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O Palmeiras garantiu passagem para as quartas-de-final da Copa do Brasil ao perder para o Fortaleza por 1 a 0 no Castelão – como a vantagem no jogo de ida foi de 3 a 0, o Verdão passou de fase mesmo perdendo a partida.

O Fortaleza não conseguiu ameaçar a classificação palmeirense. O gol só aconteceu aos 27 minutos do segundo tempo e o time da casa não conseguiu impor uma pressão final para fazer os dois gols que faltavam para levar a decisão para os pênaltis. O Palmeiras agora espera a conclusão da fase para saber quais times poderá enfrentar – o que será definido através de mais um sorteio na sede da CBF, ainda sem data definida.

O Palmeiras, com Richard Ríos no lugar de Gabriel Menino, tentou manter a posse de bola nos minutos iniciais para fazer o relógio andar. Era nítido que a preocupação de Abel Ferreira, além de assegurar a classificação, era de fazer a gestão de energia dos jogadores. Assim, o Palmeiras queria manter a posse de bola e fazer com que o adversário corresse mais.

O plano funcionou por cerca de 15 a 20 minutos, mas a marcação alta do Fortaleza, que entrou em campo num 4-3-3- clássico com apenas um volante, obrigou o Palmeiras a esticar a bola mais vezes do que gostaria, já que algumas bolas recuperadas pelo time da casa em nosso campo acenderam um sinal de alerta.

Com o plano de jogo alterado pela postura do adversário, o Palmeiras rendeu bem pouco no primeiro tempo – por outro lado, a postura defensiva impecável fez com que o gol de Weverton não sofresse pressão real, apesar do alto número de finalizações do Fortaleza, o Verdão não sofreu nenhum grande susto.

Para o segundo tempo, Abel tirou Rony e Dudu de campo. O camisa 10 já havia sido amarelado e estava num embate físico intenso com Titi; já Dudu foi nitidamente poupado, já que está com a minutagem bastante alta e o placar em branco nos primeiros 45 minutos permitiu a Abel correr algum risco ao abrir mão do Baixola.

Ainda com 3 substituições por fazer e com três paradas disponíveis, a postura do Palmeiras foi, claramente, fazer o relógio passar e quebrar o ritmo do jogo, rodando a bola com paciência, sem pressa nenhuma, enquanto o Fortaleza, diante de mais de 43 mil pessoas, tentava desesperadamente acelerar o jogo em busca de seus gols.

Juan Vojvoda, inteligente, tentou mexer em suas peças, colocando Calebe no lugar de Pikachu, e o posicionando por dentro, invertendo com Pochettino, que passou a jogar mais pela direita. Mas Piquerez, em boa partida defensiva, esteve atento e não permitiu que o time da casa criasse seus espaços com facilidade.

O Palmeiras, por sua vez, tentou agredir com jogadas rápidas pela esquerda, com Breno Lopes; mas o camisa 19 estava muito isolado – Rafael Navarro, pouco inspirado, acabou não sendo uma boa parceria, tanto que acabou substituído por Flaco López 30 minutos após entrar em campo.

O gol do Fortaleza surge de um desencaixe do lado esquerdo da marcação – Veiga, cansado, não acompanhou Zanocelo; Gabriel Menino subiu para dar o bote e deixou Pochettino livre; ele avançou, Piquerez cercou mas Pochettino conseguiu o chute cruzado – a bola deu na trave e Lucero escapou de Richard Ríos para empurrar para o gol vazio.

Obviamente o gol animou o time do Fortaleza, mas o time do Palmeiras usou sua experiência para cadenciar o jogo e não deixar que a pressão se tornasse insustentável – mesmo sem Abel Ferreira e João Martins à beira do campo, já que os dois foram expulsos  do jogo por Sávio Pereira Sampaio, que achou que deveria receber flores por sua maravilhosa arbitragem.

A última mexida, promovida por Vítor Castanheira, transformou o time num 5-4-1, com Naves entrando no lugar de Raphael Veiga. Foi o suficiente para bloquear todas as investidas de um extenuado time do Fortaleza, que lutou demais e valorizou a classificação do Verdão.

Diante do cenário – estádio lotado, calor intenso, gramado horrível e arbitragem errática – o que mais importava era a classificação. Só o placar, visto isoladamente, e a perda da invencibilidade de 15 jogos podem tirar o status de sucesso completo nesta viagem, já que o principal, a classificação e a manutenção física, foram plenamente alcançados.

O projeto do Fortaleza é muito bom. Com um orçamento bem mais modesto que a maioria dos clubes tradicionais do centro-sul do país, vem mostrando um trabalho sólido dentro e fora do campo, colocando multidões no estádio e sendo de fato um time competitivo. Só precisa dar um jeito, junto com o rival Ceará, de arrumar o gramado do Castelão.

E o Palmeiras segue firme na temporada, com partidas importantes pela frente, tanto no Brasileirão, quanto na Libertadores. Na Copa, a expectativa é pelas bolinhas, com a consciência de que o time que ninguém quer pegar nesse sorteio, mas ninguém mesmo, é o Verdão. VAMOS PALMEIRAS!

Pós jogo

Ficha Técnica

Notas

Melhores momentos

Lance a lance

Primeiro tempo

Segundo tempo