença para o SCCP caiu para um ponto e não há mais gordura para ser queimada.
PRIMEIRO TEMPO
Com Dudu na meia, por dentro, e Roger Guedes e Erik abertos, o Verdão dava a impressão que iria pra cima com tudo. Mas as circunstâncias da partida realmente não ajudaram e os dois times praticaram um futebol bastante sonolento no primeiro tempo.
A Ponte, ainda tomando ciência do estilo que Gilson Kleina quer impor, esperou o Palmeiras em seu campo, apostando em lançamentos longos para Pottker e Lucca; o Verdão mantinha a posse, rodava a bola à exaustão, mas conseguiu o espaço para armar suas jogadas uma ou duas vezes.
A primeira boa chance veio só aos 15: depois da bola passar por quase todo nosso time, ela chegou aos pés de Raphael Veiga, aberto pela direita. Ele fez a jogada simples: puxou para dentro e soltou a sapata; a bola encobriu Aranha e explodiu no travessão.
A Ponte parecia que estava apenas esperando o Palmeiras dar o primeiro chute a gol para tentar o seu: Clayson bateu de fora, mas Prass caiu no canto direito para fazer a defesa. E o time da casa, ao que parece, não estava botando muita fé em Fernando Prass: tentou oito chutes de fora em todo o primeiro tempo, quase todos para fora e/ou sem força.
O Verdão dominava completamente o jogo, mas não conseguia chegar com perigo na área campineira. Erik estava com dificuldades em não ultrapassar a linha de zagueiros da Ponte e caiu algumas vezes em impedimento. Veiga e Dudu não acharam a melhor distância entre si e toda vez que a bola caía no pé de um ou outro, ia logo em direção aos homens de frente – nossos meias não trocaram passes entre si para tentar envolver a defesa da Ponte.
Fabiano até que tentou apoiar pela direita, mas não recebeu nenhuma bola em boa condição. Já é Roberto se limitou a chegar, no máximo, na intermediária. Com tanta sonolência, a segunda e última chance do Palmeiras veio só aos 39: Felipe Melo deu uma de suas famosas esticadas por baixo; Erik chegou em boas condições dentro da área mas Aranha saiu bem, fechando o ângulo e dividindo com nosso camisa 17. E foi assim, sem maiores emoções, que terminou o primeiro tempo.
SEGUNDO TEMPO
Os dois times voltaram aparentemente com um pouco mais de vontade de proporcionar um bom espetáculo. A bola ficou mais viva, os toques saíam com mais rapidez dos dois lados. Mas as defesas seguiam levando a melhor sobre os ataques e os goleiros estavam apenas assistindo ao jogo.
Prass só foi participar do segundo tempo aos 15 minutos: Nino Paraíba lançou Pottker pela direita, ele ganhou facilmente de Vitor Hugo e cruzou para trás, para a batida de Ravanelli, que obrigou nosso goleiro a fazer boa defesa.
Aos 17, um lance emblemático: Dudu levou um rapa de Elton e levantou sorrindo animadamente depois da rápida resenha com o volante da Ponte. Nunca que Dudu, com o jogo empatado, teria essa postura em condições normais. Estava claro que não havia nenhuma motivação para se esforçar e ganhar o jogo. Se Dudu estava em baixa rotação, imaginem os outros.
Um minuto depois, Dudu sofreu nova falta, desta vez de Nino Paraíba, e bateu rasteiro, exigindo boa defesa de Aranha. Foi quando Eduardo Baptista tentou a primeira mexida: Keno no Erik. E o camisa 27 entrou cheio de gás: Roger Guedes fez a jogada pela direita e cruzou rasteiro, a bola passou na frente do gol mas nem Willian, nem Dudu, conseguiram escorar; Keno pegou a sobra do lado esquerdo, cortou para o meio e soltou a perna – Aranha fez ótima defesa.
Um minuto depois, Roger Guedes acionou Willian Bigode, que enfiou linda bola para Dudu, que invadiu a área e podia ter chutado, mas preferiu devolver para Willian, que não conseguiu escorar. Essa sequência foi o melhor momento do Palmeiras no jogo. Ironicamente, foi quando a Ponte chegou ao gol.
Aos 26, Pottker fez mais uma jogada pela direita, desta vez em cima de Zé Roberto; ganhou, foi em direção à área, e o camisa 11 tentou roubar a bola duas vezes, sem sucesso; na terceira, se emputeceu e deu uma voadora nas pernas do atacante, cometendo pênalti e levando o segundo amarelo – foi expulso. Pottker bateu o pênalti no canto direito alto; Prass foi bem para a bola, mas não dava pra chegar.
Eduardo corrigiu a defesa mandando Egídio no Raphael Veiga; para manter o time com articulação colocou Hyoran no Dudu. Mas não houve resposta. Os jogadores não estavam nem um pouco motivados, e apenas na base da técnica criaram uma chance de empatar, aos 46: Keno puxou o contra-ataque pelo miolo, tocou para Roger Guedes que deu um lindo passe de calcanhar para Hyoran, que bateu buscando o canto direito, na saída de Aranha – o goleiro da Ponte se esticou e salvou o gol de empate, que estava desenhado. Leandro Bizzio Marinho, na sequência, terminou o jogo.
FIM DE JOGO
A Ponte não fez nenhuma força para ganhar o jogo e achou o gol num surto psicótico de Zé Roberto. O Palmeiras não conseguiu transformar sua leve predominância e enorme superioridade técnica em chances de gol, e acabou castigado. A torcida segue com paciência, na mesma proporção que o time tinha pontos de vantagem para os rivais: acabou a gordura; acabou a paciência.
Qualquer resultado que não seja a vitória em Novo Horizonte vai significar a volta da encheção de saco, e será com razão: o Palmeiras pode perder pontos e ser eventualmente derrotado, mas tem que haver luta. Um revés como este, carregado de apatia e desinteresse, é praticamente um pedido por críticas. A reação tem que ser imediata – até porque, agora é mata-mata. VAMOS PALMEIRAS!
Ficha Técnica
Escalações
Ponte Preta
Aranha
Nino Paraíba
Marllon
Fábio Ferreira
Jefferson

