Palmeiras X Santos

30/09/2017 - 19:00 Campeonato Brasileiro Allianz Parque

Num gramado muito ruim, que tornou o jogo mais imprevisível e nivelou as equipes tecnicamente, o Palmeiras acabou derrotado pelo Santos pela contagem mínima e complicou bastante as chances de seguir com maiores objetivos no Brasileirão. Agora, torcer contra o líder não é mais apenas uma questão de lucro, e sim de quase sobrevivência.

PRIMEIRO TEMPO

Uma chuva muito forte começou a cair sobre o Allianz parque cerca de uma hora antes do jogo começar. O gramado, recém-plantado, alagou de forma retumbante. Houve um apagão nos refletores minutos antes dos times entrarem em campo. Depois de alguma apreensão, a partida teve início – a surpresa no Santos foi a entrada de Matheus Jesus no lugar de Leandro Donizete; do nosso lado, tudo conforme o esperado.

Com o campo impraticável, a tática ficou clara: pressão na saída de bola; ao recuperar, rabiscar na intermediária para cavar faltas. Com três minutos de jogo, Dudu já tinha batido duas bolas paradas na área do Santos – uma foi forte demais e a outra houve impedimento. O Santos tentava a mesma tática, mas tinha mais problemas para chegar à nossa intermediária.

O lado das cadeiras centrais leste estava mais seco, e Bruno Henrique descobriu que podia tentar jogar por ali. Mayke venceu a primeira disputa, mas ficou o alerta.

Aos sete minutos, Copete recebeu em velocidade pela direita chutou rasteiro, para fora. O Verdão seguia cavando faltas e tentando os chuveirinhos, enquanto o Santos arriscava jogadas de velocidade pelas beiradas – nada funcionava.

A primeira jogada por baixo veio aos 21: Dudu e Willian Bigode trocaram passes pela direita; Dudu trouxe para o meio e rolou para Moisés, que tentou bater colocado mas errou o alvo. Um minuto depois, boa tabela entre Dudu e Moisés, que tentou mais um chute de fora – sem direção.

O jogo seguia pobre tecnicamente, no limite que o gramado encharcado permitia. Aos 27, Ricardo Oliveira cobrou falta sofrida por Bruno Henrique, para firme defesa de Fernando Prass. Aos 33, após jogada de escanteio pela direita; Tchê Tchê foi ao fundo e cruzou por baixo – Dudu e Deyverson se preparavam para escorar para o gol, mas Vanderlei cortou.

Aos 38, Jean apanhou uma bola viva após escanteio – de frente para o gol, arriscou um belo chute cruzado, mas a bola saiu à direita do gol de Vanderlei. O Santos respondeu um minuto depois, em bola levantada na área que Prass saiu de soco mas não afastou bem; Jean Mota pegou a sobra e tentou acertar o canto esquerdo, mas errou o alvo. Aos 42, depois de mais uma disputa entre Luan e Ricardo Oliveira, o juizão deu cartão amarelo para Luan no grito do atacante santista.

Aos 46, já após o tempo de acréscimo ter estourado, Bruno Henrique conseguiu uma boa ligação com Daniel Guedes pela direita; o lateral invadiu a área e cruzou por baixo; Jean e Luan atrapalharam um ao outro e a bola sobrou limpa para Ricardo Oliveira, que chutou rasteiro, mas Fernando Prass fez uma excelente defesa com o pé direito, na melhor chance do primeiro tempo. O juizão foi para o vestiário coberto de glórias. Os dois times se esforçaram para abrir o placar, mas pararam no estado lamentável do gramado.

SEGUNDO TEMPO

A chuva não parou, mas diminuiu de intensidade e no início do segundo tempo já não havia tantas poças quanto no começo do jogo e a bola passou a rolar melhor. Cuca sacou Zé Roberto, que tinha dificuldades para jogar com o gramado pesado, e colocou Thiago Santos em seu lugar. Tchê Tchê passou a fazer a lateral esquerda.

Aos seis, a primeira boa chance do Verdão: Dudu recebeu na direita após jogada de lateral entre Willian e Moisés e girou dentro da área, concluindo com muito perigo à esquerda do gol. Dois minutos depois, depois de um bate-rebate na área, Deyverson emendou de esquerda, por cima.

Só dava Palmeiras. Com o campo secando, Cuca decidiu mandar Guerra a campo, aos 18 minutos – Jean saiu do jogo e Moisés recuou um pouco. Aos 22, uma chance inacreditável: Moisés caiu pela direita, levantou a cabeça e cruzou por baixo; Deyverson furou e a bola sobrou limpa para Dudu marcar dentro da pequena área, mas o camisa 7 deixou a bola passar de maneira incrível.

