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O Palmeiras ficou no empate sem gols contra o Botafogo, no Allianz Parque, na estreia do Campeonato Brasileiro. Sem inspiração, talvez ainda sentindo a perda do tetracampeonato estadual, o time completou o terceiro jogo seguido sem ir às redes – é apenas a segunda vez que isso acontece desde a chegada de Abel Ferreira, que vive seu pior momento como técnico do Verdão.

O Botafogo, que não entrava em campo havia cinco semanas e estreava o técnico, estrangulou o meio do campo ao armar um 4-5-1 com três volantes. Mantendo a última linha um tanto avançada, o posicionamento do time carioca obrigava o Palmeiras a recorrer aos lançamentos longos – e havia espaço para aproveitar essa brecha, mas nossos jogadores insistiam nos chutões verticais, pegando os zagueiros de frente – ninguém teve a ideia de tentar lançar na diagonal, para fazer o facão. É be-a-bá do futebol.

Para piorar, com o domínio completo do Botafogo na região central do gramado, nossa defesa ficou totalmente exposta porque Abel escolheu Lucas Evangelista para fazer a função de “5”, deixando Emi Martínez no banco. O estreante, que usualmente fazia a “8” no Bragantino, ficou perdidinho – além de não ser exatamente um caçador, ainda precisa entender o preenchimento dos espaços em nosso time para fazer essa função.

Weverton trabalhou muito no primeiro tempo, salvando o Verdão de tomar o primeiro gol, o que desencadearia a fúria da torcida. Ao final do primeiro tempo, o Botafogo teve 6 chances de gol, contra apenas uma do Palmeiras.

Para o segundo tempo, mesmo sem corrigir o erro na escalação, o Palmeiras conseguiu ao menos estancar a superexposição da zaga. Conforme o tempo foi passando, os jogadores do Botafogo foram ficando mais cansados e houve alguns jogadores amarelados, o que obrigou Renato Paiva a recorrer ao banco, muito inferior ao time titular.

As entradas de Bruno Fuchs, Emi Martinez e Felipe Anderson melhoraram muito o time. As chances começaram a aparecer. Vitor Roque teve uma bola limpa de cabeça, na risca da pequena área, e desperdiçou – pouco tempo depois, acabou substituído por Flaco López, que conseguiu errar um gol mais feito ainda, aos 42 minutos, frente a frente com John.

Acabada a partida, foi frustrante constatar que nosso time perdeu completamente a criatividade. Aquele grupo que sabia fazer jogadas com começo, meio e fim já não existe mais. Ao final do jogo, tínhamos em campo apenas 4 jogadores que já foram campeões pelo Palmeiras. O elenco foi muito mexido e precisa de tempo para entrosar.

Abel Ferreira precisa remontar esse time respeitando as características dos jogadores. Paulinho nem estreou ainda, mas é desesperador imaginar que o treinador vai escalá-lo jogando aberto, longe do gol.

Se há um treinador que já mostrou toda sua capacidade no futebol brasileiro, é Abel Ferreira, que nunca teve o trabalho tão questionado. E sabemos que, no futebol as coisas mudam muito rápido. Nosso comandante tem nas mãos uma chance maravilhosa de mostrar essa capacidade. VAMOS ABEL! VAMOS PALMEIRAS!

Pós jogo

Ficha Técnica

Notas

Melhores momentos

Lance a lance

Primeiro tempo

Segundo tempo