Reynaldo
Jadson
Elton
Ravanelli

Wendel
Clayson

Lins
William Pottker
Lucca
Gilson Kleina
Notas
Jogador
Descrição
Nota

Fernando PrassNenhuma defesa difícil. 6 
FabianoTentou apoiar sobretudo no primeiro tempo, mas não funcionou, como quase todo o time. 5.5 
Edu DracenaUm dos poucos que não comprometeu durante o jogo. 6.5 
Vitor HugoAcorda, rapaz! 3.5 
Zé RobertoAlém de ser nulo no apoio, perdeu de novo várias jogadas na velocidade e teve um instante de psicopata que custou o resultado. 2 
Felipe MeloO melhor do time, disparado. Não se deixou contaminar pelo resto do time e honrou a camisa. 8 
Róger GuedesFez o mínimo para não colar a tarja de desinteressado em sua testa. Correu, voltou para marcar, tentou construir, mas sem brilho. 6 
Raphael VeigaVaga-lume. Aparece em momentos específicos, brilha, e some por longos períodos. 5 
EgídioEntrou com 15 minutos para o fim e não apareceu. 0 
DuduJá o vimos bem mais vibrante no campo. Estava ainda com a seleção na cabeça. 4 
HyoranEsse não tinha como entrar com o pé mole. E quase saiu como heroi do jogo. 6.5 
ErikAntes de tentar qualquer jogada, tinha que sair do impedimento. 4.5 
KenoAté que tentou, de seus pés sairam duas ou três jogadas perigosas para Aranha, em pouco mais de 20 minutos. 6.5 
WillianCentroavante sempre tem a desculpade ficar isolado quando o time todo joga mal. 6
Melhores momentos

Escalações

Ponte Preta
![]() Aranha |
![]() Nino Paraíba |
![]() Marllon ![]() |
![]() Fábio Ferreira |
![]() Jefferson ![]() |
![]() ![]() Reynaldo |
![]() Jadson |
![]() Elton |
![]() Ravanelli ![]() |
![]() ![]() Wendel |
![]() Clayson ![]() |
![]() ![]() Lins |
![]() William Pottker ![]() |
![]() Lucca ![]() |
![]() Gilson Kleina |
Jogador | Descrição | Nota |
![]() | Fernando Prass Nenhuma defesa difícil. | 6 |
![]() | Fabiano Tentou apoiar sobretudo no primeiro tempo, mas não funcionou, como quase todo o time. | 5.5 |
![]() | Edu Dracena Um dos poucos que não comprometeu durante o jogo. | 6.5 |
![]() | Vitor Hugo Acorda, rapaz! | 3.5 |
![]() | Zé Roberto Além de ser nulo no apoio, perdeu de novo várias jogadas na velocidade e teve um instante de psicopata que custou o resultado. | 2 |
![]() | Felipe Melo O melhor do time, disparado. Não se deixou contaminar pelo resto do time e honrou a camisa. | 8 |
![]() | Róger Guedes Fez o mínimo para não colar a tarja de desinteressado em sua testa. Correu, voltou para marcar, tentou construir, mas sem brilho. | 6 |
![]() | Raphael Veiga Vaga-lume. Aparece em momentos específicos, brilha, e some por longos períodos. | 5 |
![]() | Egídio Entrou com 15 minutos para o fim e não apareceu. | 0 |
![]() | Dudu Já o vimos bem mais vibrante no campo. Estava ainda com a seleção na cabeça. | 4 |
![]() | Hyoran Esse não tinha como entrar com o pé mole. E quase saiu como heroi do jogo. | 6.5 |
![]() | Erik Antes de tentar qualquer jogada, tinha que sair do impedimento. | 4.5 |
![]() | Keno Até que tentou, de seus pés sairam duas ou três jogadas perigosas para Aranha, em pouco mais de 20 minutos. | 6.5 |
![]() | Willian Centroavante sempre tem a desculpade ficar isolado quando o time todo joga mal. | 6 |