Aos 24, Thiago Santos sofreu falta frontal à área de Vanderlei. A batida de Dudu tinha o endereço, mas desviou na barreira. A entrada de Guerra deu outra cara ao jogo e o Palmeiras prensou o Santos em seu campo de defesa. O gol parecia questão de tempo.

Mas aí entra o velho chavão do futebol: quem não faz, toma. Numa descida isolada do Santos, aos 30 minutos, o Santos chegou ao gol, com Ricardo Oliveira: após Guerra perder a disputa de bola na saída, pelo lado esquerdo, Bruno Henrique foi acionado do outro lado. Mayke deu o combate e Thiago Santos parecia bem posicionado no camisa 9 do Santos, que se deslocou. Nosso volante marcou a bola e deixou Oliveira sozinho na linha da pequena área, aí ficou fácil para marcar de cabeça.

Cuca foi para o desespero e trocou Willian por Borja. E em sua primeira participação, o colombiano tentou um bom chute da entrada da área, após troca de passes com Moisés e Guerra.

O Palmeiras cedeu à ansiedade e não conseguiu mais criar chances, mesmo com muita presença ofensiva. Só aos 44 a torcida teve alguma esperança de gol: Juninho deu um balão na área, e Dudu surpreendeu chegando por trás da zaga e cabeceou com muito perigo, mas a bola saiu à esquerda. Depois de uma forte pressão com bolas aéreas nos minutos finais, e de muita cera do Santos, o juizão encerrou o jogo após apenas quatro minutos de acréscimos.

FIM DE JOGO

Foi muito frustrante. A expectativa era de vencer o jogo, dormir na vice-liderança e torcer para a diferença se manter em oito pontos no complemento da rodada. Apesar das condições ruins de jogo, o Palmeiras fazia por merecer a vitória e teve a bola do jogo nos pés, mas não aproveitou e foi castigado.

Não se pode colocar a responsabilidade da derrota apenas no gramado e na chance perdida por Dudu. Deyverson, embora tenha feito taticamente uma boa partida, deixou a desejar na parte técnica, finalizando pouco e mal.

Vai ser uma derrota dura de digerir. Serão 12 dias até a próxima partida, mais uma vez porque o campeonato pára por causa da Seleção da CBF, e o ambiente interno deve entrar em ebulição, com as pressões daqueles que atrapalham sempre.

Resta pouco a fazer ainda este ano, mas ainda há chances. Temos que fazer nossa parte – algo que não fizemos esta noite, e secar. Secar muito. VAMOS PALMEIRAS!

Ficha Técnica

Escalações


Santos

Vanderlei
Daniel Guedes
Lucas Veríssimo
David Braz
Zeca
Alison
Matheus Jesus
Copete
Jean Mota
Serginho
Bruno Henrique
Ricardo Oliveira
Kayke
Levir Culpi

Notas

Jogador Descrição Nota
Fernando Prass
Socou umas bolas estranhas, mas tem a seu favor a desculpa da chuva. Sem culpa no gol.
6.5
Mayke
Sem dar chances a Bruno Henrique, cresceu muito no segundo tempo e foi um dos grandes responsáveis pela pressão que o Verdão imprimiu.
7.5
Luan
Fez um bom duelo com Ricardo Oliveira, e ia vencendo.Percebeu que Thiago Santos errou e tentou cobrir, mas não deu tempo.
7
Juninho
Outro que foi bem no campo pesado, jogando forte e com seriedade.
7
Zé Roberto
Fraco, sem ritmo e com sérias dificuldades de acompanhar Copete.
5
Thiago Santos
Não fazia um mau jogo, mas foi decisivo no gol sofrido. Uma pena.
4
Jean
Sem força física para um campo pesado como o desta noite, fez pouco.
5.5
Guerra
Entrou muito bem, colocou fogo no jogo, mas o time não aproveitou as situações.
7
Tchê Tchê
Mesmo leve, soube parar em pé no campo pesado e mesmo apanhando muito preencheu muito bem os espaços, ainda mais quando virou lateral.
7
Willian
Uma ou outra jogadinha pelas pontas, mas nem de longe lembrou o atacante decisivo de outros clássicos.
5.5
Borja
Coitado. Até tentou, mas a situação era difícil.
6
Moisés
Bem marcado, só rendeu bem quando caiu pelos lados.
6
Dudu
Era o melhor do time, mas o erro decisivo foi crucial.
6
Deyverson
Taticamente foi muito bem, mas com a bola no pé errou demais e a torcida já pegou birra. Está em situação difícil.
4

Melhores momentos