Internacional X Palmeiras
31/05/2017 - 21:45 | Copa do Brasil | Beira-Rio |
Foi sofrido, arrancado a fórceps, mas o Verdão conseguiu avançar na Copa do Brasil ao perder por 2 a 1 para o Inter, no Beira-Rio – o gol da classificação saiu aos 35 do segundo tempo, depois do time estar perdendo por 2 a 0. A raça e a vontade do time foi uma meia-resposta ao mau futebol apresentado nas partidas anteriores. O time continua devendo em vários aspectos, mas em situações com a desta noite, o que importa é a classificação e somente a classificação.
Agora as atenções se voltam para o Brasileiro, onde é urgente uma recuperação, depois de duas derrotas evitáveis para Chapecoense e SPFC.
PRIMEIRO TEMPO
Cuca armou o time com Willian Bigode na frente, Jean no meio e Fabiano na lateral, sem um meia armador de ofício. Tchê Tchê flutuava para preencher espaços e encorpar nosso meio-campo, enquanto Felipe Melo e Jean tentavam proteger a zaga.
Mas o Verdão não conseguiu impor sua força nos minutos iniciais, e o Inter, jogando em casa, veio para o abafa e sufocou nosso time com muita aplicação. Era nítida a mudança de atitude nos jogadores vermelhos com a saída do antigo treinador; com todos os méritos, construíram uma pressão que se mostrou insuportável.
Antes dos dois minutos, o primeiro lance: bola esticada no ataque; Edu Dracena cabeceou para trás e Nico López ficou de frente com Fernando Prass; o toque veio por baixo – parecia até que estudou as fraquezas de nosso goleiro nos últimos jogos – mas desta vez Prass fez o que tinha que fazer e defendeu com o pé direito, mostrando que não se abateu com as falhas e evoluiu, mesmo aos 38 anos.
Aos cinco, depois de batida de escanteio, Prass socou a bola pra fora da área; Leo Ortiz acionou Nico López, que ficou de frente com nosso goleiro mas tocou por cima. E aos oito, não deu pra resistir: Edenílson roubou a bola no meio-campo, avançou pelo meio, viu D’Alessandro se projetando pela direita e tocou; o argentino ajeitou o corpo e bateu de curva, no canto esquerdo de Fernando Prass.
Com o gol, a partida estava indo para os pênaltis. O Inter preferiu tirar o pé do acelerador e buscar o segundo gol de forma menos afoita, já que um gol tomado o obrigaria a fazer dois. O Palmeiras também preferiu a cautela, já que, mesmo que tomasse mais um, continuaria por um gol de avançar. E com o jogo mais “natural”, prevaleceu a técnica do Palmeiras, que passou a ter a bola nos pés e rondar a área do Inter. Aos 13, Dudu bateu escanteio pela direita; a defesa afastou e Willian, da meia-lua, bateu por cima.
Aos 16, Fabiano desceu pelo flanco e tocou para Dudu no meio, ele girou e passou a Roger Guedes, que estava um dedão do pé adiantado antes de fazer o gol que o bandeirinha anulou. Tinha mais: aos 19, Jean tabelou com Fabiano, cruzou para Tchê Tchê, que rolou pra Willian Bigode; ele bateu para o gol e Léo Ortiz travou com o braço; na sequência Roger Guedes ainda finalizou, pra fora. Margarida operando o Palmeiras pela primeira vez.
Depois dessa rápida pressão, o Palmeiras também preferiu segurar um pouco o esforço e o ritmo do jogo caiu. Só tivemos mais um lance interessante, aos 26 – Marcelo Cirino fez a jogada pela direita, nossa zaga cortou e a bola caiu no pé de Nico López, que rolou pra Gutiérrez – o chute saiu à direita de Prass.
Aos 28, Dudu sentiu a virilha direita e Cuca mandou Keno em seu lugar – a despeito dele ter entrado bem melhor que Dudu, o time continuava se ressentindo de uma cabeça pensante – Raphael Veiga poderia ter sido acionado.
Com os pênaltis pela frente, os dois times diminuíram bastante o ritmo e guardaram as emoções para a fase final.
SEGUNDO TEMPO
Eduardo Sasha entrou no lugar de Marcelo Cirino, que sentiu lesão. No Palmeiras, Thiago Santos rendeu Edu Dracena, amarelado e em noite pouco inspirada.
