Plantel de 2019 já tem quatro baixas; esboço de 2020 começa a ficar mais claro

Com o fim da temporada, alguns jogadores já definiram o fim de seus ciclos no Palmeiras e não retornarão ao clube em 2020. São os casos de Edu Dracena, que encerrou a carreira; Henrique Dourado, que retorna de empréstimo à China; Thiago Santos, que foi vendido ao futebol norte-americano, e de Fernando Prass, com o futuro ainda incerto.
A decisão de testar os meninos da base no elenco principal, mais os atletas que estouraram a idade e já rodaram em 2019 por empréstimo em outros clubes permanece, segundo declaração do presidente Maurício Galiotte – mesmo sem definir o diretor de futebol e o treinador.
Assim, já é possível esboçar de forma um pouco mais nítida o elenco que o Palmeiras terá em 2020.
Abaixo, seguiremos a lógica iniciada nesta série de posts, quando iniciamos a análise do elenco e das possibilidades para a próxima temporada.
Defesa

Com a saída de Fernando Prass e a renovação anunciada de Jailson, os goleiros para 2020 parecem definidos: Weverton, Jailson, Vinicius Silvestre e Matheus Teixeira. Para a lateral-direita, Marcos Rocha, com a ressalva de ter dificuldades na marcação do segundo pau, fez uma grande temporada – nosso próximo treinador precisa apenas corrigir essa deficiência. Mayke corresponde sempre que é acionado e Jean, em último ano de contrato, pode seguir sem problemas com terceira opção.
Já o lado esquerdo parece bem mais problemático. Victor Luis faz bem o papel de reserva, mas parece incomodado com essa situação – mesmo sem apresentar um futebol brilhante a ponto de poder reivindicar a titularidade. Diogo Barbosa, apesar de seu potencial, jamais conseguiu em dois anos de clube atingi-lo, e parece ter esgotado a paciência da torcida. Aqui, um reforço de alto nível é muito necessário – e dependendo da intenção de Victor Luis, talvez dois. Enquanto isso, Lucas Esteves sobe e é esperança de renovação.
O miolo da zaga tem em Gustavo Gómez uma referência. Vitor Hugo fez poucas partidas em alto nível desde que retornou da Itália, mas tem créditos que são reforçados com a informação de que jogou todo o semestre sentindo uma lesão na região inguinal, o que tende a ser corrigido com a cirurgia realizada na semana passada.
Luan só precisa de confiança; é um atleta que já deu claras demonstrações de que, com a cabeça tranquila, joga muito bem – cabe ao clube identificar como fazer para que o atleta não sinta tanto a pressão externa. O mesmo raciocínio se aplica a Antônio Carlos, que já teve seus períodos jogando de forma destacada – como no primeiro semestre de 2018, quando foi titular com Roger Machado – mas também oscilou por conta de nervosismo. O camisa 25 encerra a temporada como quarta opção, claramente, e ainda terá que conviver com a ascensão de Pedrão, que ganhará chances após uma temporada no América-MG.
Meio-campo

Temos dois meiocampistas defensivos já definidos: Patrick de Paula, grande nome do time sub-20 multicampeão em 2019, chega ao time de cima para aprender. Matheus Fernandes, mesmo com o time em forte oscilação, foi um dos atletas mais firmes desta reta final e já briga pela titularidade. Felipe Melo, dono da posição, está cada vez mais lento e vive entre rumores de ofertas para jogar no Boca Juniors. É uma peça que, caso seja perdida, necessitará de reposição.
A figura do volante que “sai mais para o jogo” tem em Bruno Henrique um nome inquestionável; e espera-se que Ramires entre no segundo de seus oito semestres de contrato já recuperado das lesões que trouxe da China. Só observando, Gabriel Menino chega para aprender e evoluir – e, quem sabe, ganhar seu espaço num futuro próximo.
O meia criativo que também pode recompor a linha defensiva, neste momento, é Zé Rafael. Até como centroavante, jogou; sua versatilidade o garante como um dos destaques do elenco para 2020. Lucas Lima e Raphael Veiga tiveram uma temporada com mais baixos que altos e a comissão técnica precisa decidir entre um dos dois, já que uma contratação de impacto nesta função se faz necessária. Ou mesmo duas.
A função de meia criativo que joga sem a obrigação de voltar, apenas dando o primeiro combate ainda no campo ofensivo, foi muito bem desempenhada por Gustavo Scarpa, que teve sua reputação arranhada diante da torcida por causa do pênalti desperdiçado no último Derby. Artilheiro do time ao lado de Dudu, segundo jogador com mais passes para gol, Scarpa não merece esse questionamento tão severo por causa de um pênalti.
Hyoran já completou três anos de clube e, embora não tenha prejudicado, também não estourou como se esperava. Só deve ficar se não se incomodar em não ser o titular absoluto, para tentar, por mais um ano, lutar pela posição. A seu lado, ainda com todos os créditos possíveis, deve aparecer a figura de Alan, destaque da base desde o sub-17 e que finalmente chega à idade de ser aproveitado no time de cima.
Ataque

Para as extremas, estamos muito bem servidos. Dudu é a maior referência do time; há cinco anos no clube e sempre jogando em alto nível. Se por um lado Carlos Eduardo é uma dispensa premente, por outro, temos três meninos babando por duas vagas: Gabriel Veron, Angulo e Artur, que fez boa temporada no Bahia.
Luiz Adriano e Willian são excelentes atletas para se manter no elenco, já que possuem versatilidade ofensiva para jogarem tanto mais presos na área quanto em movimentação. Ambos são ótimas soluções táticas – Luiz Adriano consegue até ser considerado um centroavante ideal por muita gente, mesmo sem ter estrutura corporal mais adequada para o confronto físico com os zagueiros.
Para a centroavância, parece ter chegado o momento do Palmeiras realizar as perdas financeiras: Borja e Deyverson foram investimentos altos que infelizmente não deram certo e o clube precisa arranjar a melhor solução para minimizar o prejuízo e fazer com que os atletas sigam suas carreiras com outras camisas. Precisamos de duas presenças fortes de área no elenco de 2020 e só temos por enquanto a possibilidade de Papagaio, mal aproveitado nos empréstimos para Atlético-MG e Goiás, para ser testado. Precisamos de reforços!
Comando

Não adianta nada ficarmos conjecturando nomes de atletas se não sabemos nem quem será o treinador. De fato, não sabemos sequer quem será o diretor de futebol. O Palmeiras de 2020, embora já possua um rascunho do elenco, não tem cara, não tem identidade.
O tempo segue passando e a diretoria anda não definiu os pilares do futebol do Palmeiras em 2020. As negociações seguem difíceis exatamente porque os profissionais em vista sabem da urgência. TIC-TAC TIC-TAC.
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