Tragédia anunciada: Palmeiras chega sem centroavante na parte decisiva da temporada
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A lesão sofrida por Luiz Adriano na partida contra o Goiás, no último sábado, parece uma tragédia anunciada, literalmente. Sofrendo com o músculo anterior da coxa esquerda desde o Derby em Itaquera, o atacante teve mais três tentativas antes deste novo colapso.
O camisa dez ficou dois jogos em recuperação após o Derby. Foi liberado pelo DM e fez mais três jogos, o último deles completo, contra o Flamengo. Sentiu a coxa nos treinos e acabou vetado da partida seguinte, contra o Bolívar no Allianz Parque, e permaneceu de fora nos jogos contra Ceará e Botafogo, ambos pelo Brasileirão.
Foi liberado novamente e entrou no segundo tempo na derrota para o SPFC e participou das oito partidas seguintes como titular, participando por 77 minutos por jogo, na média. Na partida contra o Vasco, sentiu novamente a coxa esquerda aos 31 do segundo tempo e deixou o time.
Perdeu mais dois jogos, contra Ceará e Fluminense e foi novamente liberado para participar do jogo da volta contra os cearenses pela Copa do Brasil, em Fortaleza – entrou no segundo tempo e jogou por 24 minutos. Foi o mesmo tempo que ele aguentou em campo contra o Goiás, como titular, quando sentiu a coxa pela quarta vez.
Perguntinhas
Cesar Greco/Ag.Palmeiras
Não sabemos se a lesão é a mesma, mas o fato do jogador sentir a região anterior da coxa esquerda nas quatro oportunidades indicam que é bem provável que sim.
Luiz Adriano não tem um reserva com as mesmas características e isso já era fácil de ser notado por qualquer torcedor desde que o elenco para a temporada foi oficializado. Aqui, no Verdazzo, apontamos essa necessidade inúmeras vezes em textos e nas lives.
Diante desta situação, há duas perguntas que precisam ser respondidas pela diretoria de futebol. A primeira é sobre o tratamento da lesão do camisa dez: será que as decisões de como tratar e de quando liberar o jogador foram tomadas corretamente?
E a segunda: diante da instabilidade física que, somada ao calendário exigente, tornava evidente que Luiz Adriano precisaria ter seu aproveitamento dosado, não era necessário investir numa peça de reposição?
Erros grosseiros ou falta de sorte?
Entramos no mata-mata da Libertadores e enfrentaremos o Delfín, amanhã, no Equador. O surto de Covid-19 que castiga o elenco deixa Abel Ferreira com apenas uma opção de ataque – Rony, que fará seu primeiro jogo após contrair a doença.
Existe a chance de Gabriel Veron ser liberado se testar negativo hoje, véspera da partida – mesmo assim, tende a ser apenas opção de banco. Abel deve recorrer a Gabriel Silva, ainda vinculado ao time sub-20, também recém-recuperado.
O adversário não deve exigir muito do Verdão e o Palmeiras deve passar de fase, mesmo com tantos problemas. Mas o sarrafo vai subir e podemos entrar em partidas decisivas sem um centroavante de ofício.
A sorte vem sorrindo para o Palmeiras em várias frentes nesta temporada de 2020. Os sorteios para as chaves das competições eliminatórias nos proporcionaram estradas bem pavimentadas. Até mesmo o surto de Covid-19 que nos acometeu veio em “boa hora”, se é que é possível usar a expressão – teremos o elenco totalmente recuperado antes das fases realmente decisivas.
Mas mesmo com toda essa sorte podemos chegar no ponto alto da temporada sem nosso principal artilheiro e sem um substituto adequado.
O prazo para inscrições na Copa do Brasil e Brasileirão se encerrou na última sexta-feira; para a Libertadores, ainda é possível fazer novas inscrições, mas as transferências internacionais foram finalizadas e só é viável reforçar o elenco recorrendo à Série B.
Podemos jogar fora chances imensas de conquistar títulos por falta de um artilheiro. Terá sido por omissão da diretoria? Por inépcia dos profissionais do Núcleo de Saúde e Performance? As duas coisas? Ou apenas fatalidade e uma tremenda falta de sorte?
O Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.