O Palmeiras está ferido mais uma vez, mas não de morte
Este deve ser o dia mais difícil dos últimos anos para qualquer palmeirense. A derrota no Derby, ontem, selou um ano marcado pela ausência de conquistas, mas mais do que isso: evidenciou que uma diferença que despencou rapidamente de 14 para 5 pontos e que tendia a zerar, pode facilmente subir para 8 com duas manobras simples das arbitragens.
O SCCP, desta forma, caminha firme para mais um troféu com asterisco. Mais um.
É verdade que temos nossa parcela de culpa nisso tudo. Tivemos nossas falhas dentro de campo, inegavelmente. Nossa trajetória em 2017 foi errática.
Desrespeitamos a Lei de Guardiola – o treinador catalão cravou há alguns anos que um título é ganho nas últimas oito rodadas, e perdido nas oito iniciais. Nos primeiros jogos do campeonato, o Palmeiras desperdiçou pontos irrecuperáveis para Chapecoense, SPFC, Atlético-MG e Coritiba. A classificação do Brasileirão contando apenas as últimas 25 rodadas tem o Palmeiras como líder com alguma folga, mesmo com as operações sofridas nos dois confrontos.
Obviamente a tal lei é apenas mais um aforismo entre tantos que o futebol costuma quebrar com a mesma frequência que surgem outros. O Palmeiras chegou forte na reta final e foi escandalosamente operado em duas partidas seguidas e fundamentais, justamente nas duas primeiras da sequência final de oito jogos – aqueles que definem o campeão, segundo Guardiola.
A tranca, depois da porta arrombada

Depois do roubo da semana passada executado por Héber Roberto Lopes, foi alertado aqui no Verdazzo que nossa diretoria deveria reagir enérgica e imediatamente. Às vezes uma reação dessas não precisa ser feita em público – na verdade, são as ações de bastidores que costumam ser mais eficazes. Pelo visto, não houve nem uma coisa, nem outra; Anderson Daronco, com a ajuda indispensável de seus auxiliares, terminou o serviço de Héber com toques de escárnio.
Não adianta mandar relatório de protesto, com vídeo e oscaramba, agora. O trabalho de resguardo em relação à arbitragem deve ser feito de forma preventiva por quem conhece bem os bastidores do futebol – e temos em nossa diretoria e conselho gente que conhece muito bem esses caminhos. Resta saber por que isso não é feito.
Feridos mais uma vez, mas não de morte
O Verdazzo repete equivocadamente desde 2009: “somos todos cornos mansos”. O futebol nos maltrata repetidamente da forma mais abjeta possível. Não se trata das derrotas no campo – essas são as que fazem as vitórias serem mais saborosas ainda – mas sim aos roubos protagonizados por Simons, Ubaldos, Héberes e Daroncos.
Depois de episódios como esses, que acontecem de maneira inacreditavelmente recorrente, o normal para qualquer ser humano racional seria largar a paixão pelo futebol e buscar alegrias em outros aspectos da vida – e opções são o que não faltam. O futebol é um jogo de cartas marcadas e o Palmeiras definitivamente não está do lado do pessoal que faz essas marcas.
Mas abandonar não combina com nossa natureza. O palmeirense é um ser forjado na adversidade. Somos os filhos da fila e temos a casca grossa; somos a oposição à corrente majoritária, somos as vozes dissonantes. E por isso somos os mais odiados. Para nós, ganhar é duas vezes mais difícil. E mesmo assim, somos os maiores campeões nacionais.
O futebol nos trai e impõe asteriscos constantemente aos campeonatos. Mas o Palmeiras é muito maior. Não somos cornos mansos coisa nenhuma, porque o amor, neste caso, não é ao futebol que nos apunhala, e sim a uma camisa que significa estar do lado oposto a isso tudo. Estamos feridos mais uma vez, mas não de morte; vai passar e voltaremos mais fortes ainda no ano que vem – fortes a ponto de fazer o que não conseguimos este ano: superar os esquemas e asteriscos e impor títulos limpos goela abaixo desses ladrões, que choram na imprensa pedindo fair play para depois se beneficiarem com gols de mão, impedimento e pênaltis fabricados. Para desespero deles, venceremos de novo, na bola.
O Verdazzo é patrocinado pela torcida do Palmeiras.
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