Estêvão e Allan: base do Palmeiras encerra um ciclo e inicia um novo

Allan e Estêvão em partida do Palmeiras contra o Cerro Porteño, pela Libertadores 2025
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

As trajetórias de Allan e Estêvão no Palmeiras mostram que nossa base ainda têm muito a contribuir para o sucesso esportivo e financeiro do clube.

O Palmeiras está jogando a competição de clubes mais importante do mundo e já alcançou as quartas de final. A próxima partida, na sexta-feira, contra o Chelsea, será uma das mais importantes de nossa História: além de poder nos dar acesso às semifinais da Copa do Mundo de Clubes, vale mais US$ 21 milhões (cerca de R$ 115 milhões) e nos dará a chance de vingança em relação ao Intercontinental de 2021.

Abel Ferreira vem lutando contra uma crise técnica na equipe e parece ter encontrado a solução, mais uma vez, na base. A entrada de Allan no flanco direito devolveu ao time a capacidade de manter a defesa adversária aberta e de ser sólido na recomposição defensiva.

Estêvão não está rendendo nesta competição o que esperávamos dele, por compreensíveis questões mentais. A proximidade de uma transferência de vida para Londres, para um menino de 18 anos, por mais preparado que esteja sendo desde que explodiu como grande promessa na Academia 2, mexe com a cabeça de qualquer um, em maior ou menor intensidade.

Allan, que teve recentemente o contrato renovado até o fim de 2029, pode não ter ainda o talento quase sobre-humano no drible e condução de bola de nosso camisa 41, mas compensa com um maior poder físico nos duelos e uma disposição na recomposição defensiva que lhe deram um lugar entre os titulares na entrada do mata-mata do torneio.

Evolução de Allan é notável

Alguns pontos chamam a atenção nesta evolução de Allan. O primeiro é que, aos 21 anos, já soma 23 jogos com nossa camisa (6 como titular), tendo atuado como 7, 8, 10 e 11. No início de sua trajetória, Abel o utilizou como segundo volante, mais pela esquerda. Teve algumas aventuras como armador principal e parecia que se consolidaria como meia avançado pela esquerda, quando fez seu primeiro gol, contra o Mirassol, que garantiu dramaticamente a passagem do Verdão para o mata-mata do Paulista.

Abel passou todo o mês de março sem lhe dar mais chances, já que Felipe Anderson havia voltado a ficar à disposição depois de problemas físicos. O camisa 7, sabemos, não conseguiu corresponder às expectativas até agora.

Na virada de abril para maio, Abel mostrou mais uma vez que o discurso de que ninguém joga com o nome não é vazio, e tornou a utilizar Allan, numa nova função: na direita, mais aberto, com funções ofensivas e defensivas, e mais: confiou-lhe uma posição entre os titulares. Entretanto, nos três primeiros jogos, contra Cerro Porteño, São Paulo e Bragantino, a Cria não foi bem e nada indicava que a tentativa renderia frutos.

Pois Abel insistiu na tese; contra o Cruzeiro, Allan marcou um belo gol na derrota por 2 a 1. O treinador então o manteve na função nas entradas contra o Porto, Inter Miami e deu-lhe nova chance como titular contra o Botafogo. A evolução aconteceu; tudo indica que a 7, neste momento, é dele. E a iminente saída de Estêvão vai abrir definitivamente uma brecha entre os titulares, que o camisa 40 deve aproveitar.

Toda a trajetória de Allan, é claro, tem componentes aleatórios. Lesões importantes, como as de Mauricio e Raphael Veiga, abriram espaço para sua ascensão. Mas é preciso pontuar que a Cria passou à frente de Felipe Anderson, jogador rodado, com experiência internacional. Abel parece gostar muito da base e usa os meninos quando as situações exigem.

Allan mostrou que é possível para as crias da Academia, mesmo sem serem fenômenos como Endrick e Estêvão, não fazerem apenas papéis de estepes do elenco, desde que cumpram todas as tarefas esperadas pelo treinador. Que Luighi, Thalys e Benedetti observem bem esta caminhada e sigam trabalhando forte; a vez deles pode estar mais próxima que parece. O início do ciclo de Allan precisa ser uma inspiração.

E que Estêvão consiga ajustar seu foco nestes jogos derradeiros com a camisa do Palmeiras neste ciclo que se encerra. Se sua atuação contra o Chelsea for no mesmo nível das que vem mostrando nesta Copa do Mundo, vai chegar a Londres sendo olhado com desconfiança, na terceira camada do elenco. Se tem um jogo em que ele tem que brilhar, é contra seus próximos companheiros, para impor respeito já em sua chegada.


Desculpa. Sabemos como mensagens como esta são chatas de ler. Escrevê-la foi mais chato ainda, acredite!
Mas ela segue sendo importante. O maior pilar do Verdazzo é a lealdade a certos princípios. E eles só podem permanecer se for mantido pelos leitores que os valorizam através do
apadrinhamento.

Através do suporte dos padrinhos, o Verdazzo continua garantindo:
– Independência total
– Jamais apelaremos para manchetes desonestas
– Jamais recorreremos a especulações ou polêmicas nocivas ao Palmeiras
– Nosso conteúdo permanece aberto, sem paywalls


Nossa comunidade hoje está próxima de 500 padrinhos. Precisamos de pelo menos 1.000 para seguirmos fazendo nosso trabalho com a qualidade que você já se acostumou. Seguimos resilientes nesta caminhada. Contamos com o seu
reconhecimento, se você achar que merecemos.