No início, foi o Palmeiras quem teve o domínio territorial, mas foi o Inter quem chegou com mais perigo: aos sete, escanteio da esquerda e a bola pingou no meio da pequena área; Sasha chegou um pouquinho atrasado e não fezo segundo – mas três minutos depois, o Inter chegou lá: D’Ale recebeu de Edenílson e tocou para William, por trás de Zé Roberto, mais uma vez; o cruzamento veio por baixo e Nico López escorou para o gol – Prass ainda desviou a bola, que entrou pelo alto em nossa meta.
O Palmeiras demorou um pouco para reagir. Cuca trocou Roger Guedes por Borja e queimou a última mexida. E o time finalmente acordou a partir dos 20 minutos, imprimindo uma pressão violenta – o Inter sentiu e foi para as cordas. Aos 21, Zé Roberto tentou a jogada em cima de D’Alessandro na área e foi puxado, desabando. Margarida mais uma vez mandou seguir.
Aos 25, Tchê Tchê esticou na área e Borja concluiu de cabeça, nas mãos de Danilo. Aos 26, um bombardeio: Keno fez ótima jogada pela esquerda e cruzou rasteiro; Willian fechou no segundo pau e a bola foi na trave, bateu em Victor Cuesta e voltou para Willian, que chutou de novo; Danilo defendeu parcialmente e a bola sobrou para Thiago Santos, que bateu mais uma vez, mas foi travado pela zaga. A bola foi afastada da área, o Palmeiras retomou rápido e Tchê Tchê finalizou de novo, de fora, à direita de Danilo. Um minuto depois, foi a vez de Keno experimentar o goleiro do Inter, que fez boa defesa.
Chegamos naquele ponto do mata-mata em que o time que está se classificando por um gol se retrai, e o outro time vai com tudo pra cima. Mas Cuca não sabe brincar e mandou logo um 4-2-4 pra cima do Inter, com Fabiano voltando para ser zagueiro ao lado de Felipe Melo, Jean foi para a lateral e Mina se converteu num segundo centroavante (!). E o Inter aceitou e se encolheu, chamando a classificação do Palmeiras.
Aos 35, Jean bateu falta na área, Mina e Borja subiram, mas foi Thiago Santos quem conseguiu uma cabeçada heroica, encarnando Andrei Girotto e colocando a bola no canto direito de Danilo, que nada pôde fazer. Festa e alívio na torcida do Verdão.
O dono da pressão – e da pressa – passou a ser o time que tinha feito muita cera até então. O Inter passou a tentar o ataque de forma desordenada e não chegou a ameaçar o gol de Fernando Prass, mas a bola rondando nossa área por 15 minutos no terreno molhado pela insistente chuva que caiu sobre Porto Alegre durante o jogo deu ares dramáticos à classificação, que veio com o apito final, aos 50 minutos.
FIM DE JOGO
O time não jogou bem, mas isso é o que menos importa num mata-mata. Se queremos ser campeões da Copa do Brasil e da Libertadores, temos que arrancar a classificação de qualquer jeito, feliponicamente. Não importa quem ganhou, nem quem jogou melhor, e sim quem se classificou.
O Inter valorizou demais nossa classificação. Mesmo sendo um time de série B, continua sendo o Inter, e o estádio continua sendo o Beira-Rio; livres de Antônio Carlos Zago, o time se soltou, fez a melhor partida do ano e exigiu tudo o que o Palmeiras poderia oferecer neste momento de dificuldades táticas por que o grupo passa.
Obviamente Cuca enxergou mais problemas para corrigir, e terá a chance de colocar novas ideias em prática agora, numa sequência de jogos pelo Brasileirão. Agora, sim, é hora de começar a buscar mais consistência no jogo;nem sempre o PAlmeiras vai conseguir gols no abafa nos mata-matas e e bem melhor se imppor e definir os confrontos eliminatórios sem sustos. Mas desta vez, como sempre num mata-mata, só não chora quem avançou. Essa era a obrigação de hoje, mesmo sofrida, mesmo sem atropelar, e foi alcançada. Ufa! VAMOS PALMEIRAS!
A VOZ DO PADRINHO
Hoje o pós-jogo é do Fernando Ribeiro, de Guarulhos, que quer o time com punhos de aço. Todos nós queremos! Valeu Marília!
Ficha Técnica
Escalações
Internacional
Danilo Fernandes
William

Danilo Silva
Léo Ortiz
Victor Cuesta
Uendel
Rodrigo Dourado
Edenílson
Gutiérrez

Brenner
D'Alessandro
Marcelo Cirino

Eduardo Sasha
Nico López
Odair Hellmann
Notas
Jogador
Descrição
Nota

Fernando PrassA defesa com os pés no início do jogo tem muito mais significado do que pode parecer. 9 
FabianoSe continuar jogando nesse nível, vai ser a terceira opção. MAs sua experiência como zagueiro foi fundamental para liberar Mina para o ataque. 6 
MinaAgora não falta mais nada: ele virou centroavante. 7 
Edu DracenaRuim. E a nota só não foi menor porque saiu no intervalo e não deu tempo de piorar. 3.5 
Thiago SantosPartida perfeita. Desarmou todas, não perdeu nenhuma e ainda resolveu lá na frente. 10 
Zé RobertoTudo bem que a avenida está pavimentada. Mas os caras acertam cada passe milimétrico, que derrubam qualquer um. 4 
Felipe MeloAinda não parece à vontade, mas compensa na técnica. Como zagueiro, quebra o galho, nada mais que isso. 7 
JeanOutra partida abaixo da média, salva pelo levantamento no lance do gol. 5 
Tchê TchêLonge de proporcionar aquele equilíbrio ao meio-campo que justifica sua escalação. 5 
Róger GuedesTentou várias vezes: foi pelo flanco; entrou em diagonal, mas não estava inspirado. 5.5 
BorjaSegue tentando; se esforça, mas fora da área ele não consegue ajudar tanto. 5.5 
DuduMais uma partida fraca. Quem sabe a lesão não veio em boa hora. Desde que não seja grave e longa, pode ser o famoso mal que vem para bem. 4 
KenoFinalmente foi o Keno que vimos no Santa Cruz. Infernizou William e todo o lado direito da defesa deles. 8 
WillianDiscreto, teve apenas duas boas chances, no mesmo lance, e perdeu asduas. 5.5
Melhores momentos

Escalações

Internacional
![]() Danilo Fernandes |
![]() William ![]() |
![]() ![]() Danilo Silva ![]() |
![]() Léo Ortiz ![]() |
![]() Victor Cuesta |
![]() Uendel |
![]() Rodrigo Dourado |
![]() Edenílson |
![]() Gutiérrez ![]() |
![]() ![]() Brenner |
![]() D'Alessandro ![]() |
![]() Marcelo Cirino ![]() |
![]() ![]() Eduardo Sasha |
![]() Nico López ![]() |
![]() Odair Hellmann |
Jogador | Descrição | Nota |
![]() | Fernando Prass A defesa com os pés no início do jogo tem muito mais significado do que pode parecer. | 9 |
![]() | Fabiano Se continuar jogando nesse nível, vai ser a terceira opção. MAs sua experiência como zagueiro foi fundamental para liberar Mina para o ataque. | 6 |
![]() | Mina Agora não falta mais nada: ele virou centroavante. | 7 |
![]() | Edu Dracena Ruim. E a nota só não foi menor porque saiu no intervalo e não deu tempo de piorar. | 3.5 |
![]() | Thiago Santos Partida perfeita. Desarmou todas, não perdeu nenhuma e ainda resolveu lá na frente. | 10 |
![]() | Zé Roberto Tudo bem que a avenida está pavimentada. Mas os caras acertam cada passe milimétrico, que derrubam qualquer um. | 4 |
![]() | Felipe Melo Ainda não parece à vontade, mas compensa na técnica. Como zagueiro, quebra o galho, nada mais que isso. | 7 |
![]() | Jean Outra partida abaixo da média, salva pelo levantamento no lance do gol. | 5 |
![]() | Tchê Tchê Longe de proporcionar aquele equilíbrio ao meio-campo que justifica sua escalação. | 5 |
![]() | Róger Guedes Tentou várias vezes: foi pelo flanco; entrou em diagonal, mas não estava inspirado. | 5.5 |
![]() | Borja Segue tentando; se esforça, mas fora da área ele não consegue ajudar tanto. | 5.5 |
![]() | Dudu Mais uma partida fraca. Quem sabe a lesão não veio em boa hora. Desde que não seja grave e longa, pode ser o famoso mal que vem para bem. | 4 |
![]() | Keno Finalmente foi o Keno que vimos no Santa Cruz. Infernizou William e todo o lado direito da defesa deles. | 8 |
![]() | Willian Discreto, teve apenas duas boas chances, no mesmo lance, e perdeu asduas. | 5.5 |